Introdução
Depois de passar pelo primeiro filtro dos recrutadores, o próximo passo é ser convidado a uma entrevista. Yey! Mas espere: Partindo do pressuposto de que o recrutador gostou da história sobre você contada no portfolio e currículo, ele espera nada menos que isso para a entrevista — E pode questionar cada ponto dessa história, para validar as verdades dela. Nesse momento, é simples: seu comportamento fará toda a diferença. Veja nesse artigo quais são os fatores que mais reprovam no momento da entrevista.
Posicionamento inadequado
Em anos de experiência no mercado, percebemos que de grandes empresas estabelecidas a StartUps, quando um candidato é selecionado à entrevista, a sua linguagem verbal e não-verbal são determinantes em sua contratação em 90% dos casos. A impressão transmitida ao recrutador responsável pela vaga faz simplesmente toda a diferença. Para isso, considere 2 indicadores principais:
O que fala — As palavras escolhidas, o sentido das frases, uso de gírias, e principalmente, se a pergunta feita está sendo diretamente respondida. Sabemos por elas se há propriedade no assunto, experiência, conhecimento de ferramentas e habilidade de explicar. Só jogar com as palavras não convence.
Como fala — O tom de voz, o jeito como se porta e suas expressões faciais nos dizem muito sobre você. Identificamos rapidamente aspectos como orgulho, desrespeito, desmotivação e desinteresse, que são fatores altamente desclassificatórios em todo processo seletivo.
Passar a ideia errada sobre você mesmo
À partir do momento que você foi selecionado para uma entrevista, não é mais o portfólio ou falta de experiência que contam — tudo isso já foi visto e analisado pelos recrutadores envolvidos — mas sim o que transparece ser na entrevista. Recrutadores buscam perfis com potenciais a serem desenvolvidos, alguma humildade para aprender, comprometimento, profissionalismo, inteligência interpessoal, senso de equipe, capacidade de auto-gestão, adaptabilidade, interesse pelo trabalho, proatividade e, sim, o candidato tem que ser “gente boa”. Minimamente, deve ser agradável estar ao seu lado.
Uma tecla que sempre batemos: Um UX/UI Designer precisa gostar de gente. É um erro grosseiro achar que esse tipo de profissional deve ficar enfurnado numa sala sozinho, em produção absoluta por todas as suas horas de trabalho. Se você não tem essa habilidade, desenvolva-a urgentemente — e se perceber que não é possível mesmo, está na hora de repensar sua carreira.
Nem todo mundo precisa ter um perfil de liderança, ser a pessoa que coloca o time pra cima ou que conecta. Porém, suas Soft Skills devem agregar ao time. Todos os integrantes devem ter características complementares, deve sempre haver soma.
O segredo de ingressar com sucesso a um grupo de pessoas é rapidamente identificar algo que não tenham, e trazer (ou ser) esse algo.
Sempre há espaço para algo agregador. No que você é bom de verdade? Do que o time precisa, que você pode preencher? Encontre o seu espaço e faça-se uma peça indispensável.
Isso faz todo o sentido se você pensar que o trabalho representa no mínimo 1/3 da sua vida em tempo (talvez numa ideia quase inocente) e pode representar até mais, se pensarmos em nível de satisfação de vida. Então, agora imagine com que tipo de perfil você gostaria de trabalhar? Que tipo de pessoa você gostaria de dividir essa parte tão importante? Então… você é essa pessoa? Ninguém quer o gênio intocável que não soma ao grupo. Isto é over. Trabalho é troca constante e em equipe. Já está mais que claro que 10 pessoas trabalhando em um propósito, com sinergia, são muito melhores.
Tenha maturidade para entender que haverão dores em qualquer empresa. Mas, de todas as dores, qual te dói menos? Você está alinhado com a vaga/empresa que aplicou? E acredite, o recrutador vai querer saber o nível de insatisfação que essas dores te causam e como as superaria no dia-a-dia. Ficar reclamando não é estratégia.
Não demonstrar propriedade
Durante a entrevista, obviamente o recrutador fará perguntas sobre os cases apresentados no portfolio. A expectativa é que você tenha propriedade sobre eles, mesmo que os projetos não sejam só seus. Não saber contar a história do projeto e não saber responder a questionamentos é fatal, pois ficará claro que você fez muito pouco ou sequer teve interesse no projeto. Por isso, no portfolio, é importante deixar muito claro qual foi o seu papel, por menor que seja — Dessa forma o recrutador fará perguntas com base nessa informação e você terá as respostas prontamente. Não deixar isso claro irá criar espaço para que ele entenda que o projeto é só seu, e ao questionar pontos específicos, você não terá as respostas. Confira nosso artigo Como documentar seu projeto com qualidade e para não errar nesse ponto.
Por fim, tenha maturidade também para não jogar sua frustração no recrutador. Entenda que a única pessoa responsável pelas suas expectativas é você mesmo. Entrar em um processo de seleção pode mesmo gerar ansiedade, nós somos humanos e entendemos isso. Mas ela só pertence a você, e a maneira como lida com isso também diz muito. Para nós a entrevista nunca acaba, você está constantemente sendo avaliado.