Quais são e como evitar erros básicos em sua apresentação como UX/UI Designer

E começa a avaliação

Conforme falamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, sua avaliação começa no momento em que chega a nós seu material, qualquer que seja. É importante levantar a questão de que o recrutador tem o benefício da dúvida — ele tem o direito de questionar tudo o que você diz, e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. A verdade: a sua avaliação começa no primeiro contato. Listo abaixo alguns pontos relevantes para que você entenda um pouco do processo, desde o início:

A forma como contacta

Recebemos materiais das mais variadas formas. Pensando em nossa usabilidade (lembre-se que somos o seu amado usuário nesse caso), as mais práticas e úteis para nós são o contato direto por WhatsApp e o envio de um e-mail. Contactar-nos por outras formas que não essas, fará com que percamos velocidade.

Como redige uma introdução sobre você

Esse é um ponto de muita dificuldade. Vemos textos enormes que contam a história completa da carreira, e também vemos textos praticamente inexistentes. O ideal é um texto curto, de no máximo 1 parágrafo, que nos fala diretamente sobre você, seus diferenciais, experiência e porque você acha que a vaga em questão tem o seu perfil.

Peso dos arquivos anexados

Chegamos a receber e-mails com anexos de mais de 20MB. O resultado é uma superlotação precoce de nosso servidor, sem contar a dificuldade em baixar e manusear um arquivo com esse peso. Não estamos dizendo para você não enviar portfolios em PDF por email, mas apenas para que tenha o cuidado de pensar em quem vai receber seu material.

Os pontos de saída

Para que possamos dar continuidade na análise, esperamos que a partir do primeiro contato você nos leve para a sua presença digital por meio de seus link principais como página de portfolio (Behance, Dribbble, Cargo Collective, etc.), LinkedIn e site profissional. Não ter ao menos 2 desses links fará com que você perca pontos na avaliação.

Os detalhes são os erros básicos

A avaliação que fazemos parte do pressuposto de que erros básicos são oriundos de 2 fontes: Ou trata-se de desatenção, ou que a devida importância não foi dada. Esses dois pontos igualmente jogam contra você, podendo gerar automaticamente sua desclassificação. O pensamento sobre isso é: “se essa pessoa não repara ou não valoriza esses pontos, vai fazer errado no projeto e prejudicar a todos os envolvidos.” Você pode até achar injusto, mas faz todo sentido.

Atente ao fato que, nesse momento, o fato de você ser UX/UI Designer se torna tecnicamente irrelevante pois esses erros não seriam tolerados por nenhum outro recrutador, de nenhuma área de trabalho existente. Logo, entenda que não se trata de “só um detalhe”.

Listo abaixo de forma prática os erros básicos, considerando qualquer peça escrita que tenha por objetivo te apresentar profissionalmente. Vamos a eles:

Erros de ortografia e digitação

Esses são tidos como problemas grosseiros, que você não pode deixar passar em hipótese nenhuma. Leia atentamente o documento em questão mais de uma vez depois que terminar, e mesmo assim, peça ajuda a outra pessoa, pois mesmo que leiamos muitas vezes, não vemos o erro.

Não revisar o conteúdo

Notamos inconstâncias graves como textos em português com títulos em inglês, imagens que mostram o projeto errado e informações repetidas (que mostram claramente a maneira copy/paste de se montar um documento). Esses erros simplesmente destroem sua ideia de impressionar.

Links que não funcionam

Espera-se minimamente que um link funcione, ao clicarmos nele. Tenha a certeza de que você está enviando o link certo, e que essa página realmente existe. É muito frustrante clicar em um link de portfolio e cair em uma página de Erro 404, ou até mesmo no link de outra pessoa.

Dificuldade de leitura

Agora sim, o fato de você ser um UX/UI Designer deve fazer diferença. Digamos que por sua qualificação, é esperado um material bonito e organizado, o que quase nunca vemos. Encontramos textos minúsculos, títulos inadequados, caixas de texto posicionadas de forma a gerar confusão e muita variedade de hierarquias de informação.

Falta de objetividade

Seja direto sobre o que você está buscando. Dê mais relevância à competência que tem experiência e quer atuar, em vez de começar pelos primórdios de sua carreira. Esse ponto vale para todas as peças: Oriente a informação sempre do mais recente pro mais antigo, afinal você não está sendo avaliado para atuar em uma área que trabalhou há 10 anos atrás. É importante saber o background, mas não antes do que você é capaz de fazer hoje.

Informações de contato

Impressionantemente vemos sites e portfolios sem dados de contato, e currículos com o nome do arquivo “CV.pdf”. Nem preciso comentar que não deve ser nosso o trabalho de dar nomes aos arquivos, nem de ter que buscar em outros sites seus dados de contato depois de ver seu material.

Informações desnecessárias

Por mais que as empresas contratem pessoas e não robôs, certas informações não tem relevância nesse primeiro momento de avaliação. Não cite graduações incompletas, gostos pessoais e demais fatores que não agreguem ao objetivo da sua apresentação. Foque somente ao profissional, e se posteriormente houver espaço para você dizer sobre tais pontos, espere que a abertura seja dada.

A necessidade de ter um currículo

Honestamente, nós recrutadores de UX/UI Designers sabemos que esse perfil tem outros tipos de conteúdo profissional disponível para análise, como um site profissional ou um portfolio. Esses conteúdos já são suficientes para conseguirmos fazer uma avaliação, pois hipoteticamente trazem as informações que um currículo formal traria. Diferentemente de outras áreas, ter um currículo não é indispensável — mas pode ser um fator a mais para agregar à sua imagem profissional. Se você optar por fazer um, ótimo! Mas lembre-se que, como qualquer outra forma de te apresentar profissionalmente, ser mal-feito pode te trazer problemas.

Deixamos a abaixo algumas dicas específicas:

Exportar do LinkedIn

Se você realmente acha pertinente fazer isso, reavalie. Um currículo deve passar a ideia de detalhamento, cuidado, atenção, respeito e, em especial, interesse. Auto-gerar um currículo é o oposto disso. Há também sites de templates de currículo, mas são destinados a pessoas sem cultura de design, o que não é o seu caso.

Design inadequado

Por incrível que pareça, currículos de UX/UI Designers tendem a ser muito mal elaborados e diagramados. Invista tempo e capricho. Há também os casos de exagero no design: uso de elementos flutuantes, backgrounds coloridos, iconografia bonita mas sem explicação ou utilidade, foto inadequada e gráficos desnecessários. Opte pelo simples e direto.

Conclusão

Não seja desclassificado desnecessariamente devido a erros dessa ordem. Você é muito mais do que isso. Dedique o tempo e a atenção necessários, dando valor a esses pontos. Logo que essa primeira barreira for rompida, suas chances aumentam, bem como nossa expectativa em você continuar nos surpreendendo, peça por peça.

Boa sorte!

A importância de orientar seu mindset aos resultados das empresas

UX/UI Design a nível de negócio

Conforme falamos no artigo Como vagas de UX/UI Design são abertas?, o UX/UI Designer não desempenha a função de um profissional de comunicação visual (produzindo layouts para peças visuais diversas), nem está condicionado a fazer parte do departamento de marketing das empresas. O fato de ter se tornado um departamento independente esclarece um ponto crucial: UX/UI Design faz parte da estratégia de uma empresa, estando diretamente ligado aos seus resultados como um todo. O design visual tradicional segue seu curso normalmente, e não é a mesma coisa que UX/UI Design — erro de leitura comum que empresas em transformação digital cometem, bem como profissionais de design buscando oportunidades nessa área.

Se você lê bastante, mantém-se informado e entende bem as metodologias e processos de UX, sabe perfeitamente que a profundidade desse trabalho afeta o negócio em si. Esse é um ponto estrutural, que distancia ainda mais UX/UI Design das outras vertentes do Design. Logo, é necessário que você tenha plena consciência que seu trabalho não se atém apenas ao design visual. A expectativa das empresas é um impacto direto no desempenho de seus produtos. Segundo pesquisas recentes da Forbes, Forrester e Invision Design Better, há ao menos 5 pontos cruciais em que UX é capaz de trazer um grande impacto, gerando o tão esperado ROI (Return Of Investment) — que pode chegar a $100 pra cada dólar investido. Listo abaixo:

Menor custo de aquisição de clientes

Se um produto tem uma boa usabilidade, um apelo visual forte e oferece recursos que realmente facilitam a vida das pessoas, é evidente que clientes já convertidos gerarão novos clientes. Dessa forma, paga-se menos por um novo cliente, já que cada um é um potencial gerador de outros novos.

Menor custo de suporte

Em um produto melhor construído, feito em total alinhamento com equipes de desenvolvimento desde sua concepção, é possível prever, identificar e resolver muitos problemas que eram percebidos só depois. Logo, as empresas não precisam mais investir tanto em suporte, reduzindo a quantidade de horas e pessoas para resolver problemas oriundos de um sistema mal-elaborado.

Maior retenção de clientes

Com uma experiência marcante, os clientes adquiridos não terão motivos para deixar de usar. Além disso, a continuidade do projeto trará naturalmente atualizações e novos recursos, dando ao cliente ainda mais motivos para ficar.

Aumento de Market Share

Como resultado, a empresa expande sua penetração em seu setor, ganhando mais notoriedade e relevância perante seus concorrentes já que a relação com consumidores se tornou muito mais satisfatória.

Melhor relação com a cultura da marca

O que muitas empresas buscam, com seus produtos, é disseminar sua cultura. Com produtos melhores, muitas chegam até a se reinventar, melhorando sua proposta de valor como um todo por terem criado uma relação mais amigável com seu público.

Fatores como esses citados acima devem ser o grande objetivo final de um UX/UI Designer, pois são o motivo pelo qual empresas acreditam e investem. Na prática, você, como UX/UI Designer, precisa ter esse ponto em mente em seu discurso. Quando uma empresa séria está em busca de um profissional de UX/UI Design, além de uma boa forma e função, ela espera ansiosamente por resultados.

O mindset de agente transformador

Sabemos que a mentalidade de UX também não se prende apenas a produtos digitais. Isso faz com que você passe a reparar muito mais em como o mundo funciona, a relação direta que você tem com seus produtos preferidos, e principalmente, sua leitura sobre determinado produto ou serviço do ponto de vista de UX. Tenho certeza de que você já teve uma experiência ruim em algum estabelecimento, e pensou: “Pôxa, isso aqui poderia ter sido feito de outra forma, não foi pensado no usuário”. É nesse ponto que queremos chegar: Um UX/UI Designer precisa se ver como um agente de transformação.

Você já ouviu a frase “seja a transformação que você quer ver no mundo”, certo? Ela se extende à sua vida além do trabalho formal. Já dissemos por diversas vezes em outros artigos que se você não gosta de pessoas, deve repensar sua carreira. A região que você mora, as pessoas com quem convive, os lugares que frequenta e consequentemente os produtos que usa também estão sedentos pelo seu mindset, da mesma forma que a empresa à qual você trabalha — É claro que em proporções menores, e talvez com nomes diferentes. Se você fez parte de uma equipe que conseguiu criar um produto interessante e que trouxe resultados reais a uma grande empresa, certamente você poderia fazer o mesmo por negócios mais simples e menores, criando um formato de negociação que seja viável a eles.

Se formos pensar no Brasil a nível nacional, quantas empresas precisam do seu serviço? Ou seriam quantas mil? Um dado relevante, que talvez você não saiba: mais de 90% das empresas brasileiras encerram suas atividades em menos de 5 anos. Se cada UX/UI Designer do Brasil intervisse, esses números sofreriam um decréscimo significativo, pois essas empresas criariam produtos melhores.

O que isso agrega em sua carreira?

Se você é um novo UX/UI Designer

Como recrutadores, um ponto que sempre somos questionados é que profissionais sem experiência não tem oportunidades de mostrar sua capacidade. Pois estamos aqui para lhe dizer que essas oportunidades também precisam partir de você. Ficar esperando por tempo indeterminado a vaga dos sonhos não vai te levar adiante em sua carreira, mas cases reais aceleram muito esse processo, por mais simples que sejam. Muitos UX/UI Designers treinam suas habilidades recém-adquiridas redesenhando aplicativos, sites e outros produtos digitais, o que é um excelente exercício. Mas na prática, o aprendizado adquirido sempre é inferior ao de um projeto real, por que mesmo que seja mais simples, está sendo feito pra alguém que vai efetivamente usá-lo. Pense: É melhor redesenhar o produto de uma micro-empresa decadente e ajudá-la a se reerguer, ou redesenhar o app de um grande banco que já tem uma equipe dedicada a isso?

Se você é um UX/UI Designer experiente

Nesse caso, seria um gesto maravilhoso de sua parte dedicar horas de seu tempo e experiência a projetos menores, até mesmo abonados, para empresas que aceitariam ouvir sua análise, visão estratégica e sugestões de melhorias. Se você optar por fazer tais projetos sem custo, é importante que selecione muito bem a empresa e que o projeto seja feito nos seus termos — nem todo mundo quer realmente ser ajudado. Atente a empresas que criam desculpas ou empecilhos para não pagar por seus serviços, pois serão seus piores clientes.

Para ambos os cenários, além do ganho (de experiência e/ou financeiro) na execução do projeto em si, construir um portfolio com cases como esses fariam os olhos das empresas e recrutadores brilharem. Adoraríamos avaliar trabalhos em que não houve uma demanda formal de uma empresa, mas a iniciativa de um UX/UI Designer, independente de sua maturidade, na criação e desenvolvimento de um projeto real de grande impacto. Como tudo partiria de você, seria possível contar uma história muito completa e detalhada de como tudo começou, avançou e terminou.

Conclusão

Para todos os projetos que fizer ou for parte, tenha em mente o quanto seu trabalho irá impactar o resultado da empresa. Além do prazer em trabalhar e ver seu produto nascer e se manter vivo, vê-lo dar frutos é o grande objetivo final.

 

Evite turnovers em sua carreira de UX/UI Designer

A síndrome do impostor

Em nossa experiência como recrutadores focados em UX/UI Designers, como já falamos em artigos anteriores, encontramos candidatos que apresentam posturas bem distintas. Por algumas vezes o profissional se vende bem, mas na realidade não é metade do que alega; Por outras, o profissional não consegue se vender muito bem, mas quando lhe é dada uma oportunidade, ele mostra do que é capaz. Infelizmente, o ponto de equilíbrio entre esses dois cenários é muito difícil de se encontrar.

Nos atendo ao primeiro caso: o termo “síndrome do impostor” é mais conhecido fora do Brasil, e é um fantasma que assombra as empresas em geral. Todas tem receio de contratar e perceber que o profissional não é o esperado: Ou não tem as skills necessárias, ou não tem a experiência alegada, ou não consegue se adequar ao time / cultura da empresa. Já houveram casos de o profissional demorar certo tempo para ser “desmascarado” pela empresa, quando esta percebe que ele esteve se ancorando no resultado de seus colegas até que sua incompetência tomasse proporções visíveis. Quando esse ponto chega, tenha a certeza de que esse profissional dificilmente terá outra oportunidade.

Se você perceber que está no lugar errado, não arraste esse problema: Rapidamente comunique sua liderança sobre essa disparidade. Quanto antes esse ponto for esclarecido, menos prejuízo gerará para todos os envolvidos. Se você for sincero, sua atitude será louvada e a empresa provavelmente avaliará a possibilidade para te alocar em outra função ou projeto. Mas se você der espaço e corpo a esse problema, no final do dia, o culpado será você e todos sairão perdendo. Há uma máxima que empresas e líderes do mundo todo seguem:

“Contrate o caráter, treine as habilidades.”

Consequências de uma contratação errada

O prejuízo gerado por uma contratação errada sempre é maior do que imaginamos. Além das consequências óbvias, que são a perda de dinheiro e tempo, existe a perda humana, que é o principal problema. Listo abaixo 4 pontos principais, que são decorrentes desse cenário.

Você perde

Mesmo que nosso mercado esteja em crescimento acelerado, ele ainda é demasiadamente pequeno comparado a outros. Independentemente de seu status, todos estamos construindo uma reputação no mercado: Como citado em nosso artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, o principal indicador de nível de maturidade é a forma como outros profissionais o vêem. Logo, atente para o fato de que um problema grave de comportamento pode manchar essa reputação que você está construindo. Em adição, a comunidade de UX/UI Designers é muito unida, já que é composta por pessoas que se ajudam e automaticamente se conhecem. Não queira fazer a conta da velocidade de uma notícia ruim. Mesmo com toda a tecnologia aplicada de hoje, a indicação ainda é um pilar na hora de contratar.

O time perde

Uma vez que você se ausenta (seja por desistência ou por demissão), estando inserido a um projeto e interagindo diariamente com pessoas, é evidente que há impacto para os outros integrantes de sua equipe com sua saída. Até que a empresa encontre, avalie e contrate um substituto, as pessoas terão que trabalhar mais para cobrir a sua falta, o que vai prejudicar frontalmente sua produtividade e sinergia. Além disso, quando a nova pessoa chegar, ainda haverão de atualizá-la de todo o projeto e ter a paciência para dar o tempo necessário a ela se adaptar.

O projeto perde

Em decorrência do impacto na equipe, é uma reação em cadeia: Sprints podem ser adiadas, pesquisas serem atrasadas, protótipos serem entregues com erros, e claro, deadlines serem perdidos. Como resultado, a reputação de todo o time perante os stakeholders pode perder força, o que vem a um custo muito alto para reconstruir.

A empresa perde

Por fim, quem paga a conta no final do mês é diretamente afetado. Esse é um ponto que poucos UX/UI Designers levam em consideração: Quanto você custa para empresa? Quanto ela investiu para te encontrar, contratar, e logo (ter que) te desligar? Pensar apenas no seu salário é como ver a ponta do iceberg: Lembre-se que se não fosse a coragem, ousadia, determinação, foco, resiliência e muito suor dos fundadores e da liderança da empresa, não haveria projeto e você não teria sequer tido essa oportunidade.

Gestão de expectativas

Conforme citamos em Boas oportunidades: Como não perdê-las, existem pontos fundamentais para que não falte e nem sobre informação em cada momento do processo seletivo. Nesse artigo, listamos os erros mais comuns que acontecem antes, durante e depois de aplicar a uma vaga. Lembre-se sempre que o tempo a ser investido em você é extremamente curto, por isso ser prático e objetivo faz toda a diferença, e diga-se de passagem, esses fatores fazem parte da sua avaliação como um todo — Não pense que um portfolio atualizado e um currículo bonito são suficientes: O desafio aqui pontuado é surpreender em cada etapa, e gradativamente, construir a imagem real e ideal de você. Aos pontos:

Apresente-se bem, sem exageros

A forma como você aborda o recrutador já diz muito sobre você. Uns preferem não escrever nada, nem seu próprio nome; Outros, contam uma “breve” história de sua carreira. A medida certa nesse momento é simplesmente apresentar-se objetivamente, dizer como chegou à vaga e listar seus principais links (Portfolio e LinkedIn). Não custa dizer que é extremamente importante que esses links funcionem.

Para surpreender: seja rápido, objetivo e único, com um discurso claro.

Envie um material alinhado a seu momento atual

Como citamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, de nada adianta mostrar sua vasta experiência anterior se ela não for de UX/UI. Se você deseja ser avaliado como um UX Sênior, seus cases devem ter a qualidade, a consistência e a profundidade esperados desse nível de profissional. Logo, tenha certeza de seu nível de maturidade, alinhe seus projetos a esse nível e somente aplique a vagas que pedirem exatamente esse perfil.

Para surpreender: Só envie um portfolio que você tenha orgulho e que saiba explicar cada vírgula de cada projeto.

Demonstre propriedade, segurança e experiência na entrevista

Estranhamente, muito poucos candidatos perguntam detalhes sobre a vaga antes de aplicar. Logo, quando vão à entrevista (o momento de ouro em que a empresa já está interessada), sabem tão pouco sobre a vaga que ficam perdidos nas respostas, ou ainda pior: percebem que estão no lugar errado, e que tomaram o tempo de outras pessoas em vão. Esteja mentalmente pronto, com certeza de sua experiência e propriedade sobre seus projetos para responder qualquer pergunta, e genuinamente interessado na vaga.

Para surpreender: Seja o primeiro a chegar, responda às perguntas com convicção e só fale quando lhe for dada a palavra.

Conclusão

Para evitar turnovers, deve-se pensar nele desde a aplicação à vaga. Seja claro sobre você mesmo, de forma a ajudar os avaliadores a terem a impressão correta sobre você. Perceber que está no lugar errado já estando no lugar errado é extremamente prejudicial não apenas a você, mas principalmente aos envolvidos em todo o processo.

Boa sorte!

Aumente seu valor pessoal, além da técnica

Hard Skills VS. Soft Skills

Por definição, Hard Skills são as habilidades que desenvolvemos no quesito técnico, que nos capacitam a produzir. Dominar ferramentas, saber criar wireframes, jornadas de usuário, telas e protótipos são alguns deles. Logo, entende-se que mesmo um profissional em início de carreira deve ter essas habilidades.

Já as Soft Skills são habilidades relativas ao caráter e personalidade. São os aspectos pessoais que definem a forma como você se relaciona com outras pessoas, e como eles determinam seu comportamento profissional em um conjunto de pessoas que tem o mesmo objetivo em uma empresa. Como citamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, a maioria dos UX/UI Designers define sua maturidade pela forma como outros profissionais os vêem — então o comportamento é o principal indicador nessa definição. São essas competências que determinam sua maturidade, acima das Hard Skills.

Soft Skills mais desejadas

Como falamos no artigo Sou um bom UX/UI Designer, mas as entrevistas são injustas comigo, gostar de gente é uma das premissas de um bom UX/UI Designer. Não estamos mais na época em que designers não tinham voz, e se acuavam atrás de imensos monitores. Um designer, em sua essência, é um profissional de comunicação. A importância disso tem tomado proporções cada vez maiores nas empresas, por isso, se você não tem essa habilidade, desenvolva-a urgentemente — e se perceber que não é possível mesmo, reavalie seus motivos para ser um UX/UI Designer.

From GiphyEm vias práticas, preste atenção na forma como você se relaciona em seu ambiente de trabalho — ou mais do que isso, atente para a forma como as pessoas se relacionam com você. Como sabemos: “Não preste atenção no que o usuário diz, mas no que ele faz.” Você não vai obter as respostas que procura perguntando diretamente às pessoas o que acham de trabalhar com você.

Listo abaixo as Soft Skills mais relevantes:

Colaboratividade / Comunicação com a equipe

Grandes projetos não são feitos por uma pessoa só. Essa habilidade trata de como você vai se posicionar mediante outras pessoas no projeto em questão. Essencialmente, no universo de UX há diferentes times envolvidos além do design, como Desenvolvimento, Product Owners e Stakeholders. Cada um deles tem seus próprios objetivos, que devem ser ouvidos e alinhados às suas tarefas para que o coletivo obtenha sucesso. Logo, é essencial que você consiga criar e cultivar uma via de comunicação com essas pessoas, a fim de manter um bom relacionamento com elas durante todo o projeto.

Empatia

Trata-se da habilidade de entender os sentimentos de outras pessoas, e não apenas isso, mas de torná-los relevantes em seu processo de trabalho. Apenas ouvir não basta, é necessário haver conversão prática em sua metodologia pessoal. Como cada integrante do projeto tem sua própria organização e metas, é primordial que você os entenda e os ajude a atingi-los. Não podemos ser só reativos, mas sim ativos, trazendo elementos que agreguem valor a todos.

Inteligência emocional

Esse ponto talvez seja um os mais desafiadores, quando suas questões particulares não interferem em seu trabalho. A forma como você lida com subordinação à liderança, críticas diretas / indiretas e decisões inesperadas no meio do projeto, ou até mesmo costumes que traz ao ambiente de trabalho, faz muita diferença na forma que as pessoas conseguem se relacionar com você. Manter-se focado, determinado e ainda produtivo em meio às adversidades é um desafio diário que todos enfrentamos, e quanto menos deixarmos nossos vícios pessoais interferirem, melhor.

Apresentação / Habilidades de falar em público

É fato que algumas pessoas são naturalmente mais extrovertidas, e para esses, falar em público não é problema. Se você não é uma dessas pessoas, saiba que essa habilidade pode (e deve) ser desenvolvida. É indispensável que você consiga, sem dificuldades, expôr processos, defender conceitos e decisões de design consistentemente. Uma vez que o UX/UI Designer tem estado cada vez mais envolvido nos negócios, dirigir-se aos Stakeholders com propriedade é primordial para manter seu lugar à mesa.

Liderança

É a habilidade de tomar a frente em determinada tarefa, conduzindo pessoas menos experientes na direção certa para que atinjam o máximo em produtividade e qualidade. Dessa forma, os resultados de toda a equipe tornam-se mais evidentes, rápidos e eficazes. Há aquela máxima em que o líder ideal é aquele que puxa o carro junto com os liderados, e vez de lhes dar chicotadas para que o puxem. Logo, liderar não é simplesmente dar ordens e cobrar que sejam cumpridas, mas abrir o caminho para que pessoas possam se desenvolver e alcançar excelência em seus entregáveis, garantindo a longevidade e qualidade da equipe.

Operações de negócios

Sabemos que UX/UI Designers já têm uma cadeira na mesa dos Stakeholders. Esse foi um grande passo de nosso setor, indubitavelmente — Cada vez mais as empresas estão percebendo o impacto direto que um Design Team pode trazer, seja no aumento de vendas, na retenção de clientes ou na redução de custos e desperdícios. Todos esses pontos estão diretamente ligados aos resultados da empresa como um todo. Por isso, UX/UI Designers precisam cada vez mais levar em conta o negócio, sabendo como documentar e analisar os resultados de seu trabalho.

Habilidades além do Design

Uma história real: Certo jovem, recém ingressado como UX/UI Designer em uma gigante do varejo nacional, se viu diante da oportunidade que serviria de trampolim para a sua carreira. Uma empresa nova e inspiradora, pessoas bacanas, boas metodologias e audaciosos desafios pela frente. Logo, ele fez o máximo que pôde para se integrar, ser participativo, ouvir, e por fim, se sentir parte do time. Meses se passaram, e ele tinha conseguido esse feito. Acontece que ninguém sabia que ele, antes de se tornar um UX/UI Designer, tinha sido professor de Yoga.

Certo dia, ele teve a brilhante ideia de sugerir a seus colegas de trabalho uma sessão de Yoga, totalmente grátis, no parque próximo à empresa. Era uma competência que ele tinha e podia oferecer, e que a seu ver, poderia ser muito agregadora para sua equipe de trabalho. Então promoveu a primeira aula. Depois a segunda.

Terceira. E assim, foram muitas aulas onde “o pessoal da firma” vinha pra investir em sua saúde, e mais do que isso, a se integrarem mais como time. Nem preciso dizer que a liderança da empresa simplesmente adorou esse gesto: Um colaborador, que por iniciativa própria e sem custo, criou uma forma de integrar a equipe, e ainda ajudar em sua saúde.

Esse é um exemplo perfeito de como as habilidades além do design podem fazer muita diferença em uma empresa e em um time. Todos nós, devido a experiências anteriores, certamente temos algo a agregar a outras pessoas com nossa vivência pessoal: Uns vieram do interior para a cidade grande, outros já estiveram fora de sua terra natal, outros já tiveram outras profissões, outros tem algum hobby bacana. Em todos esses casos, há histórias, aprendizados e descobertas que, se compartilhadas, podem favorecer as pessoas à nossa volta.

Conclusão

Evidencie essas competências em seu site / currículo.
Separe pontos importantes que aconteceram em sua carreira, que sejam dignos de mencionar. Em seu site ou currículo, faça questão de contar essas pequenas histórias sobre esses fatos, esclarecendo o cenário, o problema e a solução. São esses momentos que constróem sua experiência, mostrando os acertos (que serão seguidos) e erros (que serão evitados) em seus próximos desafios. Empresas não querem pessoas que trazem vícios, mas sim pessoas que já estiveram em situações adversas e souberam como vencê-las, para que apontem as futuras decisões na direção menos arriscada.

Fatores que mais reprovam em entrevistas de trabalho

Posicionamento inadequado

Em anos de experiência no mercado, percebemos que de grandes empresas estabelecidas a StartUps, quando um candidato é selecionado à entrevista, a sua linguagem verbal e não-verbal são determinantes em sua contratação em 90% dos casos. A impressão transmitida ao recrutador responsável pela vaga faz simplesmente toda a diferença. Para isso, considere 2 indicadores principais:

O que fala — As palavras escolhidas, o sentido das frases, uso de gírias, e principalmente, se a pergunta feita está sendo diretamente respondida. Sabemos por elas se há propriedade no assunto, experiência, conhecimento de ferramentas e habilidade de explicar. Só jogar com as palavras não convence.

Como fala — O tom de voz, o jeito como se porta e suas expressões faciais nos dizem muito sobre você. Identificamos rapidamente aspectos como orgulho, desrespeito, desmotivação e desinteresse, que são fatores altamente desclassificatórios em todo processo seletivo.

Passar a ideia errada sobre você mesmo

À partir do momento que você foi selecionado para uma entrevista, não é mais o portfólio ou falta de experiência que contam — tudo isso já foi visto e analisado pelos recrutadores envolvidos — mas sim o que transparece ser na entrevista. Recrutadores buscam perfis com potenciais a serem desenvolvidos, alguma humildade para aprender, comprometimento, profissionalismo, inteligência interpessoal, senso de equipe, capacidade de auto-gestão, adaptabilidade, interesse pelo trabalho, proatividade e, sim, o candidato tem que ser “gente boa”. Minimamente, deve ser agradável estar ao seu lado.

Uma tecla que sempre batemos: Um UX/UI Designer precisa gostar de gente. É um erro grosseiro achar que esse tipo de profissional deve ficar enfurnado numa sala sozinho, em produção absoluta por todas as suas horas de trabalho. Se você não tem essa habilidade, desenvolva-a urgentemente — e se perceber que não é possível mesmo, está na hora de repensar sua carreira.

Nem todo mundo precisa ter um perfil de liderança, ser a pessoa que coloca o time pra cima ou que conecta. Porém, suas Soft Skills devem agregar ao time. Todos os integrantes devem ter características complementares, deve sempre haver soma.

O segredo de ingressar com sucesso a um grupo de pessoas é rapidamente identificar algo que não tenham, e trazer (ou ser) esse algo.

Sempre há espaço para algo agregador. No que você é bom de verdade? Do que o time precisa, que você pode preencher? Encontre o seu espaço e faça-se uma peça indispensável.

Isso faz todo o sentido se você pensar que o trabalho representa no mínimo 1/3 da sua vida em tempo (talvez numa ideia quase inocente) e pode representar até mais, se pensarmos em nível de satisfação de vida. Então, agora imagine com que tipo de perfil você gostaria de trabalhar? Que tipo de pessoa você gostaria de dividir essa parte tão importante? Então… você é essa pessoa? Ninguém quer o gênio intocável que não soma ao grupo. Isto é over. Trabalho é troca constante e em equipe. Já está mais que claro que 10 pessoas trabalhando em um propósito, com sinergia, são muito melhores.

Tenha maturidade para entender que haverão dores em qualquer empresa. Mas, de todas as dores, qual te dói menos? Você está alinhado com a vaga/empresa que aplicou? E acredite, o recrutador vai querer saber o nível de insatisfação que essas dores te causam e como as superaria no dia-a-dia. Ficar reclamando não é estratégia.

Não demonstrar propriedade

Durante a entrevista, obviamente o recrutador fará perguntas sobre os cases apresentados no portfolio. A expectativa é que você tenha propriedade sobre eles, mesmo que os projetos não sejam só seus. Não saber contar a história do projeto e não saber responder a questionamentos é fatal, pois ficará claro que você fez muito pouco ou sequer teve interesse no projeto. Por isso, no portfolio, é importante deixar muito claro qual foi o seu papel, por menor que seja — Dessa forma o recrutador fará perguntas com base nessa informação e você terá as respostas prontamente. Não deixar isso claro irá criar espaço para que ele entenda que o projeto é só seu, e ao questionar pontos específicos, você não terá as respostas. Confira nosso artigo Como documentar seu projeto com qualidade e para não errar nesse ponto.

Por fim, tenha maturidade também para não jogar sua frustração no recrutador. Entenda que a única pessoa responsável pelas suas expectativas é você mesmo. Entrar em um processo de seleção pode mesmo gerar ansiedade, nós somos humanos e entendemos isso. Mas ela só pertence a você, e a maneira como lida com isso também diz muito. Para nós a entrevista nunca acaba, você está constantemente sendo avaliado.

Erros mais subestimados por UX/UI Designers ao aplicarem a novas oportunidades

A colisão de um mau comportamento

Há uma teoria muito utilizada no setor de vendas, cuja ilustração faz todo o sentido para as mais diversas aplicações de comportamento. Trata-se da teoria do iceberg: O básico dessa questão é que se vê apenas a ponta, enquanto a maior parte do iceberg está debaixo d’água; mas mais importante que isso, é que a parte submersa colide com algo muito antes da parte visível. Para quem assistiu Titanic, o marujo que viu a ponta do iceberg pode até ter achado que ainda daria tempo de desviar, mas a colisão já começaria segundos depois. Na prática, isso significa que seu comportamento chega muito antes de você, e já está colidindo com o recrutador sem que você tenha tido a chance de dizer quem é e do que é capaz de fazer na íntegra.

Quando a avaliação começa?

Ao contrário do que muitos pensam, a avaliação não é feita somente na entrevista. É, na verdade, a última fase do processo. A avaliação realmente começa antes mesmo de você contactar uma empresa ou recrutador, manifestando seu interesse na vaga. Como dissemos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, o avaliador tem o direito de questionar tudo o que você diz (benefício da dúvida) e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. Tais sinais podem ter muitas origens diferentes, e gerar impactos diversos nas suas chances pela vaga. Veja abaixo as fases de avaliação, para que atente aos erros básicos e evite a eliminação antes mesmo de concorrer:

1. Esteja pronto para se candidatar

O primeira fase de avaliação é entender se você está pronto para aplicar à vaga. Conforme citamos no artigo Porque você precisa fazer a lição de casa, seu portfolio precisa realmente estar atualizado. Mas vamos a uma definição simples: O que é um portfolio atualizado? Não se trata de uma página repleta de diversos trabalhos de toda a sua carreira, nem de uma página que prove sua versatilidade como designer, menos ainda uma página que mostre experiências extra-curriculares desassociadas ao Design. Seu portfolio nada mais é do que uma seleção simples de seus melhores trabalhos, que representem fielmente o momento atual da sua carreira e o seu perfil profissional dentro do UX/UI Design. Não é para ser complexo, é para ser objetivo. Além disso, desculpas como “não tenho tempo para montar o portfolio”, ou “sou sênior e não preciso de portfolio” não são aceitáveis: O fato de se ter ou não um portfólio já é parte de sua avaliação, e diz muito sobre você. Se está em busca de uma vaga de UX/UI Designer, apresente projetos que provem seu conhecimento e experiência específicos nessa disciplina, eliminando (ou reduzindo drasticamente) os demais projetos.

2. Analise a vaga e veja seu real fit a ela

O segunda fase é sua análise sobre a vaga, e a leitura de que seu perfil está alinhado a ela. Mas ler e compreender o descritivo de uma vaga parece ser um desafio maior do que parece. Ao criar um descritivo, empresas tentam ser o mais específicas possível, esclarecendo os principais pontos de atenção e requisitos para evitar enxurradas de e-mails de profissionais desqualificados para sua vaga. Mesmo assim, as enxurradas permanecem. Por nossa experiência, vemos que há um problema de entendimento dos candidatos, pois estranhamente muitos usam a famosa técnica do “vai que cola” — mesmo sabendo que a vaga em questão não tem a ver com seu perfil profissional, aplicam mesmo assim. Entendemos que para tais pessoas, esse fator não é um impeditivo para aplicarem à vaga. Pois estamos aqui para dizer que essa técnica não só é totalmente ineficaz e equivocada, como também agride sua imagem profissional: Conclui-se que se você não acha importante seguir um descritivo, certamente não achará importante seguir o processo de um projeto. Portanto, seja muito sincero com você mesmo antes de avançar na aplicação de uma vaga. Somente o faça se estiver seguro de que seu perfil se encaixa exatamente ao requerido.

3. Faça o contato e apresente-se

A terceira fase é a sua manifestação formal de interesse na vaga: A forma como você faz isso é crucial para os olhos de um recrutador. Seja por e-mail, WhatsApp ou outras mídias, você precisa se apresentar, e não apenas anexar currículo e links — Tenha o mínimo trabalho de dizer quem você é. Infelizmente é muito comum recebermos e-mail sem nome, de destinatários fantasmas como designagent247@mail.com… Você não pode nos dar o trabalho de ter que procurar seu nome. Diga-o inicialmente, seguido da vaga em que deseja aplicar; Explique brevemente o motivo de seu interesse na vaga, e então é hora de anexar arquivos ou enviar seus links. Dessa forma, cria-se um processo de informação consistente que resulta no interesse em saber mais sobre você. Apresentar-se mal pode resultar em não ter sequer a chance de avaliação de seu material.

4. Seja presente e disponível

A quarta fase é mostrar-se presente e interessado durante o processo de seleção. À partir do momento que você fez o primeiro contato, tenha a certeza de que alguém irá receber seu material, avaliá-lo e formar uma conclusão sobre o fit de seu perfil profissional com a vaga. Para tanto, esteja atento e não demore para responder o recrutador. Em tempos de múltiplas formas de comunicação, deixar de comunicar-se só é possível se for por opção própria. Quando chegamos ao ponto de tentar contato por diversas formas diferentes e não obtermos nenhuma resposta, entendemos que não se trata de disponibilidade, mas sim do desinteresse do profissional em responder. Para sua reputação profissional, teria sido muito melhor a franqueza de dizer que não havia interesse real na vaga — Se a oportunidade não tem prioridade para você, não se candidate.

Caso seja orientado a melhorar algum ponto específico de seu material, faça-o, sem promessas vazias como “vou ver se nos próximos dias eu faço”… Se está envolvido em outros processos seletivos (o que é perfeitamente comum), seja sincero pois isso não o descartará — Ao contrário, ao avisar o recrutador ficará claro que você é responsável e profissional, sendo sempre transparente.

5. Seja responsável à agenda

A quinta e última fase é honrar seus compromissos, estando presente mediante o agendamento de uma entrevista. Simplesmente compareça: Sua ausência nessa hora é um erro grosseiro. Deve-se pensar em todas as possibilidades que podem comprometer esse esperado momento, e administrá-las com sabedoria. Se uma entrevista física foi agendada, considere fatores como tempo de viagem, meio de transporte, local para estacionar. Chegar atrasado devido a fatores externos, mesmo que não seja culpa sua, vai desqualificá-lo igualmente. Para o entrevistador, a culpa está em você não ter antecipado tais problemas. Se foi agendada uma vídeo-conferência, antecipe problemas como má conexão, riscos de interrupção por outras pessoas em sua casa e bateria do laptop ou celular. Esteja disponível no horário marcado e garanta que, por sua parte, não haverão dificuldades para que a entrevista flua bem. Infelizmente vemos muitos profissionais promissores chegarem até aqui e “morrerem na praia” por terem uma postura inadequada quando finalmente têm a oportunidade de falar diretamente com a empresa interessada.

Conclusão

Não deixe que essas barreiras impeçam você de ir adiante em sua carreira. Remova-as uma a uma, com ações simples e práticas, agora que você já sabe o impacto negativo que elas podem causar na impressão gerada aos avaliadores sobre você. Alinhe seu comportamento ao profissional que você é e desenvolva sua carreira, uma oportunidade de cada vez.

A qualidade e a consistência de sua visibilidade determinam sua carreira

O que recrutadores buscam?

Experiência e Soft Skills

Por mais que os recém-chegados saibam a técnica de como fazer um bom UX/UI, já ter feito muitas vezes é outra coisa. Já ter feito para diferentes setores, empresas e equipes, é ainda outra coisa. Além disso, há quesitos muito mais difíceis de se adquirir: Soft Skills. Cada vez mais valorizadas pelo mercado, suas características pessoais são o que te diferenciam em qualquer ambiente de trabalho. Afinal, com que tipo de pessoa você gostaria de trabalhar? A somatória desses fatores (Experiência e Soft Skills) é o que define a diferença entre o Junior, Pleno e Sênior. Independente de sua posição de carreira atual, há oportunidades para todos os níveis, por isso, seja claro e direto sobre seu nível de maturidade.

Profissionalismo

Apesar da avaliação começar pelo portfólio, tenha a certeza que sua postura e comportamento são tão determinantes quanto a qualidade do seu trabalho. Essa avaliação começa no momento em que encontramos você — seja no LinkedIn, Behance, Medium, site pessoal ou mídia social. No decorrer de nosso contato, se encontramos problemas comportamentais, não há dúvidas de que você será reprovado. Erros como ausência ou atrasos a um call, participar de processos seletivos diversos ao mesmo tempo, má postura na entrevista, não cumprir sua palavra e abandonar projetos em andamento estão entre os mais comuns.

Bagagem documentada

Mesmo que não concorde, entende-se que o portfólio é a evidência de todas as suas alegações. Nos reservamos ao direito de questionar absolutamente tudo o que você mostra, para evitar a todo custo que oportunidades sejam desperdiçadas em decorrência da leitura errada sobre um profissional. Portanto, você tem 10 segundos para provar que é a pessoa ideal para a vaga. Sim, a primeira impressão é muito importante. É o momento de ter processo, ser detalhista e contar uma história convincente.

Resultados

Vemos dezenas de portfólios que começam com apresentações pessoais totalmente irrelevantes. Honestamente, não nos interessa se você gosta de Game of Thrones, se é contra o governo ou se acredita em Deus. Essas informações em nada agregarão aos seus entregáveis, que são o motivo de sua contratação. Em vez disso, apresente-se resumidamente falando de como seu trabalho impactou a equipe, a liderança, o cliente e/ou o público-alvo.

Erros básicos mais comuns

Na pele de um recrutador, você tem de 1 a 5 minutos de atenção para convencer que é a melhor opção para a oportunidade em aberto. Listo abaixo alguns erros que geram eliminação imediata:

Não ser específico no que faz

Quanto mais genérico você for, menos interessante se torna. Escolha uma especialidade e aprofunde-se, alinhando sua apresentação como um todo a essa especialidade. Para as demais habilidades, mencione-as em um texto descritivo complementar, como forma de enriquecimento de seu background.

Não ter um portfólio

Não ter trabalhos online é um erro inadmissível. Invista tempo de qualidade e monte portfólio completo, bem elaborado e bem apresentado. Ter poucos projetos não é fator impeditivo: É preferível ter 3 cases completos, do que 10 simples demais. Caso seus projetos mais relevantes sejam sigilosos, alinhar-se com o cliente e disponibilizar esses projetos com proteção por senha pode ser uma solução.

Ter um discurso desalinhado em diferentes mídias

Não seja uma pessoa no LinkedIn, outra no Behance e outra no Medium. Faça uso inteligente dessas mídias de forma complementar, colocando informações relativas às suas devidas finalidades: No LinkedIn, evidencie sua carreira e conexões. No Behance, mostre detalhadamente seu trabalho (Hard Skills). No Medium, apresente sua visão e competências humanas (Soft Skills). Não copie, em hipótese nenhuma, o texto de uma mídia para outra, pois ao fazê-lo, você elimina a necessidade de uma delas.

Não fornecer informações de contato

Ironicamente, muitas pessoas não deixam suas informações de contato. De nada adianta ser altamente qualificado, se ninguém consegue falar com você. O trabalho de busca por profissionais não é apenas baseado em indicações, mas também em buscas diretas nas plataformas mencionadas acima. Não dificulte nosso interesse em falar com você.

Principais fatores determinantes

Portfolio raso

A primeira premissa de um portfolio confiável é apresentar aprofundamento. Simplesmente mostrar as telas finais não é suficiente para avaliar a qualidade do seu trabalho. A segunda, é deixar claro qual foi o seu papel no projeto que apresenta. Como os projetos são em sua maioria coletivos, não dê a impressão de que você fez tudo sozinho. Seja direto e claro, sem rodeios. Em vias práticas:

Se você é um UX Designer – Exiba os desafios, descobertas, racionais, lógicas, jornadas, pesquisas, metodologias, e principalmente, mostre como a sua presença impactou na otimização de processos e em resultados diretos em benefícios ao usuário (como melhor engajamento) e ao negócio (como gastar menos ou vender mais).

Se você é um UI Designer – Apresente seus estudos de referências, mood de imagens, iconografia, tipografia, defesas de conceito, composição dos layouts e como eles se relacionam com a marca, e principalmente, como sua criação será convertida em componentes funcionais para as equipes de desenvolvimento.

Ser genérico

Evite esse tipo de titulo: “Sou UX/UI Designer, Diretor de Arte, Ilustrador, Front-End e Motion Designer.” Por mais que você realmente tenha todas essas competências, você está sendo contratado para atuar como UX/UI Designer. É evidente que toda experiência é agregadora — logo, trate as competências menos relevantes como habilidades complementares, um diferencial a mais que pode te destacar dos demais candidatos.

Especialidades não-equivalentes

Ser um Diretor de Arte Sênior não faz de você um UX/UI Sênior. Apesar de ambos serem vertentes do design, são bagagens, práticas, metodologias e mentalidades completamente diferentes. Seria como contratar um pediatra quando o que se busca é um cardiologista: Apesar de ambos serem médicos, são especialidades diferentes. O profissional mais procurado é aquele que é especialista em alguma disciplina, e não o que que faz 10% de tudo e 100% de nada.

Fui contratado. Yey! Mas não.

Aparentemente a parte mais difícil já foi, certo? Errado. É como diz o ditado popular: “Mais difícil que passar no vestibular é chegar à formatura.” Do primeiro dia de trabalho em diante, você continuará sendo avaliado. As pessoas estarão ávidas em não apenas ver se suas capacidades e promessas comentados são realmente verdade, mas também estarão igualmente curiosas em descobrir como você vai se comportar como pessoa. Não se engane: você pode ser desligado do projeto muito mais rápido do que foi contratado, independente se é PJ ou CLT. É sua performance que garante a estabilidade, e não o seu contrato. Dicas pós-contratação:

Comporte-se

Evite ao máximo trazer problemas humanos e comportamentais para dentro das empresas. Erros como atrasos, desrespeito à liderança e fazer questionamentos além do que lhe é cabido não serão tolerados. Em vez disso, seja o mais esforçado da equipe, ouça mais e fale menos.

Agregue ao time

Faça sua parte bem, para que outros não precisem fazê-la. Não perca prazos, pois a perda é de todos. Seja organizado, proativo, interessado, motivado e sempre disponível a ajudar.

Não desista

Uma vez em um projeto, fique até que ele termine. O prejuízo de sua saída é muito grande para quem fica, e além disso, é uma porta que se fecha para nunca mais reabrir. Faça da oportunidade a primeira de muitas.

Não divulgue sem autorização

Atente para a seriedade dessa questão. Entenda que o projeto não é seu, e que ele contém informações que podem representar vantagens comerciais a concorrentes. Se sua liderança lhe impõe NDA, submeta-se sem questionar e trabalhe nos termos colocados. Com a devida permissão, faça uso controlado.

We use cookies to give you the best experience. Cookie Policy

Artigos originais e de parceiros selecionados

Encontre artigos que vão ajudar muito em suas decisões profissionais, abordando comportamento, carreira e portfólio de forma simples e didática.

    Faça parte da comunidade Deeploy

    Cadastre-se para construir um perfil profissional alinhado ao seu potencial, obter diversos benefícios e acesso a vagas.

    Publique sua vaga conosco

    Faça seu cadastro na plataforma e experimente criar, publicar e gerir suas próprias vagas.

    Assine nossa newsletter para receber vagas e novidades

    Receba vagas originais da Deeploy e vagas da comunidade em seu e-mail.