Empresas são construídas por pessoas. Times são compostos por pessoas. E produtos são feitos por pessoas, para pessoas. O maior ativo que uma empresa pode ter, em toda a sua existência, são as pessoas que lá trabalham. Quando vemos um produto pronto, seja ele um prédio, um carro, uma camiseta ou um aplicativo, normalmente não paramos para pensar na quantidade de pessoas que fizeram parte da história desses produtos.
Me lembro que no início da minha carreira, alguns de meus amigos de faculdade sonhavam em trabalhar na Disney. Certa vez, estávamos todos juntos assistindo a uma animação, e ao final dela, um de meus amigos disse: “Cara, o dia em que eu puder ver o meu nome escrito nessas letrinhas subindo, vou saber que estou realizado profissionalmente”. De fato, nesse momento eu reparava na quantidade absurda de pessoas envolvidas na produção daquela animação. As letrinhas subindo listavam equipes inteiras que eram responsáveis por um único personagem, outras só para os cenários, outras só pra objetos, e mais. Eram mais de 500 pessoas. Como desfecho, esse meu amigo realizou seu sonho: Leo Matsuda trabalha na Pixar há mais de 10 anos, já participou de diversas animações e tem um curta assinado por ele, disponível no Disney Plus. Inspirador.
Em nossos processos seletivos, tratamos as pessoas realmente como algo de muito valor porque são elas que construirão os produtos do futuro. Por isso:
Preferimos focar nas pessoas, e não em vagas.
É comum que pensemos que empresas são como tribos. Cada uma tem sua visão, missão, valores e uma forma de lidar com pessoas; Em nosso mundo atual, o posicionamento das empresas nesses pontos têm sido cada vez mais cobrado das pessoas, em questões como inclusão social, diversidade e acessibilidade.
Para quem tem presença frequente no LinkedIn, é muito comum ver pessoas recém-contratadas postando essa notícia com alegria e empolgação, mostrando a forma como foram recebidas pela empresa que as contratou. Vemos sempre agradecimentos, fotos dos “mimos” ganhados e muitas outras manifestações públicas que ilustram empresas mostrando como valorizam seus colaboradores.
Conversando com diversos UX/UI Designers dos mais diferentes níveis e experiências, um dos pontos principais levantados sobre seu interesse em uma empresa é a cultura interna. Por conta disso, empresas investem na oferta de um ambiente bacana, acolhedor, inclusivo e empolgante para os colaboradores, e isso tudo começa no Onboarding: O processo de boas- vindas a um novo colaborador. Com base no que temos visto e os resultados positivos gerados, listo abaixo 4 sugestões para você colocar em prática no onboarding de seu DesignTeam:
Por mais complicado que possa ser, todos os integrantes de uma equipe precisam estar na mesma página quando se trata da proposta de valor da empresa, seu posicionamento, produtos e mindset. Em equipes multidisciplinares, é comum que hajam gaps nesses pontos, que precisam estar em constante alinhamento.
Para que o processo de onboarding tenha o impacto esperado, é primordial que haja um líder encarregado, não importando se essa pessoa for o próprio líder de UX ou alguém específico de Recursos Humanos. A existência dessa figura reforça a seriedade da empresa nesse ponto e a qualidade do processo.
É recomendado que haja um processo bem definido de treinamento inicial, onde o novo colaborador será oficialmente inserido no time. Quanto mais pessoal, melhor. Idealmente esse processo deve ter um nome próprio e ter arquivos específicos, uma espécie de guia ou manual, para que o colaborador possa consultar posteriormente já que é uma enxurrada de informações de uma só vez. Decompondo essa imersão:
Mesmo que seja via call, esclarecer quantas e quais são as pessoas que fazem parte do time de Design como um todo é crucial para gerar a oportunidade de conexões interpessoais genuínas. Em seguida, apresente a organização vertical e horizontal dos times, esclarecendo hierarquias e tarefas individuais.
Entregar um computador, crachá, conta de e-mail e acesso a ferramentas compartilhadas são itens que precisam ser cobertos imediatamente, para que a produtividade possa ter início rápido.
Mostre sem rodeios como o trabalho é feito: Melhores práticas, ferramentas e a forma como o time organiza prioridades, deadlines, prestação de contas a stakeholders e a relação com desenvolvedores e terceiros agregados.
É necessário que o novo colaborador entenda que deve existir uma unidade de comportamento perante a visão externa da empresa. Idealmente, independente do nível hierárquico, cada funcionário precisa ter a responsabilidade de ser um representante da empresa. Para isso, o tom de voz, escrita, forma de abordagem e comportamento são pontos que precisam de atenção e treinamento.
Findo o processo, é muito pertinente que haja coleta de feedbacks sobre essa experiência, para que esta siga em processo evolutivo.
O processo de onboarding é só a ponta do iceberg — A questão mais importante é que os profissionais não se atentam apenas a esses benefícios, mas também (e principalmente) no modus-operandi da empresa. Com o tempo de casa, é certo que irão reparar na forma como é organizada, na qualidade da liderança e dos processos de decisão, produção, e mais. Se esses pontos estiverem “quebrados”, considere como fato que profissionais comecarão a perder o interesse, a produtividade e o foco, buscando outras oportunidades.
Investir na cultura da empresa é extremamente necessário para reter os melhores talentos. Por mais que colaboradores tenham benefícios e vantagens, o sentimento de acolhimento e de pertencer a algo grandioso e empolgante é o que realmente constrói a solidez da relação de troca entre empresas e funcionários.