A importância do recrutamento em UX/UI Design Teams
Recrutamento é parte fundamental
Muitos líderes tratam recrutamento como um projeto paralelo, pois acabam por vê-lo como não sendo uma prioridade em seu dia-a-dia. Conforme novas demandas surgem e os desafios aumentam, precisam agir rápido e nesse momento percebem a grande dificuldade e o investimento de tempo aplicados a essa tarefa. Não apenas em seu próprio alcance de trabalho (que seria investir tempo na busca, seleção e avaliação de profissionais) mas também no que diz respeito à oficialização de uma contratação, que independente do formato escolhido, envolve outros departamentos da empresa que tem suas próprias regras e timing. Em todos os diversos cenários citados no artigo Como vagas de UX/UI Design são abertas?, o problema está em ativar processos de contratação apenas quando é extremamente necessário.
Antecipando o problema
Para que esse processo nada simples não se torne um obstáculo, é necessário incluir o recrutamento à organização dos projetos de UX não apenas no início, mas durante eles. Para isso, há um ponto crucial: Deve-se pensar em novas posições antes mesmo de abri-las. Como é sabido o quanto projetos de UX/UI podem agregar para a organização, cada integrante do time precisa impreterivelmente ter um aditivo interessante ao time, e automaticamente, à organização. Por isso, faz-se necessário um trabalho constante para a identificação do perfil ideal, visto que cada oportunidade requer especificidades diferentes, que avançam conforme os projetos evoluem.
Times mistos crescem mais estáveis
Essa é uma questão importante que vemos com muita frequência, em que para a montagem de times, são solicitados apenas profissionais sêniores, por sua experiência e vasto know-how. Mas nem sempre a demanda necessariamente requer tanta maturidade. Logo, equipes apenas de sêniores começam a perder produtividade e até a se desfazer porque esse profissionais se vêem na condição de ter que fazer todo o trabalho produtivo, sentindo-se subvalorizados e sem perspectiva por não poderem dedicar 100% de seu tempo à estratégia e às decisões de design que afetam o negócio. Nesse ponto, o melhor a fazer é constituir times de design também com profissionais menos experientes, sem “vícios” e ávidos por ver seus primeiros projetos ganharem vida e visibilidade na empresa. A chance de times mais mistos se consolidarem e gerarem melhores resultados é muito maior.
Valorização na empresa
Executar as estratégias de UX corretamente trará aumento no valor que a equipe à empresa. Com isso, ter um planejamento prévio das próximas contratações é crucial para o desenho dos próximos passos, o que inclusive ajudará a gerar novos projetos para criar e desenvolver produtos e features. Além disso, profissionais recém-chegados darão mais voz ao departamento, fazendo com que a cultura de design se dissemine mais rápido ao longo de toda a empresa.
Melhorando o processo
Em vias práticas, deve-se pensar em indicadores primordiais para adicionar o recrutamento às tarefas constantes da liderança. A Deeploy.Me nasceu para suprir essa necessidade — Criar um formato de trabalho junto à empresa em que seja possível mantê-la sempre à frente, fornecendo um pool de UX/UI Designers de diversos níveis em constante seleção. Além disso, desenvolver uma mensagem mais clara para torná-la mais atrativa aos futuros colaboradores. Listo abaixo alguns pontos que podemos ajudar, para colher resultados constantes:
Descritivo melhor
Muitos profissionais desistem de se candidatar a vagas devido a descritivos mal-elaborados. Eles buscam por um detalhamento e uma clareza real do que exatamente estão sendo contratados para fazer, e nisso já medem a maturidade em design da empresa. Ou seja, definir muito bem o perfil requerido é muito importante.
Cultura estabelecida
Ponto crucial que brilha os olhos de candidatos, pois buscam empresas cuja bandeira faça sentido e seja verdadeira. Com a atual demanda de vagas em modo remoto, as pessoas são ainda mais desafiadas a terem a cultura da empresa marcada e bem definida, pois será transmitida em sua postura profissional na ausência da interação física com outros profissionais (e principalmente com clientes).
Processo interno claro
Pouco adianta conseguir velocidade na seleção, se uma vez definido o profissional, o processo da empresa na oficialização da contratação é nebuloso e demorado. Para isso, é necessário estar alinhado com os demais departamentos envolvidos, fornecendo datas reais aos candidatos sobre a decisão final de contratar e os próximos passos do processo.
Formato
Sabendo que empresas adotam formas diferentes de contratar (CLT, PJ), essa informação normalmente incentiva alguns e desencoraja outros. Para que não hajam bloqueios no pós-seleção, esse ponto precisa estar muito claro entre as partes desde a oferta para que não se torne um entrave na expectativa do profissional sobre seu contrato.
Conclusão
A estratégia de UX deve considerar o recrutamento como um de seus pilares, pois ele diz respeito diretamente à produtividade e à saúde do projeto ao longo de sua duração. Alinhe-se com a liderança e tenha um processo constante de avaliação de candidatos, reduzindo riscos oriundos de contratações e/ou substituições feitos às pressas.
Entenda a motivação das empresas ao criarem oportunidades para UX/UI Designers
As empresas e seus projetos
Mudança de cultura
Há alguns anos, antes da popularização e profissionalização da UX, designers visuais em maioria faziam parte dos departamentos de marketing como profissionais de comunicação. Planejavam, criavam e montavam peças visuais dos mais diversos formatos, on e off-line, para que a imagem da empresa estivesse expressa em suas peças de comunicação (desde anúncios, até embalagens). Mas ainda não se pensava friamente na relação dos usuários aos produtos da empresa, nem no impacto que produtos digitais poderiam gerar nos negócios. Design digital era mais um ambiente onde o marketing acontecia.
Como atualmente o Design deve ter um papel muito mais estratégico do que estético, deixou de estar contido somente no marketing da empresa, tornando-se um departamento à parte. Designers digitais agora criam produtos. E essa é a adaptação que as empresas estão tendo que passar, para que esses seus novos produtos/serviços digitais ganhem e mantenham seus clientes — sendo lançados mais rápido, com mais qualidade e gerando menos prejuízos no processo.
O avanço do Digital
Uma vez que projetos digitais são a bola da vez no mundo inteiro, empresas de diversos tamanhos, idades e setores estão se vendo na condição de ficar para trás se não entrarem na famosa Transformação Digital. Precisam ter uma forte presença online para que seus produtos e serviços sejam fáceis de encontrar, estejam disponíveis e tenham uma boa experiência para que criem um relacionamento real com seu público. Logo, ter produtos centrados no usuário é simplesmente primordial, como um dos principais drivers de seu sucesso. Para as empresas que já surfam essa onda, o desafio é manterem-se significativas no mercado, melhorando seus atuais produtos e criando novos.
Tamanho da empresa ≠ nível de Maturidade em Design
Tudo começa no valor que a empresa dá ao Design na prática, o que chamamos de Maturidade em Design. Entende-se que uma empresa madura nesse ponto é aquela que já possui processos internos de Design consolidados, com liderança específica e equipes dedicadas, com a devida relevância e impacto direto nos resultados do negócio. Mas espere — não estamos falando necessariamente de empresas grandes. Temos casos clássicos de empresas menores que ganharam notoriedade rapidamente por já terem nascido com DNA digital, tendo valorizado o Design desde sua concepção.
Momentos que demandam contratações
Para todos os efeitos, essas empresas vão precisar, mais cedo ou mais tarde, contratar profissionais de UX/UI Design de diversos níveis. Logo, existem momentos, necessidades e especificidades diferentes na hora de escolher os profissionais para comporem seu Design Team.
Listo abaixo as mais comuns:
Fundação do Depto. de Design
Para as empresas em início de transformação digital, o ponto de partida é contratar um profissional experiente, confiável, com alta performance, resiliente e que entenda de Design a nível de negócio. Esse profissional funda o departamento e cria seu Design Team, sendo responsável por ele e seus resultados, convencendo constantemente a liderança sobre sua importância e justificativa de investimento.
Criação de um Produto Digital
Quando uma empresa decide criar um produto digital (como o clássico caso da Blue Bottle Coffee), é hora de montar um time para executá-lo, dando a ele acesso a dados da empresa, liberdade para pesquisas, arquivos de marca, e mais, para que esse novo produto traduza a mesma experiência da cultura da marca.
Criação de uma nova feature
Para um produto já existente, que planeja lançar um nova funcionalidade. Apesar de estarem inseridos no mesmo ambiente, o trabalho de pesquisa, ideação, arquitetura e mais, deve ser todo feito por uma nova equipe. Essas ações visam novos clientes, mas também (ou principalmente) a retenção dos atuais que já usam o produto para as finalidades originais.
Redesign
Há demandas em que as empresas precisam de uma revisão de design em seu produto. Nesse caso já existem diversos indicadores de desempenho e resultados da versão atual, que podem conduzir a concepção da nova versão juntamente com todo o trabalho de projeto a ser feito pelos profissionais a serem contratados.
Continuidade de um projeto
Depois de passada a fase inicial e rompida a barreira de aceitação, entende-se que é o momento ideal para aumentar os investimentos nele para que atinja seu máximo potencial e gere os resultados esperados.
Criação de uma nova empresa
São o caso clássico de StartUps, que iniciam suas atividades com o Design como um de seus pilares pois o mindset de ambas é muito similar. Essas empresas nascentes e de alto risco criam produtos digitais disruptivos e inovadores, que em alguns casos trazem impactos a mercados inteiros, como o Uber e o AirBNB.
Como fazemos na Deeploy.Me
Algumas empresas possuem departamentos de RH que não têm expertise no setor, outras não têm tempo hábil para fazer o processo seletivo, outras tem processos internos tão burocráticos que inviabilizam a velocidade necessária para a aquisição do profissional. Por isso, torna-se necessário contratar uma empresa especializada em recrutamento e seleção de profissionais em UX/UI Design como a Deeploy.Me, apresentando condições orientadas a esse setor para que Design Teams sejam montados de forma prática, rápida e com as pessoas certas. Por nossa experiência, criamos um processo simples e funcional:
- Entendemos a fundo a vaga;
- (Re)Criamos um descritivo claro;
- Buscamos somente perfis alinhados à especificidade da vaga;
- Avaliamos rigidamente a metodologia e os processos do profissional, além do design visual;
- Cuidamos do detalhamento de contratação.
Com essa metodologia, temos uma resposta rápida e de qualidade às demandas das empresas, e só fazemos propostas a profissionais que tenham a qualificação requerida para que a oportunidade em questão venha a agregar em sua carreira.
Conclusão
Ao ter interesse em determinada vaga, leve em consideração o momento das empresas e suas reais necessidades, a fim de entender se você é o que estão buscando. UX/UI Designers estão acostumados a olhar apenas o seu lado da mesa de entrevista, sem pensar no processo que levou a ela do outro lado. Independente da motivação da empresa em abrir a oportunidade, quando aceita, dê o seu melhor para que esta atinja seus objetivos, e você garanta sua permanência e o crescimento de sua carreira.
Boa sorte! 🙂
Quais são e como evitar erros básicos em sua apresentação como UX/UI Designer
E começa a avaliação
Conforme falamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, sua avaliação começa no momento em que chega a nós seu material, qualquer que seja. É importante levantar a questão de que o recrutador tem o benefício da dúvida — ele tem o direito de questionar tudo o que você diz, e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. A verdade: a sua avaliação começa no primeiro contato. Listo abaixo alguns pontos relevantes para que você entenda um pouco do processo, desde o início:
A forma como contacta
Recebemos materiais das mais variadas formas. Pensando em nossa usabilidade (lembre-se que somos o seu amado usuário nesse caso), as mais práticas e úteis para nós são o contato direto por WhatsApp e o envio de um e-mail. Contactar-nos por outras formas que não essas, fará com que percamos velocidade.
Como redige uma introdução sobre você
Esse é um ponto de muita dificuldade. Vemos textos enormes que contam a história completa da carreira, e também vemos textos praticamente inexistentes. O ideal é um texto curto, de no máximo 1 parágrafo, que nos fala diretamente sobre você, seus diferenciais, experiência e porque você acha que a vaga em questão tem o seu perfil.
Peso dos arquivos anexados
Chegamos a receber e-mails com anexos de mais de 20MB. O resultado é uma superlotação precoce de nosso servidor, sem contar a dificuldade em baixar e manusear um arquivo com esse peso. Não estamos dizendo para você não enviar portfolios em PDF por email, mas apenas para que tenha o cuidado de pensar em quem vai receber seu material.
Os pontos de saída
Para que possamos dar continuidade na análise, esperamos que a partir do primeiro contato você nos leve para a sua presença digital por meio de seus link principais como página de portfolio (Behance, Dribbble, Cargo Collective, etc.), LinkedIn e site profissional. Não ter ao menos 2 desses links fará com que você perca pontos na avaliação.
Os detalhes são os erros básicos
A avaliação que fazemos parte do pressuposto de que erros básicos são oriundos de 2 fontes: Ou trata-se de desatenção, ou que a devida importância não foi dada. Esses dois pontos igualmente jogam contra você, podendo gerar automaticamente sua desclassificação. O pensamento sobre isso é: “se essa pessoa não repara ou não valoriza esses pontos, vai fazer errado no projeto e prejudicar a todos os envolvidos.” Você pode até achar injusto, mas faz todo sentido.
Atente ao fato que, nesse momento, o fato de você ser UX/UI Designer se torna tecnicamente irrelevante pois esses erros não seriam tolerados por nenhum outro recrutador, de nenhuma área de trabalho existente. Logo, entenda que não se trata de “só um detalhe”.
Listo abaixo de forma prática os erros básicos, considerando qualquer peça escrita que tenha por objetivo te apresentar profissionalmente. Vamos a eles:
Erros de ortografia e digitação
Esses são tidos como problemas grosseiros, que você não pode deixar passar em hipótese nenhuma. Leia atentamente o documento em questão mais de uma vez depois que terminar, e mesmo assim, peça ajuda a outra pessoa, pois mesmo que leiamos muitas vezes, não vemos o erro.
Não revisar o conteúdo
Notamos inconstâncias graves como textos em português com títulos em inglês, imagens que mostram o projeto errado e informações repetidas (que mostram claramente a maneira copy/paste de se montar um documento). Esses erros simplesmente destroem sua ideia de impressionar.
Links que não funcionam
Espera-se minimamente que um link funcione, ao clicarmos nele. Tenha a certeza de que você está enviando o link certo, e que essa página realmente existe. É muito frustrante clicar em um link de portfolio e cair em uma página de Erro 404, ou até mesmo no link de outra pessoa.
Dificuldade de leitura
Agora sim, o fato de você ser um UX/UI Designer deve fazer diferença. Digamos que por sua qualificação, é esperado um material bonito e organizado, o que quase nunca vemos. Encontramos textos minúsculos, títulos inadequados, caixas de texto posicionadas de forma a gerar confusão e muita variedade de hierarquias de informação.
Falta de objetividade
Seja direto sobre o que você está buscando. Dê mais relevância à competência que tem experiência e quer atuar, em vez de começar pelos primórdios de sua carreira. Esse ponto vale para todas as peças: Oriente a informação sempre do mais recente pro mais antigo, afinal você não está sendo avaliado para atuar em uma área que trabalhou há 10 anos atrás. É importante saber o background, mas não antes do que você é capaz de fazer hoje.
Informações de contato
Impressionantemente vemos sites e portfolios sem dados de contato, e currículos com o nome do arquivo “CV.pdf”. Nem preciso comentar que não deve ser nosso o trabalho de dar nomes aos arquivos, nem de ter que buscar em outros sites seus dados de contato depois de ver seu material.
Informações desnecessárias
Por mais que as empresas contratem pessoas e não robôs, certas informações não tem relevância nesse primeiro momento de avaliação. Não cite graduações incompletas, gostos pessoais e demais fatores que não agreguem ao objetivo da sua apresentação. Foque somente ao profissional, e se posteriormente houver espaço para você dizer sobre tais pontos, espere que a abertura seja dada.
A necessidade de ter um currículo
Honestamente, nós recrutadores de UX/UI Designers sabemos que esse perfil tem outros tipos de conteúdo profissional disponível para análise, como um site profissional ou um portfolio. Esses conteúdos já são suficientes para conseguirmos fazer uma avaliação, pois hipoteticamente trazem as informações que um currículo formal traria. Diferentemente de outras áreas, ter um currículo não é indispensável — mas pode ser um fator a mais para agregar à sua imagem profissional. Se você optar por fazer um, ótimo! Mas lembre-se que, como qualquer outra forma de te apresentar profissionalmente, ser mal-feito pode te trazer problemas.
Deixamos a abaixo algumas dicas específicas:
Exportar do LinkedIn
Se você realmente acha pertinente fazer isso, reavalie. Um currículo deve passar a ideia de detalhamento, cuidado, atenção, respeito e, em especial, interesse. Auto-gerar um currículo é o oposto disso. Há também sites de templates de currículo, mas são destinados a pessoas sem cultura de design, o que não é o seu caso.
Design inadequado
Por incrível que pareça, currículos de UX/UI Designers tendem a ser muito mal elaborados e diagramados. Invista tempo e capricho. Há também os casos de exagero no design: uso de elementos flutuantes, backgrounds coloridos, iconografia bonita mas sem explicação ou utilidade, foto inadequada e gráficos desnecessários. Opte pelo simples e direto.
Conclusão
Não seja desclassificado desnecessariamente devido a erros dessa ordem. Você é muito mais do que isso. Dedique o tempo e a atenção necessários, dando valor a esses pontos. Logo que essa primeira barreira for rompida, suas chances aumentam, bem como nossa expectativa em você continuar nos surpreendendo, peça por peça.
Boa sorte!
A importância de orientar seu mindset aos resultados das empresas
UX/UI Design a nível de negócio
Conforme falamos no artigo Como vagas de UX/UI Design são abertas?, o UX/UI Designer não desempenha a função de um profissional de comunicação visual (produzindo layouts para peças visuais diversas), nem está condicionado a fazer parte do departamento de marketing das empresas. O fato de ter se tornado um departamento independente esclarece um ponto crucial: UX/UI Design faz parte da estratégia de uma empresa, estando diretamente ligado aos seus resultados como um todo. O design visual tradicional segue seu curso normalmente, e não é a mesma coisa que UX/UI Design — erro de leitura comum que empresas em transformação digital cometem, bem como profissionais de design buscando oportunidades nessa área.
Se você lê bastante, mantém-se informado e entende bem as metodologias e processos de UX, sabe perfeitamente que a profundidade desse trabalho afeta o negócio em si. Esse é um ponto estrutural, que distancia ainda mais UX/UI Design das outras vertentes do Design. Logo, é necessário que você tenha plena consciência que seu trabalho não se atém apenas ao design visual. A expectativa das empresas é um impacto direto no desempenho de seus produtos. Segundo pesquisas recentes da Forbes, Forrester e Invision Design Better, há ao menos 5 pontos cruciais em que UX é capaz de trazer um grande impacto, gerando o tão esperado ROI (Return Of Investment) — que pode chegar a $100 pra cada dólar investido. Listo abaixo:
Menor custo de aquisição de clientes
Se um produto tem uma boa usabilidade, um apelo visual forte e oferece recursos que realmente facilitam a vida das pessoas, é evidente que clientes já convertidos gerarão novos clientes. Dessa forma, paga-se menos por um novo cliente, já que cada um é um potencial gerador de outros novos.
Menor custo de suporte
Em um produto melhor construído, feito em total alinhamento com equipes de desenvolvimento desde sua concepção, é possível prever, identificar e resolver muitos problemas que eram percebidos só depois. Logo, as empresas não precisam mais investir tanto em suporte, reduzindo a quantidade de horas e pessoas para resolver problemas oriundos de um sistema mal-elaborado.
Maior retenção de clientes
Com uma experiência marcante, os clientes adquiridos não terão motivos para deixar de usar. Além disso, a continuidade do projeto trará naturalmente atualizações e novos recursos, dando ao cliente ainda mais motivos para ficar.
Aumento de Market Share
Como resultado, a empresa expande sua penetração em seu setor, ganhando mais notoriedade e relevância perante seus concorrentes já que a relação com consumidores se tornou muito mais satisfatória.
Melhor relação com a cultura da marca
O que muitas empresas buscam, com seus produtos, é disseminar sua cultura. Com produtos melhores, muitas chegam até a se reinventar, melhorando sua proposta de valor como um todo por terem criado uma relação mais amigável com seu público.
Fatores como esses citados acima devem ser o grande objetivo final de um UX/UI Designer, pois são o motivo pelo qual empresas acreditam e investem. Na prática, você, como UX/UI Designer, precisa ter esse ponto em mente em seu discurso. Quando uma empresa séria está em busca de um profissional de UX/UI Design, além de uma boa forma e função, ela espera ansiosamente por resultados.
O mindset de agente transformador
Sabemos que a mentalidade de UX também não se prende apenas a produtos digitais. Isso faz com que você passe a reparar muito mais em como o mundo funciona, a relação direta que você tem com seus produtos preferidos, e principalmente, sua leitura sobre determinado produto ou serviço do ponto de vista de UX. Tenho certeza de que você já teve uma experiência ruim em algum estabelecimento, e pensou: “Pôxa, isso aqui poderia ter sido feito de outra forma, não foi pensado no usuário”. É nesse ponto que queremos chegar: Um UX/UI Designer precisa se ver como um agente de transformação.
Você já ouviu a frase “seja a transformação que você quer ver no mundo”, certo? Ela se extende à sua vida além do trabalho formal. Já dissemos por diversas vezes em outros artigos que se você não gosta de pessoas, deve repensar sua carreira. A região que você mora, as pessoas com quem convive, os lugares que frequenta e consequentemente os produtos que usa também estão sedentos pelo seu mindset, da mesma forma que a empresa à qual você trabalha — É claro que em proporções menores, e talvez com nomes diferentes. Se você fez parte de uma equipe que conseguiu criar um produto interessante e que trouxe resultados reais a uma grande empresa, certamente você poderia fazer o mesmo por negócios mais simples e menores, criando um formato de negociação que seja viável a eles.
Se formos pensar no Brasil a nível nacional, quantas empresas precisam do seu serviço? Ou seriam quantas mil? Um dado relevante, que talvez você não saiba: mais de 90% das empresas brasileiras encerram suas atividades em menos de 5 anos. Se cada UX/UI Designer do Brasil intervisse, esses números sofreriam um decréscimo significativo, pois essas empresas criariam produtos melhores.
O que isso agrega em sua carreira?
Se você é um novo UX/UI Designer
Como recrutadores, um ponto que sempre somos questionados é que profissionais sem experiência não tem oportunidades de mostrar sua capacidade. Pois estamos aqui para lhe dizer que essas oportunidades também precisam partir de você. Ficar esperando por tempo indeterminado a vaga dos sonhos não vai te levar adiante em sua carreira, mas cases reais aceleram muito esse processo, por mais simples que sejam. Muitos UX/UI Designers treinam suas habilidades recém-adquiridas redesenhando aplicativos, sites e outros produtos digitais, o que é um excelente exercício. Mas na prática, o aprendizado adquirido sempre é inferior ao de um projeto real, por que mesmo que seja mais simples, está sendo feito pra alguém que vai efetivamente usá-lo. Pense: É melhor redesenhar o produto de uma micro-empresa decadente e ajudá-la a se reerguer, ou redesenhar o app de um grande banco que já tem uma equipe dedicada a isso?
Se você é um UX/UI Designer experiente
Nesse caso, seria um gesto maravilhoso de sua parte dedicar horas de seu tempo e experiência a projetos menores, até mesmo abonados, para empresas que aceitariam ouvir sua análise, visão estratégica e sugestões de melhorias. Se você optar por fazer tais projetos sem custo, é importante que selecione muito bem a empresa e que o projeto seja feito nos seus termos — nem todo mundo quer realmente ser ajudado. Atente a empresas que criam desculpas ou empecilhos para não pagar por seus serviços, pois serão seus piores clientes.
Para ambos os cenários, além do ganho (de experiência e/ou financeiro) na execução do projeto em si, construir um portfolio com cases como esses fariam os olhos das empresas e recrutadores brilharem. Adoraríamos avaliar trabalhos em que não houve uma demanda formal de uma empresa, mas a iniciativa de um UX/UI Designer, independente de sua maturidade, na criação e desenvolvimento de um projeto real de grande impacto. Como tudo partiria de você, seria possível contar uma história muito completa e detalhada de como tudo começou, avançou e terminou.
Conclusão
Para todos os projetos que fizer ou for parte, tenha em mente o quanto seu trabalho irá impactar o resultado da empresa. Além do prazer em trabalhar e ver seu produto nascer e se manter vivo, vê-lo dar frutos é o grande objetivo final.
Lide com restrições de divulgação em seu portfolio de UX/UI Designer
NDA?
É muito comum UX/UI Designers tomarem propriedade dos projetos em que atuaram, ainda que ingenuamente. Em sua essência, não está errado: De fato há o esforço intelectual, criativo e físico empenhado ao projeto, que tem seu mérito de reconhecimento a todos os participantes. Mas quando se trata do ambiente empresarial, é preciso ter a noção de que esse universo é muito maior do que nós, peças em toda a sincronia das engrenagens. Estamos condicionados a perceber apenas o nosso pequeno mundo, dentro do Design Team; Mas as empresas são compostas por diferentes departamentos e pessoas que tem seus próprios objetivos, projetos e entregáveis, assim como você. Um desses departamentos é o Jurídico, que tem por objetivo zelar pela marca e pela integridade da empresa perante o mercado, protegendo-a de toda e qualquer ameaça que possa prejudicá-la.
O que é
Nesse pensamento, o NDA é um acordo entre uma empresa e um profissional que atua sob sua supervisão de que nenhuma informação interna relativa a seus produtos e serviços (como metodologias, inovação, tecnologia, design, pesquisas, estratégias, clientes e mais) possa ser divulgada pela parte contratada (ou seja, você). Perceba que, ao citar as aplicações acima, estamos falando de praticamente todos os setores da empresa. O NDA pode ser um documento único e específico, ou uma cláusula presente em seu contrato de Prestação de Serviços independente do formato de contratação (CLT, Contractor, etc.)
A raiz: O que você fez não é seu, nem pra você
Como citamos no artigo Porque você precisa fazer a Lição de Casa, todo o seu trabalho não é para você. Foi feito para o projeto ao qual você atuou, para a empresa que acreditou em você, com pessoas que chegaram a resultados ao seu lado, e finalmente, ao usuário que vai apreciar aquele produto. Logo, entende-se que a empresa, ao te contratar, está comprando suas habilidades para o desenvolvimento de produtos que a ela pertencem. Nesse momento entra o trabalho do Setor Jurídico: Encontrar e intervir, quando necessário, em toda e qualquer ação que envolva o vazamento de seus dados sem autorização. Já deu pra perceber que estamos falando de pontos de extrema seriedade, que podem trazer consequências catastróficas para ambas as partes. Realmente não é brincadeira.
Consequências da quebra do NDA
Conforme citamos no artigo Melhore sua Presença Digital, os projetos em que você atuou contém informações que podem representar problemas enormes para a empresa que o detém. O grande erro está em você tornar públicas as informações sigilosas da empresa em questão — Ao publicar em seu portfolio, você estará fazendo exatamente isso. Listo abaixo consequências para as partes:
Para empresas — Vantagens a concorrentes
As informações usadas em projetos são baseadas nos recursos das empresas, sejam eles o resultado de pesquisas, informações de clientes ou ideias de inovação para novas features. Considerando que as maiores empresas tem concorrentes tão bons e grandes quanto elas, uma informação dessas pode abrir um segredo corporativo, fazendo com que a concorrência se baseie (ou até reproduza) esses dados para sua própria vantagem na criação ou melhoria de seus produtos. Nesse caso, todo o investimento feito pela empresa lesada entra em risco, caindo por terra a possibilidade de estar à frente ou diferenciar-se da concorrência.
Para você — Seu emprego, dinheiro, sua reputação
Lembrando que falamos que você é parte de uma enorme engrenagem, a atitude da empresa frente ao seu erro será implacável. Não se trata de nada pessoal: Ela tomaria essa ação com qualquer pessoa que infringisse os termos do NDA. A consequência direta pode variar conforme o tamanho ou a cultura da empresa: Algumas demitem sumariamente, outras impõem uma multa em dinheiro, outras acionam conexões que podem condenar sua reputação e empregabilidade por um longo período. Por isso, é de suma importância que você atente ao contrato e sua cláusulas antes de assiná-lo, analisando e compreendendo friamente suas exigências. Nós sabemos que, no momento da contratação, a euforia e o desejo de começar são tão sobrepujantes que podemos desvalorizar esse ponto, agindo por emoção.
Como resolver esse impasse
Para exemplificar os pontos citados: Certa vez, uma empresa montou time de 6 profissionais para dedicação total a um projeto para uma corporação do setor financeiro. Dado o seu início, os UX/UI Designers aprofundaram-se nas pesquisas, protótipos, testes e design visual: o caminho padrão de um projeto de sucesso. Em pouco tempo o produto já tomava corpo, tendo suas primeiras telas desenhadas. Acontece que um dos integrantes do time, ainda que ingenuamente, colocou telas que criara em seu portfolio. Em menos de 24 horas, o setor jurídico da corporação (que tem equipes que fiscalizam 24h por dia quaisquer irregularidades relativas à marca) contactou a empresa questionando a procedência das tais telas, exigindo explicações e uma atitude imediata àquela situação. A empresa contratada mal sabia do ocorrido. Resultado: O profissional teve que ser imediatamente desligado do projeto, e a empresa por muito pouco não perdeu seu contrato com a corporação. Como evitar tal fato?
A. Peça permissão
Você conhece a frase: “O não você já tem, não custa perguntar”. Idealmente, você deve estar à par de seus direitos e deveres jurídicos em um contrato que assina. Com isso, tente abrir um diálogo com sua liderança, explicando sua motivação para a divulgação do trabalho para que estabeleçam juntos uma forma que não prejudique nenhuma das partes. Transparência sempre é bem recebida e respeitada — porém, se a resposta for negativa, não insista.
B. Reescreva informações confidenciais
Ao criar o seu case você pode alterar os dados do projeto, usando nomes genéricos e números fictícios (desde que esse fato seja explicado, para que seu projeto não pareça falso). Outra forma seria conduzir a redação do case para o que especificamente você fez, sem mencionar os dados gerais de todos os outros envolvidos. Além disso, você pode também alterar cores, o logotipo da empresa e as imagens, fazendo uso de recursos mais genéricos. Por fim, você pode simplesmente cobrir as informações sensíveis, mostrando apenas o essencial para o entendimento do projeto.
C. Proteja seus cases com senha
Em muitos casos, vemos UX/UI Designers protegerem seu portfolio inteiro ou certos cases com senha. Essa é uma manobra extremamente coerente, que inclusive, gera mais interesse do avaliador — Ela mostra que você leva a sério essa questão, evidenciando sua postura madura e profissional. Perfeitamente compreensível. Nesses casos, você pode mostrar telas durante um call, ou numa entrevista ao vivo não-filmada. Mesmo assim, é recomendado que você igualmente edite ou proteja os dados do projeto.
D. Crie seus próprios projetos
Um ponto que é sempre importante frisar: Nós recrutadores não estamos atrás de telas bonitas, mas do seu racional, processos e metodologias para atingir resultados. Logo, é perfeitamente aceitável que você, por iniciativa própria, crie seus próprios projetos, afinal na essência você é um resolutor de problemas. Mas não trabalhe de graça: Em vez de aceitar trabalhar em um projeto abonado, crie sua própria demanda. Tenho certeza de que você já identificou dezenas de problemas fora do seu ambiente de trabalho, certo? Escolha um deles, vá a fundo e crie um produto que seja a resposta a ele. Adoraremos ver esse case, pode ter certeza.
Conclusão
Se sua liderança lhe impõe NDA, antes de mais nada, analise friamente (use a razão, deixando nesse momento a emoção de lado) as condições do contrato. Há acordos que são até injustos com os colaboradores. Se optar por assinar, submeta-se e não volte atrás, trabalhando sob os termos colocados. Sua ética profissional é testada nesses momentos, e anos de construção de carreira e reputação podem ser colocados em risco se as decisões corretas não forem tomadas.
Boa sorte!
Evite turnovers em sua carreira de UX/UI Designer
A síndrome do impostor
Em nossa experiência como recrutadores focados em UX/UI Designers, como já falamos em artigos anteriores, encontramos candidatos que apresentam posturas bem distintas. Por algumas vezes o profissional se vende bem, mas na realidade não é metade do que alega; Por outras, o profissional não consegue se vender muito bem, mas quando lhe é dada uma oportunidade, ele mostra do que é capaz. Infelizmente, o ponto de equilíbrio entre esses dois cenários é muito difícil de se encontrar.
Nos atendo ao primeiro caso: o termo “síndrome do impostor” é mais conhecido fora do Brasil, e é um fantasma que assombra as empresas em geral. Todas tem receio de contratar e perceber que o profissional não é o esperado: Ou não tem as skills necessárias, ou não tem a experiência alegada, ou não consegue se adequar ao time / cultura da empresa. Já houveram casos de o profissional demorar certo tempo para ser “desmascarado” pela empresa, quando esta percebe que ele esteve se ancorando no resultado de seus colegas até que sua incompetência tomasse proporções visíveis. Quando esse ponto chega, tenha a certeza de que esse profissional dificilmente terá outra oportunidade.
Se você perceber que está no lugar errado, não arraste esse problema: Rapidamente comunique sua liderança sobre essa disparidade. Quanto antes esse ponto for esclarecido, menos prejuízo gerará para todos os envolvidos. Se você for sincero, sua atitude será louvada e a empresa provavelmente avaliará a possibilidade para te alocar em outra função ou projeto. Mas se você der espaço e corpo a esse problema, no final do dia, o culpado será você e todos sairão perdendo. Há uma máxima que empresas e líderes do mundo todo seguem:
“Contrate o caráter, treine as habilidades.”
Consequências de uma contratação errada
O prejuízo gerado por uma contratação errada sempre é maior do que imaginamos. Além das consequências óbvias, que são a perda de dinheiro e tempo, existe a perda humana, que é o principal problema. Listo abaixo 4 pontos principais, que são decorrentes desse cenário.
Você perde
Mesmo que nosso mercado esteja em crescimento acelerado, ele ainda é demasiadamente pequeno comparado a outros. Independentemente de seu status, todos estamos construindo uma reputação no mercado: Como citado em nosso artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, o principal indicador de nível de maturidade é a forma como outros profissionais o vêem. Logo, atente para o fato de que um problema grave de comportamento pode manchar essa reputação que você está construindo. Em adição, a comunidade de UX/UI Designers é muito unida, já que é composta por pessoas que se ajudam e automaticamente se conhecem. Não queira fazer a conta da velocidade de uma notícia ruim. Mesmo com toda a tecnologia aplicada de hoje, a indicação ainda é um pilar na hora de contratar.
O time perde
Uma vez que você se ausenta (seja por desistência ou por demissão), estando inserido a um projeto e interagindo diariamente com pessoas, é evidente que há impacto para os outros integrantes de sua equipe com sua saída. Até que a empresa encontre, avalie e contrate um substituto, as pessoas terão que trabalhar mais para cobrir a sua falta, o que vai prejudicar frontalmente sua produtividade e sinergia. Além disso, quando a nova pessoa chegar, ainda haverão de atualizá-la de todo o projeto e ter a paciência para dar o tempo necessário a ela se adaptar.
O projeto perde
Em decorrência do impacto na equipe, é uma reação em cadeia: Sprints podem ser adiadas, pesquisas serem atrasadas, protótipos serem entregues com erros, e claro, deadlines serem perdidos. Como resultado, a reputação de todo o time perante os stakeholders pode perder força, o que vem a um custo muito alto para reconstruir.
A empresa perde
Por fim, quem paga a conta no final do mês é diretamente afetado. Esse é um ponto que poucos UX/UI Designers levam em consideração: Quanto você custa para empresa? Quanto ela investiu para te encontrar, contratar, e logo (ter que) te desligar? Pensar apenas no seu salário é como ver a ponta do iceberg: Lembre-se que se não fosse a coragem, ousadia, determinação, foco, resiliência e muito suor dos fundadores e da liderança da empresa, não haveria projeto e você não teria sequer tido essa oportunidade.
Gestão de expectativas
Conforme citamos em Boas oportunidades: Como não perdê-las, existem pontos fundamentais para que não falte e nem sobre informação em cada momento do processo seletivo. Nesse artigo, listamos os erros mais comuns que acontecem antes, durante e depois de aplicar a uma vaga. Lembre-se sempre que o tempo a ser investido em você é extremamente curto, por isso ser prático e objetivo faz toda a diferença, e diga-se de passagem, esses fatores fazem parte da sua avaliação como um todo — Não pense que um portfolio atualizado e um currículo bonito são suficientes: O desafio aqui pontuado é surpreender em cada etapa, e gradativamente, construir a imagem real e ideal de você. Aos pontos:
Apresente-se bem, sem exageros
A forma como você aborda o recrutador já diz muito sobre você. Uns preferem não escrever nada, nem seu próprio nome; Outros, contam uma “breve” história de sua carreira. A medida certa nesse momento é simplesmente apresentar-se objetivamente, dizer como chegou à vaga e listar seus principais links (Portfolio e LinkedIn). Não custa dizer que é extremamente importante que esses links funcionem.
Para surpreender: seja rápido, objetivo e único, com um discurso claro.
Envie um material alinhado a seu momento atual
Como citamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, de nada adianta mostrar sua vasta experiência anterior se ela não for de UX/UI. Se você deseja ser avaliado como um UX Sênior, seus cases devem ter a qualidade, a consistência e a profundidade esperados desse nível de profissional. Logo, tenha certeza de seu nível de maturidade, alinhe seus projetos a esse nível e somente aplique a vagas que pedirem exatamente esse perfil.
Para surpreender: Só envie um portfolio que você tenha orgulho e que saiba explicar cada vírgula de cada projeto.
Demonstre propriedade, segurança e experiência na entrevista
Estranhamente, muito poucos candidatos perguntam detalhes sobre a vaga antes de aplicar. Logo, quando vão à entrevista (o momento de ouro em que a empresa já está interessada), sabem tão pouco sobre a vaga que ficam perdidos nas respostas, ou ainda pior: percebem que estão no lugar errado, e que tomaram o tempo de outras pessoas em vão. Esteja mentalmente pronto, com certeza de sua experiência e propriedade sobre seus projetos para responder qualquer pergunta, e genuinamente interessado na vaga.
Para surpreender: Seja o primeiro a chegar, responda às perguntas com convicção e só fale quando lhe for dada a palavra.
Conclusão
Para evitar turnovers, deve-se pensar nele desde a aplicação à vaga. Seja claro sobre você mesmo, de forma a ajudar os avaliadores a terem a impressão correta sobre você. Perceber que está no lugar errado já estando no lugar errado é extremamente prejudicial não apenas a você, mas principalmente aos envolvidos em todo o processo.
Boa sorte!
Aumente seu valor pessoal, além da técnica
Hard Skills VS. Soft Skills
Por definição, Hard Skills são as habilidades que desenvolvemos no quesito técnico, que nos capacitam a produzir. Dominar ferramentas, saber criar wireframes, jornadas de usuário, telas e protótipos são alguns deles. Logo, entende-se que mesmo um profissional em início de carreira deve ter essas habilidades.
Já as Soft Skills são habilidades relativas ao caráter e personalidade. São os aspectos pessoais que definem a forma como você se relaciona com outras pessoas, e como eles determinam seu comportamento profissional em um conjunto de pessoas que tem o mesmo objetivo em uma empresa. Como citamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, a maioria dos UX/UI Designers define sua maturidade pela forma como outros profissionais os vêem — então o comportamento é o principal indicador nessa definição. São essas competências que determinam sua maturidade, acima das Hard Skills.
Soft Skills mais desejadas
Como falamos no artigo Sou um bom UX/UI Designer, mas as entrevistas são injustas comigo, gostar de gente é uma das premissas de um bom UX/UI Designer. Não estamos mais na época em que designers não tinham voz, e se acuavam atrás de imensos monitores. Um designer, em sua essência, é um profissional de comunicação. A importância disso tem tomado proporções cada vez maiores nas empresas, por isso, se você não tem essa habilidade, desenvolva-a urgentemente — e se perceber que não é possível mesmo, reavalie seus motivos para ser um UX/UI Designer.
From GiphyEm vias práticas, preste atenção na forma como você se relaciona em seu ambiente de trabalho — ou mais do que isso, atente para a forma como as pessoas se relacionam com você. Como sabemos: “Não preste atenção no que o usuário diz, mas no que ele faz.” Você não vai obter as respostas que procura perguntando diretamente às pessoas o que acham de trabalhar com você.
Listo abaixo as Soft Skills mais relevantes:
Colaboratividade / Comunicação com a equipe
Grandes projetos não são feitos por uma pessoa só. Essa habilidade trata de como você vai se posicionar mediante outras pessoas no projeto em questão. Essencialmente, no universo de UX há diferentes times envolvidos além do design, como Desenvolvimento, Product Owners e Stakeholders. Cada um deles tem seus próprios objetivos, que devem ser ouvidos e alinhados às suas tarefas para que o coletivo obtenha sucesso. Logo, é essencial que você consiga criar e cultivar uma via de comunicação com essas pessoas, a fim de manter um bom relacionamento com elas durante todo o projeto.
Empatia
Trata-se da habilidade de entender os sentimentos de outras pessoas, e não apenas isso, mas de torná-los relevantes em seu processo de trabalho. Apenas ouvir não basta, é necessário haver conversão prática em sua metodologia pessoal. Como cada integrante do projeto tem sua própria organização e metas, é primordial que você os entenda e os ajude a atingi-los. Não podemos ser só reativos, mas sim ativos, trazendo elementos que agreguem valor a todos.
Inteligência emocional
Esse ponto talvez seja um os mais desafiadores, quando suas questões particulares não interferem em seu trabalho. A forma como você lida com subordinação à liderança, críticas diretas / indiretas e decisões inesperadas no meio do projeto, ou até mesmo costumes que traz ao ambiente de trabalho, faz muita diferença na forma que as pessoas conseguem se relacionar com você. Manter-se focado, determinado e ainda produtivo em meio às adversidades é um desafio diário que todos enfrentamos, e quanto menos deixarmos nossos vícios pessoais interferirem, melhor.
Apresentação / Habilidades de falar em público
É fato que algumas pessoas são naturalmente mais extrovertidas, e para esses, falar em público não é problema. Se você não é uma dessas pessoas, saiba que essa habilidade pode (e deve) ser desenvolvida. É indispensável que você consiga, sem dificuldades, expôr processos, defender conceitos e decisões de design consistentemente. Uma vez que o UX/UI Designer tem estado cada vez mais envolvido nos negócios, dirigir-se aos Stakeholders com propriedade é primordial para manter seu lugar à mesa.
Liderança
É a habilidade de tomar a frente em determinada tarefa, conduzindo pessoas menos experientes na direção certa para que atinjam o máximo em produtividade e qualidade. Dessa forma, os resultados de toda a equipe tornam-se mais evidentes, rápidos e eficazes. Há aquela máxima em que o líder ideal é aquele que puxa o carro junto com os liderados, e vez de lhes dar chicotadas para que o puxem. Logo, liderar não é simplesmente dar ordens e cobrar que sejam cumpridas, mas abrir o caminho para que pessoas possam se desenvolver e alcançar excelência em seus entregáveis, garantindo a longevidade e qualidade da equipe.
Operações de negócios
Sabemos que UX/UI Designers já têm uma cadeira na mesa dos Stakeholders. Esse foi um grande passo de nosso setor, indubitavelmente — Cada vez mais as empresas estão percebendo o impacto direto que um Design Team pode trazer, seja no aumento de vendas, na retenção de clientes ou na redução de custos e desperdícios. Todos esses pontos estão diretamente ligados aos resultados da empresa como um todo. Por isso, UX/UI Designers precisam cada vez mais levar em conta o negócio, sabendo como documentar e analisar os resultados de seu trabalho.
Habilidades além do Design
Uma história real: Certo jovem, recém ingressado como UX/UI Designer em uma gigante do varejo nacional, se viu diante da oportunidade que serviria de trampolim para a sua carreira. Uma empresa nova e inspiradora, pessoas bacanas, boas metodologias e audaciosos desafios pela frente. Logo, ele fez o máximo que pôde para se integrar, ser participativo, ouvir, e por fim, se sentir parte do time. Meses se passaram, e ele tinha conseguido esse feito. Acontece que ninguém sabia que ele, antes de se tornar um UX/UI Designer, tinha sido professor de Yoga.
Certo dia, ele teve a brilhante ideia de sugerir a seus colegas de trabalho uma sessão de Yoga, totalmente grátis, no parque próximo à empresa. Era uma competência que ele tinha e podia oferecer, e que a seu ver, poderia ser muito agregadora para sua equipe de trabalho. Então promoveu a primeira aula. Depois a segunda.
Terceira. E assim, foram muitas aulas onde “o pessoal da firma” vinha pra investir em sua saúde, e mais do que isso, a se integrarem mais como time. Nem preciso dizer que a liderança da empresa simplesmente adorou esse gesto: Um colaborador, que por iniciativa própria e sem custo, criou uma forma de integrar a equipe, e ainda ajudar em sua saúde.
Esse é um exemplo perfeito de como as habilidades além do design podem fazer muita diferença em uma empresa e em um time. Todos nós, devido a experiências anteriores, certamente temos algo a agregar a outras pessoas com nossa vivência pessoal: Uns vieram do interior para a cidade grande, outros já estiveram fora de sua terra natal, outros já tiveram outras profissões, outros tem algum hobby bacana. Em todos esses casos, há histórias, aprendizados e descobertas que, se compartilhadas, podem favorecer as pessoas à nossa volta.
Conclusão
Evidencie essas competências em seu site / currículo.
Separe pontos importantes que aconteceram em sua carreira, que sejam dignos de mencionar. Em seu site ou currículo, faça questão de contar essas pequenas histórias sobre esses fatos, esclarecendo o cenário, o problema e a solução. São esses momentos que constróem sua experiência, mostrando os acertos (que serão seguidos) e erros (que serão evitados) em seus próximos desafios. Empresas não querem pessoas que trazem vícios, mas sim pessoas que já estiveram em situações adversas e souberam como vencê-las, para que apontem as futuras decisões na direção menos arriscada.
Fatores que mais reprovam em entrevistas de trabalho
Posicionamento inadequado
Em anos de experiência no mercado, percebemos que de grandes empresas estabelecidas a StartUps, quando um candidato é selecionado à entrevista, a sua linguagem verbal e não-verbal são determinantes em sua contratação em 90% dos casos. A impressão transmitida ao recrutador responsável pela vaga faz simplesmente toda a diferença. Para isso, considere 2 indicadores principais:
O que fala — As palavras escolhidas, o sentido das frases, uso de gírias, e principalmente, se a pergunta feita está sendo diretamente respondida. Sabemos por elas se há propriedade no assunto, experiência, conhecimento de ferramentas e habilidade de explicar. Só jogar com as palavras não convence.
Como fala — O tom de voz, o jeito como se porta e suas expressões faciais nos dizem muito sobre você. Identificamos rapidamente aspectos como orgulho, desrespeito, desmotivação e desinteresse, que são fatores altamente desclassificatórios em todo processo seletivo.
Passar a ideia errada sobre você mesmo
À partir do momento que você foi selecionado para uma entrevista, não é mais o portfólio ou falta de experiência que contam — tudo isso já foi visto e analisado pelos recrutadores envolvidos — mas sim o que transparece ser na entrevista. Recrutadores buscam perfis com potenciais a serem desenvolvidos, alguma humildade para aprender, comprometimento, profissionalismo, inteligência interpessoal, senso de equipe, capacidade de auto-gestão, adaptabilidade, interesse pelo trabalho, proatividade e, sim, o candidato tem que ser “gente boa”. Minimamente, deve ser agradável estar ao seu lado.
Uma tecla que sempre batemos: Um UX/UI Designer precisa gostar de gente. É um erro grosseiro achar que esse tipo de profissional deve ficar enfurnado numa sala sozinho, em produção absoluta por todas as suas horas de trabalho. Se você não tem essa habilidade, desenvolva-a urgentemente — e se perceber que não é possível mesmo, está na hora de repensar sua carreira.
Nem todo mundo precisa ter um perfil de liderança, ser a pessoa que coloca o time pra cima ou que conecta. Porém, suas Soft Skills devem agregar ao time. Todos os integrantes devem ter características complementares, deve sempre haver soma.
O segredo de ingressar com sucesso a um grupo de pessoas é rapidamente identificar algo que não tenham, e trazer (ou ser) esse algo.
Sempre há espaço para algo agregador. No que você é bom de verdade? Do que o time precisa, que você pode preencher? Encontre o seu espaço e faça-se uma peça indispensável.
Isso faz todo o sentido se você pensar que o trabalho representa no mínimo 1/3 da sua vida em tempo (talvez numa ideia quase inocente) e pode representar até mais, se pensarmos em nível de satisfação de vida. Então, agora imagine com que tipo de perfil você gostaria de trabalhar? Que tipo de pessoa você gostaria de dividir essa parte tão importante? Então… você é essa pessoa? Ninguém quer o gênio intocável que não soma ao grupo. Isto é over. Trabalho é troca constante e em equipe. Já está mais que claro que 10 pessoas trabalhando em um propósito, com sinergia, são muito melhores.
Tenha maturidade para entender que haverão dores em qualquer empresa. Mas, de todas as dores, qual te dói menos? Você está alinhado com a vaga/empresa que aplicou? E acredite, o recrutador vai querer saber o nível de insatisfação que essas dores te causam e como as superaria no dia-a-dia. Ficar reclamando não é estratégia.
Não demonstrar propriedade
Durante a entrevista, obviamente o recrutador fará perguntas sobre os cases apresentados no portfolio. A expectativa é que você tenha propriedade sobre eles, mesmo que os projetos não sejam só seus. Não saber contar a história do projeto e não saber responder a questionamentos é fatal, pois ficará claro que você fez muito pouco ou sequer teve interesse no projeto. Por isso, no portfolio, é importante deixar muito claro qual foi o seu papel, por menor que seja — Dessa forma o recrutador fará perguntas com base nessa informação e você terá as respostas prontamente. Não deixar isso claro irá criar espaço para que ele entenda que o projeto é só seu, e ao questionar pontos específicos, você não terá as respostas. Confira nosso artigo Como documentar seu projeto com qualidade e para não errar nesse ponto.
Por fim, tenha maturidade também para não jogar sua frustração no recrutador. Entenda que a única pessoa responsável pelas suas expectativas é você mesmo. Entrar em um processo de seleção pode mesmo gerar ansiedade, nós somos humanos e entendemos isso. Mas ela só pertence a você, e a maneira como lida com isso também diz muito. Para nós a entrevista nunca acaba, você está constantemente sendo avaliado.
Seja avaliado justamente, enviando os sinais corretos
A barreira comportamental
Infelizmente, há uma barreira muito grande para atingir o objetivo de ser contratado. Em nossa experiência como recrutadores e avaliadores, pode ter certeza que já vimos muita coisa: profissionais bons se venderem mal, profissionais ruins se venderem bem (entre outros). Trazendo para o nosso universo de Product Design, há aspectos que não são tolerados em processos seletivos, a maioria derivado do fator comportamental. Aceite ou não, esse é o fator mais determinante. Imagine: que tipo de você pessoa gostaria de trabalhar lado a lado? Quais características comportamentais ela poderia ter? Agora, você gostaria de trabalhar com você mesmo?
Impacto direto
Estamos condicionados a encontrar discrepâncias na apresentação profissional, o que dificulta muito o processo seletivo. Fazendo uso dos dois extremos, vemos profissionais recém-formados apresentando cases maravilhosos e profissionais muito experientes apresentando cases rasos demais. Em todos os casos, o portfolio e o currículo são o ponto de partida, mas é a diferença comportamental que define quem capricha nessa apresentação e, logo, quem está realmente interessado na vaga. Lembre-se de que o recrutador tem o benefício da dúvida — ele tem o direito de questionar tudo o que você diz, e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. A verdade: a entrevista começa ao primeiro contato.
Há uma máxima para essa questão: “O trabalho do desempregado é procurar emprego.” Não fazer isso direito gerará resultados negativos. Erros como aplicar a uma vaga cujo perfil desejado não é o seu, não se mostrar disponível a algo que deveria ser de seu maior interesse, não comparecer a uma entrevista e não ter portfolio alinhado com seu nível atual são sinais de que é necessário repensar a forma de buscar uma oportunidade.
Níveis de maturidade = comportamento
Sabemos que é um desafio para todos conseguir se auto-avaliar para definir seu nível de maturidade. Em nossas validações, concluímos que a maioria dos profissionais define sua maturidade pela forma como outros profissionais o vêem. Logo, de novo, o comportamento é o principal indicador nessa definição. Estamos falando de Soft Skills: colaboratividade, empatia, inteligência emocional, habilidades de oratória, liderança, auto gestão, entre outras. Essas são as competências que determinam sua maturidade, acima das competências práticas.
Profissionais consolidados do nosso setor, como Rodrigo Lemes e Daniel Furtado, concluem que o básico é saber executar tarefas, ou seja, as Hard Skills. Logo, se você é um UX/UI Designer, a “estaca zero” é entender das ferramentas e metodologias pra conseguir ter um entregável — entende-se que um profissional júnior já deve ter esse conhecimento. Há muitas definições para os 3 níveis de maturidade, mas para sermos objetivos, veja abaixo o que cada nível representa no dia-a-dia de trabalho:
JÚNIOR: Sabe por a mão-na-massa, porém, por sua inexperiência, precisa de ajuda para completar tarefas.
PLENO: É capaz de executar eficientemente todos os papéis e tarefas, mas precisa de liderança e orientação para se manter no caminho.
SÊNIOR: Resolve problemas complexos sem ajuda e consegue guiar outras pessoas menos experientes.
Com ajuda dessas definições, conclua seu momento e direcione a proposta pessoal para esse objetivo. Errar nessa definição pode trazer consequências não apenas para você, mas também para as pessoas que trabalharão com você.
Na prática: 3 passos para aplicar a uma vaga Para aumentar suas chances de ser considerado como forte candidato a vagas, listamos esses 3 pontos primordiais:
1. Defina sua área de interesse, sendo o mais específico possível
Com base em sua experiência, resuma de forma direta no que quer atuar. Jamais use jargões como “pretendo agregar à empresa com meus conhecimentos”, ou ser raso demais dizendo “busco atuar na área de UX/UI”. Alegações como essas não dizem nada. Em troca, descreva brevemente o caminho percorrido para chegar nessa especialidade, destaque suas experiências e de que forma você pode trazer benefícios à empresa.
Se você está em transição de carreira, seja o (a) melhor no que você quer ser. Mesmo que tenha pouca experiência em design e muita experiência de vida, seja capaz de criar um vínculo sólido entre essa experiência e a necessidade da vaga, de forma a evidenciar que sua presença pode agregar significativamente ao projeto e à equipe.
2. Prepare sua apresentação pessoal e alinhe-a à vaga
Repetidas vezes recebemos currículos e portfolios que nada tem a ver com a vaga em questão. Candidatos aplicam a diversas vagas ao mesmo tempo, sem sequer ter o trabalho de ler os descritivos. Não aplique a vagas que não tenham o seu perfil, e isso inclui outras vertentes do Design como Gráfico, Motion e Direção de Arte — são bagagens, práticas, metodologias e mentalidades diferentes. Ao revisitar seu portfolio e currículo, oriente a informação e os cases para que caiam como uma luva na necessidade proposta na vaga.
3. Conheça a empresa em questão e entenda sua cultura
A maturidade em design das empresas está aumentando gradativamente, o que é um excelente indicador, mostrando a relevância do nosso setor e seu impacto nos negócios. Mesmo assim, a cultura das empresas é muito diferente, em face ao seu momento de maturidade em design. Tenha a certeza de que a empresa que busca atende suas expectativas como profissional, evitando frustrações e a perda de tempo e dinheiro de ambas as partes.
Erros a serem evitados
Para eliminar os erros desclassificatórios, considere essas 4 questões:
Ser generalista
Chris Do (TheFutur no Youtube) defende o pensamento de que apresentar-se versátil só diminui seu valor. A leitura automática do recrutador é que se você faz muitas coisas, não é excelente em nada. “Quer qualidade? Chame um especialista.” De todas as suas aptidões, escolha a que você é melhor, que tem orgulho e ama fazer. Aprofunde-se nela. Liste suas demais competências — por mais que sejam muitas — e coloque-as em segundo plano, como extras, podendo ou não ser interessantes. Elas podem agregar, mas não definir.
Pedir dinheiro demais
Informe-se sobre as faixas salariais praticadas pelo mercado, que podem ter variações muito grandes devido a indicadores como tamanho da empresa, urgência do projeto, localização física, entre outros. Dessa forma, você não só deixa de errar pra mais, como também de errar pra menos. Lembre-se dos sinais: Pedir mais dinheiro do que você vale é um erro muito grave. Isso não te valorizará.
Ser sub-qualificado no papel e super-qualificado na realidade
Se você já ocupou grandes cargos em corporações, evite a todo custo ter uma presença digital ruim ou inexistente. Rótulos de altos cargos não são motivo de não ter portfolio e de não estar presente — é exatamente o contrário. Quanto mais significativo foi seu trabalho no passado, mais você deve estar munido de recursos que comprovem essa experiência.
Ter um currículo inadequado
Nunca é demais comentar sobre os equívocos que mais enlouquecem os recrutadores. Listo:
Não revisar o conteúdo — Erros grosseiros de gramática e digitação destróem a ideia de impressionar.
Exportar do LinkedIn — Se você realmente acha pertinente fazer isso, reavalie. Um currículo deve passar a ideia de detalhamento, cuidado, atenção, respeito e, em especial, interesse. Auto-gerar um currículo é o oposto disso.
Design inadequado — Por incrível que pareça, currículos de designers tendem a ser muito mal elaborados e diagramados. Invista tempo e capricho.
Seja claro no objetivo — Dê mais relevância à competência que você tem experiência e quer atuar.
Informações desnecessárias — Não cite graduações incompletas, gostos pessoais e demais fatores que não agreguem ao objetivo do currículo. Se atente ao profissional.
Por fim, evite ser avaliado injustamente e perder oportunidades.
Boa sorte! 😉
Monte um processo para criar e melhorar seu portfolio
O efeito corrente
Adivinha o que fizemos? Falamos com usuários. Entrevistamos diversos UX/UI Designers, de expertises e empresas diferentes, em tempos diferentes, e tivemos resultados bem interessantes. De forma resumida, esse é basicamente o efeito corrente, onde uma coisa puxa a outra:
Se você não tem informações suficientes ou o que tem precisa ser refeito, não consegue montar o storytelling. Sem o storytelling, não monta o case. Sem o case, não atualiza o portfolio. Eis o problema: Você precisa fazer isso durante o projeto, e não depois que ele terminar.
Em nossa pesquisa, levantamos 3 pontos principais que criam o bloqueio da construção de um portfolio que fielmente o represente, com base nos geradores do efeito corrente citado acima.
“É difícil montar com qualidade”
Quando chega a segunda-feira que você prometeu a si mesmo que investiria tempo no portfolio, lá vai você em busca das informações do projeto X para montar o case. Junta formulário daqui, layout dali, wireframe de acolá e todos os sketches soltos na pasta. Com tudo isso (ou só isso) em mãos, percebe o tem pela frente: Relembrar, reunir informações, escrever, buscar imagens.
“Não tenho tempo para isso”
Em consequência, e obviamente, você não termina no dia em que começa. Logo, a tendência é simplesmente não terminar, deixando pra depois dia-após-dia. E encontrar tempo para parar novamente, juntar todas as peças e criar o conteúdo fica ainda mais difícil, e o peso na consciência só aumenta.
“Não há necessidade”
Quando chegamos nesse ponto de desistência, percebemos que sempre há quem diga que o portfolio não é necessário, uma vez que já há um assédio constante de empresas e recrutadores em busca de alguém com seu perfil. Vamos concordar em discordar: Uma nova oportunidade não deve ser o único objetivo do portfolio. Ele é o que te coloca entre os melhores de seu setor e inspira as pessoas menos experientes. Pense: O que seria de você como profissional, sem as referências e a influência de outros mais experientes que mostraram suas habilidades?
Em suma, não se permita ser levado pela força do efeito corrente. Você sabia que a maioria das pessoas definem o seu nível de maturidade pela forma como outras pessoas os vêem? Ou seja, seu posicionamento faz toda a diferença para a evolução de sua carreira. Não é a quantidade de projetos, nem o salário, nem a forma como você mesmo se vê. Para as pessoas que já são próximas no dia-a-dia de trabalho, chegar a uma conclusão sobre você é fácil. Mas e ao resto da comunidade? E às empresas?
Há ainda mais um ponto crucial: Não podemos confiar na nossa memória. É impossível lembrar todos os detalhes que aconteceram durante os projetos — mas atenção: são eles que compõem os bullets que precisamos pra enriquecer o portfolio e colocar no currículo ou nas mídias sociais. São os momentos de desafio e solução que geram a informação mais interessante para recrutadores. Para sua tese ter a riqueza e o fundamento sólido da soma de tudo o que aconteceu, tenha a certeza de não deixar passar as oportunidades de registrar.
From Giphy
Como documentar
Para ficar mais prático, vamos separar formatos diferentes de documentação, considerando as duas principais modalidades que usamos: UX Designer (e especialidades) e UI Designer (ou vertentes similares), a seguir:
UX Designer (e especialidades)
Crie o hábito de anotar tudo o que acontece em seu dia-a-dia, como um diário. Importantíssimo é ir pela linha digital: Se você gosta de escrever à mão não há problema, mas saiba que tudo terá que ser digitado, e que no papel não há barra de busca. Com isso em mente, para se preparar pra alimentar esse documento, organize-se primeiro, criando um roteiro do seu processo de documentação. Tendo esse modelo definido, você poderá implementá-lo em todos os seus próximos projetos, simultâneos ou sequenciais.
Nomeie tudo e todos
É primordial ter uma noção geral de todo o universo do projeto. Cliente, problema, pessoas envolvidas, janela de tempo, pré-requisitos / bloqueadores principais, e o que mais considerar pertinente. Com essas informações, você sempre saberá do contexto em que está inserido, o que ligará os pontos na hora de compilar todo o material colhido.
Anote. Anote. Anote. E não esqueça de anotar
Literalmente, produza conteúdo e saia do zero. Nada de folhas em branco. Esse não é o momento de se preocupar com coisas como gramática e organização da informação; Dessas anotações “aleatórias” sairão os principais highlights para você usar posteriormente. Considere nesse ponto os passos, descobertas, ferramentas, produtividade da equipe, liderança, intervenções externas, resultados, impacto nos negócios e etc., além inclusive de suas emoções e impressões. Também é importante definir o tempo em dias ou semanas.
Defina a conclusão
Todos os aprendizados e resultados precisam chegar a um ponto único final. A conclusão pode ser a parte mais importante da documentação, porque você precisa fazê-la assim que o projeto terminar. Deixar pra depois é onde está o perigo. Enquanto tudo ainda está fresco na memória, é o momento perfeito de juntar as anotações, organizar, corrigir erros e finalmente criar o tão esperado documento final. Com ele, você vai conseguir mensurar o que deu certo ou errado, onde poderia ter feito diferente, como seria se tivesse tido mais tempo ou dinheiro e etc., além é claro de ter produzido um dossiê completo — e pronto para ir ao seu portfolio.
UI Designer (ou vertentes similares)
Para estes a tarefa é tão importante quanto, mas o desafio parece maior porque em sua grande maioria são naturalmente inclinados à desorganização. Por isso, se você está nessa maioria, crie imediatamente o hábito de sempre se manter muito bem organizado pois se isso não for feito durante o projeto, será muito mais difícil e trabalhoso depois.
Informe-se sobre o cenário visual
Igualmente aos UX Designers, tenha uma boa noção geral de todo o universo do projeto. Sabendo de todo o contexto, faça a sua própria imersão criativa: Peça/produza tudo relativo à marca para conhecer/estabelecer seus limites criativos, crie boards para busca de referências, prepare todos os componentes visuais que precisar e estude afundo todo o material para não errar no básico.
Produza organizadamente
Um dos pontos mais difíceis na vida de um UI Designer é manter a ordem de seus próprios arquivos. Nomear layers e artboards, tratar e converter imagens a seus devidos tamanhos mantendo as originais, guardar as diferentes versões do mesmo arquivo, organizar pastas com nomes condizentes e exportar componentes corretamente estão entre as principais práticas que evitam problemas posteriores.
Produza o conteúdo de imagem detalhadamente.
Nem precisamos mencionar que apenas mostrar as telas finais não é o ideal. Você precisa ambientar o recrutador desde o início de seu processo criativo, passando por diferentes etapas pra depois mostrar o entregável final, para que tudo faça sentido na mente das pessoas como sendo efetivamente o resultado do processo. Em tempos de milhões de templates e componentes prontos, provar sua capacidade criativa por meio de um processo é essencial. Crie seções sequenciais e alimente-as com imagens visualmente organizadas, acrescentando descritivos diretos. Essa produção deve acontecer, da mesma forma citada aos UX Designers, no momento do término do projeto.
Para ambas modalidades, imagine o quanto o cliente ou dono do projeto ficaria feliz em receber um dossiê completo do projeto dele, e não só isso, mas também em saber que você tem orgulho do trabalho entregue. Nesse cenário, absolutamente todos ganham. Seu produto final fica melhor, o cliente satisfeito, e de quebra, seu portfolio se atualiza sozinho.
Conclusão: Evolua a cada projeto.
Ter os hábitos citados acima lhe dará não apenas uma visão pontual do status do projeto, mas também uma visão global da evolução de sua carreira como um todo. Uma das coisas mais importantes da carreira é podermos olhar para para esses cases um após o outro e realmente percebermos nossa evolução. As memórias se vão com o tempo, mas algo que está bem documentado cultiva as lembranças.
Erros mais subestimados por UX/UI Designers ao aplicarem a novas oportunidades
A colisão de um mau comportamento
Há uma teoria muito utilizada no setor de vendas, cuja ilustração faz todo o sentido para as mais diversas aplicações de comportamento. Trata-se da teoria do iceberg: O básico dessa questão é que se vê apenas a ponta, enquanto a maior parte do iceberg está debaixo d’água; mas mais importante que isso, é que a parte submersa colide com algo muito antes da parte visível. Para quem assistiu Titanic, o marujo que viu a ponta do iceberg pode até ter achado que ainda daria tempo de desviar, mas a colisão já começaria segundos depois. Na prática, isso significa que seu comportamento chega muito antes de você, e já está colidindo com o recrutador sem que você tenha tido a chance de dizer quem é e do que é capaz de fazer na íntegra.
Quando a avaliação começa?
Ao contrário do que muitos pensam, a avaliação não é feita somente na entrevista. É, na verdade, a última fase do processo. A avaliação realmente começa antes mesmo de você contactar uma empresa ou recrutador, manifestando seu interesse na vaga. Como dissemos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, o avaliador tem o direito de questionar tudo o que você diz (benefício da dúvida) e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. Tais sinais podem ter muitas origens diferentes, e gerar impactos diversos nas suas chances pela vaga. Veja abaixo as fases de avaliação, para que atente aos erros básicos e evite a eliminação antes mesmo de concorrer:
1. Esteja pronto para se candidatar
O primeira fase de avaliação é entender se você está pronto para aplicar à vaga. Conforme citamos no artigo Porque você precisa fazer a lição de casa, seu portfolio precisa realmente estar atualizado. Mas vamos a uma definição simples: O que é um portfolio atualizado? Não se trata de uma página repleta de diversos trabalhos de toda a sua carreira, nem de uma página que prove sua versatilidade como designer, menos ainda uma página que mostre experiências extra-curriculares desassociadas ao Design. Seu portfolio nada mais é do que uma seleção simples de seus melhores trabalhos, que representem fielmente o momento atual da sua carreira e o seu perfil profissional dentro do UX/UI Design. Não é para ser complexo, é para ser objetivo. Além disso, desculpas como “não tenho tempo para montar o portfolio”, ou “sou sênior e não preciso de portfolio” não são aceitáveis: O fato de se ter ou não um portfólio já é parte de sua avaliação, e diz muito sobre você. Se está em busca de uma vaga de UX/UI Designer, apresente projetos que provem seu conhecimento e experiência específicos nessa disciplina, eliminando (ou reduzindo drasticamente) os demais projetos.
2. Analise a vaga e veja seu real fit a ela
O segunda fase é sua análise sobre a vaga, e a leitura de que seu perfil está alinhado a ela. Mas ler e compreender o descritivo de uma vaga parece ser um desafio maior do que parece. Ao criar um descritivo, empresas tentam ser o mais específicas possível, esclarecendo os principais pontos de atenção e requisitos para evitar enxurradas de e-mails de profissionais desqualificados para sua vaga. Mesmo assim, as enxurradas permanecem. Por nossa experiência, vemos que há um problema de entendimento dos candidatos, pois estranhamente muitos usam a famosa técnica do “vai que cola” — mesmo sabendo que a vaga em questão não tem a ver com seu perfil profissional, aplicam mesmo assim. Entendemos que para tais pessoas, esse fator não é um impeditivo para aplicarem à vaga. Pois estamos aqui para dizer que essa técnica não só é totalmente ineficaz e equivocada, como também agride sua imagem profissional: Conclui-se que se você não acha importante seguir um descritivo, certamente não achará importante seguir o processo de um projeto. Portanto, seja muito sincero com você mesmo antes de avançar na aplicação de uma vaga. Somente o faça se estiver seguro de que seu perfil se encaixa exatamente ao requerido.
3. Faça o contato e apresente-se
A terceira fase é a sua manifestação formal de interesse na vaga: A forma como você faz isso é crucial para os olhos de um recrutador. Seja por e-mail, WhatsApp ou outras mídias, você precisa se apresentar, e não apenas anexar currículo e links — Tenha o mínimo trabalho de dizer quem você é. Infelizmente é muito comum recebermos e-mail sem nome, de destinatários fantasmas como designagent247@mail.com… Você não pode nos dar o trabalho de ter que procurar seu nome. Diga-o inicialmente, seguido da vaga em que deseja aplicar; Explique brevemente o motivo de seu interesse na vaga, e então é hora de anexar arquivos ou enviar seus links. Dessa forma, cria-se um processo de informação consistente que resulta no interesse em saber mais sobre você. Apresentar-se mal pode resultar em não ter sequer a chance de avaliação de seu material.
4. Seja presente e disponível
A quarta fase é mostrar-se presente e interessado durante o processo de seleção. À partir do momento que você fez o primeiro contato, tenha a certeza de que alguém irá receber seu material, avaliá-lo e formar uma conclusão sobre o fit de seu perfil profissional com a vaga. Para tanto, esteja atento e não demore para responder o recrutador. Em tempos de múltiplas formas de comunicação, deixar de comunicar-se só é possível se for por opção própria. Quando chegamos ao ponto de tentar contato por diversas formas diferentes e não obtermos nenhuma resposta, entendemos que não se trata de disponibilidade, mas sim do desinteresse do profissional em responder. Para sua reputação profissional, teria sido muito melhor a franqueza de dizer que não havia interesse real na vaga — Se a oportunidade não tem prioridade para você, não se candidate.
Caso seja orientado a melhorar algum ponto específico de seu material, faça-o, sem promessas vazias como “vou ver se nos próximos dias eu faço”… Se está envolvido em outros processos seletivos (o que é perfeitamente comum), seja sincero pois isso não o descartará — Ao contrário, ao avisar o recrutador ficará claro que você é responsável e profissional, sendo sempre transparente.
5. Seja responsável à agenda
A quinta e última fase é honrar seus compromissos, estando presente mediante o agendamento de uma entrevista. Simplesmente compareça: Sua ausência nessa hora é um erro grosseiro. Deve-se pensar em todas as possibilidades que podem comprometer esse esperado momento, e administrá-las com sabedoria. Se uma entrevista física foi agendada, considere fatores como tempo de viagem, meio de transporte, local para estacionar. Chegar atrasado devido a fatores externos, mesmo que não seja culpa sua, vai desqualificá-lo igualmente. Para o entrevistador, a culpa está em você não ter antecipado tais problemas. Se foi agendada uma vídeo-conferência, antecipe problemas como má conexão, riscos de interrupção por outras pessoas em sua casa e bateria do laptop ou celular. Esteja disponível no horário marcado e garanta que, por sua parte, não haverão dificuldades para que a entrevista flua bem. Infelizmente vemos muitos profissionais promissores chegarem até aqui e “morrerem na praia” por terem uma postura inadequada quando finalmente têm a oportunidade de falar diretamente com a empresa interessada.
Conclusão
Não deixe que essas barreiras impeçam você de ir adiante em sua carreira. Remova-as uma a uma, com ações simples e práticas, agora que você já sabe o impacto negativo que elas podem causar na impressão gerada aos avaliadores sobre você. Alinhe seu comportamento ao profissional que você é e desenvolva sua carreira, uma oportunidade de cada vez.
A qualidade e a consistência de sua visibilidade determinam sua carreira
O que recrutadores buscam?
Experiência e Soft Skills
Por mais que os recém-chegados saibam a técnica de como fazer um bom UX/UI, já ter feito muitas vezes é outra coisa. Já ter feito para diferentes setores, empresas e equipes, é ainda outra coisa. Além disso, há quesitos muito mais difíceis de se adquirir: Soft Skills. Cada vez mais valorizadas pelo mercado, suas características pessoais são o que te diferenciam em qualquer ambiente de trabalho. Afinal, com que tipo de pessoa você gostaria de trabalhar? A somatória desses fatores (Experiência e Soft Skills) é o que define a diferença entre o Junior, Pleno e Sênior. Independente de sua posição de carreira atual, há oportunidades para todos os níveis, por isso, seja claro e direto sobre seu nível de maturidade.
Profissionalismo
Apesar da avaliação começar pelo portfólio, tenha a certeza que sua postura e comportamento são tão determinantes quanto a qualidade do seu trabalho. Essa avaliação começa no momento em que encontramos você — seja no LinkedIn, Behance, Medium, site pessoal ou mídia social. No decorrer de nosso contato, se encontramos problemas comportamentais, não há dúvidas de que você será reprovado. Erros como ausência ou atrasos a um call, participar de processos seletivos diversos ao mesmo tempo, má postura na entrevista, não cumprir sua palavra e abandonar projetos em andamento estão entre os mais comuns.
Bagagem documentada
Mesmo que não concorde, entende-se que o portfólio é a evidência de todas as suas alegações. Nos reservamos ao direito de questionar absolutamente tudo o que você mostra, para evitar a todo custo que oportunidades sejam desperdiçadas em decorrência da leitura errada sobre um profissional. Portanto, você tem 10 segundos para provar que é a pessoa ideal para a vaga. Sim, a primeira impressão é muito importante. É o momento de ter processo, ser detalhista e contar uma história convincente.
Resultados
Vemos dezenas de portfólios que começam com apresentações pessoais totalmente irrelevantes. Honestamente, não nos interessa se você gosta de Game of Thrones, se é contra o governo ou se acredita em Deus. Essas informações em nada agregarão aos seus entregáveis, que são o motivo de sua contratação. Em vez disso, apresente-se resumidamente falando de como seu trabalho impactou a equipe, a liderança, o cliente e/ou o público-alvo.
Erros básicos mais comuns
Na pele de um recrutador, você tem de 1 a 5 minutos de atenção para convencer que é a melhor opção para a oportunidade em aberto. Listo abaixo alguns erros que geram eliminação imediata:
Não ser específico no que faz
Quanto mais genérico você for, menos interessante se torna. Escolha uma especialidade e aprofunde-se, alinhando sua apresentação como um todo a essa especialidade. Para as demais habilidades, mencione-as em um texto descritivo complementar, como forma de enriquecimento de seu background.
Não ter um portfólio
Não ter trabalhos online é um erro inadmissível. Invista tempo de qualidade e monte portfólio completo, bem elaborado e bem apresentado. Ter poucos projetos não é fator impeditivo: É preferível ter 3 cases completos, do que 10 simples demais. Caso seus projetos mais relevantes sejam sigilosos, alinhar-se com o cliente e disponibilizar esses projetos com proteção por senha pode ser uma solução.
Ter um discurso desalinhado em diferentes mídias
Não seja uma pessoa no LinkedIn, outra no Behance e outra no Medium. Faça uso inteligente dessas mídias de forma complementar, colocando informações relativas às suas devidas finalidades: No LinkedIn, evidencie sua carreira e conexões. No Behance, mostre detalhadamente seu trabalho (Hard Skills). No Medium, apresente sua visão e competências humanas (Soft Skills). Não copie, em hipótese nenhuma, o texto de uma mídia para outra, pois ao fazê-lo, você elimina a necessidade de uma delas.
Não fornecer informações de contato
Ironicamente, muitas pessoas não deixam suas informações de contato. De nada adianta ser altamente qualificado, se ninguém consegue falar com você. O trabalho de busca por profissionais não é apenas baseado em indicações, mas também em buscas diretas nas plataformas mencionadas acima. Não dificulte nosso interesse em falar com você.
Principais fatores determinantes
Portfolio raso
A primeira premissa de um portfolio confiável é apresentar aprofundamento. Simplesmente mostrar as telas finais não é suficiente para avaliar a qualidade do seu trabalho. A segunda, é deixar claro qual foi o seu papel no projeto que apresenta. Como os projetos são em sua maioria coletivos, não dê a impressão de que você fez tudo sozinho. Seja direto e claro, sem rodeios. Em vias práticas:
Se você é um UX Designer – Exiba os desafios, descobertas, racionais, lógicas, jornadas, pesquisas, metodologias, e principalmente, mostre como a sua presença impactou na otimização de processos e em resultados diretos em benefícios ao usuário (como melhor engajamento) e ao negócio (como gastar menos ou vender mais).
Se você é um UI Designer – Apresente seus estudos de referências, mood de imagens, iconografia, tipografia, defesas de conceito, composição dos layouts e como eles se relacionam com a marca, e principalmente, como sua criação será convertida em componentes funcionais para as equipes de desenvolvimento.
Ser genérico
Evite esse tipo de titulo: “Sou UX/UI Designer, Diretor de Arte, Ilustrador, Front-End e Motion Designer.” Por mais que você realmente tenha todas essas competências, você está sendo contratado para atuar como UX/UI Designer. É evidente que toda experiência é agregadora — logo, trate as competências menos relevantes como habilidades complementares, um diferencial a mais que pode te destacar dos demais candidatos.
Especialidades não-equivalentes
Ser um Diretor de Arte Sênior não faz de você um UX/UI Sênior. Apesar de ambos serem vertentes do design, são bagagens, práticas, metodologias e mentalidades completamente diferentes. Seria como contratar um pediatra quando o que se busca é um cardiologista: Apesar de ambos serem médicos, são especialidades diferentes. O profissional mais procurado é aquele que é especialista em alguma disciplina, e não o que que faz 10% de tudo e 100% de nada.
Fui contratado. Yey! Mas não.
Aparentemente a parte mais difícil já foi, certo? Errado. É como diz o ditado popular: “Mais difícil que passar no vestibular é chegar à formatura.” Do primeiro dia de trabalho em diante, você continuará sendo avaliado. As pessoas estarão ávidas em não apenas ver se suas capacidades e promessas comentados são realmente verdade, mas também estarão igualmente curiosas em descobrir como você vai se comportar como pessoa. Não se engane: você pode ser desligado do projeto muito mais rápido do que foi contratado, independente se é PJ ou CLT. É sua performance que garante a estabilidade, e não o seu contrato. Dicas pós-contratação:
Comporte-se
Evite ao máximo trazer problemas humanos e comportamentais para dentro das empresas. Erros como atrasos, desrespeito à liderança e fazer questionamentos além do que lhe é cabido não serão tolerados. Em vez disso, seja o mais esforçado da equipe, ouça mais e fale menos.
Agregue ao time
Faça sua parte bem, para que outros não precisem fazê-la. Não perca prazos, pois a perda é de todos. Seja organizado, proativo, interessado, motivado e sempre disponível a ajudar.
Não desista
Uma vez em um projeto, fique até que ele termine. O prejuízo de sua saída é muito grande para quem fica, e além disso, é uma porta que se fecha para nunca mais reabrir. Faça da oportunidade a primeira de muitas.
Não divulgue sem autorização
Atente para a seriedade dessa questão. Entenda que o projeto não é seu, e que ele contém informações que podem representar vantagens comerciais a concorrentes. Se sua liderança lhe impõe NDA, submeta-se sem questionar e trabalhe nos termos colocados. Com a devida permissão, faça uso controlado.