Porquê esse formato de contratação é agregador em tempos incertos
O gap da contratação
Quando se fala em contratação, automaticamente se pensa em dois fatores principais: O alto valor agregado e a dificuldade de encontrar a pessoa certa. Essa dupla assombra todo líder, e especificamente no mercado de Product Design, sabe-se que esse tipo de profissional custa caro e é difícil de achar. Em adição, enfrentamos hoje uma esmagadora sensação de instabilidade ao ver o mercado oscilar tanto, moedas internacionais subindo e a condição forçada de adaptar o negócio ao formato remoto. Logo, o fato de empresas terem que rever seus contratos para encontrar gaps de redução de custo levanta uma problemática: A forma como seus times foram montados pode ter sido altamente custosa e com muito pouca flexibilidade.
Em vias práticas, veja abaixo as etapas que toda empresa passa no processo de contratação e seus respectivos períodos médios (desde a definição da necessidade do profissional até este estar altamente produtivo e gerando resultados):
- Criação e divulgação da vaga — 2 semanas
- Busca — Média de 1 mês
- Seleção — Média de 1 mês
- Contratação — Média de 2 semanas
- Onboarding — Média de 2 semanas
- Treinamento e Integração — Média de 2 meses
- Produtividade efetiva—total de aproximadamente 6 meses
Estamos então falando de quase metade de um ano para que o novo membro da equipe esteja totalmente adaptado e operante. Desse dia em diante, começa um período de tensão: Se por qualquer motivo esse profissional for desligado (não importando se a iniciativa veio dele ou da empresa), inicia-se novamente todo esse processo. Imagine então o custo agregado de cada processo desses, o stress, a sensação de perda de tempo, e ainda, o prejuízo na produtividade da equipe e no andamento do produto. Como sabemos que contratação deve ser parte significativa da estratégia de UX, não se trata de um problema pontual, mas sim de um desafio constante para toda empresa com produtos digitais.
Hello, Outsourcing
Como o processo mencionado acima independe de formatos de contratação, o objetivo é descobrir e analisar outras alternativas para a aquisição de um profissional para que tais etapas sejam mais curtas, menos custosas e com menor risco. Para isso, a modalidade de contratação denominada Outsourcing se mostra muito viável. Por definição, ela consiste na compra de serviços por terceiros. Explico:
Conforme falamos no artigo “CLT vs. PJ”, no formato CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) há a inclusão das normas que regulam as relações de trabalho entre o empregador e os empregados, considerando seus direitos e deveres. Nesse caso, o profissional contratado é remunerado mensalmente e arca com impostos sobre seus serviços, como pessoa física; enquanto no formato PJ (Pessoa Jurídica) prestadores são, juridicamente, outras empresas. Dessa forma, não há vínculo empregatício formal entre as partes, estando essas em comum acordo pela compra de serviços da contratada a serem pagos pela contratante. Essa modalidade requer que o profissional tenha uma empresa aberta (CNPJ) para que seja tratado com uma empresa, emitindo uma nota fiscal e arcando com impostos sobre esses serviços. Por se tratar de uma relação empresa/empresa, um contrato é gerado oficializando a compra e a entrega dos serviços a serem prestados. Tais contratos são gerados por tempo definido, geralmente de curto e médio prazo — Mas podendo, obviamente, ser renovados.
Em vias práticas, o formato CLT é mais lento para iniciar, pode chegar a custar 2.5x o valor do salário durante a estadia do profissional e é altamente custoso para encerrar; enquanto o formato PJ é mais rápido para iniciar, pode chegar a custar 1.7x o salário e envolve bem menos custos no desligamento. Leia nosso artigo “Porque Outsourcing viabiliza UX/UI Design Teams” para um aprofundamento maior sobre essas vantagens.
É importante mencionar que essa alternativa nem sempre é imposta pelas empresas: Diversos profissionais preferem esse formato e buscam vagas com essa característica. Mesmo assim, antes da assinatura do contrato, as duas partes devem estar plenamente cientes de seus direitos e deveres, para que não hajam pontos de discordância que podem gerar desconforto posterior.
Como usar Outsourcing a seu favor
Em processos de contratação, o desafio é usar tempo e dinheiro de forma estratégica em favor do negócio. Enquanto as diretorias pedem para reduzir a equipe, líderes de Design sabem que precisam mesmo é de mais gente. Como balancear essa equação? Veja abaixo alguns fatores em que o Outsourcing possibilita decisões mais acertadas:
Contratação rápida
Como o UX/UI Designer a prestar serviços é juridicamente uma empresa, mediante a assinatura do contrato de prestação de serviços, o início das atividades é imediato. No caso de trabalho remoto é ainda mais prático, e a empresa pode optar por suprir as necessidades básicas para condições de trabalho (como computador, conexão, etc.) do profissional terceirizado.
Desligamento com baixo ou nenhum custo
Como normalmente os contratos são para períodos de curto ou médio prazo (3 a 6 meses), é difícil que haja uma rescisão. Mesmo que aconteça por algum motivo de força maior, se não houverem penalizações previstas, pode ser feita sem custos adicionais. Logo, tributos de desligamento são evitados.
Flexibilidade para renegociação
Em momentos de extrema necessidade de contenção de custos, contratos de Outsourcing podem ser revistos e adaptados para evitar o rompimento. Definir uma quantidade inferior de horas de disponibilidade, reduzir tarefas ou mesmo criar intervalos por tempo determinado são alguns exemplos dessa flexibilidade.
Experimentação mais segura
Caso empresa queira mesmo contratar CLT, é possível fazer uso de Outsourcing para criar testes de contratação por períodos ou por tarefas. Com isso, o profissional presta serviços remunerados normalmente, sendo avaliado em diversos pontos como produtividade, integração com a equipe e absorção da cultura da empresa, garantindo que esta esteja segura de efetivamente o contratar para seu quadro de funcionários fixos no momento oportuno.
Obrigatoriedades reduzidas
O fato de o profissional ser um prestador externo isenta a empresa de tratá-lo como um funcionário no regime CLT. Mas não por isso, diversas empresas optam por fornecer benefícios específicos conforme sua cultura interna e por iniciativa própria, com a finalidade de retenção de profissionais.
Não haver contrato com o profissional
Na parceria com recrutadores especializados como na Deeploy.Me, não há contrato direto com o profissional. Nesse caso, a empresa contratante estabelece um contrato com a consultoria, e esta é quem retém a responsabilidade sobre o profissional — cuidando de toda a burocracia da contratação, prestação de serviços e pagamentos, restando à contratante simplesmente gerir a produtividade do UX/UI Designer.
Contratar mais, devido à retenção de custos
Enquanto se gasta 1X para contratar e manter um profissional na forma tradicional, pode-se gastar 1/2X com Outsourcing e usar essa diferença para trazer mais uma pessoa. Design Teams podem ser montados completamente com Outsourcing, inclusive variando níveis de maturidade e especialidades como UX Writing e UX Research.
Mas e eu, que sou UX/UI Designer?
Se você está pensando que essa modalidade é de alguma forma nociva para sua carreira e planejamento profissional, leve em consideração o mito da estabilidade: Pessoas tendem a achar que CLT representa segurança, enquanto PJ representa risco. Mas temos visto que para empresas reduzirem seus times, não há muito critério; E que existem muitos UX/UI Designers contratados em regime CLT que em menos de 3 meses são desligados, enquanto outros contratados em regime PJ têm seus contratos renovados constantemente. Isso mostra que o principal fator para garantir sua estabilidade é a própria qualidade de seu trabalho e postura profissional. Veja abaixo alguns dos benefícios de ser contratado por períodos mais curtos e ser considerado um prestador externo:
Múltiplos projetos
Com um bom trabalho de gestão de tempo e de pessoas, é possível que você atue em mais de um projeto, para clientes variados, ao mesmo tempo. Esse fator não só aumenta seus ganhos, como também constrói seu posicionamento como consultor de Design, carreira escolhida por muitos profissionais de nível sênior e/ou especialistas.
Conhecer diversos setores
Se em um ano de trabalho você atuar em 3 projetos (média de 4 meses por contrato), sua experiência em diversos setores aumenta mais rápido. Um funcionário que fica 2 anos ou mais em uma só empresa está condicionado a conhecer somente esse setor por todo esse período — com excessão de UX/UI Designers que atuam em projetos digitais de grandes agências de publicidade, atuando em campanhas variadas.
Mais network e mais portfolio
Com a variedade de projetos e equipes de design em espaço de tempo menor, automaticamente seu network aumentará de forma significativa. Além disso, seu portfolio ganhará mais projetos mais rápido e com mais variedade, bastando que você mantenha a consistência e a qualidade da apresentação dos cases.
Conclusão
Em tempos de extrema incerteza, Outsourcing viabiliza que seus produtos não parem. Com pessoas qualificadas, economize tempo e dinheiro para garantir que não haja impacto negativo no planejamento e cumprimento de metas de sua empresa.