Uma reflexão sobre planejamento de carreira para UX/UI Designers

UX/UI Designers amam o que fazem

Um dos pontos principais que nos fizeram criar um produto para UX/UI Designers é o simples fato de que esses profissionais amam o que fazem. Não há quase nada pior nesse mundo do que ter um emprego detestável, em que você não vê a hora de chegar a sexta ou que morre de medo da segunda. É de fato um privilégio enorme trabalhar no que se gosta. Confúcio já tinha dito: “Encontre um trabalho que ama e não terás que trabalhar um só dia em sua vida.”

Temos diversos relatos de UX/UI Designers contando que quando seus filhos perguntam o que fazem, se orgulham em dizer que fazem produtos pra melhorar a vida das pessoas. Como amam o que fazem, são pessoas muito mais positivas, e o reflexo disso é claro em suas vidas pessoais. Essa satisfação profissional é um dos fatores, inclusive, que tem feito profissionais de outras áreas migrarem para Product Design. Pessoas de gestão, psicologia, arquitetura e até mesmo advocacia tem encontrado em UX/UI Design uma terra firme para trazerem seus conhecimentos anteriores a agregar ao crescimento e desenvolvimento do setor, e encontrarem sua satisfação profissional. Além, é claro, de designers de diversas outras vertentes, que ao vislumbrarem esse novo universo, vêm sem olhar pra trás.

Conduzir vs. ser conduzido

Você não pode esperar que vagas maravilhosas em empresas bacanas simplesmente apareçam em sua frente. É preciso que tenha uma visão mais “macro” sobre o seu tempo de carreira pela frente, mapeando-o de forma a lhe proporcionar cada vez mais experiências novas. Em vez de somente ser conduzido, conduza.

Pensando friamente, na média, temos 40 anos altamente produtivos em nossa vida: entre os 20 e 60 anos de idade. Antes dos 20 você ainda estava condicionado ao seu aprendizado básico, e depois dos 60, por mais que ainda possa estar em plena atividade, seu ritmo já é mais limitado. Você pode pensar “caramba, mas são 40 anos”! Esse tempo passa rápido demais para você não experimentar coisas novas e não ousar. Nas gerações passadas as pessoas almejavam ficar seus 35 anos de carreira na mesma empresa, por uma série de fatores. Em nossa geração, dificilmente você vai encontrar uma pessoa em início de carreira que queira isso para todos os seus próximos anos de trabalho.

Você já parou para pensar no tamanho de nosso mercado? Ou ainda, no tamanho dele no mundo? Nesse exato momento, pode ser que exista uma empresa na Romênia, Suécia, Canadá, Nova Zelândia ou Austrália precisando de alguém como você. Isso sem contar que nosso “novo normal” é trabalhar remoto, ou seja, você nem mesmo precisa se mudar para trabalhar em uma empresa nesses países.

Se você está em início de carreira, é natural que você aceite quaisquer oportunidades que aparecerem, por seu ímpeto em aprender e se desenvolver. Mas à medida que você se torna mais experiente e mais competente, é possível começar a buscar empresas que você realmente queira trabalhar. Mesmo assim, como sabemos que empresas não tem dado muitas oportunidades para Juniores, não fique parado: Como dissemos no artigo “Ainda” sou um UX/UI Designer Júnior, ter iniciativa é um fator de altíssimo impacto para recém-chegados. Então você pode sim escolher onde quer trabalhar: Encontre uma empresa que precisa desesperadamente de um UX/UI Designer (com nenhuma ou baixa maturidade de design), identifique seus pontos de dor, crie um case e faça-lhes uma proposta. Ao nosso ver de recrutadores, essa é, sem dúvida, a melhor forma de se iniciar uma carreira brilhante em UX/UI Design.

O ponto que queremos trazer à tona é sua inquietude profissional. Vamos aos fatos: Nosso mercado é novo e extremamente promissor. Produtos digitais já consolidados precisam estar em constante evolução, ao passo que outros novos nascem todos os dias. Empresas estão percebendo que cada vez mais precisam centrar produtos a seus usuários, o que nos abre um leque enorme de possibilidades, em praticamente todos setores. Nossa extrema conectividade com o mundo expande ainda mais essas possibilidades, pois temos acesso a produtos de outras pessoas, culturas e públicos, que são feitos tecnicamente de forma muito similar, com praticamente as mesmas ferramentas. Só com esses fatores citados, você consegue imaginar onde pode chegar?

Desenhe sua carreira

Quando é a hora de mudar de empresa? Ao mesmo tempo que essa pergunta é altamente complexa e envolve diversos fatores, a resposta pode ser muito simples: É hora de mudar quando você perceber que parou de aprender e evoluir. A grande meta de planejar sua carreira é assegurar seu constante crescimento profissional, tendo plena ciência de que você jamais pode ficar estagnado. Não deixe fatores como estabilidade, altos salários e status lhe iludirem nessa jornada — Mantenha sua inquietude e sua fome por mais. Para isso, separamos 3 dicas para te ajudar a ter a visão macro de sua carreira:

Decomponha seu tempo de longo-prazo

Nos atendo aos “40 anos de alta produtividade” mencionados anteriormente, você pode decompô-los em períodos definidos. Não se engane em achar que é muito tempo: mapeie-os de forma inteligente para que tenha um norte de onde está e onde pretende chegar em sua vida profissional. O critério para esse planejamento fica a seu rigor — o importante é que simplesmente você o tenha. Se você já começou sua carreira faz tempo, faça do mesmo jeito, reduzindo os anos disponíveis. Para efeito de exemplo, vamos brincar com alguns números dentro dos 40 anos: Você pode trabalhar 20 anos em 2 empresas, 10 anos em 4 empresas, 5 anos em 8 empresas, e assim adiante. Qual desses cenários é mais o seu perfil?

Liste suas empresas preferidas

Seguindo o último exemplo, se você escolheu trabalhar na média 5 anos em 8 empresas, o primeiro passo seria fazer uma lista de empresas que você almeja. É impossível que não haja algum lugar que você sonha em trabalhar… Que todo UX/UI Designer adoraria trabalhar na Apple, Google e Facebook, já sabemos! Inclua-as em sua lista, mas também, outras empresas que podem agregar muito à sua jornada profissional, além das do setor de tecnologia. Você pode variar indústrias (varejo, saúde, financeiro, etc.), tamanho (de grandes corporações a startups) e produtos (apps, sites, plataformas, softwares, etc.).

Informe-se sobre elas

Tendo sua lista montada, vá a fundo em conhecer cada uma delas. Há muitas formas de fazer isso: Converse com pessoas que trabalham ou já trabalharam lá, conheça os produtos, entenda o market share, descubra a forma que contratam. Crie um padrão com esses indicadores, e alimente um documento (como uma planilha) com todas essas informações. Evidentemente, com o passar do tempo, você verá que suas preferências vão mudar: Então, basta manter esse documento atualizado.

Trate seu planejamento como meta

De nada adianta somente fazer uma lista, ficar sonhando e não caminhar adiante. A ideia é que você trate esse planejamento como uma meta profissional, colocando-a em um lugar de destaque em seu cotidiano para que se lembre todos os dias de onde quer chegar, sabendo qual fase da carreira você está naquele exato momento e quanto falta para chegar em seu próximo objetivo. Para isso, empresas como a Deeploy.Me podem te ajudar a dar seu próximo grande passo na carreira.

Conclusão

Não se deixe levar pela correnteza da vida profissional. Os anos se passam muito rápido para que você fique estagnado. Assuma o controle, fazendo um planejamento a longo prazo de como você pretende crescer profissionalmente e consolidar sua carreira.

Porque você precisa de direcionamento em sua carreira

Mentoria pode alavancar sua carreira

Conceitualmente, mentor é aquele que usa sua experiência e sabedoria para andar ao lado de outra pessoa, auxiliando em seu crescimento e desenvolvimento para que atinja seus objetivos. Mesmo que nosso setor seja demasiadamente novo e tudo esteja acontecendo muito rápido, é primordial que você encontre uma pessoa para genuinamente contribuir em seu caminho rumo ao profissional que almeja ser, te inspirando nos próximos passos da carreira em uma relação próxima e aberta, sem rodeios, para evitar que cometa os mesmos erros ou que trilhe caminhos mais longos que podem ser simplificados.

Entenda seu perfil, e disponha-se a melhorá-lo

Antes mesmo de buscar um mentor, é necessário que você faça uma auto-análise para entender realmente o seu ponto de partida (onde você está agora) e o ponto de destino (onde você quer chegar). Para isso, vá a fundo no universo de UX/UI Design e encontre uma conexão real com seu perfil profissional. Tudo o que você já fez, empresas que trabalhou, pessoas que conheceu, o que gosta ou não de fazer e seus aprendizados sobre acertos e erros o levaram a onde você está agora; O quanto tudo isso agrega para seus próximos passos? Em todo o processo de UX/UI Design, qual é o seu lugar preferido? Até que ponto você aceita ser criticado? Além de ouvir conselhos, você está mesmo disposto a segui-los? E por fim, onde quer chegar em sua carreira?

Escolha bem seu mentor

Identificar um mentor não é um processo simples, por dois fatores: Profissionais com vasta experiência têm pouco tempo disponível, e você precisa ver essa pessoa como uma referência para sua carreira. Esse último ponto é digno de sua atenção: Esse profissional precisa ter uma experiência comprovada, credibilidade perante outras pessoas e autoridade para falar sobre os assuntos em questão, evitando que você seja iludido, que perca seu tempo ou que seja conduzido a seguir caminhos equivocados.

Vantagens de ser mentorado

Uma vez que você entende seu momento profissional e encontra um mentor, são muitos os ganhos para o seu desenvolvimento como UX/UI Designer. Ter alguém acompanhando seus passos pode fazer toda a diferença não apenas no ritmo de seu crescimento, como também no planejamento de sua carreira. Ou seja, mais do que dar dicas de processos, ferramentas e práticas, as dicas de comportamento e postura profissional são ainda mais importantes. Qualquer pessoa pode adquirir as habilidades técnicas de um UX/UI Designer, mas nem todas se tornarão profissionais inspiradores, que lidam bem com outras pessoas e levam o setor adiante.

Separamos 8 vantagens de ser mentorado, a saber:

1. Manter o foco em seus objetivos

Falamos anteriormente que você precisa ter seus objetivos profissionais bem definidos. Mas sabemos que, durante sua carreira, muitos fatores podem acontecer que o façam desviar-se desse caminho, como por exemplo definir muitas metas e trabalhar em muitas coisas ao mesmo tempo. O mentor te mostrará que é melhor trabalhar em menos coisas e se aprofundar nelas, aprimorando habilidades específicas que podem posteriormente te diferenciar dos demais.

2. Ajuda em desafios

São muitos os blockers de um UX/UI Designer em sua intensa jornada, considerando os desafios e cenários adversos para uma boa execução de seu trabalho. O mentor poderá te mostrar que você não está sozinho em seus dilemas, e também como lidou com situações similares à sua. Porém, atente ao fato de que o mentor não é um ponto de refúgio sempre disponível, ou seja, não pode ser sua “muleta” para um bom trabalho. Acione-o apenas quando necessário, em situações que realmente você não vê saída — para que não seja criada uma relação de dependência constante que te coloque em uma zona de conforto.

3. Evite ou reduza erros

Obviamente errar é importante para todos nós, pois assim aprendemos de verdade. Todos aprendemos errando. O papel do mentor nesse caso não é evitar a todo custo que você erre, mas sim fazer com que você veja com mais clareza as consequências de suas decisões e como podem afetar no longo prazo o seu foco na direção desejada. Em todo caso, alertá-lo de erros que ele já cometeu pode abreviar um sofrimento desnecessário. O mentor não irá simplesmente te dizer o que fazer, mas ampliar sua visão sobre como prosseguir de forma mais eficaz e menos arriscada.

4. Aumente sua produtividade

Cada profissional tem um ritmo, ferramentas preferidas e formas diferentes de chegar ao mesmo resultado. Como vivemos em um tempo em que não faltam recursos para nos deixar mais produtivos, o papel do mentor não é auxiliar na escolha das ferramentas (você deve fazer isso sozinho pois trata-se de uma questão de gosto), mas sim no impacto que elas podem ter na qualidade e velocidade do seu trabalho, abrindo sua mente para a importância da gestão de tempo.

5. Descubra o tamanho do universo de UX/UI Design

É extremamente necessário que UX/UI Designers sejam estudiosos. Essa é uma característica crucial em seu desenvolvimento profissional, que é a prática de ir a fundo em temas para expandir seus conhecimentos. Por mais que você já tenha descoberto diversas fontes de informação relevante, o mentor poderá dividir quais usa e os motivos para que as use. Sempre há alguma informação útil em sua manga que pode agregar muito a pontos específicos de seu trabalho.

6. Aprenda a lidar com críticas e feedbacks

A presença de um mentor fará com que você aprenda mais rápido a lidar com críticas, afinal, você estará constantemente sendo criticado por ele. Para tanto, entenda a importância da sinceridade dele. Quanto mais sincero e “áspero” ele for, mais rápido você estará preparado para lidar com stakeholders, que nem sempre tem paciência ou mesmo querem entender o ponto que você está defendendo.

7. Expanda seu network profissional

Esse é um ponto de suma importância em sua carreira. É simplesmente essencial que você conheça novas pessoas e adentre a seus círculos de relacionamento, e o mentor pode ser uma peça fundamental nesse processo. Ele pode não apenas te apresentar a essas novas pessoas que muito tem a agregar, como também pode te ajudar a se tornar a peça que faltava em seus próprios grupos, agregando-lhes mais.

8. Recomendações para abrir portas

É esperado, a seu devido tempo, que o mentor possa te defender perante outras pessoas a fim de que entendam e enxerguem seu potencial, além é claro de potencialmente te ajudar a conseguir novas oportunidades fazendo uso de sua recomendação pessoal. Porém, nesse ponto, é importante frisar que essa prática são acontece frequentemente, e que sua responsabilidade mediante essa indicação aumenta exponencialmente, afinal é o nome e a reputação do mentor que estão em cheque por você.

Conclusão

A presença de um mentor pode fazer uma enorme diferença em sua carreira. Analise-se a si mesmo, defina seus objetivos, encontre um mentor com quem você se identifica e inicie essa parceria, submetendo-se a seus conselhos. Veja-o como um agregador, uma fonte de ajuda apenas quando realmente necessário, e não uma fonte inesgotável de apoio.

Além de Usuários, Tecnologia e Negócios também são relevantes em sua carreira

A ordem “padrão” dos pilares

Naturalmente, designers de outras vertentes que tornaram-se UX/UI Designers ou pessoas que migraram de outras áreas foram atraídos primeiramente por desenvolverem uma empatia a resolver os problemas das pessoas, no processo de criação de um produto digital. Esse é o elemento que mais atrai (e retém) pessoas a UX/UI Design. Seguido a ele, vemos a tecnologia, e por fim, os objetivos de negócio.

Detalhando cada um desses pilares, veja como é importante que sejam levados em consideração:

Necessidades de usuários

O que usuários querem? Como interagem? A quê engajam? A sensação gerada por essa premissa é o que, na maior parte dos casos, dirige profissionais a se aprofundarem cada vez mais no estudo do conjunto de práticas para essa descoberta sobre as reais necessidades dos usuários, a fim de criar soluções com uma experiência marcante. Produtos centrados no usuário são a maior tendência do mercado atual, fazendo empresas de diferentes tamanhos aderirem à transformação digital originada nessa mentalidade. Mas você já sabe disso tudo.

Tecnologia

Ah, é ela que nos dá asas. Conforme a tecnologia avança, nossas possibilidades aumentam violentamente, abrindo horizontes antes impensáveis de como pessoas interagiriam com produtos. Em temos de realidade aumentada, criação de mundos totalmente virtuais e automação de objetos, só podemos vislumbrar onde podemos chegar: e mesmo que sejamos surpreendidos quase que diariamente com novas tecnologias, no fundo sabemos que estamos apenas começando. Com isso, estude as reais possibilidades tecnológicas antes, para então começar o processo criativo.

Objetivos de negócios

Conforme falamos em no artigo O impacto da mentalidade de um UX/UI Designer, UX/UI Design faz parte da estratégia de uma empresa, estando diretamente ligado aos seus resultados como um todo. Já que o Design Team irá afetar o negócio em si, a expectativa das empresas é construída sobre tal impacto que pode ser gerado no desempenho de seus produtos. Logo, conclui-se que não se trata de telas bonitas ou mesmo estratégias de marketing, mas de uma constante melhoria na concepção dos produtos e no relacionamento com clientes. Sabe-se então que cada decisão tomada reflete em valor. Abra os olhos para o outro lado da mesa, entendendo como empresas se organizam e constróem seus planos de negócios — e de onde vem o dinheiro que paga o seu salário.

Os porquês

Esse fato se deve a entendermos que, estatisticamente, poucas pessoas que já eram da área de tecnologia ou de negócios tornam-se UX/UI Designers. Por isso, na grande maioria, essas competências têm sido adquiridas no processo, devido à necessidade desses profissionais estarem preparados para a extensão de seu trabalho a áreas que estão fora de sua zona de conforto. Compreendendo que a tecnologia amplia os limites e os negócios garantem a continuidade do setor, chegamos à conclusão final: UX/UI Designers não podem se ater apenas a design.

Para que você seja tido como um profissional de alta performance e empregabilidade, combinar bem os três pilares é simplesmente necessário.

Mas calma, você não precisa se tornar um mago em tecnologia ou um grande gestor de negócios a ponto de igualar esses conhecimentos ao que sabe sobre Design. O ponto a se considerar é que você trate esses outros pilares como também importantes para o desenvolvimento de sua carreira, melhorando significativamente seus entregáveis. Estar alheio a eles é extremamente prejudicial.

Mergulhe fundo

Se você está hoje nesse gap (seguro de seus conhecimentos e experiência em design mas ainda raso em tecnologia e negócios), há algumas formas simples de adentrar a esses novos universos, para que você passe a interagir em conversas sobre eles em vez de cochilar. Vamos a eles:

1. Informe-se como nunca antes

Para nós que lidamos com UX/UI Designers todo dia o dia todo, é sabido que estamos falando de pessoas curiosas que gostam de estudar, descobrir, entender, testar e aprender. Então para você, não há dificuldade em ler. Leia muito. Muito. Livros, artigos, depoimentos, notícias, curiosidades. Seja grato pelo privilégio de viver em um tempo onde a informação chega até você, mais do que você vai a ela. Você tem, ao alcance de um click, centenas de lugares diferentes para buscar informação relevante sobre esses temas. Não recomendamos que você vá diretamente estudar nanotecnologia — comece com conteúdos que já ouviu falar e que considerou interessantes, e agarre-se a eles até que comecem a fazer diferença em seu trabalho.

2. Conheça novas tribos

Você conhece a frase “Diga-me com quem andas, e te direi quem és”… Se você está cercado de pessoas que pouco agregam a seu crescimento profissional, está na hora de repensar seus grupos. Busque círculos de relacionamento onde você é o que sabe menos, para que essas pessoas te forcem a crescer. Não estou dizendo para você abandonar seus melhores amigos, apenas que invista mais tempo conhecendo novos grupos de pessoas que não tenham os mesmos assuntos que você. O conhecimento que você já tem pode ser útil a essas pessoas, sempre é uma relação de troca pois você também tem conhecimento a agregar.

3. Invista em seu próprio aprendizado

Em tempos de Udemy e Domestika, você tem cursos para praticamente tudo, a preços extremamente acessíveis. Chegou a hora de você parar de buscar apenas informação sem custo e começar a investir em você mesmo, porque aquilo que não investimos, não damos real valor. Com a pandemia, milhares de cursos foram disponibilizados a preços ainda mais acessíveis para incentivar as pessoas a se desenvolverem, em vez de ficarem penduradas no Netflix. Aproveite esse momento e faça o que for necessário para exercitar seu cérebro e expandir seus conhecimentos a áreas além do design. Bill Gates tem o hábito de isolar-se para ler durante dias seguidos. Você acha que ele só lê sobre tecnologia? Há depoimentos reais de pessoas que dizem que se você sentar com ele para conversar sobre qualquer assunto (incluindo sua especialidade), é provável que ele saiba mais do que você.

Conclusão

Para que você se torne um UX/UI Designer mais completo (e automaticamente mais interessante a empresas), aprofunde-se também em tecnologia e negócios. Tais conhecimentos farão com que a visão sobre seu próprio trabalho seja expandida, a ponto de melhorar sua performance e a qualidade final dos produtos em que atua.

Como seu portfolio pode abrir caminho à sua contratação

Introdução

Um grande mito que existe no meio de UX/UI Designers é que portfolio não é importante, ou ainda, que não é necessário para profissionais mais experientes. Estamos aqui para dizer que o portfolio é sim muito importante, independente de seu nível de maturidade. Então o que existe de fato, e que não é mito, é a dúvida sobre o que seria um bom portfolio de UX/UI Designer. Telas bonitas? Projetos detalhados? Sua versatilidade em outras vertentes do design? Nenhum desses. No artigo de hoje vamos falar sobre qual é o ingrediente que mais falta em portfolios.

Voltando à base

Conforme citamos no artigo Porque você precisa fazer a Lição de Casa, conceitualmente, um portfolio nada mais é do que um apanhado de seus melhores trabalhos, para que alguém os veja e conclua que você está qualificado para fazer algo. Nesse momento, não há análise humana — apenas técnica. Bem, no universo de UX, não é (e não pode ser) bem assim.

Vemos todos os dias portfolios sem alma, sem histórias, sem contexto. Ao nos depararmos com simplesmente imagens do resultado final, ficamos perplexos: Você fez isso sozinho? Quanto tempo levou? O que exatamente você fez? Qual foi o cenário? Problema? Solução? Em suma, falta um ponto chave, que é o processo. É esse processo que nos interessa. Essas histórias não-contadas.

“Não se trata do destino, mas da jornada.”

Conte uma história

Quando for a hora de você construir um case para seu portfolio, tenha em mente que ele se destina a recrutadores. Ele pode agradar amigos, colegas de trabalho, família e até chamar atenção de desconhecidos, mas no final do dia, o usuário mais importante é o avaliador de uma empresa que busca alguém como você. O que essa pessoa espera encontrar em seu portfolio para fazer uma avaliação positiva e justa sobre você?

Bem, é importante mencionar aqui que o portfolio de um UX/UI Designer não é igual ao portfolio de nenhum outro tipo de designer. Os clientes das outras vertentes do Design se contentam em ver apenas o resultado final, mas não o recrutador de UX/UI Design. Explico:

Você sabe bem que seu trabalho não é apenas visual, ele é bem mais profundo do que isso, embora seja essa a camada que o usuário final vai consumir. Atente ao fato que ao requerer um profissional desses, uma empresa naturalmente espera encontrar conteúdo, consistência, sentido, contexto, e então os resultados — de forma a perceber que você é o epicentro de todos esses fatores.

Recrutadores podem cometer erros, pois processos seletivos não são 100% assertivos. Por isso, preferem focar nas histórias para que não te avaliem injustamente, visto que não querem operadores de mouse, artistas, finalizadores de arquivo ou desenhistas. Recrutadores querem entender como você pensa, e o farão baseando-se na forma que constrói um exemplo de como faz isso. É aqui que entra a importância de contar uma história.

Construindo a sua

Se você pegasse o celular e mostrasse um app a um estranho, dizendo “olha, está vendo esse app? Fui eu que fiz!”, provavelmente arrancaria da pessoa uma cara de impressionado forçada. Mas e se ao invés disso, você envolvesse a pessoa em uma trama, detalhando como tudo começou, quem foram os protagonistas, como os fatos se desenrolaram e como tudo terminou, certamente prenderia a atenção da pessoa. Agora coloque-se na cena de Forrest Gump: Sentado em uma praça, contando histórias para as pessoas. Por onde você começaria a contar a história de um projeto bacana que desenvolveu? Se você de fato trabalhou duro no projeto, sabe cada detalhe dele. De forma prática, veja abaixo alguns pontos para te ajudar a construir uma boa história de seu projeto:

1. Ambientação

Explique qual foi o projeto, a quem se destinou, quanto tempo durou, onde/quando aconteceu e quem foram as pessoas envolvidas no processo. Essas informações vão ambientar o espectador, fazendo com que ele consiga imaginar esses componentes se conectando e formular uma ideia em sua mente. Com elas, o projeto ganha um tom de realidade convincente, prendendo a atenção do espectador para chegar ao final da história.

2. Execução

Detalhe o que você fez, quais foram as etapas e como foram feitas as entregas. Na execução, precisa ficar muito claro seu papel na história, bem como a sequência de acontecimentos sucessivos que resultaram no grande e esperado desfecho. Mostrar imagens que representem as etapas é fundamental, explicando-as individualmente com informações curtas e objetivas.

3. Finalização

Apresente os objetivos atingidos e seus principais aprendizados. É muito importante esclarecer quais foram as barreiras e como você as superou, em rumo a atingir os objetivos do projeto. E claro, como sempre temos algo novo a aprender, evidenciar quais foram os seus aprendizados é primordial para que sua experiência seja comprovada ao espectador.

É claro que você pode detalhar bem mais do que isso, mas essas 3 etapas já lhe esclarecem a mente para usá-las como “esqueleto” ao construir a sua história. Lembre-se que o mais importante a mostrar, com base na expectativa de avaliadores, é a forma como você pensa, produz, resolve problemas e explica como fez. Você precisa saber fazer com que as pessoas te entendam.

Pontos a considerar

Promova-se bem

Coloque-se como peça-chave de sua história. Por mais interessante e bem montada que ela tenha ficado, e por mais que obviamente você não tenha feito tudo sozinho, é necessário ficar extremamente claro que você é o protagonista principal, colocando outros membros como personagens ativos e também importantes.

Lide com feedbacks

Você se contrataria? Se a resposta for diretamente sim, considere que sua percepção de si mesmo pode não ser a mesma das outras pessoas. Para isso, nossa sugestão é o óbvio para alguém como você: Valide seu “produto” com usuários. Mas espere: Não colha opiniões de pessoas que pouco tem a acrescentar ou que não tem capacidade técnica para dizer se está bom ou ruim, pois esses não são seus usuários finais. Em vez disso, envie para pessoas da área que tenham mais experiência que você, e peça-lhes extrema sinceridade. Se nesse momento não forem críticos, eles podem prejudicar a qualidade de seu portfolio e bloquear seu avanço.

Se você é muito experiente…

Já passou por diversas etapas em sua carreira, ocupa uma posição de destaque e almeja um cargo de liderança? As qualificações que serão mais avaliadas em você serão suas Soft Skills. Para que apresente essas habilidades, não há forma melhor do que contar uma história de como você lidou com os desafios, geriu de pessoas, prestou contas aos stakeholders e participou no crescimento da influência do Design Team no negócio como um todo. Essa deve ser sua história.

Conclusão

Todo UX/UI Designer precisa saber contar histórias. Não mostre apenas o destino, mas supervalorize a jornada. O que é mais interessante dizer? “Cheguei à Amazônia.” e mostrar fotos de lá, ou “Decidi um dia pegar meu carro e rodar sem rumo. Vi lugares incríveis, conheci pessoas maravilhosas, experimentei pratos deliciosos e quando percebi, cheguei à Amazônia.” e mostrar fotos de toda essa jornada?

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