Neste artigo de abertura optei por trazer um compilado de assuntos que permeiam a humanização da área de Pessoas e Talentos, assuntos estes que serão desdobrados com maior profundidade no futuro.
O papel do Departamento de Pessoas e Talentos, em muitas empresas nomeado e reconhecido como Departamento de Recursos Humanos (RH), vai muito além de lidar com questões burocráticas e administrativas, ainda que sejam demandas muito importantes e base para o que falaremos a seguir.
Este setor desempenha um papel fundamental na construção de uma cultura organizacional saudável - que, em geral, é centrada nas pessoas. Uma abordagem humanizada como principal valor é essencial para criar pontes ao invés de muros, e assim criar um ambiente de trabalho onde os profissionais se sintam respeitados e motivados a contribuir para o sucesso - próprio e da empresa para a qual presta serviços.
Em primeiro lugar, uma prática fundamental é a escuta ativa. Os profissionais que lidam com talentos devem estar preparados para ouvir genuinamente as preocupações, ideias e sugestões dos funcionários e prestadores de serviço, de forma empática e aberta, independente da possibilidade de resolver ou acatar tais ideias e sugestões. Este espaço seguro não só fortalece a confiança e o relacionamento entre a equipe e a empresa, como também permite que os problemas sejam trazidos de maneira proativa pelos profissionais, muitas vezes enquanto continuam em sua fase embrionária - e não apenas quando já é um grande problema, prestes a "estourar" e com maiores impactos.
Outro tópico que merece atenção é a diversidade e inclusão. Uma cultura organizacional que valoriza e celebra a diversidade de experiências, perspectivas e habilidades promove um ambiente mais inovador e criativo, além de aumentar suas chances de identificação de eventuais falhas de acessibilidade. As empresas devem implementar políticas e programas que promovam esta diversidade, dentro de suas possibilidades - não precisa começar, necessariamente, com projetos robustos. A garantia de igual oportunidade a todos, em todas as vagas (não apenas de entrada e operacionais), independente de idade, cor, gênero, religião, deficiências etc, já tornará sua empresa mais humana. E, a partir daí, poderá desenhar e aprimorar suas políticas para um maior - e mais efetivo - acolhimento e inclusão de mais grupos.
O bem-estar dos profissionais também deve ser uma prioridade. Esta é uma das lições mais desafiadoras, visto que há muitas empresas (inclusive com selo GPTW) que tem diversos programas e incentivos, mas que em sua rotina são extremamente tóxicas e tem um ambiente desagradável. Dito isso, todas as empresas podem e devem promover um ambiente agradável, independente do setor, tamanho e momento da empresa. Em geral, para começar precisa de pouco: respeito, transparência, combinados pré-estabelecidos e alinhamento de expectativas.
Acredite, estes três pontos podem transformar o ambiente de trabalho. Feito isso, o céu é o limite: programas de saúde mental, sessões de mindfulness e flexibilidade no horário de trabalho são apenas algumas das maneiras pelas quais as empresas podem promover o bem-estar físico, mental e emocional de seu time. Aproveitando a deixa do item acima, precisamos falar sobre comunicação - que é uma das principais queixas dos profissionais com os quais falamos por aqui. Muito vinculada com a escuta ativa, mencionada no início do artigo, mas pensada de uma forma mais ativa por parte da empresa.
Os profissionais precisam estar por dentro das novidades, das notícias importantes sobre mudanças e direcionamentos sobre a empresa - que o afetem direta ou indiretamente. Ter um canal oficial de comunicação para informações importantes costuma funcionar muito bem e ajuda a evitar alardes por inverdades que circulam nos corredores - virtuais ou físicos.
Além disso, ter uma rede de contatos clara desde o primeiro dia, especificando quais os responsáveis sobre cada setor/assunto é importantíssimo, além de um canal de denúncias.
A abordagem humanizada na área de Talentos é muito além do que os tópicos elencados acima, mas espero ter conseguido trazer algumas provocações sobre o assunto, e que este artigo lhe faça refletir sobre. Pronto para o próximo?
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