Sobre o Tema
O mercado de UX/UI Design está em grande expansão. A oferta de cursos e treinamentos para a área de UX/UI Design é evidente, o que é bom, visto que existe de fato uma necessidade enorme desse tipo de profissional no mercado brasileiro e mundial. Muitas empresas já têm nascido com produtos digitais em sua essência, enquanto outras com produtos já existentes precisam estar em constante evolução e consolidação a seu mercado; e para que atinjam seus objetivos de negócios e as necessidades de seus usuários, profissionais capacitados e preparados tem sido muito procurados para suprir essa demanda que não pára de crescer, para atuar nos mais diferentes níveis, indústrias e projetos.
Mas a questão que se coloca é: Além do treinamento para capacitar a execução, também é necessário entendermos sobre a realidade do mercado e como isso afeta as decisões da sua carreira em UX/UI Design: postura profissional, lidar com pessoas, regras, limitações internas e hierarquias nas empresas, entre outros.
Enquanto muito sem se falado sobre o que é UX, sua importância, relevância e influência e produtos e em negócios, pouco tem se falado sobre as dificuldades e obstáculos do dia-a-dia nas empresas. Cada uma tem um tempo, visão, maturidade, liderança e cultura diferentes, o que afeta diretamente a forma como profissionais levam o seu trabalho na prática. E é esse o ponto principal: como a sua expectativa é balanceada com a realidade do mercado, ao ingressar ou evoluir nele.
Sobre o Evento
Por isso a Deeploy, em parceria com o DesignTeam, criou a primeira série de 8 lives exclusivas em 4 dias seguidos sobre esse tema: “Expectativa Vs. Realidade no mercado de UX/UI”, que vai contar com grandes profissionais do mercado – entre eles designers, pessoas em cargos de liderança e recrutadores – que irão compartilhar histórias de como superaram obstáculos profissionais que só sabe quem viveu. Serão dicas práticas tanto para quem está começando quanto para quem já atua no mercado e quer evoluir e consolidar a carreira dentro de uma empresa.
#Carreira
Entenda como começar e manter uma carreira sólida como Designer.
#Experiência
Saiba como o #processo é essencial e veja a importância de não pular etapas.
#Mercado
Conheça histórias reais sobre o mercado de UX/UI Design com quem realmente entende.
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Com ingressos via Sympla e transmissão via Zoom, as lives serão apresentadas por Mao Barros, Fernando Padovan, Rodrigo Lemes e Rafael Burity, que irão conversar com palestrantes especiais:
Dia #1
A importância de cada etapa na carreira
Com Tereza Alux, Design Lead na Petlove e Global Director no Ladies That UX
Curtir o processo e aproveitar as experiências de cada etapa faz toda a diferença no desenvolvimento de maturidade no universo de UX/UI Design.
Como criar uma carreira sólida como designer
com Luan Mateus, UX Lead na Accurate Software e fundador do podcast Papo de UX
Visão clara do propósito e resiliência são peças-chave para começar, manter e consolidar uma carreira de sucesso.
Dia #2
Como aproveitar a sua cultura e bagagem profissional no mercado de UX/UI
Com Daniel Furtado, Head de Produtos e Design no Venturus | Creator no UXNOW
Entenda como suas experiências e habilidades profissionais podem te destacar no mercado.
Da primeira experiência à oportunidade internacional
Com Renata Pôrto, UX/UI Designer na Entain e Alumni da Apple Developer Academy
Conhecer os erros e acertos de uma jornada do Brasil para o mundo pode contribuir para um processo mais assertivo e leve.
Dia #3
Como o mercado americano e europeu vê o UX/UI brasileiro
Com Lisandra Maioli, Head of UX e Instrutora de UX – Design Centrado no Usuário na UE Business School Barcelona
Ter as ferramentas certas para se aventurar em um mercado internacional pode ser decisivo na escolha da sua empresa ideal.
Porque seu portfólio de UX/UI não está funcionando
Com Álvaro Souza, Senior Product Designer na Relive, Professor, mentor de UX e criador e conteúdo
Seu portfólio deve te representar profissionalmente. Entenda como tratá-lo como produto e o que as empresas esperam.
Dia #4
Como empresas podem dar oportunidade à profissionais Juniores
Com Beatriz Azevedo, Head of UX na Contabilizei
É importante saber como Designers Juniores podem se destacar entendendo o que as empresas esperam deles, mesmo sem experiência no mercado.
Erros e acertos ao aplicar para uma vaga de UX/UI
Com Rodrigo Peixoto, UX Manager na Via
Objetivos claros, desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais têm o poder de otimizar o seu tempo e o de quem quer te contratar.
Para saber mais sobre o evento, visite nosso site:
Dúvidas? fale diretamente conosco:
Invista em suas “human skills”.
Tão importante quanto aprender processos, ferramentas e melhores práticas, é aprender a lidar com pessoas, regras, limitações internas e hierarquias nas empresas. Transforme a sua carreira em UX/UI e sua visão sobre como o mercado funciona na realidade, do ponto de vista de pessoas experientes que já superaram muitos obstáculos.
Investimento: Os valores dos ingressos variam de R$69,90 e R$89,90.
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Como essa área cinzenta prejudica contratações
UX/UI?
Se você perguntar para 5 UX/UI Designers o que exatamente fazem, é bem provável que obtenha 5 respostas diferentes. Da mesma forma, se você perguntar a 5 empresas porquê querem contratar um UX/UI Designer, também obterá 5 respostas diferentes. Isso acontece por diversos motivos, mas nesse momento, vamos nos ater ao que encontramos em nossa rotina de recrutadores especializados: Do lado dos profissionais, vemos habilidades que “mudaram de nome” mas que não condizem com as disciplinas reais de UX, além de alegações de que são capazes de fazer igualmente bem todas as tarefas do processo de UX; e do lado das empresas, vemos demandas pouco claras sobre sua real necessidade, e tarefas demais a serem executadas pela mesma pessoa. Por esse motivo, entendemos que há um equívoco na terminologia UX/UI Designer, que pode ser a principal origem desse desalinhamento de expectativas.
Como é sabido, UI é uma das disciplinas dentro do guarda-chuva de UX — assim como pesquisa, arquitetura da informação, design de interação, testes de usabilidade, estratégia de writing, e mais. Logo, já vemos aqui claramente um erro no uso do termo UX/UI, pois ele simplesmente sugere esses dois itens com o mesmo peso ao posicioná-los lado a lado. Não se sabe ao certo quando e porquê esse termo começou a ser usado dessa forma e com essa frequência, mas de fato ele mais gera confusão do que padronização tanto para profissionais quanto para empresas, a saber:
Dos profissionais
É comum que profissionais pensem: “Sou um UX/UI Designer, ou seja, tenho habilidades para fazer tanto a parte estratégica quanto a visual.” Ops — infelizmente em muito poucos casos esse discurso é verdadeiro. Por mais que você tenha conhecimentos e alguma experiência em todas as disciplinas do processo de UX tradicional, é impossível que as exerça igualmente bem. Além disso, para se obter resultados melhores e mais rápidos, é fato que esse trabalho precisa ser feito de forma coletiva, por profissionais com especialidades complementares.
Para definir melhor seu perfil profissional, deve-se ir a fundo em suas áreas de foco e forças particulares, “quebrando-as” em áreas menores como interaction design, interface design e research. Quanto mais essas forças estiverem claras e especificadas, maior (e mais valiosa) será a sua proposta de valor profissional.
Das empresas
Em empresas cuja visão em Design ainda não está totalmente consolidada, é comum que pensem “Vamos contratar um UX/UI Designer para que nosso produto seja mais amigável e bonito.”, com a expectativa de que terão suas necessidades preenchidas se contratarem apenas um ou poucos profissionais.
Com exceção de casos muito específicos em equipes enxutas (como em Startups em early stage), normalmente essa manobra em si já mostra pontos inviáveis sobre o que uma só pessoa pode fazer. Como resultado, o processo de design ficará limitado, confuso, passível de erros e perderá etapas importantes — sem contar na exaustão desse profissional (logo causando sua desistência) e fatalmente a criação de um produto final insatisfatório. Veja em nosso artigo Que tipo de profissional meu produto precisa? para um detalhamento melhor sobre as funções específicas mais comuns de UX Designers.
Para ambas partes, há um ponto de esclarecimento muito importante que não podemos deixar de citar: Experiência do Usuário não é um domínio que cabe apenas designers, menos ainda designers de produtos digitais. Como o mestre Don Norman já disse:
“Experiência do Usuário envolve todos os aspectos da interação do usuário final com a empresa, seus serviços e produtos”.
Essa frase esclarece que há muito mais envolvidos nessa experiência do que apenas designers, ou ao menos que designers com toda certeza não são os únicos responsáveis por toda a experiência. Um profissional experiente sabe muito bem que gerentes de produto, marketeiros, stakeholders executivos e desenvolvedores terão mais peso de decisão sobre a experiência final do usuário do que propriamente o Designer. Com isso, é primordial que profissionais de Design entendam e exerçam bem seu papel nesse contexto, e que empresas também entendam que proporcionar uma boa experiência ao usuário não é responsabilidade de uma só pessoa, nem mesmo de um departamento. Trata-se de um conjunto de práticas que deve ser adotado por toda a empresa, e por isso, ser de responsabilidade de todos.
Contratando melhor
Em vias práticas, uma das melhores formas de minimizar o desalinhamento citado é simplesmente esclarecer com mais exatidão qual é a sua real demanda. Por exemplo, quando uma empresa diz: “Preciso de ajuda para melhorar a UX/UI do meu produto”, não está claro o que exatamente ela precisa ou quem é a melhor pessoa para executar tal tarefa. Em vez disso, seria ideal dizer:
“Preciso descobrir porque mais da metade dos usuários (que paguei caro para atrair) desistem de concluir a jornada de compra”.
Nesse caso, é evidente que o profissional a ser adquirido precisa entender bem de pesquisa, validação, testes com usuários e limitações técnicas de tecnologia, e mais.
Puxando mais ao lado visual, seria ideal dizer:
“Preciso padronizar a tipografia, iconografia e implantar a cultura de marca em meu produto”.
Da mesma forma, está claro que o profissional a ser adquirido precisa entender de consistência, layout, regras de marca e melhores práticas de aplicação de fontes, cores e mais.
Quanto mais clara for a demanda, mais especialidades serão exigidas dos profissionais a serem contratados — diminuindo erros oriundos de informações incompletas ou rasas demais. Por isso, construir um descritivo orientado a esses indicadores gerará mais resultados positivos do que simplesmente listar todas as tarefas do processo de UX.
Conclusão
Terminologias nem sempre representam claramente a profissão. Como há disparidades entre a auto-denominação dos profissionais e a expectativa da contratação, ao abrir uma vaga, é primordial partir de qual é exatamente a real necessidade do produto. Dessa forma, Designers poderão alinhar sua proposta de valor profissional com a demanda específica.
Como UX/UI Designers podem planejar sua carreira fora do país
Quero (mesmo?) ir
Pelo fato de sermos recrutadores especializados em UX/UI Designers cujo time está em parte na Europa, recebemos com muita frequência a intenção de pessoas em busca de vagas no exterior. O que sempre questionamos é a principal motivação para saírem do país. Independente da condição de vida e trabalho no Brasil estar favorável ou desfavorável, esse não pode (e não deve) ser o principal indicador para a sua decisão — Conclusões como “não aguento mais esse país”, “quero ganhar em euros”, “quero trabalhar menos” são muito rasas perto do tamanho de sua adaptação em outra cultura.
Por isso, o motivo que deve te dirigir a essa possibilidade deve ser, prioritariamente, o crescimento que um cenário diferente pode trazer, não necessariamente melhor ou pior. Obviamente, é justo que nesse processo seja normal almejar um estilo de vida melhor; Mas o crescimento inestimável que uma experiência internacional pode trazer a você como pessoa (em aspectos como conhecer outra cultura, outros pontos de vista e outras formas de se fazer a mesma coisa), é de fato um enorme benefício.
Agora colocando os devaneios de lado e voltando os pés ao chão, deixar a terra natal e imigrar não é fácil. Deixa-se para trás um estilo de vida, família, amigos e toda uma rotina social que você vai sentir muita falta em seu novo destino. Algumas pessoas, mesmo que estejam bem colocadas profissionalmente e socialmente estáveis, acabam retornando à sua terra natal por motivos diversos: Não suportaram a ausência desses pontos, não se adaptaram ao clima, não se encaixaram na cultura local, não aceitaram as perdas sociais pelo fato de serem estrangeiros, entre outros. Por isso, considere que essa decisão não é para todos e que você precisa estar ciente de sua magnitude , analisando friamente cada ponto. Dentro do possível, visite e permaneça por algum tempo no país que almeja viver antes de se mudar definitivamente.
O mercado em Portugal
Para muitos, Portugal é a porta de entrada para viver na Europa. Há sim muitos pontos positivos e vantagens, como por exemplo poder atravessar todo o país pagando menos de 10 euros, voar para outros países da união européia por menos de 50 euros (desconsidetando a pandemia, europeus em geral viajam muito), ter mais segurança e conseguir levar uma vida menos corrida do que nos grandes centros urbanos. Mas Portugal não é Shangri-La. Explico:
Idioma
Diferente de outros países, o impacto cultural é bem menor e fala-se a mesma língua — Mas ei, já temos aqui uma red flag. São dois pontos principais:
- O Português europeu é bem diferente do Português brasileiro. Vivendo aqui há alguns anos, podemos dizer que as diferenças são muitas, apesar de sempre conseguirmos nos fazer entendidos. Como a maioria das pessoas tem dificuldade exatamente nisso, o impacto não é tão grande porque portugueses nos entendem bem. A dificuldade está mesmo em entendê-los, porque além de usarem palavras diferentes, usam tempos verbais que conhecemos mas não estamos acostumados.
- Não pense que empresas aqui só falam Português. Leve em conta que aqui vivem muitas pessoas de outros países, e somente por esse motivo, empresas portuguesas (como a Farfetch, AlticeLabs e ActivoBank) e empresas estrangeiras com sede aqui (como a Volkswagen Digital Solutions, Critical TechWorks e Deloitte) têm o inglês como idioma prioritário. Também por isso, formadores como a Ironhack têm seus bootcamps ministrados totalmente nessa língua.
Maturidade das empresas
O mercado Português não é tão aquecido como o brasileiro, por diversos motivos. No geral, Portugal é um país bem menor e as empresas tendem a ter uma maturidade em Design também menor. Mas há um ponto importante: Os líderes de UX vem de mercados onde a maturidade é alta, e são esses líderes que empurram o setor adiante, criando uma régua alta na qualidade dos profissionais.
Vagas e exigências
Mesmo que ainda haja mais resistência nas empresas em investir pesado em UX, as que investem são muito exigentes na montagem de seus times. Logo, os processos seletivos tendem a ser mais longos e pesados, pois para escolher um profissional adequado, prezam com mais veemência por qualidade no design, postura profissional, proposta de valor clara e capacidade de comunicação em outros idiomas. Em vias práticas, como não é um mercado quente, têm poucas vagas e muita exigência.
Bora, vou nessa! Qual o melhor caminho?
A melhor forma de iniciar uma carreira profissional em outro país, sem nenhuma dúvida, é sendo contratado oficialmente por uma empresa. Nesse caso, os contratantes já estão interessados na aquisição de um estrangeiro, e por isso, dispostos a arcar com os custos e lidar com os riscos de todo esse processo.
Como as vagas abertas nessa condição são poucas, você realmente precisa considerar a real necessidade de uma preparação à altura.
Listo abaixo os principais pontos a serem considerados:
Tenha certeza de sua decisão
Conforme falado anteriormente, analise friamente cada ponto de sua decisão de imigrar. Como primeiro passo, é aconselhado que você comunique a família sobre sua intenção pois certamente esse será o maior ponto de dor. Algumas pessoas podem não conseguir estar longe dos idosos, outras o cônjuge pode não querer ir, outras têm filhos e devem pensar também no impacto da mudança para eles. Logo, não tome nenhuma decisão profissional antes de estar seguro de suas reais possibilidades.
Eleve seu nível no inglês
Mesmo que seu destino seja Portugal, falar inglês no trabalho é uma exigência. Tudo será nessa língua: O projeto, as conversas, apresentações e prestação de contas. Inclusive, o seu processo seletivo será completamente em inglês, e tenha certeza de que esse é um dos principais fatores de sua avaliação.
Prepare um bom Portfolio
A alta qualidade de seu portfolio é obrigatória. Não se trata da quantidade de projetos, nem de sua variedade de perfis e de indústrias, mas sim da forma como você conta a história do projeto. O contratante precisa conseguir entender como você pensa e toma decisões de design, muito mais do que apenas aplicar metodologias e entregar um bom design visual. Leia nosso artigo Seu portfolio é você. Você é seu portfolio para mais detalhes.
Apresente-se bem
Saber falar sobre você mesmo é muito importante. Evidencie seus pontos mais fortes, construa uma imagem atrativa, destaque seus diferenciais e, principalmente, oriente seu discurso à empresa que está pleiteando a vaga. Essa apresentação é sua única chance de despertar o interesse do contratante para seguir à próxima etapa de avaliação. Leia nosso artigo Encontre seu próprio valor profissional para mais detalhes.
Esteja disposto e disponível
O processo seletivo não será fácil, nem rápido. Por isso, esteja mentalmente preparado para passar por muitas etapas, ser questionado em seus pontos de fraqueza, fazer suas defesas de forma consistente e passar a segurança de que você é a melhor opção de aquisição. É inadmissível que você seja aprovado em qualquer das etapas e desista pelo caminho, ou ainda, que desista depois de ter sido aprovado.
Conclusão
Mudar de país não é fácil, mas é um enorme salto para sua carreira profissional. Mesmo que você conclua que sua preparação é grande e longa para chegar lá, defina essa como uma meta. Atingi-la vai gerar uma evolução mental, profissional e pessoal que fará toda a diferença em sua vida.
Uma reflexão sobre o valor profissional buscado em UX/UI Designers
(Sempre) aprendendo
Certo dia eu estava a caminho da escola de meus filhos. Enquanto conversávamos, percebi que mesmo ambos ainda sendo muito pequenos, já reclamavam de ter que ir pra escola. Um deles, na época com 7 anos, teve a ousadia de dizer que já sabia de toda a matéria, do ano inteiro (!). Como um pai que se preze, eu disse a ele que aprender é o que nos torna pessoas de valor, e que ele nunca pararia de aprender porque nunca saberia de tudo. Imediatamente ele fechou a cara, é claro, ao perceber que sua vida escolar estava apenas começando.
Como recrutadores especializados, parte presente em nossa rotina é avaliar profissionais de UX/UI Design. Nesse dia-a-dia, é evidente que encontramos padrões nas propostas de valor dos candidatos: A forma de se apresentar, o “esqueleto” dos projetos e até os jargões, em maioria, são similares. Mas uma coisa que quase nunca vemos é um profissional comentar sobre como aprende e como valoriza esse ponto. Encontramos portfólios com um detalhamento gigante do projeto, o que é muito bom, mas é dada uma evidência muito pequena (ou nenhuma) do que foi aprendido nesse projeto.
Encontramos nos currículos e portfólios o uso constante de jargões como “aprendo rápido”, “adoro aprender” e “estou em constante aprendizado”, o que de fato não é ruim e nem errado: Só é simplesmente muito vago. Entenda que qualquer pessoa em busca de oportunidades de trabalho, em qualquer área, pode afirmar isso — ou seja, em nada é um diferencial para o seu perfil.
Quão bom você é em aprender?
Sabemos que entender do processo de UX e ter alguma experiência são questões importantes para uma primeira análise, cada uma com sua própria finalidade para mostrar sua capacidade. Mas vencida a etapa de avaliação, digamos que você foi contratado: Yey! Casa e pessoas novas, produto diferente, desafio maior. Mas espere: Existe um gigantesco risco de tudo isso ir por água abaixo, porque a empresa ainda sabe pouco sobre sua capacidade de aprender.
Em vias práticas, ao ingressar em uma empresa você tem uma enorme curva de aprendizado pela frente, que mesmo que tenha vasto conhecimento técnico e experiência, terá que passar. Ao chegar, nada se sabe sobre o produto, seus usuários e os problemas a serem resolvidos a eles; e além disso, menos ainda se sabe sobre a cultura da empresa, o time e a liderança. Logo, o contratante não está preocupado apenas com o que você pode fazer hoje, mas com o que você vai fazer depois que começar a trabalhar.
Como falar do seu aprendizado
Para ser prático e eficaz em mostrar como você aprende, é necessário que ajuste o storytelling de como se apresenta e monta seus cases de portfolio, afinal essa dupla precisa funcionar bem e estar sempre em sinergia. Vamos a eles:
Em seu discurso profissional
Sempre dizemos em nossos artigos, lives e vídeos que sua apresentação profissional deve ser um reflexo atual de você. Em adição, insistentemente dizemos que fazer uma auto-análise sincera deve ser uma prática frequente em sua carreira de UX/UI Designer, para que se lembre do que já passou, onde está agora e onde pretende chegar. Ao fazê-lo:
Identifique e liste os seus maiores aprendizados até hoje, organize-os e elabore um discurso profissional coerente baseado neles.
Para isso, pergunte-se como os seus aprendizados construíram e moldaram seu perfil profissional — Quais foram seus principais erros cometidos, o que absorveu dos ambientes em que esteve inserido, o que descobriu sobre produtos concorrentes, as práticas no seu processo de trabalho que não funcionaram, as suposições que as pesquisas revelaram estarem erradas, e principalmente: o que você não fará mais, depois de ver que não funciona.
Em suma, esclareça de forma concisa como você pretende partir de quem é hoje a se tornar quem a empresa realmente precisa que você seja. Ao se deparar com essas informações, qualquer avaliador irá entender claramente a proposta de valor de seu perfil profissional, reduzindo drasticamente o receio em investir na sua contratação.
Em seus cases de portfólio
A grande maioria dos UX/UI Designers, nos mais diferentes níveis de maturidade, estão condicionados a pensar no formato padrão: Basear os cases em indicadores como o desafio, produto, o processo, problema resolvido e os resultados gerados. Perfeito! Mas para que tais indicadores resultem numa decisão sobre você (e não somente sobre a qualidade do seu processo de UX/UI), converta-os para que mostrem o tamanho do seu aprendizado.
Oriente seu storytelling ao que você são sabia no início do projeto, o que aprendeu pelo caminho e qual foi a transformação em você ao concluí-lo.
Se o avaliador conseguir vislumbrar sua curva de crescimento a cada projeto, estará explícito o real valor profissional: A sua capacidade e velocidade de aprender em diferentes contextos. Lembre-se que a empresa, ao apostar em você, contratou a sua pessoa, e não apenas suas habilidades.
Conclusão
Por mais que mostrar seus erros e aprendizados possa parecer uma fraqueza, é na verdade uma de suas maiores virtudes. Apresentar entusiasmo em aprender constantemente vai construir uma imagem a seu respeito que empresas certamente irão valorizar.
Depois de contratar, mantenha seus melhores UX/UI Designers
O valor das pessoas
Empresas são construídas por pessoas. Times são compostos por pessoas. E produtos são feitos por pessoas, para pessoas. O maior ativo que uma empresa pode ter, em toda a sua existência, são as pessoas que lá trabalham. Quando vemos um produto pronto, seja ele um prédio, um carro, uma camiseta ou um aplicativo, normalmente não paramos para pensar na quantidade de pessoas que fizeram parte da história desses produtos.
Me lembro que no início da minha carreira, alguns de meus amigos de faculdade sonhavam em trabalhar na Disney. Certa vez, estávamos todos juntos assistindo a uma animação, e ao final dela, um de meus amigos disse: “Cara, o dia em que eu puder ver o meu nome escrito nessas letrinhas subindo, vou saber que estou realizado profissionalmente”. De fato, nesse momento eu reparava na quantidade absurda de pessoas envolvidas na produção daquela animação. As letrinhas subindo listavam equipes inteiras que eram responsáveis por um único personagem, outras só para os cenários, outras só pra objetos, e mais. Eram mais de 500 pessoas. Como desfecho, esse meu amigo realizou seu sonho: Leo Matsuda trabalha na Pixar há mais de 10 anos, já participou de diversas animações e tem um curta assinado por ele, disponível no Disney Plus. Inspirador.
Em nossos processos seletivos, tratamos as pessoas realmente como algo de muito valor porque são elas que construirão os produtos do futuro. Por isso:
Preferimos focar nas pessoas, e não em vagas.
Bem-vindo à bordo
É comum que pensemos que empresas são como tribos. Cada uma tem sua visão, missão, valores e uma forma de lidar com pessoas; Em nosso mundo atual, o posicionamento das empresas nesses pontos têm sido cada vez mais cobrado das pessoas, em questões como inclusão social, diversidade e acessibilidade.
Para quem tem presença frequente no LinkedIn, é muito comum ver pessoas recém-contratadas postando essa notícia com alegria e empolgação, mostrando a forma como foram recebidas pela empresa que as contratou. Vemos sempre agradecimentos, fotos dos “mimos” ganhados e muitas outras manifestações públicas que ilustram empresas mostrando como valorizam seus colaboradores.
Conversando com diversos UX/UI Designers dos mais diferentes níveis e experiências, um dos pontos principais levantados sobre seu interesse em uma empresa é a cultura interna. Por conta disso, empresas investem na oferta de um ambiente bacana, acolhedor, inclusivo e empolgante para os colaboradores, e isso tudo começa no Onboarding: O processo de boas- vindas a um novo colaborador. Com base no que temos visto e os resultados positivos gerados, listo abaixo 4 sugestões para você colocar em prática no onboarding de seu DesignTeam:
1. Tenha bem clara a visão da empresa
Por mais complicado que possa ser, todos os integrantes de uma equipe precisam estar na mesma página quando se trata da proposta de valor da empresa, seu posicionamento, produtos e mindset. Em equipes multidisciplinares, é comum que hajam gaps nesses pontos, que precisam estar em constante alinhamento.
2. Defina um responsável
Para que o processo de onboarding tenha o impacto esperado, é primordial que haja um líder encarregado, não importando se essa pessoa for o próprio líder de UX ou alguém específico de Recursos Humanos. A existência dessa figura reforça a seriedade da empresa nesse ponto e a qualidade do processo.
3. Crie uma imersão
É recomendado que haja um processo bem definido de treinamento inicial, onde o novo colaborador será oficialmente inserido no time. Quanto mais pessoal, melhor. Idealmente esse processo deve ter um nome próprio e ter arquivos específicos, uma espécie de guia ou manual, para que o colaborador possa consultar posteriormente já que é uma enxurrada de informações de uma só vez. Decompondo essa imersão:
Apresente a equipe e explique sua organização
Mesmo que seja via call, esclarecer quantas e quais são as pessoas que fazem parte do time de Design como um todo é crucial para gerar a oportunidade de conexões interpessoais genuínas. Em seguida, apresente a organização vertical e horizontal dos times, esclarecendo hierarquias e tarefas individuais.
Faça o setup de infra-estrutura
Entregar um computador, crachá, conta de e-mail e acesso a ferramentas compartilhadas são itens que precisam ser cobertos imediatamente, para que a produtividade possa ter início rápido.
Detalhe o processo produtivo
Mostre sem rodeios como o trabalho é feito: Melhores práticas, ferramentas e a forma como o time organiza prioridades, deadlines, prestação de contas a stakeholders e a relação com desenvolvedores e terceiros agregados.
Introduza a força do Brand
É necessário que o novo colaborador entenda que deve existir uma unidade de comportamento perante a visão externa da empresa. Idealmente, independente do nível hierárquico, cada funcionário precisa ter a responsabilidade de ser um representante da empresa. Para isso, o tom de voz, escrita, forma de abordagem e comportamento são pontos que precisam de atenção e treinamento.
4. Mantenha a aprendizagem
Findo o processo, é muito pertinente que haja coleta de feedbacks sobre essa experiência, para que esta siga em processo evolutivo.
Opa, não é só isso
O processo de onboarding é só a ponta do iceberg — A questão mais importante é que os profissionais não se atentam apenas a esses benefícios, mas também (e principalmente) no modus-operandi da empresa. Com o tempo de casa, é certo que irão reparar na forma como é organizada, na qualidade da liderança e dos processos de decisão, produção, e mais. Se esses pontos estiverem “quebrados”, considere como fato que profissionais comecarão a perder o interesse, a produtividade e o foco, buscando outras oportunidades.
Conclusão
Investir na cultura da empresa é extremamente necessário para reter os melhores talentos. Por mais que colaboradores tenham benefícios e vantagens, o sentimento de acolhimento e de pertencer a algo grandioso e empolgante é o que realmente constrói a solidez da relação de troca entre empresas e funcionários.
Entenda os tempos necessários para o seu crescimento como UX/UI Designer
Ah, a paciência
Quando começam as aulas do primeiro ano da faculdade, calouros chegam cheios de empolgação pois tudo é novo: O local, as pessoas, as aulas, o ambiente. Depois que passa esse primeiro momento de curiosidade e descoberta, percebem que terão que lidar com uma realidade que não tinham muita ideia: Por mais que estejam cursando o que escolheram ser profissionalmente, terão que passar por diversas matérias obrigatórias de que não gostam. Porém, passar por elas é necessário para que o conhecimento mais complexo, específico e empolgante, ainda por vir, encontre uma terra fértil que deve ser preparada por essas matérias.
Na vida profissional não é diferente: O caminho para a maturidade profissional requer a paciência de cumprir uma etapa de cada vez, aproveitando todo o aprendizado para construir esse caminho. Quando ingressam a uma empresa e iniciam sua carreira, UX/UI Designers devem considerar que não irão imediatamente ou somente fazer o que querem ou o que mais gostam, visto que terão que lidar com inúmeros obstáculos, cumprir tarefas que não gostam, aguardar respostas e diretrizes que muitas vezes tardam a vir, lidar com pessoas melhores e piores, e mais. Esse é um processo necessário, que não se deve (e nem se pode) acelerar.
O fenômeno do salto
Como recrutadores de UX/UI Designers, nossa rotina é avaliar profissionais de diversos níveis e origens, para as mais variadas vagas e tipos de empresas. Em vias muito resumidas, avaliamos primeiro os portfolios, e na sequência, os perfis no LinkedIn. E conforme falamos no artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, construir uma ideia do seu perfil nesses dois lugares é sempre uma jornada cheia de surpresas. Mas há algo inusitado que temos visto acontecer com certa frequência, que muito nos chama a atenção: Ao analisarmos perfis no LinkedIn, percebemos “saltos” na carreira — Ao mudarem de emprego, mesmo tendo atuado por pouco tempo, profissionais galgam por níveis muito rápido. Por exemplo:
Empresa #X
UX Designer Júnior
Jan 2019 a Dez 2019
Empresa #Y
UX Designer Pleno
Jan 2020 a Dez 2020
Empresa #Z
UX Designer Sênior
Jan 2021 até o momento
Temos aqui um problema bem grave: Carreiras sendo apressadas. Conforme falamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, em uma definição simplificada, um profissional sênior é capaz de resolver problemas complexos sem ajuda e de guiar outras pessoas menos experientes. Com base nessa definição, para que um UX/UI Designer proceda de forma satisfatória nesses dois pontos é necessário que ele tenha uma experiência real adquirida ao longo de anos, tendo experimentado diversos tipos de desafios em cenários diferentes — considerando não apenas processos, mas principalmente, pessoas. Com isso, entende-se que as suas soft skills constróem muito mais sua maturidade profissional do que as hard skills.
É impossível atingir uma senioridade real muito rápido.
Mas espere: não estamos falando de talento e de esforço, visto que existem muitos portfolios de UX/UI Designers Juniores e Plenos que são excelentes e repletos de sinais que comprovam essas competências. Estamos falando de vivência, do acúmulo de tempo investido, que gera a maturidade. Já disse o guru dos investimentos, Warren Buffet: “Não importa o quão bons sejam os seus talentos e esforços, algumas coisas levam tempo. Não se pode produzir um bebê em um mês, engravidando nove mulheres.”
Entendendo os motivos que causam esse fenômeno, listo as 3 causas mais comuns e como proceder nesses casos:
“Inflar” a auto-definição
Questione-se profundamente sobre sua maturidade profissional. Errar nessa definição significa que você não entende realmente o seu papel, e esse ponto merece sua total atenção. Em nosso artigo Porque a pressa em ser Sênior?, entenda os principais indicadores de uma real senioridade em UX, faça uma análise verdadeira em seu perfil profissional e defina, da melhor forma, o que você é realmente capaz de oferecer e entregar. Uma das maneiras mais eficazes de obter essas respostas é perguntar como os profissionais à sua volta te vêem. Obviamente, para isso, peça extrema sinceridade e coloque-se em posição de ser criticado, sem questionamento.
Ser contratado segundo uma definição errada
Muitas empresas, devido a uma baixa maturidade em design, acabam por criar vagas que não condizem com sua real necessidade na busca por profissionais. Logo, essas vagas apresentam descritivos inconsistentes, impraticáveis e/ou com exigências que não condizem com o nível esperado. Como resultado, candidatos que aceitam essas vagas consideram que, se foram aceitos para tal cargo, que têm a competência, experiência e habilidades suficientes para exercê-lo, o que nem sempre é verdade. No médio-longo prazo, a experiência ainda não adquirida fará falta e então, nesse ponto, o problema pode ter consequências desastrosas para a sua carreira. Ao pleitear uma nova vaga, esteja atento à qualidade do descritivo e entenda a proposta da empresa que está interessada em seu perfil, para que você consiga ser sincero sobre sua maturidade e ser contratado nos devidos níveis.
Errar os tempos
O cargo que deve ser declarado como atual não é onde se quer chegar, mas onde se está no momento. Se você está em dúvida sobre sua senioridade, o melhor a fazer enquanto essa questão não está clara é não mencioná-la. Logo, em suas páginas e perfis profissionais públicos, mencione apenas sua função (por exemplo João Silva, UX Designer), e deixe que a sua avaliação no processo seletivo esclareça sua maturidade aos olhos do contratante.
Conclusão
A mudança de empresa não deve necessariamente ditar a velocidade da sua maturidade. Conforme falamos no artigo Planeje como o trabalho afeta sua vida, é preciso entender cada momento, auto-analisar-se constantemente e ter uma visão mais “macro” sobre o seu tempo de carreira ainda pela frente, tentando mapeá-lo para que você aproveite uma etapa de cada vez no caminho à senioridade. Por isso, não espere que as vagas oferecidas rotulem seu crescimento: Em vez de somente ser conduzido, conduza.
Como atitudes podem prejudicar a imagem profissional de UX/UI Designers
Quero essa vaga. Mesmo?
Conforme comentamos em nosso artigo Como ser reprovado em processos seleticos para UX/UI Designers, um processo seletivo requer sua atenção total. Não se trata de ser X tipo de UX/UI Designer e querer Y tipo de vaga; Mas de candidatar-se desenfreadamente a toda e qualquer oportunidade que vier pela frente, sem ter compreendido a proposta a fim de ter um interesse real. Para tanto, é preferível que você selecione poucas (somente as que realmente tenham um match com seu perfil) e invista tempo, dedicação e preparação específica para elas. Quando se entende a importância e o tamanho da dedicação esperada para uma candidatura efetiva, deve-se pensar em um ponto crucial:
O quanto realmente você quer essa vaga?
Indo além das aptidões técnicas, devemos considerar que as pessoas são muito diferentes umas das outras. Os indicadores da tomada de decisão para o interesse de um UX/UI Designer em atuar em uma determinada empresa podem ser muito variados: A proposta financeira, os benefícios oferecidos, a visibilidade e o “glamour” da posição, a cultura com colaboradores, os produtos propriamente ditos, e mais. Nesse ponto, não há certo e errado: Apenas deve-se colocar esses indicadores na mesa, definir a relevância de cada um ao seu perfil e objetivo profissional, e construir uma decisão com base nessa análise.
A má notícia é que essa mentalidade é muito pouco utilizada pela maioria dos candidatos. Ao passo que empresas têm investido pesado na abertura de vagas para UX/UI Designers, vemos repetidamente o fenômeno de desistência acontecer — seja durante o processo ou depois de já terem sido selecionados, profissionais optam por romper com a oportunidade, deixando um vazio enorme nas expectativas e planejamento da empresa.
Ah, não quero mais
Imagine um cenário onde você recebe o feedback positivo de uma seleção, sendo notificado que foi selecionado para uma vaga. Yey! Depois de muito comemorar, se preparar e tomar as decisões e ações necessárias para o início de suas atividades (como por exemplo desligar-se de seu emprego atual, mudar-se de cidade, etc.), você recebe um retorno inesperado da empresa contratante dizendo que a vaga já não existe mais, e que sua contratação foi cancelada. Imediatamente, o sentimento é de indignação, frustração e decepção, certo? Pois são exatamente esses os sentimentos que uma empresa sente quando um candidato desiste da vaga. Listo abaixo os casos mais comuns que motivam tais desistências:
Eu não queria de verdade
Como é sabido, candidatos tendem a aplicar a muitas vagas sem ao menos ler seus descritivos com atenção. Logo, no caso de serem selecionados, é evidente que a empresa considera um interesse genuíno na vaga e dá sequência ao processo, já manifestando o interesse recíproco em seu perfil. Quanto mais tempo levar para o candidato ser franco e notificar que na verdade não há real interesse, pior será para a empresa tomar uma decisão acertada e dar por finalizado o processo seletivo.
O processo seletivo é muito exigente
Conforme falamos no artigo Como criar espaço a UX/UI Designers Juniores, justamente por já terem tido experiências ruins no recrutamento, seleção e construção de seus times, empresas acabam por criar processos seletivos muito complexos e longos. Por mais que a intenção seja minimizar o erro de contratar mal, tais processos acabam causando a desistência dos candidatos interessados — Possivelmente, o motivo mais relevante seja que durante o longo prazo de avaliação, UX/UI Designers são encontrados, avaliados e contratados por outras empresas com um processo mais efetivo e rápido.
Fui selecionado por outra empresa
Este é o caso mais problemático. Como candidatos tendem a participar simultaneamente de diversos processos seletivos, dentre várias ofertas, uma é a predileta. Mas se a notícia positiva vem primeiro de outra vaga (que também é interessante, só não tanto quanto a vaga ideal), por receio de perder a oferta, aceitam. Pouco depois, o resultado positivo da vaga ideal também vem, fazendo com que, sem pestanejar, o candidato abandone a vaga que já havia aceitado. A essa altura a empresa já tinha traçado planos, feito preparações e criado uma alta expectativa, logo seu prejuízo e frustração serão inevitáveis.
Nesse caso, o melhor a fazer é deixar clara a sua participação em outros processos seletivos — Sem dúvida é melhor que o contratante logo tenha ciência do seu momento real (para que se antecipe e lide com essa situação como lhe aprouver), do que ser surpreendido com uma desistência abrupta.
O prejuízo silencioso
Considere que em todos esses cenários citados acima há um “prejuízo silencioso”: Tais atitudes podem ser altamente nocivas à sua imagem profissional. Por mais que o mercado de UX esteja de fato em crescimento acelerado, ainda estamos falando de um mercado pequeno, onde muitos contratantes conhecem muitos outros contratantes, e com certeza, comentam entre si sobre seus processos seletivos em busca de recomendações e indicações. Logo, são pequenas perdas que você pode estar acumulando, que em um futuro não tão distante, podem se tornar barreiras para o próximo grande passo de sua carreira.
Segundo nosso artigo Encontre seu próprio valor profissional, empresas não buscam apenas mãos e mentes capacitadas, mas pessoas comprometidas. Se durante o processo seletivo a empresa encontrar sinais que levantam red flags sobre sua reputação e credibilidade, aceite ou não, serão indicadores relevantes que certamente irão jogar contra você.
Transparência é fundamental
Se você está sendo contactado por diversas empresas e recrutadores ao mesmo tempo, comemore! Trata-se de um bom sinal: Sua proposta de valor está convincente, seu perfil gera interesse, sua apresentação profissional condiz com seu nível, você foi bem recomendado, e mais. Para que você preserve sua imagem profissional e garanta o melhor comportamento possível perante tais contratantes, seja sincero e transparente com todos, sempre.
Essa transparência envolve, inclusive, saber dizer não.
Isso mesmo: Se você não estiver confortável com o processo seletivo proposto, ou com a forma que foi abordado, ou não se interessar mesmo pela vaga e/ou pela empresa, o melhor a fazer é imediatamente não aceitar. Tenha a certeza de que uma resposta educadamente negativa de sua parte não será mal vista por contratantes. É muito melhor a sinceridade de dizer não, do que sua indecisão se tornar um problema que vai prejudicar a empresa — e consequentemente, você.
Conclusão
Trate um processo seletivo com a atenção devida. Com a visão de que trata-se possivelmente do próximo passo de sua carreira de UX/UI Designer, seja para vagas que recebe proposta ou que se candidata por iniciativa, seja transparente e sincero com todos os envolvidos para que você colha frutos positivos a cada decisão tomada.
Monte times mistos para crescer com solidez e produtividade
Criando espaço a iniciantes
É sabido que empresas não tem dado muita abertura para UX/UI Designers em início de carreira. Esse fato se deve a alguns receios: A falta que a experiência técnica pode fazer, possíveis problemas de comportamento, o despreparo para se responsabilizarem por suas entregas, ou mesmo, não haver alguém mais experiente no time que possa assessorar e conduzir um profissional júnior em seu desenvolvimento. Conforme falamos no artigo Porque a pressa em ser Sênior?, isso resulta em uma disparidade enorme de vagas entre seniores e juniores que gera uma equação desbalanceada: Novos profissionais precisam de experiência de trabalho para crescer, mas a oportunidade de adquirir essa experiência não se abre. Enquanto isso, permanecem descolocados. Em todo caso, há um ponto importante a ser levantado: Por mais que sejam ainda inexperientes, temos acompanhado diversos casos de juniores com excelente postura, colaboratividade e entrega sendo contratados, pois seu principal ingrediente é o ímpeto e a vontade de colocar em prática os conhecimentos recém-adquiridos.
Esse ingrediente deve ser visto como “ouro” pelas empresas, devido ao valor que pode trazer a seus produtos no devido tempo.
Mas ainda, a realidade é que empresas se mostram desinteressadas, despreparadas ou sem tempo para criar estratégias que viabilizem a contratação desses profissionais, resultando em uma grande perda verdadeiros talentos. É exatamente nesse momento que se faz necessária uma análise na realidade do produto e no time, a fim de criar o espaço para eles de forma estratégica e gradual.
Vantagens de contratar juniores
Entendemos que uma pessoa que chegou a UX/UI Design se apaixonou por uma ou mais de suas disciplinas, ou encontrou nessa profissão a possibilidade de explorar habilidades ainda sub-utilizadas que estavam em hibernação. Conforme falamos no artigo Quero migrar para UX/UI Design, o combustível do ímpeto de UX/UI Designers iniciantes é a vontade de fazer a vida das pessoas mais fácil, resolver problemas de forma inovadora, conectar-se realmente com as pessoas, se parte de algo extraordinário, transformar empresas com seu mindset, criar produtos encantadores, entre outros. Para canalizar essa energia, empresas precisam considerar que contratar juniores pode ser o motor de seus produtos. Principais vantagens:
Ter solidez com times mistos
Conforme falamos no artigo Contratação faz parte da Estratégia de UX, nem sempre a demanda de vagas requer muita maturidade. Logo, equipes apenas de seniores começam a perder produtividade e até a se desfazer porque eles se vêem na condição de ter que fazer todo o trabalho produtivo, sentindo-se subvalorizados e sem perspectiva por não conseguirem dedicar 100% de seu tempo à estratégia e às decisões de design que afetam o negócio. Por isso, o melhor a fazer é constituir times de design também com profissionais menos experientes, sem “vícios” e ávidos por ver seus primeiros projetos ganharem vida e visibilidade na empresa. A chance de times mais mistos se consolidarem e gerarem melhores resultados é muito maior.
Formar com a cultura da empresa
Sabemos que empresas tem o medo de treinar e investir em profissionais para brevemente perdê-los. O fator mais relevante para o combate a esse fantasma é o enraizamento da cultura da empresa em cada um dos colaboradores. Não se trata simplesmente da superfície, como dar mimos; mas de criar um ambiente de trabalho atraente para que queiram ficar, oferecendo espaço para opinarem, integrações com outros departamentos, tratando conquistas (mesmo que pequenas) de forma marcante e recompensatória, provendo boas ferramentas, e mais. Logo, entende-se que é plenamente possível que um profissional iniciante crie raízes na empresa sendo moldado positivamente em seu formato de trabalho, oferta de produto e posicionamento de mercado sentindo-se verdadeiramente parte de algo grandioso.
Ganhar velocidade de produção
Com uma boa estrutura de liderança e suporte de UX/UI Designers mais experientes, times com diversos juniores possibilitam entregas mais rápidas: Mais pessoas fazem descobertas e validações ao mesmo tempo, promovem jornadas e testes com pontos de vista diferentes e complementares, produzem layouts mais ricos e duplicáveis; e claro, mais mentes pensantes podem ajudar a evangelizar e a construir a importância do Design Team na empresa como um todo.
Alternativas que viabilizam
Um ponto de partida na decisão de contratar UX/UI Designer juniores é considerar o que estão motivados a fazer, de onde vêem e como atraí-los com o approach certo. Como ainda não tiveram oportunidades de provar seu valor, é plenamente esperado que seus portfolios contenham apenas projetos acadêmicos e que precisem de refinamento na apresentação pessoal; Mesmo assim, como já de antemão nem todos chegam a esse ponto, a própria existência desses recursos por parte deles já mostra o real interesse em pleitear uma oportunidade. Listo abaixo 3 alternativas para que sua empresa possa fomentar e conduzir um bom processo de aquisição:
Promova eventos que atraem talentos
A primeira sugestão é promover desafios coletivos. Para isso, a empresa precisa ter muito claro o objetivo da contratação e os critérios de avaliação, criando um briefing real de um produto ou feature para ser solucionado pelos candidatos. Estes são então convidados, reunidos e instruídos sobre a proposta da empresa e o projeto em si, entendendo que as vagas são o prêmio máximo para as melhores propostas e/ou melhores desempenhos.
Busque nos formadores
Contactar diretamente os formadores em busca de talentos é uma excelente alternativa. Como é sabido que normalmente turmas começam cheias, terminam não tão cheias e terminam com poucas pessoas que realmente se destacaram, essas pessoas merecem sua atenção pois são recomendadas por seus instrutores. Atualmente existe uma vasta oferta de formadores em UX/UI Design, a saber: Das brasileiras, temos Aela.io, Punk Metrics, Mergo, Tera, Alura, Gama Academy, UX Unicórnio, Awary, Digital House, EBAC, Mentorama, How; E das internacionais, temos a Ironhack, UXPM, Flag, IDF, General Assembly, EDIT (agora em São Paulo), e claro, NN/g.
Crie programas de contratação
Simplesmente anunciar que sua empresa está interessada em contratar juniores não é suficiente para atrair fortes candidatos. Para isso, recomendamos que sejam criados programas formais de contratação, apresentando abertamente os detalhes das oportunidades. Sem o teor explícito de concorrência entre candidatos, a ideia é comunicar o mercado sobre o produto ou feature em questão, especificar com exatidão a expectativa de perfis adequados, criar um teste de aptidão e habilidades e disponibilizar um local para que as propostas sejam entregues.
Essas 3 sugestões podem inclusive ser misturadas ou somadas umas às outras, dependendo do perfil de sua empresa e como esta considera ser melhor para sua postura de marca e imagem no mercado.
Êpa! Não contrate juniores se…
Infelizmente, empresas com menos maturidade em Design tendem a contratar juniores com a ideia de contenção de custos e fundação da equipe de UX. É importante frisar: Nenhum júnior deve ser incumbido com a tarefa de fundar o departamento de UX de sua empresa. Essa mentalidade equivocada o leva a cumprir tarefas massivas e sem norte por estar sozinho e sem liderança específica, e ainda, segundo a leitura errônea de seu real papel, fará com que ele assuma tarefas visuais de marketing e comunicação interna ao invés de focar no produto. Logo, é inevitável que ainda não haverá ninguém focado em pensar no usuário, na tecnologia aplicada e nos objetivos de negócios a serem atingidos. Logo, o melhor cenário sempre é contratar juniores quando já existe uma liderança de Design bem definida.
Conclusão
Deixar de dar oportunidades para UX/UI Designers recém-chegados no mercado pode significar a perda de grandes talentos. A uma boa liderança e estratégia, juniores trazem ao times mais energia, resiliência e estrutura produtiva para que seus produtos atinjam os objetivos.
A real utilidade e o impacto da apresentação profissional de UX/UI Designers
Putz, meu portfolio
Conforme falamos em nosso artigo Porquê você precisa fazer a lição de casa, o portfolio deve ser a representação do UX/UI Designer que você é hoje. A maior questão a ser identificada nessa frase não é tanto a “representação”, mas sim, o “hoje”. Em anos de recrutamento específico de UX/UI Designers, o que nossos especialistas mais escutam ao solicitarem portfolios para avaliação é “ih, está desatualizado”, ao invés de “não é uma boa representação de mim”.
Por mais clichê que a frase “Qual é a UX do seu portfolio de UX?” possa soar, vemos que ela ainda não está nem perto de surtir efeito na maioria dos profissionais entrevistados em processos seletivos. UX/UI Designers tendem a tratar seu portfolio como uma escalada na montanha com uma pedra nas costas, como se estivessem pagando uma promessa; Então, o desafio não é facilitar o processo de construção e atualização do portfolio, mas sim, mudar a concepção do que ele é, pra quê serve e a quem se destina. Se você é um UX/UI Designer competente, deve então tratar seu portfolio como um case de UX/UI Design.
Me lembro que nos tempos de faculdade, numa das aulas introdutórias sobre o TCC, a orientadora nos disse que existiam regras gerais da ABNT a serem seguidas para a criação desse projeto em todas a universidades igualmente: Formato da folha, tamanho da fonte e de imagens, entre outros. Mas, pelo fato de estarmos cursando Design, seríamos “liberados” de grande parte dessas regras para que as possibilidades de criatividade visual fossem ampliadas, já que esse era um dos critérios mais importantes para os professores-orientadores avaliarem. Ou seja, era esperado que quebrássemos as regras em favor do Design.
Quando o assunto é colocação profissional, universalmente em todas as áreas, profissionais apenas enviam seus currículos como forma de introdução de seu perfil; Mesmo que esse simples documento não seja uma representação do profissional, ele serve como primeira etapa de avaliação. Já no cenário de Design, naturalmente o currículo perde força se comparado com o portfolio. A impressão que avaliadores esperam é imediatamente ver sua capacidade técnica, para depois analisar seu perfil humano e experiência profissional para formular sua proposta de valor. Logo, conclui-se que o portfolio é o real currículo do UX/UI Designer. O fato de se ter um portfolio já diz muito, e é esperado que a sua profissão esteja explícita nessa peça introdutória e representativa sobre você.
Mudando o mindset
Conforme falamos no artigo Encontre seu próprio valor profissional, definir e evidenciar seus diferenciais únicos no portfolio é essencial. Já que candidatos a uma vaga são “tecnicamente semelhantes”, o maior ponto de diferenciação não é (e não pode ser) saber fazer, mas sim as habilidades e qualidades que constróem seu perfil profissional junto às técnicas. É exatamente por esse motivo que o seu portfolio não pode simplesmente ter os seus trabalhos, mas sim dizer quem você é.
Imagine-se lado de cá da mesa: Numa terça-feira qualquer, você começa a receber os candidatos a uma vaga que divulgou dias atrás. Nos primeiros 10 candidatos você prestará mais atenção, lerá os conteúdos e terá paciência com a falta de algo; À partir do 11º avaliado, seu tempo já estará comprimido, sua tolerância reduzirá drasticamente e você chegará à conclusão que a grande maioria segue o mesmo formato. É aqui que entra a diferenciação que você precisa em sua apresentação profissional.
Listo abaixo alguns pontos para você se questionar e converter em ação:
Um organismo vivo e evolutivo
Seu portfolio não pode ser visto como algo feito às pressas somente para o momento que você precisa de uma oportunidade de trabalho. Como ele diz muito sobre você, a impressão gerada é que você não liga para sua imagem profissional, que deixa tudo pra os 45 minutos do segundo tempo, ou ainda, que não consegue organizar bem suas prioridades. A sugestão é que você se guie por algo maior: Seu portfolio é um organismo vivo que precisa de atenção, dedicação, tempo e capricho para estar sempre à altura do seu nível. Se você evolui como profissional, ele também deve evoluir — idealmente, ter um redesign anual de seu portfolio não apenas esclarece sua evolução, mas também te mantém sempre à frente da grande maioria.
Apresente-se em sua essência
Nessas horas, ser UX/UI Designer faz toda a diferença. Você tem uma tela branca que é a oportunidade de ser 100% criativo e não economizar no Design, explorando todos os seus pontos positivos e tornando-os evidentes e atraentes para quem vier consumir. Você é o produto. A sugestão é que converse com pessoas à sua volta ou que já fizeram parte de sua história profissional para trazerem suas visões individuais de você, provendo insumos relevantes para que sua página de “About Me” seja rica e interessante. Essas opiniões vão ajudar muito a enxergar seu verdadeiro perfil profissional e as qualidades que mais agregam à sua proposta de valor rumo ao próximo grande passo de sua carreira.
Conheça seu usuário e tenha um objetivo
Como dito antes, o avaliador ou recrutador, dentre outros usuários, é para quem você destina o seu portfolio. Ele é o usuário final que deve ser impactado da forma correta em uma experiência marcante com seu produto, para que seja compelido a querer mais. Mas lembre-se: esse usuário tem pouco tempo, já analisou diversos outros portfolios (e vai te comparar diretamente com os outros candidatos), valoriza os detalhes, espera que você o surpreenda de alguma forma e anseia por tomar uma decisão justa e acertada. Esses fatores já norteiam bem o caminho para o sucesso de seu portfolio, não esquecendo que mesmo que seu portfolio seja visualmente incrível, tudo precisa funcionar. Não cometa erros grosseiros como links errados, não colocar seus dados de contato ou esquecer do botão “voltar à home”: Esses erros comprometem diretamente o objetivo do seu portfolio e vão jogar contra você.
Conte histórias, de verdade
A realidade é que o que você faz não é seu, nem pra você. Já que as empresas em que já trabalhou são as verdadeiras detentoras dos produtos (e beneficiárias dos resultados) que você ajudou a construir, o melhor a ser feito é contar essa experiência na forma de uma história organizada, consistente, interessante e direta, para que esse case construa a melhor imagem sobre você. Deixe seu trabalho falar por si: Mostre, não fale.
Seus cases precisam explicar qual foi o projeto, para quem, quando, com quem, com qual objetivo e quais foram os resultados . E o mais importante, precisam esclarecer o que exatamente você fez em todo esse cenário e a sua forma de pensar.
Note que tais indicadores independem se você é um UX/UI Designer iniciante ou altamente experiente.
Não importa a plataforma
Nos perguntam muito qual a plataforma ideal para construir um portfolio de UX/UI Design. A resposta a essa pergunta é sempre a mesma: A plataforma não importa, desde que o portfolio atinja seu objetivo. Algumas são mais robustas e custosas, outras extremamente simples e sem custo, outras nem são para essa finalidade mas entregam bem; Em todo caso, é claro que um UX/UI Designer que possui seu próprio site gera um impacto muito maior porque evidencia sua iniciativa, capricho e a habilidade de chegar a resultados personalizados que “valorizam o seu passe”. Afinal, se você deseja atuar como UX/UI Designer de produtos digitais, não ter um portfolio online é um erro não apenas básico, mas conceitual.
Inspire outros
A última (mas não menos importante) propriedade do seu portfolio é inspirar outros profissionais. E inspirar não é apenas para os mais experientes: Temos visto portfolios de UX/UI Designers em início de carreira altamente caprichados, profundos e com uma consistência surpreendente, visto que ainda não tiveram tanta experiência. Por isso, esse indicador pode perfeitamente ser sua contribuição para a comunidade de UX/UI Design mundial (não existem mais barreiras) pois muitos profissionais sentem-se perdidos na hora de construir seus cases e se apresentarem bem. E claro, um portfolio inspirador brilha os olhos de avaliadores e os faz esquecerem um pouco da imensa quantidade de portfolios fracos. Faça com que ganhem o dia ao verem o seu.
Conclusão
O portfolio de um UX/UI Designer não pode ser apenas uma seleção de seus melhores trabalhos. Precisa ser muito mais. Ele é o representante em sua ausência, e precisa transmitir o profissional que você é na íntegra. Para te guiar na construção de seu perfil profissional, cadastre-se na Deeploy.Me! Faremos as perguntas certas para que você crie um perfil atraente e construa um case de portfolio para ser modelo a todos os seus cases.
A origem e como UX/UI Designers vêem processos seletivos mais profundos
A origem dos testes
Quando o assunto é contratação, entende-se que existem duas partes em busca de um equilíbrio: Uma empresa buscando alguém para suprir uma necessidade, e um profissional qualificado para ela. Em vias práticas, mediante a oferta recebida por diversos candidatos, a empresa os avalia, escolhe o que se mostra com melhor fit nos aspectos mais relevantes, e então contrata. Bingo! Mas na realidade nem tudo são flores, conforme nosso artigo Contratantes X Contratados: Alinhando expectativas.
Como recrutadores, já fomos abordados por diversas empresas escaldadas por terem sido ludibriadas por candidatos “impostores” que foram muito bem no processo seletivo, mas quando finalmente começaram a trabalhar, mostraram que não estavam realmente qualificados. Em alguns casos o problema nem tanto foi a técnica, mas sim comportamental, de forma que a postura do profissional trouxe problemas à equipe já existente. Nesses casos, empresas amargam um enorme prejuízo de tempo, dinheiro e planejamento, tendo que recomeçar o processo seletivo do zero. Vendo esse problema acontecer com certa frequência, é fato que o formato original da seleção precisou de uma reanálise, já que apenas acreditar no discurso não era suficiente — era necessário comprovar. É aqui que o teste entra: A empresa conclui que é melhor investir na melhoria do processo de seleção do que na repetida (e custosa) tentativa e erro de contratação, adicionando uma prova prática. Geralmente, estes são os indicadores a serem avaliados na aplicação do teste:
- A comprovação das skills técnicas alegadas;
- A gestão de tempo;
- A forma de raciocínio e geração de soluções;
- O fundamento nas defesas de design;
- A capacidade de comunicação e explicação de ideias;
- A responsabilidade e a aceitação de críticas;
- O interesse na implementação para colher resultados.
Com isso em mente, listo abaixo alguns exemplos de situações que empresas implementam testes práticos em seus processos seletivos para UX/UI Designers:
Cargos de liderança
Para vagas onde o candidato assumirá uma posição de liderança, é perfeitamente normal que o processo seletivo seja mais exigente e aprofundado pois tal pessoa lidará com pessoas que já são parte do time e estão condicionadas ao ambiente. O teste irá clarificar pontos como visão estratégica, velocidade de tomada de decisão, experiência prática em situações de conflito e limitações internas junto a stakeholders.
Skills específicas
Há casos em que a vaga exige que o candidato tenha conhecimento e experiência muito específicas, como por exemplo um UX Writer de URA e ChatBots. O teste poderá mostrar que realmente o candidato estaria preparado para situações mais delicadas, como o uso de termos de ordem inclusiva, social e jurídica. Por mais que o UX Writer apresente cases concisos e variados em seu portfolio, cada empresa vê esses pontos de uma forma de acordo com sua cultura, posicionamento estratégico e público-alvo.
Não ter tanta pressa
Em casos onde a vaga é muito planejada e envolve diversos avaliadores, empresas preferem contratar bem do que contratar rápido. Por isso, criam processos de avaliação que passam por muitas camadas, colhendo opiniões, recomendações e análises de vários departamentos em conjunto para obterem o perfil mais adequado.
O “dark side” da seleção com testes
A forma como candidatos vêem o processo seletivo de uma empresa reflete diretamente na qualidade e velocidade de suas contratações. Em alguns casos, os processos seletivos com testes chegam a ser tão extensos e cansativos, que acabam por afastar os melhores talentos ou perdê-los pelo caminho. Listo abaixo algumas situações que geram esse tipo de problema:
Processo muito complexo e demorado
Naturalmente, preocupadas com o risco de contratar mal, empresas tendem a criar processos muito complexos e longos. Por exemplo, a existência de etapas psicológicas (média de 1 semana), entrevistas com pessoas de departamentos diferentes (média de mais 1 semana) e a própria aplicação do teste (média de 3 semanas entre briefing, tempo de produção, avaliação da liderança e feedback) chegam a estender esses processos para quase 2 meses. Com isso, como a busca por profissionais está muito aquecida, existe uma enorme chance de os candidatos serem abordados e possivelmente contratados por outras empresas durante esse período, por terem processos mais ágeis e mais atraentes.
Desafios exagerados
Em empresas com menor maturidade em Design, certos desafios tendem a ser muito exagerados, sem sentido e até inviáveis de se executar. É impossível que o candidato tenha tempo hábil de conduzir um bom processo de UX/UI Design no produto inteiro da empresa em 1 semana de prazo, considerando que a própria equipe interna demorou meses para entregar. Logo, o teor do teste deve ser simples, como a solução de um problema específico ou a melhoria de uma feature já existente.
Régua muito alta
Exigir demais do nível de maturidade e experiência do candidato pode ser um problema pra encontrar a pessoa mais adequada. Idealmente, a empresa pode ser mais flexível com as propostas de valor que recebem de candidatos, sendo que na medida do possível, adequem sua necessidade às melhores ofertas para que a contratação aconteça mais rápido.
Oferta de trabalho pouco interessante
Esse ponto envolve a criação da vaga em si. Mediante o aquecimento do mercado, empresas têm de lidar com profissionais que certamente estão sendo abordados por outras empresas a todo momento, com propostas iguais ou melhores. Logo, é importante que a empresa esteja antenada na oferta de seus concorrentes, e mais do que isso, que invista tempo e qualidade na criação da vaga com descritivos melhor elaborados que esclareçam sua maturidade em design, o quão interessante e motivadora é cultura da empresa, o tamanho do desafio e suas expectativas, entre outros.
Medo de estarem sendo “usados”
Conversando com muitos UX/UI Designers que já passaram por processos seletivos complexos, levantamos relatos de que empresas deram sinais claros de que o teste se tratava de uma estratégia interna: Ao se deparar com um problema sem solução, abrem uma oportunidade de vaga com a finalidade de captação de novas ideias. Profissionais contam que lidaram com uma dor real da empresa no teste, foram reprovados sem justificativa, e pouco tempo depois, a empresa lançou essa nova feature em seu produto sem ter oficialmente contratado ninguém. Situações como essa, sem dúvida, geram muito desconforto e desinteresse por parte dos candidatos.
Força, UX/UI Designers
Apesar de todos os pontos citados acima, existem ganhos a um UX/UI Designer que passa por um processo seletivo com testes práticos, a saber:
Chance maior de fit
Quando um UX/UI Designer é contratado e rapidamente desligado de uma empresa, ele também amarga a perda de tempo em sua carreira. Ao participar de um teste, suas chances em solidificar a relação com a empresa aumentam bastante, pois esta terá a comprovação do seu potencial e estará com as expectativas alinhadas — e o profissional já terá uma ideia de como será seu trabalho no dia-a-dia.
Interagir com o futuro líder
Como os testes são aplicados por pessoas tecnicamente qualificadas para avaliar, o UX/UI Designer já terá a oportunidade de conhecer e interagir com a pessoa a quem irá lidar diretamente quando for contratado. Em alguns casos, mais de um avaliador participa do processo, o que também é muito interessante para o seu network. Como o mercado ainda não é tão grande, seu nome ganha atenção, e dependendo de seu desempenho, mesmo que seja vencido por outro candidato, permanece na mesa para próximas oportunidades.
Ganhar mais experiência
Cada projeto, por menor que seja, sempre traz um aprendizado. Mesmo que o teste seja trabalhoso, o deadline apertado e exista o risco de fazê-lo e não ser contratado, o profissional terá a chance de participar de um novo desafio em que talvez ainda não tenha tido experiência.
Conclusão
Testes em processos seletivos são muito benéficos para a assertividade da contratação, desde que não sejam desmotivadores para os candidatos. Deve sempre haver clareza, transparência e fundamento a quem cria o teste, e o comprometimento, motivação e real interesse a quem o aceita.
Como UX/UI Designers menos experientes podem alavancar sua empregabilidade
A realidade das pequenas empresas
Analisando friamente o cenário de pequenos empresários, nota-se a falta de um bom planejamento. Segundo especialistas jurídicos e contábeis, a grande maioria dos micro-empreendedores “estão empresários”, ou seja, empreender lhes é uma condição; Por mais que não tenham vocação e preparo administrativo, têm o conhecimento técnico e a vontade / necessidade de fazer acontecer. Tais pessoas iniciam atividades empresariais pelos motivos mais variados:
— Sei fazer essa X coisa muito bem e quero vender;
— Cansei de ter chefe, posso fazer sozinho;
— Tenho que me mostrar capaz para a família e amigos;
— Fui desligado e quero dar a volta por cima;
— Herdei um negócio e tenho que dar continuidade.
Por outro lado, temos a minoria: pessoas que de fato “são empresários”, ou seja, tem vocação e preparo administrativo para empreender mesmo que não tenham muito conhecimento técnico específico do produto. Suas características:
— Têm ímpeto de empreender, e nisso, definem objetivos mais altos;
— Têm visão estratégica e planejamento prévios;
— Sabem profundamente sobre mercado, concorrência, precificação, processos de venda e pós-venda;
— Conhecem bem os números, tributos e limitações legislativas;
— Têm uma visão clara de produto, e seu potencial;
— Estão preparados para gerir equipes.
Segundo os mesmos especialistas, como a maioria dos pequenos empresários não tem vocação pra empreender e preparo administrativo, o resultado é que muitos negócios não chegam longe, não se consolidam e sua realidade financeira é ruim: Ano após ano, mal pagam-se os custos e não há geração real de lucro. E mais: Essa realidade não é percebida, ou mesmo que seja, é ignorada. Manter a saúde financeira de uma empresa, mesmo que pequena, não é tarefa fácil.
Mas nesses dois cenários citados, vemos uma coisa em comum: Do menos ao mais preparado, todos enxergaram uma oportunidade de negócio, e decidiram aproveitá-la da melhor forma possível, com os recursos disponíveis. Com isso, há espaço nessas empresas para que você aplique suas competências recém-adquiridas pois concentrar-se nos usuários para a criação ou melhoria de produtos pode ser um fator de grande impacto nos resultados do negócio. Muito além do Design em si, o valor está em vê-lo como elemento transformador e multiplicador.
UX para menores
Então onde, em tudo isso, entra um UX/UI Designer? Se você parar para pensar, o conhecimento que já tem sobre o processo de UX pode fazer muita diferença. É claro que o seu papel não é salvar negócios, afinal você não é auditor, nem consultor administrativo, menos ainda especialista em finanças. Mas o fato é que seu entendimento de produto pode ser de imensa ajuda, especialmente porque esses negócios não foram centrados originalmente no usuário mas na simples criação e oferta de um produto a quem quiser comprar. Ao prestar atenção em como esses produtos são oferecidos e em como clientes os adquirem e usam, diversos gaps de melhoria serão notados.
Um ponto importante a levantar é que UX não se destina unicamente a produtos digitais. São a grande tendência, a bola da vez, um imenso mercado em crescimento acelerado e um terreno extremamente fértil para você atuar, mas ainda, não são o único destino dessa mentalidade. Não há formato certo ou errado de empresa para que um UX Designer atue, pois enquanto houver relação entre um produto e um usuário, há espaço para UX.
Em suma, empresas menores carecem de um bom projeto de UX. Elas podem estar tendo prejuízos nesse exato momento: investindo demais na função do produto enquanto o design anteciparia diversos problemas, fazerem muita propaganda e não saberem o motivo da baixa conversão, precificarem mal por não conhecerem o público-alvo, não perceberem a origem da desistência da compra, em que ponto a concorrência leva vantagem, entre outros. Como para elas esse é um território novo, o seu trabalho de convencimento, validação e comprovação será grande mas é certo que será altamente gratificante quando gerar os resultados esperados — E sabemos que são perfeitamente possíveis.
Como identificar sua oportunidade
O principal fator que precisa ser enfatizado é a sua iniciativa, ao passo que empresas têm problemas e muitas vezes não os vêem ou não os tratam com a atenção devida. Se você, como usuário, identificar algo que pode ser melhorado em qualquer esfera de uso, está aí a sua oportunidade — Você deve estar pensando “nossa, então são muitas”! São mesmo. Lembre-se que o seu grande objetivo é:
Comprovar sua capacidade, mentalidade e processo através da construção de um case real — que é o que empresas e recrutadores precisam para te qualificar como UX Designer promissor.
Listo abaixo uma sequência de ações que você pode experimentar imediatamente, apenas por abrir os olhos para o que está à sua volta:
1. Atente à sua rotina
No dia-a-dia, você é um usuário de diversos produtos. Com quais deles você tem uma experiência ruim? Alguns exemplos: Seu travesseiro gera dor nas costas? É difícil abrir a tampa de sua pasta de dentes? Sua caneca de café queima seus dedos? Mesmo pegando uma senha numérica, você precisou pegar fila pra comprar carne? Porque ter caixas rápidos de poucos volumes em um mercado atacadista? Em grandes banheiros de shoppings, porque você lava a mão de um lado e as seca do outro, tendo que atravessar o banheiro todo com as mãos molhadas pingando em um chão liso e escorregadio? Em uma petshop, porque não há atendimento preparado para clientes cegos com cães acompanhantes?
2. Escolha e observe a raiz do problema
Selecione um desses cenários, preferencialmente o que você se identifica mais por se sentir altamente frustrado pela má experiência. Defina claramente o problema, onde está o ponto causador da dor, o sentimento gerado e o que você precisou fazer para contorná-lo.
3. Descubra se há solução em andamento
Vá a fundo e descubra como a empresa lida com esse problema. Mesmo tendo recebido diversas reclamações de clientes e parecendo ser de simples resolução, potencialmente o problema chega a níveis difíceis dentro da organização, onde você não consegue penetrar sem ser um funcionário ou um prestador de algum nível. Para todos os efeitos, como trata-se de um projeto de sua iniciativa, sem essa descoberta você pode considerar que não há plano imediato pra correção do problema.
4. Fale com o responsável
Veja a viabilidade de aceitação do seu projeto antes de começar: Não saia fazendo sem que ao menos alguém da empresa esteja sabendo. Para isso, prepare uma forma de comunicação que seja confortável a você (um telefonema, e-mail, videoconferência, reunião presencial, etc.), aborde o responsável e o informe de sua iniciativa e interesse em atuar, ainda que em caráter “acadêmico”, no problema que você identificou. E claro, prepare-se para receber um não, ou até mesmo um balde de água fria como a famosa frase “Quem é essa pessoinha que de nada sabe do meu negócio e quer dar pitacos?” Antecipe uma resposta para essas perguntas clássicas.
5. Produza, teste, observe, aprenda
Agora chegou o momento de mostrar suas habilidades! Conduza um bom projeto de UX com pesquisas, sessões com pessoas, ideação, validações, e mais. Atente aos detalhes, registre, questione, interaja e então discorra uma proposta de solução viável. Com base na experiência real do usuário com a sua solução, repita quantas vezes for necessário para lapidá-la. Envolva diretamente o responsável para que tenha uma visão mais clara de como sua solução vem de encontro certeiro com um problema que não estava sendo notado ou que não estava sendo levado a sério, e nisso, que veja o valor gerado por suas descobertas e compreenda a necessidade desse projeto.
6. Elabore e apresente o seu projeto
Reúna as informações captadas, prepare e apresente sua proposta de mudança especificando a definições de o que é necessário para implementar, quanto tempo será preciso, custos envolvidos, próximos passos, e mais. Não esqueça de fazer esse processo da forma mais organizada e documentada possível, pois nisso você já estará criando seu case de portfólio.
7. Conclua e implemente
Finalmente, com seu case em mãos, é hora de negociá-lo porque o próximo passo é a implementação. Até aqui você descobriu e validou a viabilidade de sua solução, mas é chegada a hora de colocar em prática e obviamente o responsável conta com você para isso. Vai de sua leitura e decisão se essa implementação será cobrada ou sem custo. Pelo caminho do investimento, tudo pode acontecer mais rápido pois você pode envolver mais pessoas e usar mais recursos. Já pelo caminho sem custo, o processo tende a ser mais demorado e mais trabalhoso. A recomendação é que, independente de sua decisão, o valor de seu trabalho precisa ficar claro — por via de regra, clientes que não pagam não valorizam realmente seu trabalho, e como resultado, mesmo que sua implementação seja boa, tendem a não dar continuidade.
Conclusão
A iniciativa de um UX/UI Designer é um fator altamente diferencial em sua carreira. Quanto mais problemas você identificar e projetos fizer, mais experiência irá adquirir e seu valor profissional aumentará bem mais rápido do que apenas esperar pela vaga de emprego perfeita. E você, já fez alguma ação como essa? Conte no comentário!
Porquê esse formato de contratação é agregador em tempos incertos
O gap da contratação
Quando se fala em contratação, automaticamente se pensa em dois fatores principais: O alto valor agregado e a dificuldade de encontrar a pessoa certa. Essa dupla assombra todo líder, e especificamente no mercado de Product Design, sabe-se que esse tipo de profissional custa caro e é difícil de achar. Em adição, enfrentamos hoje uma esmagadora sensação de instabilidade ao ver o mercado oscilar tanto, moedas internacionais subindo e a condição forçada de adaptar o negócio ao formato remoto. Logo, o fato de empresas terem que rever seus contratos para encontrar gaps de redução de custo levanta uma problemática: A forma como seus times foram montados pode ter sido altamente custosa e com muito pouca flexibilidade.
Em vias práticas, veja abaixo as etapas que toda empresa passa no processo de contratação e seus respectivos períodos médios (desde a definição da necessidade do profissional até este estar altamente produtivo e gerando resultados):
- Criação e divulgação da vaga — 2 semanas
- Busca — Média de 1 mês
- Seleção — Média de 1 mês
- Contratação — Média de 2 semanas
- Onboarding — Média de 2 semanas
- Treinamento e Integração — Média de 2 meses
- Produtividade efetiva—total de aproximadamente 6 meses
Estamos então falando de quase metade de um ano para que o novo membro da equipe esteja totalmente adaptado e operante. Desse dia em diante, começa um período de tensão: Se por qualquer motivo esse profissional for desligado (não importando se a iniciativa veio dele ou da empresa), inicia-se novamente todo esse processo. Imagine então o custo agregado de cada processo desses, o stress, a sensação de perda de tempo, e ainda, o prejuízo na produtividade da equipe e no andamento do produto. Como sabemos que contratação deve ser parte significativa da estratégia de UX, não se trata de um problema pontual, mas sim de um desafio constante para toda empresa com produtos digitais.
Hello, Outsourcing
Como o processo mencionado acima independe de formatos de contratação, o objetivo é descobrir e analisar outras alternativas para a aquisição de um profissional para que tais etapas sejam mais curtas, menos custosas e com menor risco. Para isso, a modalidade de contratação denominada Outsourcing se mostra muito viável. Por definição, ela consiste na compra de serviços por terceiros. Explico:
Conforme falamos no artigo “CLT vs. PJ”, no formato CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) há a inclusão das normas que regulam as relações de trabalho entre o empregador e os empregados, considerando seus direitos e deveres. Nesse caso, o profissional contratado é remunerado mensalmente e arca com impostos sobre seus serviços, como pessoa física; enquanto no formato PJ (Pessoa Jurídica) prestadores são, juridicamente, outras empresas. Dessa forma, não há vínculo empregatício formal entre as partes, estando essas em comum acordo pela compra de serviços da contratada a serem pagos pela contratante. Essa modalidade requer que o profissional tenha uma empresa aberta (CNPJ) para que seja tratado com uma empresa, emitindo uma nota fiscal e arcando com impostos sobre esses serviços. Por se tratar de uma relação empresa/empresa, um contrato é gerado oficializando a compra e a entrega dos serviços a serem prestados. Tais contratos são gerados por tempo definido, geralmente de curto e médio prazo — Mas podendo, obviamente, ser renovados.
Em vias práticas, o formato CLT é mais lento para iniciar, pode chegar a custar 2.5x o valor do salário durante a estadia do profissional e é altamente custoso para encerrar; enquanto o formato PJ é mais rápido para iniciar, pode chegar a custar 1.7x o salário e envolve bem menos custos no desligamento. Leia nosso artigo “Porque Outsourcing viabiliza UX/UI Design Teams” para um aprofundamento maior sobre essas vantagens.
É importante mencionar que essa alternativa nem sempre é imposta pelas empresas: Diversos profissionais preferem esse formato e buscam vagas com essa característica. Mesmo assim, antes da assinatura do contrato, as duas partes devem estar plenamente cientes de seus direitos e deveres, para que não hajam pontos de discordância que podem gerar desconforto posterior.
Como usar Outsourcing a seu favor
Em processos de contratação, o desafio é usar tempo e dinheiro de forma estratégica em favor do negócio. Enquanto as diretorias pedem para reduzir a equipe, líderes de Design sabem que precisam mesmo é de mais gente. Como balancear essa equação? Veja abaixo alguns fatores em que o Outsourcing possibilita decisões mais acertadas:
Contratação rápida
Como o UX/UI Designer a prestar serviços é juridicamente uma empresa, mediante a assinatura do contrato de prestação de serviços, o início das atividades é imediato. No caso de trabalho remoto é ainda mais prático, e a empresa pode optar por suprir as necessidades básicas para condições de trabalho (como computador, conexão, etc.) do profissional terceirizado.
Desligamento com baixo ou nenhum custo
Como normalmente os contratos são para períodos de curto ou médio prazo (3 a 6 meses), é difícil que haja uma rescisão. Mesmo que aconteça por algum motivo de força maior, se não houverem penalizações previstas, pode ser feita sem custos adicionais. Logo, tributos de desligamento são evitados.
Flexibilidade para renegociação
Em momentos de extrema necessidade de contenção de custos, contratos de Outsourcing podem ser revistos e adaptados para evitar o rompimento. Definir uma quantidade inferior de horas de disponibilidade, reduzir tarefas ou mesmo criar intervalos por tempo determinado são alguns exemplos dessa flexibilidade.
Experimentação mais segura
Caso empresa queira mesmo contratar CLT, é possível fazer uso de Outsourcing para criar testes de contratação por períodos ou por tarefas. Com isso, o profissional presta serviços remunerados normalmente, sendo avaliado em diversos pontos como produtividade, integração com a equipe e absorção da cultura da empresa, garantindo que esta esteja segura de efetivamente o contratar para seu quadro de funcionários fixos no momento oportuno.
Obrigatoriedades reduzidas
O fato de o profissional ser um prestador externo isenta a empresa de tratá-lo como um funcionário no regime CLT. Mas não por isso, diversas empresas optam por fornecer benefícios específicos conforme sua cultura interna e por iniciativa própria, com a finalidade de retenção de profissionais.
Não haver contrato com o profissional
Na parceria com recrutadores especializados como na Deeploy.Me, não há contrato direto com o profissional. Nesse caso, a empresa contratante estabelece um contrato com a consultoria, e esta é quem retém a responsabilidade sobre o profissional — cuidando de toda a burocracia da contratação, prestação de serviços e pagamentos, restando à contratante simplesmente gerir a produtividade do UX/UI Designer.
Contratar mais, devido à retenção de custos
Enquanto se gasta 1X para contratar e manter um profissional na forma tradicional, pode-se gastar 1/2X com Outsourcing e usar essa diferença para trazer mais uma pessoa. Design Teams podem ser montados completamente com Outsourcing, inclusive variando níveis de maturidade e especialidades como UX Writing e UX Research.
Mas e eu, que sou UX/UI Designer?
Se você está pensando que essa modalidade é de alguma forma nociva para sua carreira e planejamento profissional, leve em consideração o mito da estabilidade: Pessoas tendem a achar que CLT representa segurança, enquanto PJ representa risco. Mas temos visto que para empresas reduzirem seus times, não há muito critério; E que existem muitos UX/UI Designers contratados em regime CLT que em menos de 3 meses são desligados, enquanto outros contratados em regime PJ têm seus contratos renovados constantemente. Isso mostra que o principal fator para garantir sua estabilidade é a própria qualidade de seu trabalho e postura profissional. Veja abaixo alguns dos benefícios de ser contratado por períodos mais curtos e ser considerado um prestador externo:
Múltiplos projetos
Com um bom trabalho de gestão de tempo e de pessoas, é possível que você atue em mais de um projeto, para clientes variados, ao mesmo tempo. Esse fator não só aumenta seus ganhos, como também constrói seu posicionamento como consultor de Design, carreira escolhida por muitos profissionais de nível sênior e/ou especialistas.
Conhecer diversos setores
Se em um ano de trabalho você atuar em 3 projetos (média de 4 meses por contrato), sua experiência em diversos setores aumenta mais rápido. Um funcionário que fica 2 anos ou mais em uma só empresa está condicionado a conhecer somente esse setor por todo esse período — com excessão de UX/UI Designers que atuam em projetos digitais de grandes agências de publicidade, atuando em campanhas variadas.
Mais network e mais portfolio
Com a variedade de projetos e equipes de design em espaço de tempo menor, automaticamente seu network aumentará de forma significativa. Além disso, seu portfolio ganhará mais projetos mais rápido e com mais variedade, bastando que você mantenha a consistência e a qualidade da apresentação dos cases.
Conclusão
Em tempos de extrema incerteza, Outsourcing viabiliza que seus produtos não parem. Com pessoas qualificadas, economize tempo e dinheiro para garantir que não haja impacto negativo no planejamento e cumprimento de metas de sua empresa.