Atitudes que resultam diretamente na desvalorização de seu perfil profissional
O valor da atenção
Ao contrário do que muitos pensam, um processo seletivo requer sua atenção total. Não se trata de ser X tipo de UX/UI Designer e querer Y tipo de vaga; Mas de candidatar-se desenfreadamente a toda e qualquer oportunidade que vier pela frente em levar esse processo a sério. É preferível que você separe poucas, aquelas em que realmente haja match com seu perfil, e invista tempo, dedicação e preparação específica para elas.
Me lembro que na escola, certa vez, a professora nos aplicou uma prova-surpresa. Numa terça qualquer, ela disse pra turma: “Hoje teremos uma atividade diferente, valendo nota.” A classe congelou geral. Silêncio absoluto. Ela então passou de mesa em mesa deixando uma folha, que muito parecia uma prova. Ao terminar de distribuir as folhas, ela nos passou apenas duas instruções: “Leiam todas as 10 perguntas antes de respondê-las. Os primeiros a terminar, estão liberados da aula de hoje.” A êxtase era tanta que praticamente ninguém deu ouvidos à primeira instrução e logo foram responder as perguntas, com a pressa de se livrar logo da aula. Poucos minutos depois, uma aluna X levantou-se, deixou a folha quase em branco na mesa da professora e saiu. Todos os demais alunos entreolharam-se e concluíram: “Nossa, ela desistiu! Mas porque a professora a deixou sair?” Quase meia hora depois, outros alunos começaram a se levantar e entregar a folha quietos, unanimemente com um semblante de indignação absoluta. Foi então que eu cheguei à décima e última pergunta, que dizia: “Responda somente a a 10ª questão. Todas as demais não são necessárias, mas se já as respondeu, levante-se em silêncio e entregue a folha.”
Essa história ilustra que além de ser necessário você estar preparado para ser avaliado a qualquer momento, você também precisa dar a devida atenção à sua avaliação. A sede ao prêmio e a pressa levou a grande maioria dos alunos à derrota, e colocou apenas uma à frente dos demais.
Da mesma forma, leve a sério um processo seletivo; Cada vaga tem sua origem, um perfil ideal imaginado, uma necessidade a ser suprida. Por isso, como estamos falando especificamente ao universo de UX/UI Design, a forma que o processo de avaliação é conduzido não é igual a vagas de outros setores. Por sua vez, UX/UI Designers devem tratar esse processo como um projeto de UX/UI Design: Antes de mais nada, é preciso saber quem é seu usuário, o que espera, o que quer de verdade (e não o que diz querer), para então ajudá-lo a atingir os objetivos esperados, ou simplesmente, convencê-lo a usar seu produto. Tais pontos precisam estar bem claros em sua mente antes que se candidate a uma vaga, e farão com que os olhos do avaliador brilhem como os da professora ao ver a aluna atingir o objetivo: Todo contratante se inclinará a escolher, além dos critérios básicos, o candidato que genuinamente se mostrar mais interessado, motivado, informado sobre a empresa e preparado para aquela avaliação, principalmente em condições inesperadas.
Como ser reprovado em 6 passos
Yeah! Quero atuar como UX/UI Designer em alguma empresa agora mesmo! Calma lá. Existem fatores que você precisa ter a atenção mencionada anteriormente, se quiser cativar a atenção de contratantes. Que você sabe fazer UX/UI Design já é minimamente sabido e esperado, mas existem muitos outros pontos que contam na avaliação. Listo abaixo 6 erros clássicos, que se cometidos isoladamente já acendem uma luz vermelha; e se cometidos em conjuntos de 2 ou mais, são a receita de bolo da reprovação.
1. Candidate-se sem ler os descritivos de vaga
Ah, a famosa técnica do “vai que cola”: Saia dando tiros a todos os lados, candidatando-se a qualquer vaga bacaninha, sem atentar se as exigências estão além de sua capacidade ou perfil. Alguns descritivos de vagas, como na história da professora, já tem em si instruções específicas para candidatos seguirem, ou seja, se você não ler o descritivo completamente e com atenção, mesmo que haja um fit de seu perfil, você estará automaticamente desqualificado e dificilmente será possível recuperar a atenção do contratante. Nosso artigo “Seu Perfil X Vaga: Há mesmo um match?” detalha bem esse ponto.
2. Esteja inacessível
Uma vez que a empresa se interessa por um perfil, profissionais dificultam a conexão: Não divulgam dados como telefone e e-mail em seus links, dados estes que obviamente seriam utilizados para falar com eles. Algumas vezes deixam escapar um e-mail em algum de seus links, e o recrutador, com dificuldade, o descobre; E quando envia e-mail, simplesmente é ignorado. Nosso artigo “As barreiras invisíveis para se candidatar a uma vaga” esclarece essa questão.
3. Apresente-se mal
Passar a impressão errada sobre si mesmo é muito fácil: No primeiro contato, candidatos não dizem quem são, enviam arquivos muito pesados em vez de links, não detalham experiências anteriores, pedem altos salários / benefícios incongruentes com seu nível de maturidade e ainda por vezes dedicam o e-mail à pessoa errada (dando a entender que usam exatamente o mesmo texto para todos, e que sequer conferem o destinatário). Nosso artigo “Não seja pego nos detalhes” explica esse erro com mais profundidade.
4. Envie seu portfolio desatualizado
Aqui mora o mais comum dos problemas: Enviar portfolios mesmo que estejam desatualizados ou desalinhados com a vaga, justificando que não houve tempo para trabalhar nele. Há profissionais que realmente acreditam que o avaliador vai chegar à conclusão de que são tão ocupados e focados no trabalho, que não tem tempo pra mais nada. Mas na verdade, a conclusão que eles chegam é que esses candidatos não valorizam sua imagem profissional, não definem prioridades e administram muito mal seu tempo. Nosso artigo “Porque você precisa fazer a Lição de Casa” explica a origem e como evitar esse problema.
5. Chegue atrasado na entrevista
Deixar de antecipar problemas de força maior é perigoso. No caso de entrevistas presenciais, candidatos ficam presos no trânsito, têm dificuldade para encontrar o endereço correto e pegam filas enormes no saguão de prédios comerciais; e em caso de entrevistas por videoconferência, não checam sua conexão à internet, esquecem de carregar a bateria do laptop/celular e não avisam outros moradores da casa sobre a necessidade de privacidade naquele horário específico. É claro que imprevistos acontecem, mas a maioria dos problemas podem ser antecipados ou terem um plano B. Nosso artigo “Elimine ‘detalhes’ que desqualificam seu perfil profissional” vai mais fundo nesse tema.
6. Desista da vaga logo que começar
Entende-se que esse erro é o mais agressivo de todo o processo, porque nesse ponto o candidato já foi aprovado em todos os critérios. Da parte da empresa, já há uma confiança criada e planos desenhados para o início das atividades, quando subitamente o candidato desiste de atuar, seja por qualquer motivo. Nosso artigo “Entrei. Saí. Onde errei?” levanta pontos importantes e consequências dessa atitude.
Conclusão
Para que você passe bem longe de todos esses erros, esteja atento a cada ação tomada e tenha sua intenção em se candidatar a uma vaga muito clara. Com isso, todo o seu comportamento (que é o que estará sendo avaliado) seguirá uma linha mais assertiva, respeitosa e eficaz em processos seletivos.
Boa sorte! 🙂
Como UX/UI Designers podem definir e evidenciar seus diferenciais únicos
O que te torna único(a)?
Seguindo o raciocínio dos professores de universidade: Todos buscamos instituições de ensino para expandirmos nossos conhecimentos e efetivamente aprendermos a fazer alguma coisa da qual já tenhamos alguma inclinação. Passamos alguns anos enfurnados em livros, longas aulas e experimentos, aprendendo ao máximo com a chance de errar sem gerar prejuízos para nós mesmos e para clientes. Ao final do curso, os alunos estão igualmente treinados para o mundo real, pois receberam o mesmo volume de aulas, das mesmas pessoas. Daqui em diante, outros fatores começam a fazer toda a diferença: Alguns alunos absorvem e retém mais conhecimento, outros nem tanto; alguns vão buscar emprego, outros vão empreender; alguns avançam como generalistas, outros imediatamente se aprofundam em uma determinada disciplina. Começa então, uma “disputa” entre profissionais com a mesma qualificação técnica mas com diferenciais humanos que muito dizem sobre seu perfil — e consequentemente fazem toda a diferença ao que as empresas estão buscando para seus times de Design.
O valor de sua cultura
Existe um fator de extrema relevância que deve ser levantado: Sua cultura. Onde você nasceu e como foi sua criação, a relação com sua família e amigos, do que gosta e do que não gosta, o quê e quem te inspira, seus hábitos e hobbies, experiências positivas e negativas, o que escolheu como profissão, onde e no quê já trabalhou, lugares que frequenta, livros e filmes que consome, e muito mais. A somatória de todos esses fatores constrói quem você é hoje, e esse conjunto todo tem influência direta na forma como você se comporta no trabalho. Suas relações interpessoais são geradas à partir dessa cultura, que juntamente com suas habilidades humanas (que chamamos de soft skills) adquiridas, formam um UX/UI Designer que pode ter um valor inestimável, se posicionado da forma correta: Afinal, empresas contratam pessoas e não robôs. Como você irá passar a maior parte do tempo útil de seu dia trabalhando, elas se preocupam em como você irá gerenciar sua cultura e soft skills em um ambiente com diversas outras pessoas, cada uma com seu respectivo perfil.
O que empresas querem “comprar”
Em linhas extremamente diretas: empresas compram seu tempo, conhecimento e experiência. Você é recompensado financeiramente por dedicar esses três fatores todos os meses, em favor de um negócio e seus produtos. Desses três fatores, note que um deles é o que você foi treinado; os demais são ativos que dependem muito mais do seu desempenho humano. A forma como você administra seu tempo (equilíbrio de produzir bem e rápido) e como faz uso de bagagem anterior (como você minimiza erros, conduz processos e lida com outras pessoas) são os fatores mais relevantes para que uma empresa escolha você. Como esses fatores sofrem influência direta de sua cultura, é então seu trabalho canalizar todo esse montante e criar um perfil profissional que evidencie e valorize seus pontos fortes.
Produtifique-se
Como somos muito diferentes uns dos outros, o que você precisa definir como importante para criar um produto de si mesmo(a)? Nesse cenário, entenda que você é o produto e empresas são o consumidor: Elas estão ávidas em adquirir algo que seja útil, que traga benefícios, que supra bem uma necessidade e que não traga problemas. Então o seu desafio é passar essa ideia claramente, criando uma versão sua que seja atraente, interessante e convincente de que você é a melhor opção de aquisição — e não apenas isso, mas que esclareça os pontos que fazem de você único(a), te diferenciando de outros UX/UI Designers. Conforme falamos no artigo Concluí o Bootcamp de UX/UI Design! E agora?, para isso, recomendamos 4 passos:
1. Liste suas competências adquiridas
Há quem diga que se pegássemos uma folha de papel e começássemos a escrever tudo o que sabemos fazer, ficaríamos surpresos. Você só terá noção se pegar esses pensamentos e convertê-los em palavras escritas. Independente de sua procedência e experiência anterior, você já aprendeu muito ao longo de sua vida até agora.
2. Conecte-as a UX/UI Design
Crie conexões dessas competências adquiridas às necessidades das empresas e aptidões de um UX/UI Designer. Alguns exemplos: se você vem de Marketing, suas habilidades visuais e de relacionamento com marcas podem agregar a UI e UX Writing. Se você vem da engenharia, suas habilidades com números e da funcionalidade das coisas pode agregar à pesquisa e à sua visão do produto final. Se você tem muita experiência internacional, o conhecimento de outras culturas pode ajudar a identificar pontos sensíveis de termos e simbologias que passariam despercebidos (para o caso de produtos multinacionais), entre outros. À partir dessas informações, elabore um texto curto e direto sobre quem você é, especificando cada ponto de conexão, para que essa introdução resuma sua carreira e mostre o porquê de você ser uma peça importante em um Design Team.
3. Prepare seu Portfolio e perfil no LinkedIn
É certo que a avaliadores e recrutadores sempre recorrem com essa dupla. Segundo nosso artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, a expectativa deles é encontrar no LinkedIn um detalhamento completo sobre sua qualificação e trajetória profissional, e no Portfolio, a demonstração de sua capacidade técnica e experiência. Esse equilíbrio precisa existir, e trabalhar a seu favor: “No LinkedIn você alega, no Portfolio você prova.”
4. Conte sobre sua cultura
Como recrutadores, vemos muito frequentemente UX/UI Designers seguindo o padrão mais simples de apresentação profissional em suas páginas de portfolio: Uma breve introdução, um grid de projetos e seus principais links no rodapé. Esse pack é funcional, pois entrega a informação que o usuário quer consumir de forma muito objetiva. Fato. Mas…
O que infelizmente não vemos com muita frequência é uma página de “sobre mim”, e menos ainda, uma que realmente desperte interesse.
Como a prioridade é entregar a informação principal, UX/UI Designers acabam por não valorizar ou deixar pra depois a construção dessa página de perfil. É aí que mora o problema: Essa página serve para você esclarecer a sua cultura, e nisso, demonstrar seu valor e se diferenciar da maioria. Logo, é uma tela em branco para você pintar com o seu universo! Garanta que ela seja convidativo, interessante, e principalmente, que convença que você é muito mais do que um par de mãos.
Listo abaixo alguns exemplos dessas páginas, de alguns profissionais que foram selecionados por nós ao #PortfolioDaSemana no nosso Instagram:
Para te ajudar nesse processo, crie um perfil em nossa plataforma. Trabalhamos bastante para que você, simplesmente por responder às perguntas feitas, chegue a um resultado plenamente satisfatório com as informações mais relevantes e na medida certa.
Conclusão
Para que seu valor profissional aumente e empresas tenham uma ideia mais aprofundada de você, invista tempo em construir essa informação de forma estratégica. Capriche no design e garanta que essa página seja uma representação de tudo o que você considera que tem valor em você mesmo. Boa sorte!
O que empresas esperam de profissionais que atuam à distância
Escritório vazio? Oh.
Imagine-se chegando ao escritório e encontrando-o vazio antigamente. Isso podia significar automaticamente algumas coisas (todas negativas): A empresa estava mal das pernas? Perdeu um cliente importante? Demissão em massa? Os times estavam desmotivados? Funcionários estavam em greve? Todos tínhamos medo de um escritório vazio. Mas depois de todo o furacão que o mundo passou no último ano, se você chegasse a um escritório vazio hoje, não pensaria mais essas coisas. Provavelmente a primeira coisa que viria à mente seria “caramba, a galera aqui já está em full remote work!” Já estamos condicionados a esse formato, e agora, os desafios são outros. Ao passo que não temos que nos preocupar em se arrumar para sair todos os dias, transporte e violência, agora temos que manter a saúde mental e conseguir separar bem o trabalho da vida pessoal.
Houve impacto mesmo?
A profissão de UX/UI Designer já dava espaço para esse formato, mas nós não tínhamos noção do quanto. Sejamos francos: Os softwares que usamos são, em maioria, estruturalmente colaborativos; Usamos mídias digitais para nos comunicarmos, mesmo estando a poucos metros de distância do companheiro ao lado; e em nossos picos produtivos, já investíamos horas de foco direto sem interação para a conclusão de X tarefa importante. Então, o que realmente perdemos foi o calor humano — E com ele, lá se foi nossa rotina casa-trabalho-casa; Estamos agora sempre em casa e sempre no trabalho. O que separa esses dois estados é meramente nossa organização de horas. Mas é claro que sentimos falta das reuniões, almoços, estar junto, chegar, ir embora, oferecer carona… Perdemos na qualidade das relações, mas ganhamos tecnicamente em produtividade.
O que as empresas evoluíram
Com o distanciamento social, empresas remontaram sua forma de liderar, organizar, executar e entregar. Listo abaixo os principais pontos que foram evoluídos:
- Gestão — Foi necessário aumentar a maturidade de gestão, de forma a conseguir que colaboradores sempre estejam supridos de atividades e mantendo sua produtividade. Para isso, criaram-se “rituais” como um stand-up diário, uma demonstração ou crítica semanal e conversas 1–1 periódicas, definindo melhores horários do dia para conversas.
- Economia — Investimentos que antes eram designados a infraestrutura e logística, agora podem ter um novo destino: Novas tecnologias, novos produtos, e principalmente, contratar mais pessoas. Para empresas de fora do Brasil, com a desvalorização do Real, tornou-se ainda mais favorável contratar brasileiros.
- Cultura — Já que as pessoas não necessariamente estão inseridas em um ambiente que transpira a cultura da empresa, foi necessário criar alternativas para garantir que sua essência esteja em cada ação de seus colaboradores e em como se relacionam com a marca, envolvendo-os em todo esse contexto de forma estratégica (o que chamamos de “gerar lovers”).
O que esperam de um “remote worker”
Como já falamos no artigo Saber fazer não é suficiente na carreira de UX/UI Designer, no médio prazo, muito mais importa suas soft skills do que suas hard skills. Isso implica diretamente em sua forma de trabalhar e no quê a empresa espera de você, especialmente atuando em modo remoto. Essas habilidades vão ditar o seu ritmo de trabalho, seus entregáveis, sua relação com o time, sua prestação de contas, seu aprendizado, e mais. O ponto principal a ser levantado aqui é:
A sua própria iniciativa de prever e eliminar potenciais problemas em sua relação com a empresa evolui o seu nível e aumenta seu valor profissional.
Para isso, listo abaixo 6 questões para você antever e já converter em ações para começar e manter uma relação boa, transparente e duradoura. Listo abaixo:
Foco
Sem uma pessoa para “percorrer o escritório”, fica mais difícil saber exatamente o que você está fazendo. Como obviamente os gestores não irão à sua casa para fiscalizar seu trabalho, eles não fazem ideia do que se passa do outro lado da tela de um call. Logo, deixe suas condições de trabalho adaptadas para produzir bem e manter o foco, e crie uma rotina diária simples de interação e prestação de contas ao seu time. Dessa forma, terão certeza de sua disponibilidade, empenho e interesse.
Constância
Apesar de todos termos picos produtivos em determinados dias e horários, sua produtividade precisa se manter linear. Por mais que você invista um dia inteiro em calls com diversas pessoas, e outro dia focado em apenas 1 tarefa altamente complexa, mantenha-se motivado e produtivo no mesmo nível, estendo igualmente presente e interagindo ao ser solicitado.
Pontualidade
Se você estivesse no escritório e o CEO da empresa quisesse falar com você imediatamente, ou ele iria à sua mesa ou te chamaria à mesa dele. Da mesma forma, para uma reunião com o time, bastaria que todos saíssem de suas mesas para ir à sala de reuniões do escritório, no horário estipulado. Basicamente, o único fator que justificaria sua falta de pontualidade para calls e reuniões seria algum problema técnico de energia ou conexão à internet. Mesmo que esses problemas ocorram, há outros meios de notificar os envolvidos com alguma antecedência sobre um possível atraso.
Aproveitamento de gaps de tempo
Para equipes que contam com membros em diferentes localidades do mundo, o desafio está nos fusos. A diferença de horas pode ser um enorme blocker, como também pode ser uma grande vantagem. Pensando que exista uma janela de tempo onde todos de todas as localidades estão ativos e disponíveis, mesmo que seja por poucas horas, é o horário que você pode interagir mais e obter o que precisa para trabalhar. Nas demais horas fora dessa janela, antecipe o que precisa para o próximo dia para que a resposta já tenha vindo quando ele começar.
Idiomas
Conseguir se comunicar em outro idioma se tornou ainda mais essencial. Se antes você conseguia se virar apenas escrevendo, agora vai precisar dos dois igualmente pois a qualquer momento um colega de fora irá te acionar para passar algum ponto específico. Pedir um call rápido é muito mais fácil do que antes era levantar da cadeira e ir à sua mesa, e as pessoas já adotaram essa enorme facilidade de comunicação.
Riqueza cultural
Esse é um ponto muito relevante. Como times estão sendo formados com pessoas provenientes de diversos estados e/ou países, o ponto de vista de cada integrante tende a ser ainda mais diferente, o que pode agregar a um projeto de UX/UI Design em muitos pontos. Traga suas particularidades regionais, raciais, financeiras, de costumes e mais, para ajudar no desafio de se fazer um produto para todos, quando postas de frente com as de alguém de fora do seu circuito e realidade.
Conclusão
Torne a condição de trabalhar remotamente como um ponto de partida para melhorar drasticamente sua postura profissional. Criar e manter um bom relacionamento com o time e a liderança da empresa deve partir de você.
Como reduzir a fricção entre UX/UI Designers e empresas
Afinal, o que cada parte quer?
O cenário de contratação em geral é desafiador. Desde sempre, empresas tem dificuldades para encontrar os melhores talentos, e profissionais tem dificuldade para serem colocados. Como cada parte está de um lado, essa conexão tende a ser tardia, cara, estressante e com grande margem de erro. Por esse motivo, existem empresas como a Deeploy.Me, que tem por objetivo encurtar essa distância entre as partes e minimizar ao máximo o tempo, custos agregados, risco e stress.
Em nossa experiência como especialistas no mercado de UX/UI Design, identificamos questões que são únicas desse setor, além dos básicos de um processo seletivo comum. Essa experiência nos possibilita, com base em profundos estudos e análises, a identificar os principais pontos de dor de ambas as partes, como você está acostumado a fazer em sua rotina de UX/UI Designer. Mas antes disso, se formos pensar friamente no que cada parte quer, de forma muito resumida, temos:
Empresas: Encontrar apenas bons candidatos, avaliar poucas opções, contratar rápido, reter o profissional e ver os frutos dessa aquisição.
Profissional: Ser convidado por empresas bacanas, fazer um bom trabalho, crescer na carreira e ser recompensado financeiramente.
Mas sabemos que, na realidade, atingir tais desejos não é tão simples quanto parece. É um desafio para ambos.
Principais dores das empresas
Seu objetivo com produtos digitais é sempre gerar resultados em seus negócios. Para isso, estão dispostas em investir em UX, melhorando a relação com seus clientes e potencializando o crescimento e consolidação de seus produtos. Mas o que a maioria dos colaboradores não têm ideia, ou ao menos não levam em consideração, é a enorme e pesada camada de suor e lágrimas derramadas pela existência do negócio. Conforme mencionamos no artigo Entrei. Saí. Onde errei?, antes mesmo da empresa existir, alguém arriscou tudo, teve coragem, ousadia, resiliência e determinação para não apenas abrir um negócio, mas para mantê-lo vivo e operante pelo máximo de tempo possível. Parte fundamental da construção desse organismo vivo são as pessoas que fazem parte dele, e aqui cito Steve Jobs:
“Não faz sentido contratar pessoas inteligentes pra sempre lhes dizer o que fazer. Contratamos essas pessoas para que nos digam o que fazer.”
Logo, a liderança de toda empresa precisa que seus colaboradores a ajudem nessa grande jornada, cada um no que lhe cabe. Mas para isso acontecer, o primeiro passo é contratar.
Listo abaixo algumas das principais dores das empresas para isso:
Receber candidatos demais
É comum que, ao abrir uma vaga, o avaliador receba enxurradas de currículos e portfolios. Mesmo que ele fique feliz em ver que um grande número de pessoas têm interesse em colaborar em sua empresa, ele não tem tanto tempo disponível para avaliar, e é fato que esse processo vai se tornar extremamente cansativo, estressante e frustrante.
Falta de qualificação pra vaga
Uma vez tendo recebido muitos aplicantes interessados, começa o segundo problema: Profissionais que não têm perfil pra vaga, candidatam-se mesmo assim, apesar de o descritivo ter sido claro em suas exigências: Como exemplo, alguns designers de outras vertentes (como Design Gráfico, Direção de Arte, etc.) candidatam-se para vagas de UX Designer, outros não têm a experiência desejada, ou não dominam a língua exigida, entre outros.
Despreparo para o processo seletivo
Infelizmente, a maioria esmagadora de candidatos não estão preparados para serem avaliados, mesmo que muitas vezes tenham o perfil da vaga. Apresentam portfolios desatualizados e desconexos com o LinkedIn, não conseguem demonstrar a experiência que possuem, não se dão bem nas entrevistas, são muito exigentes em salário e benefícios, e mais.
Maturidade questionável
É muito comum que UX/UI Designers cometam equívocos sobre sua maturidade na área. Vemos frequentemente profissionais se entitulando sêniores tendo menos de 2 anos de atuação, outros alegando serem especialistas em uma disciplina mas sem comprovação da eficácia de sua especialidade, ou ainda, dizendo que atuam há muitos anos mas com projetos no portfolio que não demonstram a qualidade e a consistência de alguém tão experiente.
Errar na contratação, perdendo tempo e dinheiro
Conforme falamos no artigo Senso de urgência é necessário?, um profissional não é um item de varejo para que seja devolvido à loja depois de uma reclamação ao SAC. Há uma grande camada de fé, um voto de confiança por parte da empresa, que foi criada com base no processo seletivo, na qual ela dá crédito ao profissional e espera não ser decepcionada pois tal fato lhe custaria muito tempo e dinheiro.
Não conseguir reter um talento
Toda empresa, depois da contratação, tem o enorme desafio de reter um bom profissional. Para isso, elas investem pesado em sua cultura interna, provendo ao colaborador um cenário acolhedor, apaixonante e inspirador, para que este sinta-se parte de uma família. Com isso, mediante seu esforço e talento, é correspondido com reconhecimento, crescimento e retorno financeiro.
Principais dores de UX/UI Designers
Como as empresas, profissionais também têm seus objetivos próprios. Estão assistindo o setor crescer avassaladoramente, com salários cada vez mais atraentes; A chance executarem tarefas que adoram, a possibilidade de serem parte de empresas inovadoras e disruptivas, de ganharem notoriedade e de colaborarem significativamente na vida e cotidiano das pessoas que consomem os produtos que fazem. Mas para chegarem lá, é necessário romper a barreira de um processo seletivo.
Listo abaixo suas principais dores:
Descritivos de vaga sem sentido
Como nem toda empresa possui um DesignTeam consolidado, com uma liderança específica em UX, vemos muitos descritivos de vaga que apresentam exigências completamente inadequadas. Isso acontece por alguns motivos: A empresa não possui maturidade em design, o responsável pela abertura da vaga não é qualificado tecnicamente para avaliar, a empresa precisa de um faz-tudo por ser pequena, entre outros.
Processos seletivos longos e cansativos
Por mais que processos sejam criados para a seleção ser mais assertiva e justa, alguns deles são muito longos e exigentes pois são compostos por diversas etapas, que avaliam pontos diferentes: Habilidades de comunicação, competências técnicas, psicológicas e comportamentais, chegando inclusive a avaliar as mídias sociais e sua situação jurídica do candidato.
Falta de oportunidades pra iniciantes
Infelizmente a maior parte das vagas que se abrem são para UX/UI Designers Plenos e Sêniores, ou minimamente, exigem alguma experiência do candidato. Esse fator frustra diversos profissionais recém-formados e/ou em transição de carreira. Com isso, é comum que empresas com times maiores tendam mais a abrir espaço para iniciantes, para que possam ser bem treinados e acompanhados por outros mais experientes.
Não receber feedback
Consideramos esse o maior ponto de dor de candidatos. Como processos seletivos avaliam muitas pessoas, nem sempre os recrutadores conseguem dar uma resposta rápida, ou mesmo uma resposta em si, a todos os candidatos que foram desclassificados. Mesmo assim, como recrutadores, discordamos de tal atitude e fazemos o máximo para que todos os candidatos recebam feedback, e também que sejam orientados sobre o que os desclassificou para que obtenham melhores resultados em próximas oportunidades.
Ser contratado para uma coisa, e fazer outra
Vemos diversos relatos de profissionais que foram selecionados para exercer uma lista de tarefas, e acabam por serem cobrados por outras; ou que foram contratados para produzir e acabam tendo de liderar, e vice-versa. Esse impacto de promessa não-cumprida e a sensação de estar sendo “explorado” sem recompensa gera a desmotivação, que unida ao aquecimento do setor, leva ao êxodo de muitos profissionais no médio prazo.
Trocar de emprego e não gostar do novo
Com o frequente assédio do mercado a profissionais mais qualificados que ocupam bons cargos, mediante propostas tentadoras, UX/UI Designers tendem a ficar inseguros com essa transição, tomando o máximo cuidado com promessas, benefícios exorbitantes, liberdade demais para trabalhar, entre outros. O que os assombra é o medo de trocar de emprego e não se adaptar ao novo, não poder voltar ao antigo e com isso perder tempo precioso de sua carreira e produtividade.
Conclusão: Como encontrar o equilíbrio?
Encontrar o equilíbrio entre essas duas partes é o que adoramos fazer. É esse o nosso trabalho: Garantir que empresas consigam contratar bem, rápido e gastando pouco; E que UX/UI Designers possam colocar-se em oportunidades alinhadas ao seu perfil. Para que esse processo aconteça, veja abaixo nossas orientações básicas:
Empresas
Independente de sua maturidade em Design, conforme falamos no artigo Contratação faz parte da estratégia de UX, não deixe para pensar nisso aos 45 do segundo tempo. Para lançar um produto ou melhorar um já existente é necessário construir um time com as pessoas certas para atingir tais objetivos, tomando decisões seguras e pensadas. Traga sua necessidade para irmos a fundo no que realmente precisa: Auxiliamos na construção do descritivo da vaga, buscamos, selecionamos, recrutamos e cuidamos do processo de contratação (conforme o perfil de cada empresa) para que seu DesignTeam nasça, cresça e consolide-se como peça fundamental na saúde da empresa.
UX/UI Designers
Esteja preparado para ser avaliado em seu máximo potencial. Antes mesmo de pensar em seu portfolio e postura profissional, faça uma auto-análise de que tipo de UX/UI Designer você é: O que busca, o que faz melhor, como sua experiência anterior agrega, de que forma pode fazer a diferença e onde pretende chegar. Com isso claro em mente, conforme falamos no artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, oriente sua apresentação profissional a esse objetivo para que recrutadores possam rapidamente encontrar o que buscam em você de forma convincente e consistente. Cadastrar-se na Deeploy.Me é um passo crucial que vai ajudar muito nesse processo.
Boa sorte! 🙂
Como outras vertentes do Design podem agregar (ou atrapalhar) sua carreira
Encontrando seu lugar
Como recrutadores, nossa visão tem origem no ponto de vista de empresas, ou seja, de como vêem e o que esperam dos profissionais que buscam para compor seus times de Design. Por isso, sempre recomendamos que UX/UI Designers reflitam constantemente em qual é sua real vocação. Esse tipo de profissional, de forma quase unânime, adora o que faz e genuinamente quer fazer do mundo um lugar melhor, um projeto de cada vez. Para isso, não se trata de habilidades, nem de sua experiência anterior (mesmo que seja grande), mas de o que você ama fazer e como pode canalizar esse conjunto de atividades ao benefício de pessoas, por meio de sua atuação em projetos para as empresas às quais presta serviços.
O universo de UX apresenta um conjunto de atividades dos quais você, certamente, tem as suas preferidas devido ao seu perfil — que nada mais é do que a somatória de quem você é com suas experiências de vida, cultura, network, e mais. Uma dessas disciplinas, que está contida em UX, é UI, ou seja, a camada visível de tudo o que é estruturalmente UX. Para os designers que são oriundos de outras vertentes do design visual, como Designers Gráficos, Diretores de Arte e WebDesigners, UI é a que mais se assemelha ao tipo de trabalho que estão acostumados, que consiste em criar soluções visuais para as mais variadas finalidades. Mas UI não é isso, ou ao menos, não é só isso. Entre diversos fatores (como softwares e tipos de entregáveis), a maior diferença entre essas vertentes e UI é o pós-entrega. O trabalho de um UI Designer não termina quando seu layout fica pronto. Ele precisa ser responsável por cada uma de suas decisões de design: fatores como o estilo de ícones, escolha de fontes e conceito das formas precisam funcionar e ajudar a gerar resultados, e não apenas serem belos. Seu design é posto à prova imediatamente e constantemente, e te força a ter de lidar com críticas de todos os envolvidos nas mais diversas variações de pessoas e objetivos específicos. Logo, essa tarefa requer muito mais responsabilidade e aprofundamento, porque ela atinge níveis estruturais do que é um produto e sua finalidade.
Mesmo designers que alegam ter ambas habilidades entitulando-se UX/UI Designers, precisam refletir sobre essa realidade: Se você usa UI depois de UX, seus entregáveis devem mostrar essa competência. Em vias práticas:
Designers Gráficos, Diretores de Arte e mesmo WebDesigners não são automaticamente UI Designers, menos ainda UX Designers.
O que UI Designers fazem?
Colocando de lado o óbvio — a capacidade de criar layouts bonitos, funcionais e replicáveis — existem critérios a serem considerados para o entendimento da extensão do papel de um UI Designer:
Não fazem arte, projetam
Suas criações não são baseadas em seus gostos pessoais, nem para serem apreciadas por um público qualificado. São projetos que requerem pensamento analítico e prático, para que sejam utilizados por qualquer tipo de pessoa sem que seja necessário pensar.
Lidam com desenvolvedores
Quando seu trabalho “termina”, começa o dos desenvolvedores. O fato de seu entregável não ser o produto final resulta na existência desse usuário intermediário que tenham que considerar, para que o trabalho deles seja simplificado, objetivo e com o menor risco de retrabalho possível.
Se responsabilizam por seu Design
Sabem que diante de questões de força maior como prazo, budget e quantidade de envolvidos, sua ousadia visual tem limite. Por isso, a responsabilidade por seus elementos visuais é maior, fazendo com que seja necessário colocarem de lado o preciosismo em favor da fluidez do projeto.
Seguem regras e orientações de UX Designers
Entendem que há uma marca a ser obedecida, que já possui suas próprias regras visuais. Logo, sua criatividade é canalizada a esse universo já definido, para que abram espaço mesmo com limitações. Além disso, recebem orientações de UX Designers antes, durante e depois de seu trabalho, que são os indicadores provenientes de pesquisas, validações e preocupações como acessibilidade.
Se preocupam com a implementação
Por saberem que seu Design não é para si mesmos, consideram a necessidade de seus entregáveis finais serem feitos com maestria: O acervo de arquivos do projeto é devidamente organizado, nomeado e preparado pensando no próximo. Sabem que, se o seu Design é bom, desenvolvedores e outros designers poderão utilizá-lo sem que a função e a qualidade sejam comprometidos.
Estudam referências e melhores práticas
Para que sua criatividade ganhe corpo e seja funcional em meio a fatores que tem influência direta em seu trabalho, entendem que é necessário estudar frequentemente. Esse fator os coloca numa posição de observação muito maior, abrindo sua visão para que não errem no básico.
O que UI Designers mostram em seu portfolio?
É importante mencionar que o portfolio de um UI Designer é de suma importância para sua imagem profissional. Novamente indo além do óbvio — que é a existência de um belo portfolio — há pontos a serem levantados que requerem sua atenção no mesmo nível da qualidade das imagens finais:
Variedade consistente de projetos
Uma vez que seu trabalho é focado em interfaces, não é difícil criar um padrão de apresentação de cases mesmo que o objeto de cada projeto seja completamente diferente um do outro. A consistência está na forma e na ordem que apresentam os componentes do case, evidenciando sua particularidade.
Seu processo, ambientando e explicando suas decisões
Por mais que seus entregáveis não necessariamente envolvam descobertas, pesquisas com usuários e validações, UI Designers contam a história do projeto da perspectiva do look & feel. Nisso, mostram o processo criativo de como resolveram determinado problema e atingiram o resultado final.
Como sua versatilidade enriquece o projeto
Quando existentes, mostram competências extras como ilustração, tipografia, fotografia e animação e como sua presença gera impacto na qualidade do projeto. Quanto mais Tailor Made for, mais valor é agregado para diferenciar seu design dos demais, condicionados em maioria ao simples e “já pronto”.
O detalhamento do que escolhe ou cria
Apresentam cada componente, por menor que seja, e sua função no todo. Esses componentes visuais, sejam eles cores, fontes, ícones ou formas, são detalhados no motivo que foram escolhidos e como devem ser empregados por outra pessoa.
E o que recrutadores esperam de UI Designers?
Consideramos esse fator o mais importante, ou o objetivo final da postura de um UI Designer: Fazer com que seu valor seja notado e valorizado por empresas. Mais uma vez indo além do óbvio — que é caprichar em sua apresentação profissional — há fatores humanos que recrutadores buscam em UI Designers:
Que sejam organizados
Já que todo criativo tem a fama de ser bagunçado e desorganizado, qualquer sinal avesso a essa pré-definição é sem dúvida agregador. Esses sinais são enviados não apenas nos cases do portfolio, mas na forma em que você os diagrama, na sequência de seu storytelling, na ausência de erros gramaticais, e mais.
Que não sejam preciosistas
Estar preparado para ouvir que seu design não funciona, ou que é raso demais, ou ainda que é bonito mas não é adequado é uma competência importantíssima. Se você não quer ser rotulado como artista, esteja aberto às críticas de recrutadores e avaliadores pois eles sabem claramente do que precisam, além, é claro, de serem o usuário a ser agradado.
Que seu trabalho seja profundo e responsável
Se quisessem que você apenas criasse telas bonitas, você não estaria sendo avaliado. Em um universo onde há infinitas fontes de mock-ups, layouts, UI kits, ícones e outros templates, fica fácil entregar telas bonitas. Não querem ver desafios de design e layouts de redesign não-solicitado, simplesmente porque no mundo real, não há provas de que funcionam.
Que entendam processos de UX
Você não pode ser leigo ou tapar os olhos aos demais componentes do universo de UX, porque uma vez contratado, lidará com eles todos os dias. Saber a diferença entre Guidelines de Marca e Design System, por exemplo, é primordial para garantir sua permanência depois da primeira semana de trabalho.
Conclusão
Ser um UI Designer requer muito mais do que ser capaz de entregar um design bonito. Mesmo que haja uma vasta bagagem anterior em outras vertentes do design, é mesmo necessário um aprofundamento nas reais práticas desse tipo de profissional para separar o quanto sua bagagem agrega ou atrapalha seu mindset. Empresas buscam profissionais seguros de sua especialidade, e que tenham entregáveis alinhados com todos os demais fatores que o cercam.
O que UX/UI Designers podem fazer para que avaliadores mantenham contato
Mas antes: A entrevista.
Para que possamos entender o comportamento das empresas em não dar feedback em processos seletivos, primeiro precisamos parar para analisar o cenário todo — lembrando que não concordamos com tal atitude, mesmo que erros tenham sido cometidos pelo candidato. Dar feedback deve ser parte do processo, a todos os candidatos igualmente.
Entende-se que, se você foi chamado a uma entrevista, já houve uma primeira análise de seu perfil e portfolio. Essa triagem prévia já “elimina” a maior parte dos candidatos que de imediato não têm perfil para a vaga, mas que mesmo sabendo disso, candidatam-se na estratégia do “vai que cola”, como mencionamos no artigo Seu Perfil X Vaga: Há mesmo um match?. Esse é, sem dúvida, o ponto mais agressivo a um recrutador, fazendo com que ele perca tempo e rapidamente te marque com uma red flag — o que pode inclusive comprometer suas futuras candidaturas a outras vagas nessa empresa.
Nesse momento, a sua postura precisa ser profissional. Não se trata de seu nível de maturidade, experiência e habilidades, mas sim da forma como você leva essa conversa. Já de antemão, existem dois fatores que recrutadores esperam na entrevista:
Mostre-se genuinamente interessado na vaga
Essa impressão pode ser passada de diversas formas. Listo abaixo algumas perguntas pertinentes a serem feitas, para o caso de essa informação já não ter sido passada previamente ou trazida à tona por parte do avaliador:
- Que estágio está o projeto?
- Como é dividido o time?
- Terei acesso a pessoas de outros departamentos?
- Qual a maturidade de Design?
- Qual é a cultura da empresa?
Tenha conhecimento da empresa
Esse fator mostra diretamente sua motivação pela oportunidade, pois esclarece que você se identifica com a empresa e seus produtos: Caso contrário, você idealmente não teria se candidatado à vaga. Como toda empresa tem o desafio de fazer com que seus colaboradores sejam seus primeiros evangelistas e entusiastas, já vir com essa etapa vencida pode fazer muita diferença. Já houveram casos em que os candidatos, na entrevista, sabiam mais sobre a empresa do que os avaliadores. Listo abaixo alguns exemplos de informações para você trazer:
- O tamanho da empresa;
- Seus principais produtos;
- A opinião pública sobre ela;
- Sua posição no mercado.
Aaaaah, o feedback. Porque não vem?
Estar do outro lado da mesa e conduzir um processo seletivo não é tarefa fácil. É como paternidade: Somente entendemos completamente as ações de nossos pais quando nos tornamos pais. O entrevistador tem à sua frente um trabalho árduo e uma grande responsabilidade, que é buscar e encontrar a pessoa certa sem altos custos, com rapidez e mínimo risco (pois mesmo depois da decisão ter sido tomada, é possível que tenha sido equivocada pois pouco se sabia do comportamento do contratado, somente de suas promessas). Ele está na situação de dar apenas 1 resposta positiva, e todas as outras negativas — Logo, ele está ciente de que investirá muito mais tempo com respostas negativas (e suas justificativas individuais) do que com a única positiva. Por esse motivo, principalmente, é que infelizmente muitos candidatos não recebem feedback. Então, como fazer para ser digno da atenção dessa pessoa? Veja abaixo dicas para você obter suas respostas:
Ainda na entrevista
O primeiro passo para que você seja contactado no pós-entrevista em caso de não aprovação é simplesmente, ainda durante a entrevista, perguntar sem medo e com educação quando a empresa pretende tomar uma decisão sobre a vaga. Fazê-lo em nada ofende ao avaliador, e mostra que você está levando a sério o processo seletivo e que valoriza seu passe. Logo, o avaliador se sentirá mais inclinado a dar-lhe um feedback, pois abriu a organização de sua agenda ao lhe dar um prazo.
Logo após a entrevista
Assim que a entrevista terminar, você pode reforçar seu interesse na vaga. Para isso, basta que no mesmo dia ou na manhã seguinte você envie um e-mail de agradecimento pelo tempo investido em você (afinal, uma ou mais pessoas pararam suas atividades para te dar atenção), pelo interesse em seu perfil, pela oportunidade da entrevista e se colocando à disposição para eventuais fatores que não tenham sido levantados. Isso ajudará o recrutador, em meio a diversos outros candidatos, a se lembrar de você em sua tomada de decisão. Não faça perguntas diretas — Esse contato é uma conclusão, e não o início de outra conversa.
Dias depois da entrevista
Se em 1 semana em média você não for contactado com uma decisão (seja ela positiva, negativa ou informativa para uma próxima fase do processo seletivo), pode ser um momento oportuno de fazer follow-up. É justo dar tempo ao avaliador, pois é certo que houveram outras pessoas entrevistadas depois de você — e é possível que esse processo se estenda ainda por mais tempo. Não use mensagens diretas e redes sociais para isso: E-mail é a forma mais adequada e menos ofensiva para essa tentativa de reaproximação.
Saiba a hora de aceitar o não
Durante esse período de espera, é perfeitamente aceitável que você continue em seu processo de busca por vagas em outras empresas pois ainda não houve nenhum comprometimento de sua parte. Jamais desista de uma vaga por outra, já tendo sido aprovado.Se em 2 semanas não houver nenhum retorno, chegou o momento de aceitar a negativa e concentrar-se em outras oportunidades.
Descubra o “porquê não?”
Como é dito, saber perder e aprender com a derrota é um ingrediente presente na mente de todo vencedor. De nada adianta irritar-se, achar o processo injusto ou desqualificar os avaliadores mediante uma resposta negativa. Em vez disso, buscar saber o motivo da negativa é a informação mais importante que você pode tirar de todo esse cenário: A identificação de um erro é o primeiro passo rumo ao caminho certo, pois sem essa informação, você irá inconscientemente continuar cometendo o mesmo erro repetidas vezes a cada nova oportunidade. Peça sinceridade do avaliador, pois quanto mais branda for a resposta, menor o impacto positivo que pode ser gerado em suas futuras ações.
É relevante também colocar que a causa da negativa pode não estar em você: A vaga pode ter sido cancelada, ou outro candidato simplesmente venceu pois tinha mais qualificação ou fit — o que não significa que houve erro algum de sua parte.
Para esse caso, manter a porta aberta é sempre o melhor desfecho.
Já houveram inúmeros casos em que UX/UI Designers foram reprovados em processos por motivos como esses, mas mediante sua postura de compreensão, paciência e interesse, não foram esquecidos e pouco depois foram chamados pela mesma empresa a novas vagas.
Conclusão
Para obter as respostas que procura, esteja atento às suas atitudes, prezando pelo máximo profissionalismo. Avaliadores darão espaço e investirão tempo apenas a candidatos com tal postura, que mostraram estarem devidamente preparados antes da entrevista e interessados na vaga. Mesmo que a resposta demore ou não venha, saiba o momento de seguir em frente, deixando sempre a porta aberta.
Boa sorte!
Como UX/UI Designers podem preparar-se e agir rápido em processos seletivos
Ver, ouvir, decidir
Quando uma oportunidade é aberta, o ponto de partida é você considerar a experiência de te contratar, entendendo a realidade de quem abriu a vaga. Na maioria dos casos, os tomadores de decisão são pessoas extremamente ocupadas, que não são especialistas em Recursos Humanos — e que além de avaliarem, ainda precisam cumprir suas diversas tarefas normais. Logo, entende-se que toda e qualquer ação a ser tomada por você nesse processo precisa ser prática, rápida e eficaz, estando orientadas a proporcionar uma jornada marcante ao contratante. Infelizmente, a realidade é bem diferente: eles tem que lidar com UX/UI Designers despreparados para uma avaliação e ausentes, fatores que fazem com que percam o timing da vaga porque forçam avaliadores a ter de esperar que se prepararem pra serem avaliados, e depois esperarem ainda mais por sua resposta tardia.
Vamos a um ponto básico: O que um avaliador quer?
- Ver seus trabalhos para te dar credibilidade;
- Ouvir as histórias e porquês que você irá dizer;
- Decidir por sua contratação, pensando no máximo aproveitamento de suas habilidades.
Conforme citamos no artigo Como vagas de UX/UI Designer são abertas?, Quanto mais rápido for esse processo, melhor.
Uma alusão simples: Você é um fabricante de cadeiras. Seu telefone toca: é um cliente precisando urgentemente de uma nova cadeira, pois a dele quebrou. Ele diz: “Olá! Preciso de uma cadeira e não encontrei fotos da que você faz, pode me enviar?” Você então responde: “Não tenho fotos pra enviar agora, mas olha, a cadeira que eu faço é bonita, confortável e se adapta a qualquer ambiente. Vou tirar fotos e te mando!” Não poder ver a imagem vai imediatamente desencorajá-lo de sua intenção de compra, pois ele tem ciência de que a parte mais preocupante ainda está por vir: quando receber a cadeira, ele irá usá-la. Passar pela situação de não gostar da cadeira e ter que devolvê-la é sem dúvida o que ele não quer, e o primeiro sinal disso já é não ter conseguido nem ver a cadeira. Se isso acontecer, além de ainda não ter seu problema resolvido, a perda de tempo e a sensação de voltar à estaca zero é terrível.
No universo de contratação não é diferente. Candidatos não tem projetos atualizados pra mostrar, pedem mais tempo para montá-los e fazem alegações sem comprovação, esperando que o avaliador lhes dê um voto de confiança. Mas como você não é um objeto de varejo, se o avaliador se arrepender de sua decisão não poderá simplesmente ligar no SAC, devolver o produto e pedir outro, no caso deste ser ruim. Arrepender-se de uma contratação é um processo caro, estressante, demorado e até traumatizante, dependendo das atitudes de ambas as partes. Por isso, empresas são altamente criteriosas e exigentes em seus processos seletivos, e esperam que você dê respostas rápidas e certeiras pra que seu tempo renda. Antes de oferecer sua cadeira, mostre-a para despertar o desejo de compra no consumidor.
Preparação: A necessidade
Para UX/UI Designers, estar preparado representa muito mais do que somente estar disponível para atender uma ligação, responder um e-mail ou uma mensagem direta. Significa que você já precisa ter feito um conjunto de ações que são esperadas pelo recrutador. Mas o que eles pedem imediatamente para sua avaliação? Conforme falamos no artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, suas expectativas no primeiro momento consistem basicamente em encontrar um portfolio atualizado (para poderem avaliá-lo tecnicamente) e um perfil no LinkedIn (para poderem ver sua trajetória e experiência). O que passar disso pode ser considerado um fator a mais que te coloca à frente dos demais concorrentes.
Um bom exemplo desse over delivery seria ter um site próprio único, bonito, funcional e atualizado que já reúna as informações mais relevantes desses dois lugares, isentando o recrutador de ter que visitar mais de um lugar. Portanto, considere que ter tais fatores trabalhando por você é estar preparado. É completamente inadequado pedir ao avaliador que lhe dê mais tempo pra atualizar seu portfolio.
Presença: O senso de urgência
Partindo do pressuposto de que você está preparado para ser avaliado, passamos para a próxima fase, onde imediatamente avalia-se o seu comportamento. Daqui em diante, todas as suas ações estarão sendo “gravadas”, uma vez que os candidatos que não tinham perfil já foram desclassificados. Como você passou da primeira onda, as expectativas são maiores, e tendem a aumentar ainda mais nas próximas ondas. Por isso, é justamente nesse ponto que o senso de urgência toma a frente: Cada minuto investido em você deve compensar, afinal você ainda está concorrendo com outros profissionais, só que agora, iguais ou melhores do que você. Logo:
Faça o tempo trabalhar a seu favor.
A velocidade de suas ações é um ponto de grande valor. Além de revelar seu real e genuíno interesse na vaga, ela passa a impressão de respeito ao tempo do avaliador. Se tudo o que lhe for solicitado tiver uma resposta pronta, ganha-se mais pontos. Veja abaixo algumas dicas para você agir rápido:
Direcione seu portfolio à vaga
Se você tiver experiência em diversas indústrias e estiver se candidatando a uma vaga em um banco, por exemplo, é evidente que apresentar projetos relativos a essa indústria irá dar peso ao seu perfil. Por isso, faça alterações em seu portfolio de maneira a dar mais evidência a esses projetos. Essa ação precisa ser fácil, simples e rápida. Como você é um UX/UI Designer, não é difícil escolher uma plataforma de portfolios ou criar um site próprio que possibilite essa praticidade, certo?
Siga orientações de recrutadores
Se o processo seletivo estiver sendo conduzido por um recrutador especializado, as orientações provenientes dele fazem toda a diferença em suas chances, afinal, ele tem um conhecimento muito mais aprofundado da expectativa e do perfil da empresa contratante. Uma orientação frequente é que você desabilite projetos de outras vertentes do Design provenientes de sua experiência anterior (como Design Gráfico, Ilustração, Tipografia, e mais) do seu portfolio, para que o avaliador da empresa encontre somente e exatamente a competência pela qual ele tem a intenção de te contratar.
Crie uma apresentação específica
Como comentado por Lucas Hirata sobre como conseguiu entrevistas em empresas como Facebook e Google, se sua vontade de trabalhar em certa empresa for mesmo gigante, invista tempo em uma apresentação de alto impacto. Você não precisa de uma semana inteira pra isso: Seja rápido pra não perder o timing. Descubra quem são avaliadores e como impressioná-los, saiba tudo sobre a empresa, expresse sua relação pessoal com o produto dela, explique diretamente como sua presença pode conduzir a resultados. Fatores como esses fazem os olhos dos avaliadores brilharem, como se você estivesse entregando-lhes um presente.
Responda rápido a e-mails
Talvez por estarmos na era do contato direto, as pessoas tendem a pensar que e-mails não são mais uma forma eficaz de comunicação. Errado. A questão mais importante dos e-mails é a documentação, ou seja, a trajetória de sua presença na caixa de entrada das empresas será informada posteriormente a outras pessoas. Com isso, responder rapidamente a e-mails constrói uma imagem de colaboração e prestatividade, de forma comprovada.
Atenda a contatos diretos
Não custa dizer que você precisa atender a seu telefone e esponder mensagens. Como é improvável que avaliadores te liguem diretamente sem antes terem trocado e-mails ou mensagens, essa ligação normalmente já é esperada. Ou seja, não há justificativa para recusá-la. A inacessibilidade a você pode passar uma idéia de descaso e desinteresse, levantando uma red flag de que talvez, quando contratado, você desapareça sem dar satisfações.
Conclusão
Estar preparado para agir rápido em um processo seletivo é fundamental para que você obtenha sucesso. Para isso, garanta que tudo o que está em seu controle esteja atualizado e seja de fácil edição, para facilitar a todos os envolvidos no processo.
A importância de UX/UI Designers serem conscientes ao candidatarem-se a vagas
O fenômeno do “vai que cola”
Conforme falamos no artigo “Elimine ‘detalhes’ que desqualificam seu perfil profissional”, há uma série de atitudes impressionantemente comuns que fazem com que UX/UI Designers sejam desqualificados para as vagas que se candidatam. Entre elas, está a simples conclusão “Ei, essa vaga é pra mim!”, que nem sempre é verdade. O que vemos é um erro estrutural, pois na verdade essa frase deveria ser “Nossa, que vaga bacana!”. Essas duas conclusões são bem diferentes, e só uma delas é a correta. Todos querem as vagas bacanas, mas elas não são para todos.
Para chegar à conclusão de que a vaga é pra você, ela precisa ser muito parecida com o seu perfil atual. Você realmente tem que preencher ao menos a maioria dos requisitos, prestando atenção aos detalhes — Por exemplo: Digamos que uma vaga requer que você trabalhe alocado em São José dos Campos. Você vive no Rio de Janeiro, e não tem disponibilidade de mudar-se para SJC. Mesmo que você preencha tecnicamente as exigências da vaga, não há condições para a sua contratação. Mesmo assim, você se candidataria à vaga? A resposta certa é não. Esse exemplo pode ter inúmeras variações: Vagas podem exigir um tempo mínimo de experiência, serem apenas para mulheres, requererem um perfil mais analista do que criativo, ou mesmo, serem para um contrato com período limitado. Acredite: Recrutadores recebem currículos de pessoas que apesar de estarem cientes de não poderem atender às exigências, mesmo assim se candidatam, na mentalidade do “vai que cola”. Não.
Agora imagine-se do outro lado da mesa, na posição do “dono” da vaga: Além de todo o trabalhoso cenário interno de abertura da vaga, você já sabe o que vem pela frente: receberá muito mais propostas com menos fit, do que menos propostas com mais fit. Logo, quando um candidato aplica a uma vaga que não condiz com seu perfil, ele está não apenas perdendo tempo e prejudicando sua imagem, como também gerando prejuízo de tempo aos avaliadores.
Por outro lado, não há candidato ideal. E é exatamente por esse motivo que bons descritivos de vaga são exigentes e específicos: Vence a pessoa que preencher a maior quantidade dessas exigências, pois o alinhamento é sempre feito de cima pra baixo. Posteriormente, já tendo passado pela primeira etapa de avaliação mesmo sem preencher perfeitamente todos os requisitos, você terá a chance de contrabalancear a falta deles com outras habilidades que tiver, que podem ser interessantes e agregadoras à empresa.
Os fatores que geram o problema
Listo abaixo os 4 fatores mais comuns que resultam na candidatura equivocada a vagas:
Nova oportunidade = mais dinheiro?
Há uma mentalidade que assombra UX/UI Designers: Entender a diferença entre o próximo passo em sua carreira e ganhar mais dinheiro. Com o grande boom de UX Design no Brasil e no mundo, diversos profissionais oriundos de outras vertentes do design genuinamente se apaixonaram, migraram e solidificaram suas carreiras; Mas ainda muitos, comparando diretamente os salários, consideram-se dignos de pular etapas, entitulando-se erroneamente UX/UI Designers — mas não compreenderam que é impossível, por exemplo, saltar de Designer Gráfico Sênior pra UX Designer Sênior porque são práticas, processos e metodologias muito diferentes. O conhecimento e experiência nessas outras vertentes podem ser agregadores ao seu perfil como um todo, mas não bastam para essa denominação. Logo, comparar salários não é um driver correto. Uma nova oportunidade pode sim representar uma renda maior, mas esse não pode ser o seu principal fator de motivação: Mais importa que você veja uma vaga como o próximo grande passo de sua carreira, do que queira ganhar mais. Inclusive, vemos diversos casos de pessoas que aceitaram serem admitidas para ganhar o mesmo ou até menos do que o emprego anterior, mas entenderam que dar um passo para trás financeiramente não é regredir na carreira, mas sim pensar estrategicamente no médio-longo prazo. É o “perder para ganhar”.
Julgamento errado sobre seu nível profissional e atividade
Conforme falamos no artigo “Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer”, a forma como você se vê e se posiciona profissionalmente pode ser um grande empecilho para sua contratação. Esse artigo menciona e explica as diferenças entre os clássicos 3 níveis mais comuns: Júnior, Pleno e Sênior. O que exatamente define um profissional como pertencente a um desses níveis? Basicamente, a qualificação técnica, o tempo de experiência, a dimensão das responsabilidades e as relações humanas verticais (liderar e ser liderado) são pontos cruciais presentes em toda análise. Com isso, tenha plena ciência do momento de sua carreira levando em conta esses 4 pontos, para que você tenha uma leitura clara sobre você mesmo antes de aplicar a vagas que exijam mais do que você pode entregar. Uma das formas mais eficazes de ter certeza de seu nível de maturidade é perguntando para colegas de trabalho como eles te vêem — Peça total sinceridade, pois uma opinião errada, mesmo no intuito de ajudar, pode prejudicar sua oferta de valor a contratantes.
Outro ponto crucial é a sua atividade. Se uma vaga requer que o profissional produza peças digitais, de nada adianta um profissional de peças gráficas se candidatar a ela. Por mais que em alguns pontos haja semelhança (mesmos softwares, organização de arquivos, etc.), não é o que está sendo solicitado pelo contratante, ou seja, não é o que você está sendo contratado para fazer. Seu passado em outras vertentes do design e afins (como design gráfico, ilustração, caligrafia, tipografia e mais) não te qualificam automaticamente para uma vaga de UX/UI Designer; Podem sim agregar e te diferenciar, mas como não serão sua atividade principal, são muito menos relevantes no processo de seleção.
Não ler o descritivo com atenção
Nos tempos de escola, professores eram categóricos ao darem notas baixas a alunos quando respondiam erradamente às questões de uma prova. O interessante é que, pela análise deles, na maioria dos casos o aluno provavelmente sabia a resposta correta, mas não compreendeu a pergunta. A desatenção na hora de entender o que está sendo solicitado é um problema extremamente presente em muitos cenários da vida, e não diferente, é também no âmbito profissional. Por esse motivo, ao se deparar com um descritivo de vaga, leia-o completamente com muita atenção. Uma prática que recomendamos é que você passe os tópicos um a um, fazendo um check nos que tem certeza que pode atender sem dificuldade. Ao final, se você perceber que a maioria dos campos tem sinergia com o seu perfil, proceda à candidatura. Caso contrário, interrompa e não se candidate.
Por outro lado, devido à nossa experiência diária, sabemos que muitas vagas não são bem escritas e claras. Por vezes há informações excessivas, por outras há pouquíssima; Ainda, em alguns casos, as exigências não fazem sentido ao perfil de profissional requerido. Para todos os efeitos, o intuito do contratante é encontrar a pessoa ideal para sua necessidade, certo? Então a recomendação a você, como candidato, é que faça contato com o avaliador para esclarecimento de suas dúvidas, para que você se candidate plenamente seguro de sua decisão. Se a sua primeira abordagem a um recrutador for essa, tenha a certeza de que você será respeitado e ouvido.
Não pensar nas consequências
Por fim, todo erro cometido vem com uma consequência, e com ela, um aprendizado importante. Quando um UX/UI Designer se candidata a uma vaga que não está alinhada a seu perfil, uma red flag é levantada pelo recrutador: Ao armazenar os seus dados em uma planilha organizacional, a célula com seu nome será marcada com um ponto de atenção em vermelho. Para as próximas vagas que forem abertas, antes mesmo de checar se você evoluiu e está de fato pronto para a vaga, a leitura automática sobre você será negativa devido ao seu histórico. Ainda, considerando que além de você haverão diversos outros candidatos, é certo que você será colocado no final da lista de opções.
Outra questão que é importante levantar é que, por mais que nosso setor esteja em um crescimento acelerado, o mercado ainda é pequeno, as pessoas se conhecem e conversam entre si. Logo, se você comete esse erro repetidas vezes, será uma questão de tempo até os recrutadores chegarem a uma conclusão coletiva sobre você, o que pode ser ainda mais prejudicial à sua imagem e difícil de reverter.
Conclusão
Ao aplicar a uma vaga, esteja ciente que esse processo é muito mais complexo do que você imagina. Todas as suas ações fazem parte da avaliação, desde a forma que você aborda o contratante até a conquista do direito a uma entrevista. Esteja seguro de seu momento na carreira, respeite os contratantes e só candidate-se às vagas que realmente estiverem dentro do seu alcance profissional.
Obtenha o máximo de seu posicionamento como UX/UI Designer
LinkedIn, a “feira” de profissionais
Apesar de existirem diversas plataformas mais novas onde você pode criar um perfil profissional público, o LinkedIn ainda é a maior de todas, e com certeza, a mais popular. Dado o seu histórico, a empresa americana fundada por Reid Hoffman apresenta números impressionantes, mesmo depois de sua venda à Microsoft em 2016 por US$ 26B. Curiosamente, a terceira maior base de usuários do LinkedIn é o Brasil, perdendo apenas para Índia e Estados Unidos. Porém, todos nós sabemos que apenas ter um perfil no LinkedIn não significa estar presente nele, e menos ainda, garante o interesse de empresas em você.
Ao contrário do que muitos pensam, o conceito dessa rede social é conectar pessoas para gerar negócios, e não apenas ser um lugar para você dizer ao mundo sobre sua carreira profissional. Há quem diga que a usabilidade do LinkedIn é horrível, e que “as regras do jogo” para usá-lo bem são ruins e ineficazes. Mesmo assim, a amplitude de visibilidade que ele oferece a seu perfil é gigantesca, e muitas vezes, subestimada. Da mesma forma que o Facebook, Twitter e Instagram, você pode ser visto por qualquer pessoa do mundo — Mas a diferença do LinkedIn é que as pessoas tem um motivo genuíno para querer falar com você, com uma finalidade muito clara. Quando o assunto é trabalho, é o lugar certo para buscar pessoas.
Diferente das outras redes sociais, as pessoas não o usam para rir com memes, debater opiniões políticas, colocar cultura inútil, dizer o que estão fazendo nesse exato momento ou mesmo seu estado emocional. É o lugar onde frequentam para estabelecer conexões frutíferas, se desenvolver, permanecer sempre bem informadas sobre temas relevantes, e principalmente, se posicionar como profissionais, cultivando sua imagem. Ou seja, se você não quiser investir seu screen time em futilidades, o LinkedIn é sem dúvida a rede social certa para frequentar.
O ponto de equilíbrio
Frente ao que foi dito anteriormente, em nosso dia-a-dia de avaliação de profissionais em busca de vagas, encontramos situações em que o perfil do LinkedIn agrega muito pouco na avaliação. Isso é no mínimo intrigante: Fazer com que o LinkedIn trabalhe a seu favor é simples, mas mesmo assim, não é feito pela maioria das pessoas. De nada adianta uma ferramenta que possibilita que sua visibilidade profissional alcance o mundo, se na hora de alimentá-la com as informações que as pessoas buscam, deixa-se a desejar. Logo, trata-se de um problema humano.
Para avaliar um profissional, recrutadores idealmente fazem uso da dupla LinkedIn + Portfolio. A expectativa deles é encontrar no LinkedIn um detalhamento completo sobre sua qualificação e trajetória profissional, e no Portfolio, a demonstração de sua capacidade técnica e experiência. Esse equilíbrio precisa existir, e trabalhar a seu favor. Em vias diretas, para UX/UI Designers:
“No LinkedIn você alega, no Portfolio você prova.”
Como já foi dito em artigos anteriores, o avaliador tem o benefício da dúvida: Ele pode questionar cada palavra alegada no LinkedIn. Para isso, o Portfolio vem para comprovar o que foi dito, dando segurança à veracidade das informações. Por esse motivo, essa dupla precisa dar as mãos e trabalhar junto de forma complementar, ao invés de voarem solo e gerarem confusão no avaliador com informações faltantes, desalinhadas ou duplicadas. Na prática, o que regularmente encontramos é uma informação incongruente nesses dois lugares — O profissional é muito atraente no LinkedIn, mas quando vamos ao Portfolio, parecem duas pessoas completamente diferentes. E claro, isso acontece também ao contrário.
Redesenhando seu perfil
Nos atendo ao LinkedIn, se faz necessário que você invista tempo, atenção e cuidado na criação/edição de seu perfil. Use suas habilidades de UX/UI Designer para deixá-lo bonito, organizado e interessante. Da mesma forma que o Portfolio, ele não é para você, mas sim para quem possa se interessar profissionalmente em você. É a pura experiência do usuário, que você já faz em seus projetos do dia-a-dia.
Vamos então rapidamente decompor seu perfil, passando por cada seção que requer sua atenção e precisa estar preenchida. Veja a imagem abaixo como modelo, e acompanhe sua respectiva numeração:
1. Início (home)
Como essa seção é a primeira a ser vista, ela deve garantir ao visitante a sensação de estar no lugar certo. Para isso, providencie:
Foto — Você precisa estar apresentável, como se estivesse pessoalmente em uma entrevista. Evite trajes inapropriados e expressão negativa.
Imagem de fundo — Escolha uma imagem que represente seu universo atual e que mostre no quê você acredita, enfatizando seu lado profissional. Evite fotos com seu pet, paisagens ou mesmo não colocar nenhuma imagem, o que passa a impressão de desleixo.
Cargo e/ou especialidade — É o momento de dizer sua função atual, o que você faz de interessante, seu papel para o crescimento do setor, e mais. Evite frases como “disponível para trabalhar” ou “buscando novas oportunidades”, porque ao usar esses jargões, soa como se você estivesse apresentando um problema para o visitante resolver.
2. Destaques
Aqui o LinkedIn mostra o quão próximo o visitante está de você, através da menção da quantidade de pessoas que vocês têm em comum na rede. É uma forma muito eficaz de aproximação, pois o visitante poderia perguntar sobre você para alguma dessas conexões em comum — conexões estas, que até o momento, não eram de seu conhecimento.
3. Sobre
Essa seção é o espaço curto que você tem para dizer quem você é profissionalmente e resumir sua carreira. Tal informação precisa ser o gancho para reter a atenção do avaliador: De forma sucinta e objetiva, apresente-se, mencione sua especialidade, habilidades e diferenciais, liste suas maiores conquistas, clientes, empresas / setores que atuou e resultados gerados.
4. Em Destaque (Featured)
Use sabiamente essa seção para apresentar links a seus principais projetos, artigos que tenha escrito, vídeos que tenha feito/participado, e mais. É a hora certa de conectar o avaliador ao seu Portfolio e toda sua presença digital (que faça sentido para o seu lado profissional, é claro), provando que esses lugares estão propositalmente interconectados.
5. Atividades
Aqui o LinkedIn sugere ao visitante que veja seus últimos posts e demais interações no Feed. Obviamente, quanto mais ativo você for, mais interações ele vai sugerir, mostrando que você é presente e cultiva sua rede de relacionamentos profissionais.
6. Experiência
Essa é a seção onde você lista as empresas em que já trabalhou, na ordem do mais recente pro mais antigo. Além de listá-las, é primordial que você explique exatamente sua função em cada uma delas. Esses dados vão ajudar o avaliador a compreender sua procedência e evolução de carreira, ou seja, o que você já fez que te trouxe até onde está agora. Ao criar essa lista, certifique-se de colocar links aos perfis no LinkedIn das empresas em que passou, possibilitando que o visitante vá diretamente conferir a empresa, se houver interesse.
7. Formação Acadêmica
Aqui você informa os cursos que te qualificam profissionalmente, e suas respectivas instituições. Como na experiência profissional, cria-se por ordem cronológica e você pode criar os links ao perfil dessas instituições. Nessa seção você também pode listar os certificados dos cursos mencionados.
8. Competências
Essa seção é muito interessante: Você lista suas principais habilidades, e elas ficam abertas para que suas conexões possam te endossar. É uma excelente forma de mostrar que você tem conexões, e que pessoas genuinamente reconhecem essas competências em você.
9. Recomendações
Esse é o lugar certo para você provar que fez bons relacionamentos profissionais ao longo de sua carreira. Seus ex-colegas de trabalho podem criar recomendações sobre a experiência deles com você, o que é extremamente agregador do ponto de vista de suas soft skills. Como empresas contratam pessoas e não robôs, elas esperam que além de sua capacidade técnica, você também seja capaz de criar e manter bons relacionamentos interpessoais.
10. Conquistas
Essa última seção destina-se à menção de suas principais conquistas. Publicações, prêmios, menções honrosas, avaliações dadas por instituições, entre outros.
Enquanto a oportunidade não chega
Se você atualmente não está colocado, há diversas ações que podem ser feitas para agregar ao seu valor profissional. Lembre-se que as empresas buscam pessoas ativas, determinadas, resilientes e altamente produtivas. Por isso, ocupe-se ao máximo e faça bom proveito desse momento, fazendo questão de documentar tudo no LinkedIn. Listo abaixo algumas atividades que podem contribuir:
Seja mais presente — Crie e compartilhe posts, entre em conversas, discuta pontos levantados de forma agregadora.
Expanda seu network — Aproveite as recomendações do LinkedIn e adicione constantemente pessoas interessantes para seguir, e se possível, se conectar.
Desenvolva-se — Aproveite para fazer cursos, assistir lives, ler livros e ir a eventos para se aprofundar em sua área de preferência. Participar de desafios e hackatons também é recomendado.
Faça projetos (abonados ou pagos) — Encontre órgãos sociais ou empresas em alta necessidade para apoiar e contribuir com seu trabalho.
Compartilhe seus conhecimentos — Se você é um profissional experiente, ofereça palestras em faculdades, cursos rápidos e bootcamps; grave vídeos contando sua experiência, participe de lives como convidado, escreva artigos, e mais.
Conclusão
Faça o máximo para transformar seu LinkedIn em um motor de novas conexões e em uma apresentação digna de seu perfil profissional atual, alinhando-o de forma complementar ao seu Portfolio. Já que empresas invariavelmente o usam para te encontrar e avaliar, é inevitável que se feito sem a atenção devida, sua aprovação à vaga que busca pode ser comprometida.
Porque UX/UI Designers devem manter-se em constante estudo
O crescimento pessoal oriundo da leitura
Conforme falamos no artigo Equilibre sua visão de UX/UI Designer, Bill Gates, um dos nomes mais conhecidos do mundo, tem um hábito peculiar. Ele vai para as montanhas sozinho para ler, e lá permanece por dias. Tal hábito, que ele repete há anos, fez com que pessoas dessem depoimentos reais como esse:
“Se você sentar com ele para conversar sobre qualquer assunto (incluindo sua própria especialidade), é provável que ele saiba mais do que você.”
Concluímos então que o sucesso de Gates não se deve apenas à sua genialidade, mas sim à sua curiosidade e vontade incansável de aprender. Confira o documentário “O Código Bill Gates” no Netflix.
Quando dominamos determinada técnica, ferramenta ou metodologia, temos que considerar esse como o ponto de partida, e não como destino — sempre é possível ir além. Essa prática resulta em um fator crucial para a sua carreira: A compreensão de que nunca vamos (e nem devemos) parar de aprender. Obviamente o aprendizado vem de diversas formas, desde simples conversas a lições decorrentes de erros cometidos; Mas livros são de fato a principal e mais confiável fonte de conhecimento. A seguir, listo os ganhos pessoais que você terá ao adquirir o hábito da leitura:
Foco
Uma das grandes dificuldades do mundo moderno é conseguir se concentrar, mesmo que por um breve momento, em apenas uma coisa. Dominar o foco é essencial para ter uma vida organizada. Na leitura você treina essa habilidade, e quanto mais lê, mais focado se torna.
Veracidade
Entende-se que por se tratar de um livro, há propriedade naquele determinado assunto. Em um mundo onde a produção de conteúdo é uma enxurrada inesgotável que nos atinge por todos os lados, ter acesso a informação confiável, organizada e verdadeira é um ponto crucial a ser mencionado. As opiniões e conclusões ali expressadas foram baseadas na experiência e pesquisa do autor, possibilitando que você minimize significativamente a margem de erro em suas próximas decisões.
Profundidade
Entre outros benefícios, livros te preparam para fazer suas defesas de design. Quanto mais profundo você for, mais consistentes e bem sustentadas serão suas teses para justificar as escolhas em seu processo de trabalho. Existem muitos designers que chegam a bons resultados apenas com a prática e o aprendizado interpessoal, mas em algum momento, o conhecimento teórico e mais aprofundado fará falta.
Blockers para o hábito de ler
Em nossa vida corrida entre trabalho, família e outros afazeres, é mesmo um desafio ter tempo de qualidade para ler. E quando digo tempo de qualidade, me refiro a realmente parar para consumir conteúdo com atenção e foco, retendo as informações, fazendo anotações, levantando pontos de dúvidas, etc. Organizar-se para conseguir fazer da leitura uma prática diária não é nada fácil. Listo abaixo os blockers mais comuns para esse feito:
Falta de tempo
Em tempos de pandemia, hipoteticamente teríamos tempo de sobra para ler — mas infelizmente acabamos ocupando o tempo livre com distrações. A falta de tempo é a principal justificativa que arrumamos para simplesmente não ler, ou ao menos, procrastinarmos a leitura. Para isso, há uma máxima: “Se você não tem tempo para fazer uma coisa, significa que ela não é prioridade”. Então entende-se que o problema não é a falta de tempo, e sim a definição da leitura como prioridade.
Falta de hábito
Uma vez que o hábito é criado, tudo fica mais simples. Então o mais difícil é sair da estaca zero, que é criar esse hábito. Se você for analisar de perto como pessoas de sucesso organizam seu dia, verá que separam tempo para leitura todos os dias. Adicioná-la à lista de tarefas de rotina, logo, é um grande primeiro passo para a criação do hábito. Há pessoas que lêem das 5h00 às 6h00 da manhã, outras que preferem ler na cama antes de dormir, das 23h00 à 0h00. Nesse ponto, é o seu perfil que vai fazer a diferença. O que é indispensável é incluir a leitura na rotina, nem que seja por 30 minutos.
Falta de objetivo
Dada a imensidão de variedade de livros, você pode dizer: “são tantas opções que não sei por onde começar”. É recomendado que você comece por temas em que causem impacto direto em sua vida atual. Por exemplo: Você precisa entender porquê usuários não lêem conteúdos de sites na íntegra. Então o quê de fato lêem? A resposta para essa pergunta pode ser encontrada e algum livro que explique quais informações são notadas primeiro, e porque isso acontece do ponto de vista humano. Defina seus próximos livros com base em seus questionamentos e pontos específicos de interesse.
Livros que recomendamos
Aqui na Deeploy, nosso foco principal é te ajudar a aumentar seu valor profissional — além, é claro, de contribuir para que você melhore seu posicionamento como UX/UI Designer e planeje sua carreira tendo acesso às oportunidades que busca. Para isso, com a ajuda de ninguém menos que Daniel Furtado do UXNOW, separamos alguns livros que recomendamos para ampliar sua visão, indo muito além dos essenciais que você certamente já conhece como “O Design do dia-a-dia”, “Design emocional” e “Não me faça pensar”. Vamos a eles:
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- Rápido e Devagar: Duas formas de pensar
Um livro denso e que apresenta evidências de como o cérebro humano funciona utilizando dois sistemas — um rápido e intuitivo, e outro devagar e lógico.
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- Things that make us smart
O mestre explora a complexa interação entre o pensamento humano e a tecnologia que ele cria, defendendo o desenvolvimento de máquinas que se adaptam às nossas mentes, em vez de mentes que devem se conformar à máquina.
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- Every Tool’s a hammer
Uma reflexão para a vida, de que a melhor ferramenta para fazer qualquer trabalho é aquela que você se sente mais confortável ou a que te permite fazer o que quer fazer, por entender completamente seus movimentos.
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- Sapiens: Uma breve história da humanidade
Esse ótimo livro trata de como nós, seres humanos, somos capazes de realizar tantas façanhas e manter a complexidade de nossas relações.
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- Como fazer amigos e influenciar pessoas
Considerado o livro mais importante de todos os tempos sobre relacionamentos interpessoais, foi escrito há décadas e permanece impressionantemente relevante no mundo tecnológico moderno.
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- A estratégia do Oceano Azul
Explica que o êxito duradouro de produtos não decorre da disputa feroz entre concorrentes, mas da criação de “oceanos azuis”, que são novos e intocados espaços de mercado prontos para o crescimento.
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- Forever Employable
O autor apresenta uma forma muito interessante e efetiva de fazer com que oportunidades venham até você, ao invés de você procurar eternamente por elas.
E claro, não podemos deixar de citar livros de Design (talvez menos populares, mas muito relevantes):
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- Understanding Industrial Design
Um caminho para um design duradouro é evitar modismos e buscar a normalidade. Se um produto é construído puramente em torno de tendências, ele pode ficar ultrapassado em um curto período de tempo.
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- Articulating Design Decisions
O autor discorre a construção de defesas de design, abordando três fatores indispensáveis para um produto ter sucesso: Resolver um problema, ser fácil para usuários e ter o apoio da equipe interna.
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- Inspired: How to create tech products customer love
Excelente opção, que fala em detalhes como fazer produtos digitais centrados no ser humano. Aborda desde a importância de pesquisas, até o funcionamento de times ágeis.
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- Hooked
Uma apresentação espetacular de um modelo de como criar produtos mais engajadores, baseado em loop de gatilhos e recompensas.
Conclusão
Para se tornar um profissional mais profundo, preparado e valioso, adquira imediatamente o hábito de ler. Adicione essa tarefa em sua rotina diária, tratando-a como prioridade, e não “para quando tiver um tempo”. Se a leitura for realmente uma dor para você, comece aos poucos, com livros que agreguem diretamente às suas necessidades atuais. Dica final do Daniel: Leia as notas de rodapé!
Boa leitura e boa sorte!
Especialidades de UX/UI Designers para montar seu DesignTeam
O papel do Design
O rápido avanço da tecnologia (e tudo o que foi criado por meio das possibilidades geradas pela internet) fez com que houvesse uma gigantesca evolução do papel de um designer. Artista, editor de imagens, criador de layouts, diagramador, ilustrador, projetista de marcas e muitas outras facetas rotulavam o que um designer fazia, condicionando-o a associar seu trabalho a fins editoriais e de marketing, para os mais variados tipos de clientes. Agora, além dessas finalidades, o designer tornou-se uma peça indispensável a todo tipo de empresa que tem ou deseja ter um produto — mais especificamente, um produto digital. Seu papel não é mais apenas estético e de apoio, mas ser um dos alicerces da concepção do produto em si, abrangendo pontos antes subvalorizados pelas empresas. Tais pontos têm impacto direto em seus negócios, e em como geram valor ao consumidor. É a era dos UX Designers.
Com sua visão, pensamento estratégico e capacidade de execução, Design Teams voam alto e criam experiências memoráveis em produtos, orientando-se prioritariamente no usuário para a identificação e solução de problemas.
Entendendo as funções
Convencido que seu produto precisa de um profissional desses? É certo que sim. O próximo passo então é montar o seu Design Team para dar vida a um produto, ou melhorar o atual. Por onde começar?
A resposta é: Não comece ainda. Não antes de entender a variedade de funções que esses profissionais podem exercer, e como tais funções podem ser exercidas por pessoas de especialidades diferentes. Dentre as denominações criadas para essas funções, listo abaixo as mais populares — é importante mencionar que existem diversas outras, e que o objetivo aqui não é definir regras, mas listar segundo o mercado) — às quais os profissionais associam a seu perfil individual:
UX Designer
Esse profissional entende completamente o processo e consegue aplicá-lo de forma sistêmica e organizada, criando e acompanhando uma visão macro da jornada do usuário. Define os indicadores de pontos como pesquisa, descoberta, arquitetura da informação, wireframing e prototipagem, sendo capaz de analisar esses dados, construir conclusões e fazer defesas de design a stakeholders para demonstrar resultados gerados, e ainda, estabelecer possibilidades e alinhamentos com desenvolvedores.
UX Researcher
É uma especialidade mais aprofundada da descoberta, em cenários mais abrangentes e complexos. Reúne percepções e feedback, conduz pesquisas específicas (como etnográficas, por exemplo), faz mapas de empatia e diversas análises de comportamento e motivações dos usuários, além de avaliar como a experiência do usuário afeta a estratégia para ajudar a alinhar as necessidades dos usuários com os recursos viáveis para o produto. Nessa especialidade vemos diversos profissionais em migração e carreira oriundos de humanas, como psicólogos e analistas. UX Researchers são mais procurados por empresas com produtos grandes e já solidificados no mercado, que impactam um número maior de usuários.
UX Writer
Desenvolve textos e micro-textos claros, objetivos, com personalidade e alinhados com a cultura da empresa e sua relação com os usuários, prezando prioritariamente pela compreensão direta para que estes consigam cumprir tarefas de forma consciente e intuitiva. Para tanto, é necessário que tenha um vocabulário forte e demonstre a gramática adequada. Da mesma forma que UX Researchers, UX Writers atuam em grandes empresas, em produtos mais populares que atingem mais pessoas.
UX/UI Designer
Trata-se de um profissional “híbrido”, que além de garantir seus entregáveis como UX Designer, também está apto a criar interfaces completas e a gerir todos os componentes que a compõem. Por sua visão mais abrangente, consegue garantir um design consistente, baseado em um conceito significativo e solidificado na marca, mas que também possua a qualidade esperada para obedecer as diretrizes geradas pela UX. Tal profissional está mais condicionado a desenvolver projetos inteiros sozinho, sendo mais indicado a times mais enxutos, projetos menores ou empresas recém-nascidas mas altamente promissoras, como startups.
UI Designer
Esse profissional é o responsável pelo look & feel de um produto digital. Domina a aplicação de cores, espaço, tipografia, iconografia e ilustração, compreendendo e partindo (ou em alguns casos, criando do zero) das diretrizes e regras de marca. Além de estar ciente das leis de experiência do usuário, entende profundamente sua responsabilidade de criação e organização de elementos visuais, e na forma como são preparados para serem manuseados por desenvolvedores. Na maioria dos casos, UI Designers vêm de outras vertentes do design, como Branding e Graphic Design, adequando-se aos padrões de trabalho requeridos para produtos digitais.
Visual / Motion Designer
É capaz de um aprofundamento maior no refinamento visual de cada elemento. Orientado a pensar em interações e micro-interações, valoriza cada detalhe, possibilitando que a linguagem visual seja mais impactante através de detalhamentos em pontos estratégicos — fazendo uso de efeitos, animações, ou mesmo a própria existência de recursos visuais em pontos inexplorados ou subvalorizados pela maioria. Da mesma forma dos UI Designers, esses profissionais vêm de outras vertentes como edição de vídeo, ilustração, tratamento de imagens, caligrafia, pintura e afins.
Product Designer
Possui uma visão amplificada ao nível de negócio, entendendo profundamente os objetivos da empresa na construção ou melhoria de seus produtos. Define prioridades, compreende completamente o espaço do problema versus a viabilidade das soluções propostas, fala constante e diretamente com clientes, entende de dados mercado a ponto de convertê-los em ações estratégicas, e é claro, é capaz de conduzir a aplicação de todo o processo de UX à luz de sua visão de produto.
Design Ops
É um facilitador que abre o caminho da fluência de comunicação entre departamentos em favor do Design. Esse profissional literalmente é encarregado das operações do design, agindo como um evangelista para estabelecer formas confiáveis e sólidas de unificação e padronização visual em toda a empresa. Seu mindset preza pela supervisão de como os departamentos fazem uso do design em diferentes cenários, finalidades e até culturas (para o caso de empresas multinacionais).
Montando seu Design Team
Depois de compreender todas as funções, em primeira análise, o próximo passo seria identificar quais dessas funções são prioritárias para o momento do produto e da empresa, alinhadas ao budget disponível para cada uma. Com isso em mente, a seleção dos profissionais deve ser mapeada de forma a posicionar cada integrante como especialista em uma vertente, pois por mais que todos entendam do processo de ponta-a-ponta, a possibilidade de combinação de especialidades pode gerar um impacto muito maior na produtividade e qualidade da entrega da equipe. Além disso, é parte da estratégia mesclar níveis de senioridade, pois ter muitos profissionais com o mesmo nível hierárquico pode posteriormente se tornar um problema.
Além dessas funções citadas, temos ainda as funções gerenciais e mais orientadas para a estratégia da empresa, como UX Lead, UX Manager, CX Designer e Service Designer. Esses papéis exigem que o profissional tenha bem mais experiência, sendo capaz de conduzir com maestria seus relacionamentos verticais na organização (reportam suas decisões, ações e resultados a quem está acima, bem como garantem o direcionamento, produtividade e o foco de quem está abaixo.
Conclusão
Para construir seu Design Team, aprofunde-se no conhecimento das especialidades para compreender cada uma delas, evitando contratações equivocadas. Para essa finalidade a Deeploy.Me pode ajudar no planejamento de seu Design Team, buscando, selecionando e alocando profissionais que tenham um bom fit com o momento e o perfil de seu produto.
As diversas formas de você fazer a diferença e ajudar outros profissionais
O senso de colaboração
Não pensar só em si mesmo é uma premissa fundamental de UX/UI Design. Prova disso é que você passa o dia todo pensando em outra pessoa: aquela que vai usar o produto em que você está trabalhando. Esse mindset está presente não apenas na entrega ao consumidor final, mas também no processo: Com as metodologias que usamos, recursos como Design Systems possibilitam que times produzam mais, errando menos e em menos tempo, de forma que diversos departamentos conversem melhor e tenham um produto unificado. Tudo isso é baseado, dentre outros fatores, no senso de colaboração.
Quando pensamos no profissional de UX/UI Design em toda a sua variedade de perfil, procedência, nível e objetivo, entendemos que existem 2 fatores que são cruciais em sua vida profissional, aos quais ele pode usufruir e deve contribuir à sua comunidade: Carreira e crescimento profissional. E é importante mencionar que esses dois pontos não estão condicionados apenas a profissionais mais experientes ou pessoas que tem um network mais amplo, mas também menos experientes, mesmo que ainda pouco tenham a agregar. Afinal, somos todos eternos aprendizes.
Carreira
Conforme falamos no artigo Planeje como o trabalho afeta sua vida, o trabalho é onde concentramos a maior parte das horas de nossa vida adulta, por quase 40 anos. Por isso, não deve ser algo que você se arrependa, ou simplesmente deva esperar os dias passarem um após o outro; mas sim, algo que te traga prazer, empolgação, determinação e ambição para constantemente alçar vôos cada vez mais altos. Se formos parar para pensar, é quase certo que você foi ajudado por alguém em algum ponto de sua carreira. Todos temos pessoas que nos favoreceram de alguma forma, em um bom momento, para um objetivo que fez a diferença.
Listo abaixo o que você pode fazer para contribuir à carreira de UX/UI Designers:
Recomende amigos a vagas
Quando ficar sabendo de uma oportunidade, lembre-se daquele amigo que está nesse momento precisando de colocação. Sempre temos bem mais pessoas no radar do que imaginamos. Fazer isso é muito simples: Envie-lhes o link da vaga, marque-os na postagem, ou se você conhece o contratante, recomende seu amigo diretamente.
Publique vagas
Se a empresa em que trabalha estiver abrindo novas oportunidades, com as devidas permissões, publique-as em suas mídias sociais e/ou nos grupos de WhatsApp, Telegram e Slack que faz parte. Da mesma forma, caso você esteja abrindo uma vaga, percorra esse mesmo caminho e também conte com empresas como a Deeploy.Me para ajudar a encontrar o perfil que procura mais rápido, com menos custos e menos risco de erros de contratação.
Dê oportunidade a júniores
É sabido que empresas não tem dado muita abertura para UX/UI Designers em início de carreira. Se tomar essa decisão estiver em seu poder, faça o possível para prover-lhes oportunidades. Por mais que sejam ainda inexperientes, temos visto diversos casos de júniores com excelente postura, entrega e colaboratividade, fazendo bom proveito de seu principal ingrediente que é o ímpeto e a vontade de colocar em prática os conhecimentos recém-adquiridos.
Seja mentor
Conforme falamos no artigo A importância da mentoria em UX/UI Design, todo UX/UI Designer menos experiente na carreira precisa de um mentor. Você pode fazer muita diferença na velocidade e na qualidade da evolução de júniores, conduzindo-os por caminhos menos tortuosos a cada decisão que devam tomar.
Compartilhe suas experiências
Acreditamos que UX/UI Designers também precisam ser bons contadores de histórias. Escreva artigos ou grave vídeos compartilhando sua trajetória de carreira, apresentando os erros e acertos que fizeram com que você chegasse onde está e te moldaram para se tornar o profissional que é hoje.
Capacitação e informação
Apesar de nossa área ser relativamente muito nova, vemos diversos profissionais promovendo excelentes cursos para capacitação de outras pessoas. Além de uma grande oferta de cursos à distância (como a Aela.io, UX Unicórnio, Punk Metrics, entre outras) há também escolas com cursos especializados em UX/UI Design (como a Mergo, Tera, Ironhack, Digital House, EBAC, entre outras). Obviamente sabemos que essas pessoas e empresas tem seus objetivos de negócios, mas entendemos que a raiz de todas essas iniciativas é seu comprometimento com o crescimento do setor, abastecendo o mercado com pessoas treinadas e capacitadas.
Além desses formadores “oficiais” há também canais no YouTube excelentes como UXNOW, DesignTeam, If You Wanna Fly, U&IDesign e Ladies That UX que muito podem ajudar em seu aprendizado, cuja contribuição à comunidade de UX/UI Designers é, no mínimo, gigantesca.
Não é necessário que você seja um professor treinado ou necessariamente um youtuber para agregar a outras pessoas; Basta compartilhar seus próprios aprendizados do jeito que lhe for mais fácil. Você pode fazer isso de diversas formas:
Escreva artigos
Uma forma muito pertinente de contribuir é ajudar pessoas a não cometerem os mesmos erros que você. Por mais que sejam situações, momentos, cenários e pessoas diferentes, é sempre bom mostrar as suas red flags e seus blockers, pois nunca se sabe o que outros profissionais estão passando. Nesses artigos, conte histórias curtas e objetivas sobre o que aconteceu e o que foi feito para remediar a situação, esclarecendo o seu aprendizado.
Crie conteúdo nas mídias sociais
Mais especificamente no Instagram, LinkedIn e YouTube (por serem as mais usadas por UX/UI Designers), compartilhe seus conhecimentos em forma de posts, stories ou vídeos. São muitas as possibilidades: Você pode abordar recursos de ferramentas, métricas, metodologias, tendências, curiosidades, e mais. Por mais que os alicerces da profissão sejam do conhecimento de todos, é muito interessante abrir como você pensa, como conduz sua produtividade e como usa os recursos disponíveis para atingir os objetivos requeridos. Além disso, quando você vivenciar momentos marcantes em sua carreira, deixe que outras pessoas saibam e possam usufruir dessas experiências.
Promova eventos
Mesmo com todo o cenário limitado que estamos em decorrência da pandemia, você pode criar diversos tipos de eventos para engajar pessoas e compartilhar seus conhecimentos. Defina temas específicos e faça vídeo-conferências para debater e tirar dúvidas, participe de lives (se você não tiver dificuldade de falar “em público”) para expôr seu ponto de vista baseado em sua experiências, ou ainda crie conjuntos de lives detalhando processos que envolvam problemas reais de empresas que precisam da visão de um UX/UI Designer.
Conclusão
Todo UX/UI Designer precisa entender e exercer seu papel na sociedade (o que pode fazer para melhorar a vida das pessoas) e em sua comunidade (o que pode fazer para agregar a outros UX/UI Designers). Com esse driver em mente, suas ações falarão mais alto do que suas palavras, fazendo com que você seja não apenas um profissional respeitado, mas também valorizado.