Entenda os tempos necessários para o seu crescimento como UX/UI Designer
Ah, a paciência
Quando começam as aulas do primeiro ano da faculdade, calouros chegam cheios de empolgação pois tudo é novo: O local, as pessoas, as aulas, o ambiente. Depois que passa esse primeiro momento de curiosidade e descoberta, percebem que terão que lidar com uma realidade que não tinham muita ideia: Por mais que estejam cursando o que escolheram ser profissionalmente, terão que passar por diversas matérias obrigatórias de que não gostam. Porém, passar por elas é necessário para que o conhecimento mais complexo, específico e empolgante, ainda por vir, encontre uma terra fértil que deve ser preparada por essas matérias.
Na vida profissional não é diferente: O caminho para a maturidade profissional requer a paciência de cumprir uma etapa de cada vez, aproveitando todo o aprendizado para construir esse caminho. Quando ingressam a uma empresa e iniciam sua carreira, UX/UI Designers devem considerar que não irão imediatamente ou somente fazer o que querem ou o que mais gostam, visto que terão que lidar com inúmeros obstáculos, cumprir tarefas que não gostam, aguardar respostas e diretrizes que muitas vezes tardam a vir, lidar com pessoas melhores e piores, e mais. Esse é um processo necessário, que não se deve (e nem se pode) acelerar.
O fenômeno do salto
Como recrutadores de UX/UI Designers, nossa rotina é avaliar profissionais de diversos níveis e origens, para as mais variadas vagas e tipos de empresas. Em vias muito resumidas, avaliamos primeiro os portfolios, e na sequência, os perfis no LinkedIn. E conforme falamos no artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, construir uma ideia do seu perfil nesses dois lugares é sempre uma jornada cheia de surpresas. Mas há algo inusitado que temos visto acontecer com certa frequência, que muito nos chama a atenção: Ao analisarmos perfis no LinkedIn, percebemos “saltos” na carreira — Ao mudarem de emprego, mesmo tendo atuado por pouco tempo, profissionais galgam por níveis muito rápido. Por exemplo:
Empresa #X
UX Designer Júnior
Jan 2019 a Dez 2019
Empresa #Y
UX Designer Pleno
Jan 2020 a Dez 2020
Empresa #Z
UX Designer Sênior
Jan 2021 até o momento
Temos aqui um problema bem grave: Carreiras sendo apressadas. Conforme falamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, em uma definição simplificada, um profissional sênior é capaz de resolver problemas complexos sem ajuda e de guiar outras pessoas menos experientes. Com base nessa definição, para que um UX/UI Designer proceda de forma satisfatória nesses dois pontos é necessário que ele tenha uma experiência real adquirida ao longo de anos, tendo experimentado diversos tipos de desafios em cenários diferentes — considerando não apenas processos, mas principalmente, pessoas. Com isso, entende-se que as suas soft skills constróem muito mais sua maturidade profissional do que as hard skills.
É impossível atingir uma senioridade real muito rápido.
Mas espere: não estamos falando de talento e de esforço, visto que existem muitos portfolios de UX/UI Designers Juniores e Plenos que são excelentes e repletos de sinais que comprovam essas competências. Estamos falando de vivência, do acúmulo de tempo investido, que gera a maturidade. Já disse o guru dos investimentos, Warren Buffet: “Não importa o quão bons sejam os seus talentos e esforços, algumas coisas levam tempo. Não se pode produzir um bebê em um mês, engravidando nove mulheres.”
Entendendo os motivos que causam esse fenômeno, listo as 3 causas mais comuns e como proceder nesses casos:
“Inflar” a auto-definição
Questione-se profundamente sobre sua maturidade profissional. Errar nessa definição significa que você não entende realmente o seu papel, e esse ponto merece sua total atenção. Em nosso artigo Porque a pressa em ser Sênior?, entenda os principais indicadores de uma real senioridade em UX, faça uma análise verdadeira em seu perfil profissional e defina, da melhor forma, o que você é realmente capaz de oferecer e entregar. Uma das maneiras mais eficazes de obter essas respostas é perguntar como os profissionais à sua volta te vêem. Obviamente, para isso, peça extrema sinceridade e coloque-se em posição de ser criticado, sem questionamento.
Ser contratado segundo uma definição errada
Muitas empresas, devido a uma baixa maturidade em design, acabam por criar vagas que não condizem com sua real necessidade na busca por profissionais. Logo, essas vagas apresentam descritivos inconsistentes, impraticáveis e/ou com exigências que não condizem com o nível esperado. Como resultado, candidatos que aceitam essas vagas consideram que, se foram aceitos para tal cargo, que têm a competência, experiência e habilidades suficientes para exercê-lo, o que nem sempre é verdade. No médio-longo prazo, a experiência ainda não adquirida fará falta e então, nesse ponto, o problema pode ter consequências desastrosas para a sua carreira. Ao pleitear uma nova vaga, esteja atento à qualidade do descritivo e entenda a proposta da empresa que está interessada em seu perfil, para que você consiga ser sincero sobre sua maturidade e ser contratado nos devidos níveis.
Errar os tempos
O cargo que deve ser declarado como atual não é onde se quer chegar, mas onde se está no momento. Se você está em dúvida sobre sua senioridade, o melhor a fazer enquanto essa questão não está clara é não mencioná-la. Logo, em suas páginas e perfis profissionais públicos, mencione apenas sua função (por exemplo João Silva, UX Designer), e deixe que a sua avaliação no processo seletivo esclareça sua maturidade aos olhos do contratante.
Conclusão
A mudança de empresa não deve necessariamente ditar a velocidade da sua maturidade. Conforme falamos no artigo Planeje como o trabalho afeta sua vida, é preciso entender cada momento, auto-analisar-se constantemente e ter uma visão mais “macro” sobre o seu tempo de carreira ainda pela frente, tentando mapeá-lo para que você aproveite uma etapa de cada vez no caminho à senioridade. Por isso, não espere que as vagas oferecidas rotulem seu crescimento: Em vez de somente ser conduzido, conduza.
Um assunto muito importante e pouco falado na comunidade de profissionais é sobre acessibilidade. Mas antes de ir mais a fundo neste assunto, a acessibilidade é definida segundo a W3C como:
Acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
De uma forma geral, muitos profissionais ignoram este assunto por se tratar de uma pequena porcentagem dos usuários ter algum tipo de deficiência cognitiva, seja ela física, visual ou mental. Se pensarmos de forma simples pessoas que não tem nenhum tipo de deficiência consegue usar um site acessível mas no cenário inverso, não acontece da mesma forma.
Então como mudar este cenário?
Catequisar os stakeholders e profissionais sobre a importância da acessibilidade desde o início de qualquer projeto é um bom caminho. A possibilidade de aumento da fonte do site, mudança de cor, contraste e fontes para dislexos são bons pontos a se pensar. Não estou falando de complexos e grandes investimento em tecnologia para se aplicar estes pontos mas sim de boas práticas que naturalmente, irão melhorar a experiência dos dois tipos de usuários: deficientes e não deficientes.
Tamanho de fonte
Segundo a W3C devemos trabalhar com fontes em três níveis que são: A, AA e AAA. Os usuários que tem a visão reduzida talvez tenham dificuldades de leitura em uma página com a fonte pequena enquanto o dislexo talvez não consiga ler o texto se não existir uma versão do site com a fonte OpenDyslexic, que é própria para este público. Para imagens de textos e textos o nível AA é o mínimo recomendado.
O aplicativo Bear trabalha com a Open Dyslexic para que dislexos possam criar textos sem problemas de leitura.
Contraste de cor
Seguindo essa lógica, os textos e imagens de texto no nível AA devem ter no mínimo 4.5:1 de taxa de contraste de cor. Isto quer dizer que a cor to texto tem que ter no mínimo 4.5x mais luminosidade do que a cor de fundo. Este cálculo é feito incluindo as pessoas de visão moderada e que não precisa de assistente de contraste e também de pessoas que tem daltonismo.
No cenário de nível AAA, o índice de contraste ideal vai para 7:1, ou seja, a luminosidade da cor deve ser 7x mais luminoso que a cor de fundo para as pessoas com visão entre 20/20 e 20/80 segundo o gráfico de Snellen. Pessoas que tem perca de visão acima de 20/80 precisam de tecnologia assistiva para aumentar o contraste e ampliação do texto.
Contraste de cor e texto
O tamanho do texto também é importante para definir a quantidade de contraste quedeve ser aplicado na fonte. Um exemplo de cor cinza com o valor de 150, 150, 150 em escala RGB funciona muito bem em fundo branco, mas apenas acima de 18 pontos de tamanho de fonte. Este formato passaria na conformidade do teste AA. Se usarmos a cor cinza com um valor 110, 110, 110 em escala RGB já funcionaria com qualquer tamanho de fonte e ainda seria compatível na conformidade AAA em fontes de 18 pontos. Os contrastes podem variar dependendo do tipo de família que estiver sendo usada. Por isso é bom pensar nas fontes com peso Light e Extra Light pois elas podem apresentar problemas de contraste.
É importante levar em consideração também as fontes que se utiliza degradê. Isto não limita a criatividade na hora de produzir algum projeto que tenha um forte apelo em cores e contraste. É preciso testar diferentes aplicações para ter certeza que está em conformidade de contraste.
Ferramentas de conformidade
Algumas ferramentas gratuitas estão disponíveis para testar a conformidade das fontes e cores do nosso projeto.
Colour Contrast Analyser
Este ferramenta tem algumas funcionalidades bem interessantes para uma versão gratuita. Além dos testes de conformidade, é possível testar os diferentes tipos de daltonismo aplicados no projeto e um comparativo deles, inclusive quem tem catarata. Tem para Mac OS e Windows.
Contrast Ratio
Esta ferramenta online permite testar diferentes cores em tempo real. Ela é bem útil por ser gratuita. Ela suporta valores RGBA e HLSA e suas combinações. A parte interessante é o suporte para testes com transparência de cores.
Color Safe
Esta ferramenta online permite criar combinações de cores para projetos acessíveis. Assim você pode escolher uma cor de fundo, uma fonte e o tamanho e ver qual melhor conformidade ela traz como resultado.
Como atitudes podem prejudicar a imagem profissional de UX/UI Designers
Quero essa vaga. Mesmo?
Conforme comentamos em nosso artigo Como ser reprovado em processos seleticos para UX/UI Designers, um processo seletivo requer sua atenção total. Não se trata de ser X tipo de UX/UI Designer e querer Y tipo de vaga; Mas de candidatar-se desenfreadamente a toda e qualquer oportunidade que vier pela frente, sem ter compreendido a proposta a fim de ter um interesse real. Para tanto, é preferível que você selecione poucas (somente as que realmente tenham um match com seu perfil) e invista tempo, dedicação e preparação específica para elas. Quando se entende a importância e o tamanho da dedicação esperada para uma candidatura efetiva, deve-se pensar em um ponto crucial:
O quanto realmente você quer essa vaga?
Indo além das aptidões técnicas, devemos considerar que as pessoas são muito diferentes umas das outras. Os indicadores da tomada de decisão para o interesse de um UX/UI Designer em atuar em uma determinada empresa podem ser muito variados: A proposta financeira, os benefícios oferecidos, a visibilidade e o “glamour” da posição, a cultura com colaboradores, os produtos propriamente ditos, e mais. Nesse ponto, não há certo e errado: Apenas deve-se colocar esses indicadores na mesa, definir a relevância de cada um ao seu perfil e objetivo profissional, e construir uma decisão com base nessa análise.
A má notícia é que essa mentalidade é muito pouco utilizada pela maioria dos candidatos. Ao passo que empresas têm investido pesado na abertura de vagas para UX/UI Designers, vemos repetidamente o fenômeno de desistência acontecer — seja durante o processo ou depois de já terem sido selecionados, profissionais optam por romper com a oportunidade, deixando um vazio enorme nas expectativas e planejamento da empresa.
Ah, não quero mais
Imagine um cenário onde você recebe o feedback positivo de uma seleção, sendo notificado que foi selecionado para uma vaga. Yey! Depois de muito comemorar, se preparar e tomar as decisões e ações necessárias para o início de suas atividades (como por exemplo desligar-se de seu emprego atual, mudar-se de cidade, etc.), você recebe um retorno inesperado da empresa contratante dizendo que a vaga já não existe mais, e que sua contratação foi cancelada. Imediatamente, o sentimento é de indignação, frustração e decepção, certo? Pois são exatamente esses os sentimentos que uma empresa sente quando um candidato desiste da vaga. Listo abaixo os casos mais comuns que motivam tais desistências:
Eu não queria de verdade
Como é sabido, candidatos tendem a aplicar a muitas vagas sem ao menos ler seus descritivos com atenção. Logo, no caso de serem selecionados, é evidente que a empresa considera um interesse genuíno na vaga e dá sequência ao processo, já manifestando o interesse recíproco em seu perfil. Quanto mais tempo levar para o candidato ser franco e notificar que na verdade não há real interesse, pior será para a empresa tomar uma decisão acertada e dar por finalizado o processo seletivo.
O processo seletivo é muito exigente
Conforme falamos no artigo Como criar espaço a UX/UI Designers Juniores, justamente por já terem tido experiências ruins no recrutamento, seleção e construção de seus times, empresas acabam por criar processos seletivos muito complexos e longos. Por mais que a intenção seja minimizar o erro de contratar mal, tais processos acabam causando a desistência dos candidatos interessados — Possivelmente, o motivo mais relevante seja que durante o longo prazo de avaliação, UX/UI Designers são encontrados, avaliados e contratados por outras empresas com um processo mais efetivo e rápido.
Fui selecionado por outra empresa
Este é o caso mais problemático. Como candidatos tendem a participar simultaneamente de diversos processos seletivos, dentre várias ofertas, uma é a predileta. Mas se a notícia positiva vem primeiro de outra vaga (que também é interessante, só não tanto quanto a vaga ideal), por receio de perder a oferta, aceitam. Pouco depois, o resultado positivo da vaga ideal também vem, fazendo com que, sem pestanejar, o candidato abandone a vaga que já havia aceitado. A essa altura a empresa já tinha traçado planos, feito preparações e criado uma alta expectativa, logo seu prejuízo e frustração serão inevitáveis.
Nesse caso, o melhor a fazer é deixar clara a sua participação em outros processos seletivos — Sem dúvida é melhor que o contratante logo tenha ciência do seu momento real (para que se antecipe e lide com essa situação como lhe aprouver), do que ser surpreendido com uma desistência abrupta.
O prejuízo silencioso
Considere que em todos esses cenários citados acima há um “prejuízo silencioso”: Tais atitudes podem ser altamente nocivas à sua imagem profissional. Por mais que o mercado de UX esteja de fato em crescimento acelerado, ainda estamos falando de um mercado pequeno, onde muitos contratantes conhecem muitos outros contratantes, e com certeza, comentam entre si sobre seus processos seletivos em busca de recomendações e indicações. Logo, são pequenas perdas que você pode estar acumulando, que em um futuro não tão distante, podem se tornar barreiras para o próximo grande passo de sua carreira.
Segundo nosso artigo Encontre seu próprio valor profissional, empresas não buscam apenas mãos e mentes capacitadas, mas pessoas comprometidas. Se durante o processo seletivo a empresa encontrar sinais que levantam red flags sobre sua reputação e credibilidade, aceite ou não, serão indicadores relevantes que certamente irão jogar contra você.
Transparência é fundamental
Se você está sendo contactado por diversas empresas e recrutadores ao mesmo tempo, comemore! Trata-se de um bom sinal: Sua proposta de valor está convincente, seu perfil gera interesse, sua apresentação profissional condiz com seu nível, você foi bem recomendado, e mais. Para que você preserve sua imagem profissional e garanta o melhor comportamento possível perante tais contratantes, seja sincero e transparente com todos, sempre.
Essa transparência envolve, inclusive, saber dizer não.
Isso mesmo: Se você não estiver confortável com o processo seletivo proposto, ou com a forma que foi abordado, ou não se interessar mesmo pela vaga e/ou pela empresa, o melhor a fazer é imediatamente não aceitar. Tenha a certeza de que uma resposta educadamente negativa de sua parte não será mal vista por contratantes. É muito melhor a sinceridade de dizer não, do que sua indecisão se tornar um problema que vai prejudicar a empresa — e consequentemente, você.
Conclusão
Trate um processo seletivo com a atenção devida. Com a visão de que trata-se possivelmente do próximo passo de sua carreira de UX/UI Designer, seja para vagas que recebe proposta ou que se candidata por iniciativa, seja transparente e sincero com todos os envolvidos para que você colha frutos positivos a cada decisão tomada.
Monte times mistos para crescer com solidez e produtividade
Criando espaço a iniciantes
É sabido que empresas não tem dado muita abertura para UX/UI Designers em início de carreira. Esse fato se deve a alguns receios: A falta que a experiência técnica pode fazer, possíveis problemas de comportamento, o despreparo para se responsabilizarem por suas entregas, ou mesmo, não haver alguém mais experiente no time que possa assessorar e conduzir um profissional júnior em seu desenvolvimento. Conforme falamos no artigo Porque a pressa em ser Sênior?, isso resulta em uma disparidade enorme de vagas entre seniores e juniores que gera uma equação desbalanceada: Novos profissionais precisam de experiência de trabalho para crescer, mas a oportunidade de adquirir essa experiência não se abre. Enquanto isso, permanecem descolocados. Em todo caso, há um ponto importante a ser levantado: Por mais que sejam ainda inexperientes, temos acompanhado diversos casos de juniores com excelente postura, colaboratividade e entrega sendo contratados, pois seu principal ingrediente é o ímpeto e a vontade de colocar em prática os conhecimentos recém-adquiridos.
Esse ingrediente deve ser visto como “ouro” pelas empresas, devido ao valor que pode trazer a seus produtos no devido tempo.
Mas ainda, a realidade é que empresas se mostram desinteressadas, despreparadas ou sem tempo para criar estratégias que viabilizem a contratação desses profissionais, resultando em uma grande perda verdadeiros talentos. É exatamente nesse momento que se faz necessária uma análise na realidade do produto e no time, a fim de criar o espaço para eles de forma estratégica e gradual.
Vantagens de contratar juniores
Entendemos que uma pessoa que chegou a UX/UI Design se apaixonou por uma ou mais de suas disciplinas, ou encontrou nessa profissão a possibilidade de explorar habilidades ainda sub-utilizadas que estavam em hibernação. Conforme falamos no artigo Quero migrar para UX/UI Design, o combustível do ímpeto de UX/UI Designers iniciantes é a vontade de fazer a vida das pessoas mais fácil, resolver problemas de forma inovadora, conectar-se realmente com as pessoas, se parte de algo extraordinário, transformar empresas com seu mindset, criar produtos encantadores, entre outros. Para canalizar essa energia, empresas precisam considerar que contratar juniores pode ser o motor de seus produtos. Principais vantagens:
Ter solidez com times mistos
Conforme falamos no artigo Contratação faz parte da Estratégia de UX, nem sempre a demanda de vagas requer muita maturidade. Logo, equipes apenas de seniores começam a perder produtividade e até a se desfazer porque eles se vêem na condição de ter que fazer todo o trabalho produtivo, sentindo-se subvalorizados e sem perspectiva por não conseguirem dedicar 100% de seu tempo à estratégia e às decisões de design que afetam o negócio. Por isso, o melhor a fazer é constituir times de design também com profissionais menos experientes, sem “vícios” e ávidos por ver seus primeiros projetos ganharem vida e visibilidade na empresa. A chance de times mais mistos se consolidarem e gerarem melhores resultados é muito maior.
Formar com a cultura da empresa
Sabemos que empresas tem o medo de treinar e investir em profissionais para brevemente perdê-los. O fator mais relevante para o combate a esse fantasma é o enraizamento da cultura da empresa em cada um dos colaboradores. Não se trata simplesmente da superfície, como dar mimos; mas de criar um ambiente de trabalho atraente para que queiram ficar, oferecendo espaço para opinarem, integrações com outros departamentos, tratando conquistas (mesmo que pequenas) de forma marcante e recompensatória, provendo boas ferramentas, e mais. Logo, entende-se que é plenamente possível que um profissional iniciante crie raízes na empresa sendo moldado positivamente em seu formato de trabalho, oferta de produto e posicionamento de mercado sentindo-se verdadeiramente parte de algo grandioso.
Ganhar velocidade de produção
Com uma boa estrutura de liderança e suporte de UX/UI Designers mais experientes, times com diversos juniores possibilitam entregas mais rápidas: Mais pessoas fazem descobertas e validações ao mesmo tempo, promovem jornadas e testes com pontos de vista diferentes e complementares, produzem layouts mais ricos e duplicáveis; e claro, mais mentes pensantes podem ajudar a evangelizar e a construir a importância do Design Team na empresa como um todo.
Alternativas que viabilizam
Um ponto de partida na decisão de contratar UX/UI Designer juniores é considerar o que estão motivados a fazer, de onde vêem e como atraí-los com o approach certo. Como ainda não tiveram oportunidades de provar seu valor, é plenamente esperado que seus portfolios contenham apenas projetos acadêmicos e que precisem de refinamento na apresentação pessoal; Mesmo assim, como já de antemão nem todos chegam a esse ponto, a própria existência desses recursos por parte deles já mostra o real interesse em pleitear uma oportunidade. Listo abaixo 3 alternativas para que sua empresa possa fomentar e conduzir um bom processo de aquisição:
Promova eventos que atraem talentos
A primeira sugestão é promover desafios coletivos. Para isso, a empresa precisa ter muito claro o objetivo da contratação e os critérios de avaliação, criando um briefing real de um produto ou feature para ser solucionado pelos candidatos. Estes são então convidados, reunidos e instruídos sobre a proposta da empresa e o projeto em si, entendendo que as vagas são o prêmio máximo para as melhores propostas e/ou melhores desempenhos.
Busque nos formadores
Contactar diretamente os formadores em busca de talentos é uma excelente alternativa. Como é sabido que normalmente turmas começam cheias, terminam não tão cheias e terminam com poucas pessoas que realmente se destacaram, essas pessoas merecem sua atenção pois são recomendadas por seus instrutores. Atualmente existe uma vasta oferta de formadores em UX/UI Design, a saber: Das brasileiras, temos Aela.io, Punk Metrics, Mergo, Tera, Alura, Gama Academy, UX Unicórnio, Awary, Digital House, EBAC, Mentorama, How; E das internacionais, temos a Ironhack, UXPM, Flag, IDF, General Assembly, EDIT (agora em São Paulo), e claro, NN/g.
Crie programas de contratação
Simplesmente anunciar que sua empresa está interessada em contratar juniores não é suficiente para atrair fortes candidatos. Para isso, recomendamos que sejam criados programas formais de contratação, apresentando abertamente os detalhes das oportunidades. Sem o teor explícito de concorrência entre candidatos, a ideia é comunicar o mercado sobre o produto ou feature em questão, especificar com exatidão a expectativa de perfis adequados, criar um teste de aptidão e habilidades e disponibilizar um local para que as propostas sejam entregues.
Essas 3 sugestões podem inclusive ser misturadas ou somadas umas às outras, dependendo do perfil de sua empresa e como esta considera ser melhor para sua postura de marca e imagem no mercado.
Êpa! Não contrate juniores se…
Infelizmente, empresas com menos maturidade em Design tendem a contratar juniores com a ideia de contenção de custos e fundação da equipe de UX. É importante frisar: Nenhum júnior deve ser incumbido com a tarefa de fundar o departamento de UX de sua empresa. Essa mentalidade equivocada o leva a cumprir tarefas massivas e sem norte por estar sozinho e sem liderança específica, e ainda, segundo a leitura errônea de seu real papel, fará com que ele assuma tarefas visuais de marketing e comunicação interna ao invés de focar no produto. Logo, é inevitável que ainda não haverá ninguém focado em pensar no usuário, na tecnologia aplicada e nos objetivos de negócios a serem atingidos. Logo, o melhor cenário sempre é contratar juniores quando já existe uma liderança de Design bem definida.
Conclusão
Deixar de dar oportunidades para UX/UI Designers recém-chegados no mercado pode significar a perda de grandes talentos. A uma boa liderança e estratégia, juniores trazem ao times mais energia, resiliência e estrutura produtiva para que seus produtos atinjam os objetivos.
A real utilidade e o impacto da apresentação profissional de UX/UI Designers
Putz, meu portfolio
Conforme falamos em nosso artigo Porquê você precisa fazer a lição de casa, o portfolio deve ser a representação do UX/UI Designer que você é hoje. A maior questão a ser identificada nessa frase não é tanto a “representação”, mas sim, o “hoje”. Em anos de recrutamento específico de UX/UI Designers, o que nossos especialistas mais escutam ao solicitarem portfolios para avaliação é “ih, está desatualizado”, ao invés de “não é uma boa representação de mim”.
Por mais clichê que a frase “Qual é a UX do seu portfolio de UX?” possa soar, vemos que ela ainda não está nem perto de surtir efeito na maioria dos profissionais entrevistados em processos seletivos. UX/UI Designers tendem a tratar seu portfolio como uma escalada na montanha com uma pedra nas costas, como se estivessem pagando uma promessa; Então, o desafio não é facilitar o processo de construção e atualização do portfolio, mas sim, mudar a concepção do que ele é, pra quê serve e a quem se destina. Se você é um UX/UI Designer competente, deve então tratar seu portfolio como um case de UX/UI Design.
Me lembro que nos tempos de faculdade, numa das aulas introdutórias sobre o TCC, a orientadora nos disse que existiam regras gerais da ABNT a serem seguidas para a criação desse projeto em todas a universidades igualmente: Formato da folha, tamanho da fonte e de imagens, entre outros. Mas, pelo fato de estarmos cursando Design, seríamos “liberados” de grande parte dessas regras para que as possibilidades de criatividade visual fossem ampliadas, já que esse era um dos critérios mais importantes para os professores-orientadores avaliarem. Ou seja, era esperado que quebrássemos as regras em favor do Design.
Quando o assunto é colocação profissional, universalmente em todas as áreas, profissionais apenas enviam seus currículos como forma de introdução de seu perfil; Mesmo que esse simples documento não seja uma representação do profissional, ele serve como primeira etapa de avaliação. Já no cenário de Design, naturalmente o currículo perde força se comparado com o portfolio. A impressão que avaliadores esperam é imediatamente ver sua capacidade técnica, para depois analisar seu perfil humano e experiência profissional para formular sua proposta de valor. Logo, conclui-se que o portfolio é o real currículo do UX/UI Designer. O fato de se ter um portfolio já diz muito, e é esperado que a sua profissão esteja explícita nessa peça introdutória e representativa sobre você.
Mudando o mindset
Conforme falamos no artigo Encontre seu próprio valor profissional, definir e evidenciar seus diferenciais únicos no portfolio é essencial. Já que candidatos a uma vaga são “tecnicamente semelhantes”, o maior ponto de diferenciação não é (e não pode ser) saber fazer, mas sim as habilidades e qualidades que constróem seu perfil profissional junto às técnicas. É exatamente por esse motivo que o seu portfolio não pode simplesmente ter os seus trabalhos, mas sim dizer quem você é.
Imagine-se lado de cá da mesa: Numa terça-feira qualquer, você começa a receber os candidatos a uma vaga que divulgou dias atrás. Nos primeiros 10 candidatos você prestará mais atenção, lerá os conteúdos e terá paciência com a falta de algo; À partir do 11º avaliado, seu tempo já estará comprimido, sua tolerância reduzirá drasticamente e você chegará à conclusão que a grande maioria segue o mesmo formato. É aqui que entra a diferenciação que você precisa em sua apresentação profissional.
Listo abaixo alguns pontos para você se questionar e converter em ação:
Um organismo vivo e evolutivo
Seu portfolio não pode ser visto como algo feito às pressas somente para o momento que você precisa de uma oportunidade de trabalho. Como ele diz muito sobre você, a impressão gerada é que você não liga para sua imagem profissional, que deixa tudo pra os 45 minutos do segundo tempo, ou ainda, que não consegue organizar bem suas prioridades. A sugestão é que você se guie por algo maior: Seu portfolio é um organismo vivo que precisa de atenção, dedicação, tempo e capricho para estar sempre à altura do seu nível. Se você evolui como profissional, ele também deve evoluir — idealmente, ter um redesign anual de seu portfolio não apenas esclarece sua evolução, mas também te mantém sempre à frente da grande maioria.
Apresente-se em sua essência
Nessas horas, ser UX/UI Designer faz toda a diferença. Você tem uma tela branca que é a oportunidade de ser 100% criativo e não economizar no Design, explorando todos os seus pontos positivos e tornando-os evidentes e atraentes para quem vier consumir. Você é o produto. A sugestão é que converse com pessoas à sua volta ou que já fizeram parte de sua história profissional para trazerem suas visões individuais de você, provendo insumos relevantes para que sua página de “About Me” seja rica e interessante. Essas opiniões vão ajudar muito a enxergar seu verdadeiro perfil profissional e as qualidades que mais agregam à sua proposta de valor rumo ao próximo grande passo de sua carreira.
Conheça seu usuário e tenha um objetivo
Como dito antes, o avaliador ou recrutador, dentre outros usuários, é para quem você destina o seu portfolio. Ele é o usuário final que deve ser impactado da forma correta em uma experiência marcante com seu produto, para que seja compelido a querer mais. Mas lembre-se: esse usuário tem pouco tempo, já analisou diversos outros portfolios (e vai te comparar diretamente com os outros candidatos), valoriza os detalhes, espera que você o surpreenda de alguma forma e anseia por tomar uma decisão justa e acertada. Esses fatores já norteiam bem o caminho para o sucesso de seu portfolio, não esquecendo que mesmo que seu portfolio seja visualmente incrível, tudo precisa funcionar. Não cometa erros grosseiros como links errados, não colocar seus dados de contato ou esquecer do botão “voltar à home”: Esses erros comprometem diretamente o objetivo do seu portfolio e vão jogar contra você.
Conte histórias, de verdade
A realidade é que o que você faz não é seu, nem pra você. Já que as empresas em que já trabalhou são as verdadeiras detentoras dos produtos (e beneficiárias dos resultados) que você ajudou a construir, o melhor a ser feito é contar essa experiência na forma de uma história organizada, consistente, interessante e direta, para que esse case construa a melhor imagem sobre você. Deixe seu trabalho falar por si: Mostre, não fale.
Seus cases precisam explicar qual foi o projeto, para quem, quando, com quem, com qual objetivo e quais foram os resultados . E o mais importante, precisam esclarecer o que exatamente você fez em todo esse cenário e a sua forma de pensar.
Note que tais indicadores independem se você é um UX/UI Designer iniciante ou altamente experiente.
Não importa a plataforma
Nos perguntam muito qual a plataforma ideal para construir um portfolio de UX/UI Design. A resposta a essa pergunta é sempre a mesma: A plataforma não importa, desde que o portfolio atinja seu objetivo. Algumas são mais robustas e custosas, outras extremamente simples e sem custo, outras nem são para essa finalidade mas entregam bem; Em todo caso, é claro que um UX/UI Designer que possui seu próprio site gera um impacto muito maior porque evidencia sua iniciativa, capricho e a habilidade de chegar a resultados personalizados que “valorizam o seu passe”. Afinal, se você deseja atuar como UX/UI Designer de produtos digitais, não ter um portfolio online é um erro não apenas básico, mas conceitual.
Inspire outros
A última (mas não menos importante) propriedade do seu portfolio é inspirar outros profissionais. E inspirar não é apenas para os mais experientes: Temos visto portfolios de UX/UI Designers em início de carreira altamente caprichados, profundos e com uma consistência surpreendente, visto que ainda não tiveram tanta experiência. Por isso, esse indicador pode perfeitamente ser sua contribuição para a comunidade de UX/UI Design mundial (não existem mais barreiras) pois muitos profissionais sentem-se perdidos na hora de construir seus cases e se apresentarem bem. E claro, um portfolio inspirador brilha os olhos de avaliadores e os faz esquecerem um pouco da imensa quantidade de portfolios fracos. Faça com que ganhem o dia ao verem o seu.
Conclusão
O portfolio de um UX/UI Designer não pode ser apenas uma seleção de seus melhores trabalhos. Precisa ser muito mais. Ele é o representante em sua ausência, e precisa transmitir o profissional que você é na íntegra. Para te guiar na construção de seu perfil profissional, cadastre-se na Deeploy.Me! Faremos as perguntas certas para que você crie um perfil atraente e construa um case de portfolio para ser modelo a todos os seus cases.
O UX Design está crescendo e com o objetivo de atender a demanda dos consumidores que estão cada vez mais exigentes e conectados, novas tendências estão surgindo e algumas delas prometem bombar em 2021. Continue lendo e acompanhe as principais!
UX Design: o que é?
Muito se tem falado sobre UX Design e a necessidade de priorizar a experiência do usuário, mas afinal, o que esses conceitos querem dizer?
UX — User Experience (Experiência do Usuário) é responsável por projetar experiências de uso encantadoras para fidelizar e conquistar clientes.
Com esse objetivo, os designers de UX estudam o comportamento humano e os produtos e serviços oferecidos para encontrar formas de melhorar a satisfação e a lealdade dos clientes.
Normalmente, esse objetivo é alcançado por meio de três pilares:
- Utilidade: o quão útil é o serviço para o cliente e o quanto é melhor fazer as coisas usando o serviço e não utilizando alguma outra alternativa;
- Facilidade de uso: o quão fácil e rápido é usar o serviço e resolver o que for preciso usando ele e não utilizando alguma outra alternativa;
- Prazer: o quão prazeroso (divertido, interessante, recompensador, etc.) é usar o serviço e não outras alternativas.
As tendências de UX que vamos ver a seguir nos comprovam que existe um universo imenso a ser desbravado pelos UX Designers que querem oferecer novas experiências ao usuário em 2021. Confira:
1. Inteligência Artificial
Nós já percebemos que se tornou mais comum o uso de interfaces otimizadas para UX, elementos de IA e Machine Learning. Nas tendências de UX, esses recursos serão usados para oferecer uma experiência cada vez mais personalizada para os clientes.
Por meio da Inteligência Artificial, é possível oferecer um atendimento personalizado ao cliente, como compreender a jornada de navegação dele e futuramente oferecer um produto ou serviço baseado nesse histórico de navegação, captado pela IA.
2. RV e RA
Realidade Virtual e Realidade Aumentada são soluções que foram usadas em 2020, mas que podem ser ainda mais exploradas em 2021. A exemplo do 3D imersivo, ambas as tecnologias possibilitam que o usuário tenha uma experiência realista, projetando objetos ao seu redor, como no caso do aplicativo da Tok & Stok que permite que o cliente experimente móveis, virtualmente, nos cômodos de sua residência.
3. Comando por voz
O comando de voz é uma das tendências de UX mais fortes para os próximos anos. Dados revelam que, em 2021, pelo menos metade de todas as pesquisas no Google devem ser feitas por comando de voz.
Para colocar em prática o comando de voz nos seus projetos, é recomendável verificar como esse recurso pode interagir com seu produto ou serviço digital.
A integração se torna mais eficiente se você usar comandos predefinidos e a experiência de UX será melhor. Em primeiro lugar, você pode começar criando uma marca para seu comando de voz, isso personaliza o atendimento. Diversas empresas têm um personagem para simbolizar a marca.
4. Elementos 3D imersivos
Essa tendência do UX design proporciona ao usuário interagir de forma mais real e imersiva com o conteúdo da página, porém ela requer uma plataforma de alto desempenho que permita rodar as soluções em 3D sem travar ou inviabilizar a interação do consumidor.
5. Ilustrações animadas
Muitos aplicativos atuais trabalham com ilustrações animadas e a tendência é que elas sejam cada vez mais comuns no design de onboardings.
Só para reforçarmos essa tendência de design, as ilustrações animadas são conteúdos que funcionam muito bem com usuários que não interagem com outras informações. Sendo assim, a mensagem chega de maneira rápida para todos os públicos, conforme seus perfis e interesses. Este deve ser um ponto de atenção para o time de design UX.
6. Mobile First
Essa tendência sugere pensar e planejar as interações principalmente para dispositivos móveis, como smartphones e tablets. E isso se dá pelo aumento no consumo nesse tipo de dispositivo em detrimento do consumo de notebooks e computadores de mesa.
Ou seja, ter um site responsivo nos dias de hoje e nos dias futuros é um pré-requisito para promover uma boa UX.
7. Micro interações
Uma das tendências de UX são as micro interações, que proporcionam uma experiência muito real para o usuário. Para trabalhar com esta tecnologia, o ideal é criar diversos elementos no menu do usuário como dicas visuais, telas iniciais, guias, ícones e botões que possuam movimento, por exemplo.
8. Qualidades nas imagens
Tanto em fotos, como no uso de cores, texturas e grafismos, o UX Design promete proporcionar uma experiência estética ainda mais impactante para os usuários.
Então, usar imagens de alta qualidade, com uma textura quase tátil e ainda com recursos gráficos que se mesclem a fotografias reais, são possibilidades dentro da estética de um site que queira adotar o UX design em sua construção.
9. Minimalismo
O minimalismo é essencial para não tirar o foco do nosso objetivo, evitando que o cliente tenha uma experiência cansativa.
Para otimizar a jornada do usuário, a recomendação é usar ferramentas que otimizem o tempo das pessoas e tornem os aplicativos e produtos digitais mais rápidos e certeiros, com o uso de recursos contextualizados e sistemas padronizados que se adaptem ao usuário.
10. Login sem senha
São tantas senhas e regras de segurança para cada plataforma que isso se torna um problema. Os usuários perdem e misturam as senhas e, no fim, deixam de acessar o produto ou serviço digital pela burocracia de recuperá-las.
Se você quer inovar e atrair mais usuários através das principais tendências de UX, troque as senhas que exigem números, letras e caracteres especiais por PIN, reconhecimento facial ou impressão digital, por exemplo.
A origem e como UX/UI Designers vêem processos seletivos mais profundos
A origem dos testes
Quando o assunto é contratação, entende-se que existem duas partes em busca de um equilíbrio: Uma empresa buscando alguém para suprir uma necessidade, e um profissional qualificado para ela. Em vias práticas, mediante a oferta recebida por diversos candidatos, a empresa os avalia, escolhe o que se mostra com melhor fit nos aspectos mais relevantes, e então contrata. Bingo! Mas na realidade nem tudo são flores, conforme nosso artigo Contratantes X Contratados: Alinhando expectativas.
Como recrutadores, já fomos abordados por diversas empresas escaldadas por terem sido ludibriadas por candidatos “impostores” que foram muito bem no processo seletivo, mas quando finalmente começaram a trabalhar, mostraram que não estavam realmente qualificados. Em alguns casos o problema nem tanto foi a técnica, mas sim comportamental, de forma que a postura do profissional trouxe problemas à equipe já existente. Nesses casos, empresas amargam um enorme prejuízo de tempo, dinheiro e planejamento, tendo que recomeçar o processo seletivo do zero. Vendo esse problema acontecer com certa frequência, é fato que o formato original da seleção precisou de uma reanálise, já que apenas acreditar no discurso não era suficiente — era necessário comprovar. É aqui que o teste entra: A empresa conclui que é melhor investir na melhoria do processo de seleção do que na repetida (e custosa) tentativa e erro de contratação, adicionando uma prova prática. Geralmente, estes são os indicadores a serem avaliados na aplicação do teste:
- A comprovação das skills técnicas alegadas;
- A gestão de tempo;
- A forma de raciocínio e geração de soluções;
- O fundamento nas defesas de design;
- A capacidade de comunicação e explicação de ideias;
- A responsabilidade e a aceitação de críticas;
- O interesse na implementação para colher resultados.
Com isso em mente, listo abaixo alguns exemplos de situações que empresas implementam testes práticos em seus processos seletivos para UX/UI Designers:
Cargos de liderança
Para vagas onde o candidato assumirá uma posição de liderança, é perfeitamente normal que o processo seletivo seja mais exigente e aprofundado pois tal pessoa lidará com pessoas que já são parte do time e estão condicionadas ao ambiente. O teste irá clarificar pontos como visão estratégica, velocidade de tomada de decisão, experiência prática em situações de conflito e limitações internas junto a stakeholders.
Skills específicas
Há casos em que a vaga exige que o candidato tenha conhecimento e experiência muito específicas, como por exemplo um UX Writer de URA e ChatBots. O teste poderá mostrar que realmente o candidato estaria preparado para situações mais delicadas, como o uso de termos de ordem inclusiva, social e jurídica. Por mais que o UX Writer apresente cases concisos e variados em seu portfolio, cada empresa vê esses pontos de uma forma de acordo com sua cultura, posicionamento estratégico e público-alvo.
Não ter tanta pressa
Em casos onde a vaga é muito planejada e envolve diversos avaliadores, empresas preferem contratar bem do que contratar rápido. Por isso, criam processos de avaliação que passam por muitas camadas, colhendo opiniões, recomendações e análises de vários departamentos em conjunto para obterem o perfil mais adequado.
O “dark side” da seleção com testes
A forma como candidatos vêem o processo seletivo de uma empresa reflete diretamente na qualidade e velocidade de suas contratações. Em alguns casos, os processos seletivos com testes chegam a ser tão extensos e cansativos, que acabam por afastar os melhores talentos ou perdê-los pelo caminho. Listo abaixo algumas situações que geram esse tipo de problema:
Processo muito complexo e demorado
Naturalmente, preocupadas com o risco de contratar mal, empresas tendem a criar processos muito complexos e longos. Por exemplo, a existência de etapas psicológicas (média de 1 semana), entrevistas com pessoas de departamentos diferentes (média de mais 1 semana) e a própria aplicação do teste (média de 3 semanas entre briefing, tempo de produção, avaliação da liderança e feedback) chegam a estender esses processos para quase 2 meses. Com isso, como a busca por profissionais está muito aquecida, existe uma enorme chance de os candidatos serem abordados e possivelmente contratados por outras empresas durante esse período, por terem processos mais ágeis e mais atraentes.
Desafios exagerados
Em empresas com menor maturidade em Design, certos desafios tendem a ser muito exagerados, sem sentido e até inviáveis de se executar. É impossível que o candidato tenha tempo hábil de conduzir um bom processo de UX/UI Design no produto inteiro da empresa em 1 semana de prazo, considerando que a própria equipe interna demorou meses para entregar. Logo, o teor do teste deve ser simples, como a solução de um problema específico ou a melhoria de uma feature já existente.
Régua muito alta
Exigir demais do nível de maturidade e experiência do candidato pode ser um problema pra encontrar a pessoa mais adequada. Idealmente, a empresa pode ser mais flexível com as propostas de valor que recebem de candidatos, sendo que na medida do possível, adequem sua necessidade às melhores ofertas para que a contratação aconteça mais rápido.
Oferta de trabalho pouco interessante
Esse ponto envolve a criação da vaga em si. Mediante o aquecimento do mercado, empresas têm de lidar com profissionais que certamente estão sendo abordados por outras empresas a todo momento, com propostas iguais ou melhores. Logo, é importante que a empresa esteja antenada na oferta de seus concorrentes, e mais do que isso, que invista tempo e qualidade na criação da vaga com descritivos melhor elaborados que esclareçam sua maturidade em design, o quão interessante e motivadora é cultura da empresa, o tamanho do desafio e suas expectativas, entre outros.
Medo de estarem sendo “usados”
Conversando com muitos UX/UI Designers que já passaram por processos seletivos complexos, levantamos relatos de que empresas deram sinais claros de que o teste se tratava de uma estratégia interna: Ao se deparar com um problema sem solução, abrem uma oportunidade de vaga com a finalidade de captação de novas ideias. Profissionais contam que lidaram com uma dor real da empresa no teste, foram reprovados sem justificativa, e pouco tempo depois, a empresa lançou essa nova feature em seu produto sem ter oficialmente contratado ninguém. Situações como essa, sem dúvida, geram muito desconforto e desinteresse por parte dos candidatos.
Força, UX/UI Designers
Apesar de todos os pontos citados acima, existem ganhos a um UX/UI Designer que passa por um processo seletivo com testes práticos, a saber:
Chance maior de fit
Quando um UX/UI Designer é contratado e rapidamente desligado de uma empresa, ele também amarga a perda de tempo em sua carreira. Ao participar de um teste, suas chances em solidificar a relação com a empresa aumentam bastante, pois esta terá a comprovação do seu potencial e estará com as expectativas alinhadas — e o profissional já terá uma ideia de como será seu trabalho no dia-a-dia.
Interagir com o futuro líder
Como os testes são aplicados por pessoas tecnicamente qualificadas para avaliar, o UX/UI Designer já terá a oportunidade de conhecer e interagir com a pessoa a quem irá lidar diretamente quando for contratado. Em alguns casos, mais de um avaliador participa do processo, o que também é muito interessante para o seu network. Como o mercado ainda não é tão grande, seu nome ganha atenção, e dependendo de seu desempenho, mesmo que seja vencido por outro candidato, permanece na mesa para próximas oportunidades.
Ganhar mais experiência
Cada projeto, por menor que seja, sempre traz um aprendizado. Mesmo que o teste seja trabalhoso, o deadline apertado e exista o risco de fazê-lo e não ser contratado, o profissional terá a chance de participar de um novo desafio em que talvez ainda não tenha tido experiência.
Conclusão
Testes em processos seletivos são muito benéficos para a assertividade da contratação, desde que não sejam desmotivadores para os candidatos. Deve sempre haver clareza, transparência e fundamento a quem cria o teste, e o comprometimento, motivação e real interesse a quem o aceita.