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Depois da entrevista: como pedir feedback?
Mao Barros
27 de agosto de 2024

Pedir feedback após uma entrevista é uma prática importante, pois pode ajudar você a melhorar suas habilidades e entender melhor as expectativas dos recrutadores.

Pedir feedback de maneira adequada pode não só fornecer insights valiosos sobre seu desempenho, mas também demonstrar ao recrutador que você está comprometido com seu desenvolvimento profissional. Para fazer isso, é importante encontrar o equilíbrio entre ser direto e respeitoso, evitando parecer insistente.

Antes de mais nada: a entrevista

Para que possamos entender o comportamento das empresas em não dar feedback em processos seletivos, primeiro precisamos parar para analisar o cenário como um todo — lembrando que não concordamos com tal atitude, mesmo que erros tenham sido cometidos pelo candidato. Dar feedback deve ser parte do processo, a todos os candidatos igualmente.

Entende-se que, se você foi chamado para uma entrevista, já houve uma primeira análise de seu perfil e portfólio. Essa triagem prévia já “elimina” a maior parte dos candidatos que, de imediato, não têm perfil para a vaga, mas que, mesmo sabendo disso, candidatam-se na estratégia do “vai que cola”, como mencionamos no artigo "Seu Perfil X Vaga: Há mesmo um match?". Esse é, sem dúvida, o ponto mais crítico para um recrutador, fazendo com que ele perca tempo e rapidamente te marque com uma red flag — o que pode, inclusive, comprometer suas futuras candidaturas a outras vagas nessa empresa.

Nesse momento, sua postura precisa ser profissional. Não se trata de seu nível de maturidade, experiência e habilidades, mas sim da forma como você conduz essa conversa. Já de antemão, existem dois fatores que recrutadores esperam na entrevista:

Mostre-se genuinamente interessado na vaga

Essa impressão pode ser passada de diversas formas. Abaixo estão algumas perguntas pertinentes a serem feitas, para o caso de essa informação já não ter sido passada previamente ou trazida à tona por parte do avaliador:

  • Em que estágio está o projeto?
  • Como é dividido o time?
  • Terei acesso a pessoas de outros departamentos?
  • Qual é a maturidade de Design?
  • Qual é a cultura da empresa?

Tenha conhecimento da empresa

Esse fator mostra diretamente sua motivação pela oportunidade, pois esclarece que você se identifica com a empresa e seus produtos. Caso contrário, você idealmente não teria se candidatado à vaga. Como toda empresa tem o desafio de fazer com que seus colaboradores sejam seus primeiros evangelistas e entusiastas, já vir com essa etapa vencida pode fazer muita diferença. Já houve casos em que os candidatos, na entrevista, sabiam mais sobre a empresa do que os avaliadores. Abaixo estão alguns exemplos de informações para você trazer:

  • O tamanho da empresa;
  • Seus principais produtos;
  • A opinião pública sobre ela;
  • Sua posição no mercado.

Aaaaah, o feedback. Por que não vem?

Estar do outro lado da mesa e conduzir um processo seletivo não é tarefa fácil. É como paternidade: somente entendemos completamente as ações de nossos pais quando nos tornamos pais. O entrevistador tem à sua frente um trabalho árduo e uma grande responsabilidade, que é buscar e encontrar a pessoa certa sem altos custos, com rapidez e mínimo risco (pois, mesmo depois da decisão ter sido tomada, é possível que tenha sido equivocada, pois pouco se sabia do comportamento do contratado, somente de suas promessas). Ele está na situação de dar apenas uma resposta positiva, e todas as outras negativas. Logo, ele está ciente de que investirá muito mais tempo com respostas negativas (e suas justificativas individuais) do que com a única positiva. Por esse motivo, principalmente, é que infelizmente muitos candidatos não recebem feedback. Então, como fazer para ser digno da atenção dessa pessoa? Veja abaixo dicas para você obter suas respostas:

Ainda na entrevista

O primeiro passo para que você seja contactado no pós-entrevista em caso de não aprovação é simplesmente, ainda durante a entrevista, perguntar sem medo e com educação quando a empresa pretende tomar uma decisão sobre a vaga. Fazê-lo em nada ofende o avaliador e mostra que você está levando a sério o processo seletivo e que valoriza seu tempo. Logo, o avaliador se sentirá mais inclinado a dar-lhe um feedback, pois abriu a organização de sua agenda ao lhe dar um prazo.

Logo após a entrevista

Assim que a entrevista terminar, você pode reforçar seu interesse na vaga. Para isso, basta que, no mesmo dia ou na manhã seguinte, você envie um e-mail de agradecimento pelo tempo investido em você (afinal, uma ou mais pessoas pararam suas atividades para te dar atenção), pelo interesse em seu perfil, pela oportunidade da entrevista e se colocando à disposição para eventuais fatores que não tenham sido levantados. Isso ajudará o recrutador, em meio a diversos outros candidatos, a se lembrar de você em sua tomada de decisão. Não faça perguntas diretas — esse contato é uma conclusão, e não o início de outra conversa.

Dias depois da entrevista

Se, em uma semana, em média, você não for contactado com uma decisão (seja ela positiva, negativa ou informativa para uma próxima fase do processo seletivo), pode ser um momento oportuno para fazer follow-up. É justo dar tempo ao avaliador, pois é certo que houve outras pessoas entrevistadas depois de você — e é possível que esse processo se estenda ainda por mais tempo. Não use mensagens diretas e redes sociais para isso: e-mail é a forma mais adequada e menos ofensiva para essa tentativa de reaproximação.

Saiba a hora de aceitar o "não"

Durante esse período de espera, é perfeitamente aceitável que você continue em seu processo de busca por vagas em outras empresas, pois ainda não houve nenhum comprometimento de sua parte. Jamais desista de uma vaga por outra, já tendo sido aprovado. Se, em duas semanas, não houver nenhum retorno, chegou o momento de aceitar a negativa e concentrar-se em outras oportunidades.

Descubra o “por que não?”

Como é dito, saber perder e aprender com a derrota é um ingrediente presente na mente de todo vencedor. De nada adianta irritar-se, achar o processo injusto ou desqualificar os avaliadores mediante uma resposta negativa. Em vez disso, buscar saber o motivo da negativa é a informação mais importante que você pode tirar de todo esse cenário: a identificação de um erro é o primeiro passo rumo ao caminho certo, pois sem essa informação, você irá inconscientemente continuar cometendo o mesmo erro repetidas vezes a cada nova oportunidade. Peça sinceridade do avaliador, pois quanto mais branda for a resposta, menor o impacto positivo que pode ser gerado em suas futuras ações.

É relevante também ressaltar que a causa da negativa pode não estar em você: a vaga pode ter sido cancelada, ou outro candidato simplesmente venceu porque tinha mais qualificação ou fit — o que não significa que houve erro algum de sua parte.

Para esse caso, manter a porta aberta é sempre o melhor desfecho.

Já houve inúmeros casos em que UX/UI Designers foram reprovados em processos por motivos como esses, mas, mediante sua postura de compreensão, paciência e interesse, não foram esquecidos e, pouco depois, foram chamados pela mesma empresa para novas vagas.

Conclusão

Para obter as respostas que procura, esteja atento às suas atitudes, prezando pelo máximo profissionalismo. Avaliadores darão espaço e investirão tempo apenas a candidatos com tal postura, que mostraram estar devidamente preparados antes da entrevista e interessados na vaga. Mesmo que a resposta demore ou não venha, saiba o momento de seguir em frente, deixando sempre a porta aberta.

Boa sorte!

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