Entenda a motivação das empresas ao criarem oportunidades para UX/UI Designers

As empresas e seus projetos

Mudança de cultura

Há alguns anos, antes da popularização e profissionalização da UX, designers visuais em maioria faziam parte dos departamentos de marketing como profissionais de comunicação. Planejavam, criavam e montavam peças visuais dos mais diversos formatos, on e off-line, para que a imagem da empresa estivesse expressa em suas peças de comunicação (desde anúncios, até embalagens). Mas ainda não se pensava friamente na relação dos usuários aos produtos da empresa, nem no impacto que produtos digitais poderiam gerar nos negócios. Design digital era mais um ambiente onde o marketing acontecia.

Como atualmente o Design deve ter um papel muito mais estratégico do que estético, deixou de estar contido somente no marketing da empresa, tornando-se um departamento à parte. Designers digitais agora criam produtos. E essa é a adaptação que as empresas estão tendo que passar, para que esses seus novos produtos/serviços digitais ganhem e mantenham seus clientes — sendo lançados mais rápido, com mais qualidade e gerando menos prejuízos no processo.

O avanço do Digital

Uma vez que projetos digitais são a bola da vez no mundo inteiro, empresas de diversos tamanhos, idades e setores estão se vendo na condição de ficar para trás se não entrarem na famosa Transformação Digital. Precisam ter uma forte presença online para que seus produtos e serviços sejam fáceis de encontrar, estejam disponíveis e tenham uma boa experiência para que criem um relacionamento real com seu público. Logo, ter produtos centrados no usuário é simplesmente primordial, como um dos principais drivers de seu sucesso. Para as empresas que já surfam essa onda, o desafio é manterem-se significativas no mercado, melhorando seus atuais produtos e criando novos.

Tamanho da empresa ≠ nível de Maturidade em Design

Tudo começa no valor que a empresa dá ao Design na prática, o que chamamos de Maturidade em Design. Entende-se que uma empresa madura nesse ponto é aquela que já possui processos internos de Design consolidados, com liderança específica e equipes dedicadas, com a devida relevância e impacto direto nos resultados do negócio. Mas espere — não estamos falando necessariamente de empresas grandes. Temos casos clássicos de empresas menores que ganharam notoriedade rapidamente por já terem nascido com DNA digital, tendo valorizado o Design desde sua concepção.

Momentos que demandam contratações

Para todos os efeitos, essas empresas vão precisar, mais cedo ou mais tarde, contratar profissionais de UX/UI Design de diversos níveis. Logo, existem momentos, necessidades e especificidades diferentes na hora de escolher os profissionais para comporem seu Design Team.

Listo abaixo as mais comuns:

Fundação do Depto. de Design

Para as empresas em início de transformação digital, o ponto de partida é contratar um profissional experiente, confiável, com alta performance, resiliente e que entenda de Design a nível de negócio. Esse profissional funda o departamento e cria seu Design Team, sendo responsável por ele e seus resultados, convencendo constantemente a liderança sobre sua importância e justificativa de investimento.

Criação de um Produto Digital

Quando uma empresa decide criar um produto digital (como o clássico caso da Blue Bottle Coffee), é hora de montar um time para executá-lo, dando a ele acesso a dados da empresa, liberdade para pesquisas, arquivos de marca, e mais, para que esse novo produto traduza a mesma experiência da cultura da marca.

Criação de uma nova feature

Para um produto já existente, que planeja lançar um nova funcionalidade. Apesar de estarem inseridos no mesmo ambiente, o trabalho de pesquisa, ideação, arquitetura e mais, deve ser todo feito por uma nova equipe. Essas ações visam novos clientes, mas também (ou principalmente) a retenção dos atuais que já usam o produto para as finalidades originais.

Redesign

Há demandas em que as empresas precisam de uma revisão de design em seu produto. Nesse caso já existem diversos indicadores de desempenho e resultados da versão atual, que podem conduzir a concepção da nova versão juntamente com todo o trabalho de projeto a ser feito pelos profissionais a serem contratados.

Continuidade de um projeto

Depois de passada a fase inicial e rompida a barreira de aceitação, entende-se que é o momento ideal para aumentar os investimentos nele para que atinja seu máximo potencial e gere os resultados esperados.

Criação de uma nova empresa

São o caso clássico de StartUps, que iniciam suas atividades com o Design como um de seus pilares pois o mindset de ambas é muito similar. Essas empresas nascentes e de alto risco criam produtos digitais disruptivos e inovadores, que em alguns casos trazem impactos a mercados inteiros, como o Uber e o AirBNB.

Como fazemos na Deeploy.Me

Algumas empresas possuem departamentos de RH que não têm expertise no setor, outras não têm tempo hábil para fazer o processo seletivo, outras tem processos internos tão burocráticos que inviabilizam a velocidade necessária para a aquisição do profissional. Por isso, torna-se necessário contratar uma empresa especializada em recrutamento e seleção de profissionais em UX/UI Design como a Deeploy.Me, apresentando condições orientadas a esse setor para que Design Teams sejam montados de forma prática, rápida e com as pessoas certas. Por nossa experiência, criamos um processo simples e funcional:

  • Entendemos a fundo a vaga;
  • (Re)Criamos um descritivo claro;
  • Buscamos somente perfis alinhados à especificidade da vaga;
  • Avaliamos rigidamente a metodologia e os processos do profissional, além do design visual;
  • Cuidamos do detalhamento de contratação.

Com essa metodologia, temos uma resposta rápida e de qualidade às demandas das empresas, e só fazemos propostas a profissionais que tenham a qualificação requerida para que a oportunidade em questão venha a agregar em sua carreira.

Conclusão

Ao ter interesse em determinada vaga, leve em consideração o momento das empresas e suas reais necessidades, a fim de entender se você é o que estão buscando. UX/UI Designers estão acostumados a olhar apenas o seu lado da mesa de entrevista, sem pensar no processo que levou a ela do outro lado. Independente da motivação da empresa em abrir a oportunidade, quando aceita, dê o seu melhor para que esta atinja seus objetivos, e você garanta sua permanência e o crescimento de sua carreira.

Boa sorte! 🙂

Quais são e como evitar erros básicos em sua apresentação como UX/UI Designer

E começa a avaliação

Conforme falamos no artigo Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer, sua avaliação começa no momento em que chega a nós seu material, qualquer que seja. É importante levantar a questão de que o recrutador tem o benefício da dúvida — ele tem o direito de questionar tudo o que você diz, e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. A verdade: a sua avaliação começa no primeiro contato. Listo abaixo alguns pontos relevantes para que você entenda um pouco do processo, desde o início:

A forma como contacta

Recebemos materiais das mais variadas formas. Pensando em nossa usabilidade (lembre-se que somos o seu amado usuário nesse caso), as mais práticas e úteis para nós são o contato direto por WhatsApp e o envio de um e-mail. Contactar-nos por outras formas que não essas, fará com que percamos velocidade.

Como redige uma introdução sobre você

Esse é um ponto de muita dificuldade. Vemos textos enormes que contam a história completa da carreira, e também vemos textos praticamente inexistentes. O ideal é um texto curto, de no máximo 1 parágrafo, que nos fala diretamente sobre você, seus diferenciais, experiência e porque você acha que a vaga em questão tem o seu perfil.

Peso dos arquivos anexados

Chegamos a receber e-mails com anexos de mais de 20MB. O resultado é uma superlotação precoce de nosso servidor, sem contar a dificuldade em baixar e manusear um arquivo com esse peso. Não estamos dizendo para você não enviar portfolios em PDF por email, mas apenas para que tenha o cuidado de pensar em quem vai receber seu material.

Os pontos de saída

Para que possamos dar continuidade na análise, esperamos que a partir do primeiro contato você nos leve para a sua presença digital por meio de seus link principais como página de portfolio (Behance, Dribbble, Cargo Collective, etc.), LinkedIn e site profissional. Não ter ao menos 2 desses links fará com que você perca pontos na avaliação.

Os detalhes são os erros básicos

A avaliação que fazemos parte do pressuposto de que erros básicos são oriundos de 2 fontes: Ou trata-se de desatenção, ou que a devida importância não foi dada. Esses dois pontos igualmente jogam contra você, podendo gerar automaticamente sua desclassificação. O pensamento sobre isso é: “se essa pessoa não repara ou não valoriza esses pontos, vai fazer errado no projeto e prejudicar a todos os envolvidos.” Você pode até achar injusto, mas faz todo sentido.

Atente ao fato que, nesse momento, o fato de você ser UX/UI Designer se torna tecnicamente irrelevante pois esses erros não seriam tolerados por nenhum outro recrutador, de nenhuma área de trabalho existente. Logo, entenda que não se trata de “só um detalhe”.

Listo abaixo de forma prática os erros básicos, considerando qualquer peça escrita que tenha por objetivo te apresentar profissionalmente. Vamos a eles:

Erros de ortografia e digitação

Esses são tidos como problemas grosseiros, que você não pode deixar passar em hipótese nenhuma. Leia atentamente o documento em questão mais de uma vez depois que terminar, e mesmo assim, peça ajuda a outra pessoa, pois mesmo que leiamos muitas vezes, não vemos o erro.

Não revisar o conteúdo

Notamos inconstâncias graves como textos em português com títulos em inglês, imagens que mostram o projeto errado e informações repetidas (que mostram claramente a maneira copy/paste de se montar um documento). Esses erros simplesmente destroem sua ideia de impressionar.

Links que não funcionam

Espera-se minimamente que um link funcione, ao clicarmos nele. Tenha a certeza de que você está enviando o link certo, e que essa página realmente existe. É muito frustrante clicar em um link de portfolio e cair em uma página de Erro 404, ou até mesmo no link de outra pessoa.

Dificuldade de leitura

Agora sim, o fato de você ser um UX/UI Designer deve fazer diferença. Digamos que por sua qualificação, é esperado um material bonito e organizado, o que quase nunca vemos. Encontramos textos minúsculos, títulos inadequados, caixas de texto posicionadas de forma a gerar confusão e muita variedade de hierarquias de informação.

Falta de objetividade

Seja direto sobre o que você está buscando. Dê mais relevância à competência que tem experiência e quer atuar, em vez de começar pelos primórdios de sua carreira. Esse ponto vale para todas as peças: Oriente a informação sempre do mais recente pro mais antigo, afinal você não está sendo avaliado para atuar em uma área que trabalhou há 10 anos atrás. É importante saber o background, mas não antes do que você é capaz de fazer hoje.

Informações de contato

Impressionantemente vemos sites e portfolios sem dados de contato, e currículos com o nome do arquivo “CV.pdf”. Nem preciso comentar que não deve ser nosso o trabalho de dar nomes aos arquivos, nem de ter que buscar em outros sites seus dados de contato depois de ver seu material.

Informações desnecessárias

Por mais que as empresas contratem pessoas e não robôs, certas informações não tem relevância nesse primeiro momento de avaliação. Não cite graduações incompletas, gostos pessoais e demais fatores que não agreguem ao objetivo da sua apresentação. Foque somente ao profissional, e se posteriormente houver espaço para você dizer sobre tais pontos, espere que a abertura seja dada.

A necessidade de ter um currículo

Honestamente, nós recrutadores de UX/UI Designers sabemos que esse perfil tem outros tipos de conteúdo profissional disponível para análise, como um site profissional ou um portfolio. Esses conteúdos já são suficientes para conseguirmos fazer uma avaliação, pois hipoteticamente trazem as informações que um currículo formal traria. Diferentemente de outras áreas, ter um currículo não é indispensável — mas pode ser um fator a mais para agregar à sua imagem profissional. Se você optar por fazer um, ótimo! Mas lembre-se que, como qualquer outra forma de te apresentar profissionalmente, ser mal-feito pode te trazer problemas.

Deixamos a abaixo algumas dicas específicas:

Exportar do LinkedIn

Se você realmente acha pertinente fazer isso, reavalie. Um currículo deve passar a ideia de detalhamento, cuidado, atenção, respeito e, em especial, interesse. Auto-gerar um currículo é o oposto disso. Há também sites de templates de currículo, mas são destinados a pessoas sem cultura de design, o que não é o seu caso.

Design inadequado

Por incrível que pareça, currículos de UX/UI Designers tendem a ser muito mal elaborados e diagramados. Invista tempo e capricho. Há também os casos de exagero no design: uso de elementos flutuantes, backgrounds coloridos, iconografia bonita mas sem explicação ou utilidade, foto inadequada e gráficos desnecessários. Opte pelo simples e direto.

Conclusão

Não seja desclassificado desnecessariamente devido a erros dessa ordem. Você é muito mais do que isso. Dedique o tempo e a atenção necessários, dando valor a esses pontos. Logo que essa primeira barreira for rompida, suas chances aumentam, bem como nossa expectativa em você continuar nos surpreendendo, peça por peça.

Boa sorte!

Qual formato de contratação garante estabilidade na carreira de UX/UI Designer?

O princípio do trabalho

Friamente falando, trabalhar nada mais é do que trocar seus talentos, habilidades e experiência por valores monetários. É a troca que todos os que trabalham para empresas fazem, todos os meses e todos os anos de seu período de vida útil no trabalho. Com esse conceito em mente, não importando o tamanho da empresa, do projeto e do time, são utilizadas modalidades de contratação em caráter regulatório para que tanto contratantes quanto contratados tenham claros os direitos e deveres da assinatura desse contrato.

O que profissionais não estão acostumados a ver é a mentalidade das empresas por trás da decisão sobre o formato de contratação. É perfeitamente natural que você esteja pensando em seu benefício: Afinal, todos nós queremos um ambiente acolhedor, gente bacana, projetos promissores e salário digno. Mas como mencionamos no artigo Entrei. Saí. Onde errei?, não esqueça que antes de tudo isso existir, alguém arriscou tudo, teve coragem, ousadia, resiliência e determinação para não apenas abrir um negócio, mas para mantê-lo vivo e operante pelo máximo de tempo possível. Todo esse suor e lágrimas derramadas do empreendedor não são considerados por seus colaboradores, na maioria dos casos. Logo, como qualquer decisão que um empresário e sua liderança deve tomar, o formato de contratação é definido de acordo com as possibilidades da empresa e o perfil de seus projetos, dados todos os benefícios e riscos que cada modalidade traz.

Não vamos entrar no detalhamento contábil dessa questão, fazendo comparações e tirando conclusões de quem é melhor ou pior para sua carreira. Para todos os efeitos, empresas brasileiras praticam 2 formatos tradicionais de contratação — Você precisa conhecer os direitos e deveres desses dois formatos, e definir qual funciona melhor para você. Vamos a eles:

CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)

Trata-se da lei trabalhista do Brasil. Nela estão incluídas as normas que regulam as relações de trabalho entre o empregador e os empregados, considerando seus direitos e deveres. Nesse caso, o profissional contratado é remunerado mensalmente e arca com impostos sobre seus serviços, como pessoa física.

PJ (Pessoa Jurídica)

Trata-se da modalidade em que o prestadores são, juridicamente, outras empresas. Dessa forma, não há vínculo empregatício formal entre as partes, estando essas em comum acordo pela compra de serviços prestados a serem pagos pela contratante. Essa modalidade requer que o profissional tenha uma empresa aberta (CNPJ) para que seja tratado com uma empresa, emitindo uma nota fiscal de serviços e arcando com impostos à empresa, sobre esses serviços.

Porque empresas contratam PJ?

Por muitas vezes escutamos que empresas que contratam na modalidade PJ são alguma espécie de vilões, que só querem prejudicar e arrancar os direitos do trabalhador. Nenhuma empresa nasce pensando em escravizar o funcionário; De fato, os direitos do contratado em regime CLT (empresa-pessoa física) são diferentes dos em regime PJ (empresa-empresa). É importante citar que no Brasil é extremamente difícil empreender devido à alta carga tributária — a empresa paga para contratar, tem um custo de funcionário muito maior do que o valor pago a ele e paga ainda mais caro para desligá-lo. Logo, dependendo do planejamento da empresa para o projeto em questão, a PJ torna-se uma alternativa viável em alguns casos. Há dois indicadores principais que definem essa decisão:

O tamanho do projeto

Empresas criam projetos de curta duração, pelos motivos mais variados: Uma ideia precisa ser validada (para posteriormente se tornar algo maior), o projeto realmente tem começo, meio e fim (como uma feature nova de um app), a empresa está crescendo (e ainda se adaptando a esse crescimento), entre outras. Nesses casos, não é interessante para a empresa montar um time fixo pois os encargos gerados no caso da não continuidade do projeto inviabilizam seu próprio budget. Por isso, normalmente esses são os projetos em que os UX/UI Designers são melhor remunerados, e que empresas igualmente buscam profissionais altamente qualificados.

Alta taxa de turnover

É comum que empresas infelizmente não consigam reter seus melhores talentos. Seja por propostas melhores (com o mercado aquecido, os melhores profissionais são assediados diariamente), ou por não encontrarem o culture fit que buscavam, ou por serem mesmo desligados por motivos variados. Nesses casos a empresa arca com prejuízos financeiros enormes, além de toda a problemática de substituir o profissional em tempo hábil para não prejudicar o andamento do projeto.

Mais flexibilidade

Em um ambiente cada vez mais incerto, para o caso de o projeto passar por qualquer eventualidade, a empresa ganha mais flexibilidade para negociar contratos e reduzir jornadas, por exemplo, para conseguir evitar o desligamento do profissional e manter a integridade do projeto.

Em suma, o formato de contratação é uma decisão de negócios baseada em números e em análises de risco, tomada pela empresa para que o projeto seja viável e tão logo veja a luz do dia. Se você não concorda com esse formato, é muito simples: Não aceite a vaga.

O fantasma da estabilidade

O que ouvimos com certa frequência é a palavra estabilidade. “Ser contratado em CLT é sinônimo de estabilidade, enquanto PJ é risco total”. É aí que você se engana — CLT não é certeza alguma de estabilidade. Se fosse, com exceção do funcionalismo público (não aplicável para nosso setor), as pessoas jamais seriam demitidas de seus empregos, durante seus 35 anos úteis de trabalho. Como disse Flávio Augusto, “estabilidade não existe”. Não importa se você é milionário ou pobre, CLT ou PJ, você nunca está em um ambiente totalmente estável.

Vemos UX/UI Designers contratados em regime CLT, que em menos de 3 meses são desligados; enquanto vemos outros contratados em regime PJ tendo seus contratos renovados constantemente. Logo, em nossa experiência, é possível afirmar com certeza que a tão sonhada estabilidade só existe de verdade se for ditada pela sua performance profissional. Se você trabalha eticamente, respeita as pessoas hierarquicamente superiores e inferiores a você, interage bem, entende seu papel e o cumpre com maestria, é engajado(a) com a comunidade e está sempre evoluindo, sua carreira certamente terá muito menos oscilações.

É muito fácil profissionais culparem a situação do Brasil, a empresa, a falibilidade do time ou até mesmo sua liderança, quando na verdade, seus entregáveis é que são questionáveis. Sua estabilidade está diretamente atrelada à sua entrega, e não ao seu regime contratual — seus resultados são o principal indicador da constância da sua carreira.

Empresas buscam profissionais com esse mindset. Se tomarmos por exemplo a postura de empresas com relação ao impacto do COVID-19, foram inúmeros casos em que fortemente recomendaram seus melhores profissionais, enquanto lamentavam ter que perdê-los. Isso prova que mesmo as empresas realmente precisando desligá-los, fizeram o possível para os ajudar a se colocarem novamente no mercado, em respeito à sua postura profissional.

Conclusão

Nenhum formato de contratação garante estabilidade em sua carreira. Um pode trazer mais benefícios, outro mais dinheiro; mas no final do dia, sua performance é que vai ditar a quantidade e a intensidade de oscilações em sua jornada na maravilhosa carreira de UX/UI Designer.

A importância de orientar seu mindset aos resultados das empresas

UX/UI Design a nível de negócio

Conforme falamos no artigo Como vagas de UX/UI Design são abertas?, o UX/UI Designer não desempenha a função de um profissional de comunicação visual (produzindo layouts para peças visuais diversas), nem está condicionado a fazer parte do departamento de marketing das empresas. O fato de ter se tornado um departamento independente esclarece um ponto crucial: UX/UI Design faz parte da estratégia de uma empresa, estando diretamente ligado aos seus resultados como um todo. O design visual tradicional segue seu curso normalmente, e não é a mesma coisa que UX/UI Design — erro de leitura comum que empresas em transformação digital cometem, bem como profissionais de design buscando oportunidades nessa área.

Se você lê bastante, mantém-se informado e entende bem as metodologias e processos de UX, sabe perfeitamente que a profundidade desse trabalho afeta o negócio em si. Esse é um ponto estrutural, que distancia ainda mais UX/UI Design das outras vertentes do Design. Logo, é necessário que você tenha plena consciência que seu trabalho não se atém apenas ao design visual. A expectativa das empresas é um impacto direto no desempenho de seus produtos. Segundo pesquisas recentes da Forbes, Forrester e Invision Design Better, há ao menos 5 pontos cruciais em que UX é capaz de trazer um grande impacto, gerando o tão esperado ROI (Return Of Investment) — que pode chegar a $100 pra cada dólar investido. Listo abaixo:

Menor custo de aquisição de clientes

Se um produto tem uma boa usabilidade, um apelo visual forte e oferece recursos que realmente facilitam a vida das pessoas, é evidente que clientes já convertidos gerarão novos clientes. Dessa forma, paga-se menos por um novo cliente, já que cada um é um potencial gerador de outros novos.

Menor custo de suporte

Em um produto melhor construído, feito em total alinhamento com equipes de desenvolvimento desde sua concepção, é possível prever, identificar e resolver muitos problemas que eram percebidos só depois. Logo, as empresas não precisam mais investir tanto em suporte, reduzindo a quantidade de horas e pessoas para resolver problemas oriundos de um sistema mal-elaborado.

Maior retenção de clientes

Com uma experiência marcante, os clientes adquiridos não terão motivos para deixar de usar. Além disso, a continuidade do projeto trará naturalmente atualizações e novos recursos, dando ao cliente ainda mais motivos para ficar.

Aumento de Market Share

Como resultado, a empresa expande sua penetração em seu setor, ganhando mais notoriedade e relevância perante seus concorrentes já que a relação com consumidores se tornou muito mais satisfatória.

Melhor relação com a cultura da marca

O que muitas empresas buscam, com seus produtos, é disseminar sua cultura. Com produtos melhores, muitas chegam até a se reinventar, melhorando sua proposta de valor como um todo por terem criado uma relação mais amigável com seu público.

Fatores como esses citados acima devem ser o grande objetivo final de um UX/UI Designer, pois são o motivo pelo qual empresas acreditam e investem. Na prática, você, como UX/UI Designer, precisa ter esse ponto em mente em seu discurso. Quando uma empresa séria está em busca de um profissional de UX/UI Design, além de uma boa forma e função, ela espera ansiosamente por resultados.

O mindset de agente transformador

Sabemos que a mentalidade de UX também não se prende apenas a produtos digitais. Isso faz com que você passe a reparar muito mais em como o mundo funciona, a relação direta que você tem com seus produtos preferidos, e principalmente, sua leitura sobre determinado produto ou serviço do ponto de vista de UX. Tenho certeza de que você já teve uma experiência ruim em algum estabelecimento, e pensou: “Pôxa, isso aqui poderia ter sido feito de outra forma, não foi pensado no usuário”. É nesse ponto que queremos chegar: Um UX/UI Designer precisa se ver como um agente de transformação.

Você já ouviu a frase “seja a transformação que você quer ver no mundo”, certo? Ela se extende à sua vida além do trabalho formal. Já dissemos por diversas vezes em outros artigos que se você não gosta de pessoas, deve repensar sua carreira. A região que você mora, as pessoas com quem convive, os lugares que frequenta e consequentemente os produtos que usa também estão sedentos pelo seu mindset, da mesma forma que a empresa à qual você trabalha — É claro que em proporções menores, e talvez com nomes diferentes. Se você fez parte de uma equipe que conseguiu criar um produto interessante e que trouxe resultados reais a uma grande empresa, certamente você poderia fazer o mesmo por negócios mais simples e menores, criando um formato de negociação que seja viável a eles.

Se formos pensar no Brasil a nível nacional, quantas empresas precisam do seu serviço? Ou seriam quantas mil? Um dado relevante, que talvez você não saiba: mais de 90% das empresas brasileiras encerram suas atividades em menos de 5 anos. Se cada UX/UI Designer do Brasil intervisse, esses números sofreriam um decréscimo significativo, pois essas empresas criariam produtos melhores.

O que isso agrega em sua carreira?

Se você é um novo UX/UI Designer

Como recrutadores, um ponto que sempre somos questionados é que profissionais sem experiência não tem oportunidades de mostrar sua capacidade. Pois estamos aqui para lhe dizer que essas oportunidades também precisam partir de você. Ficar esperando por tempo indeterminado a vaga dos sonhos não vai te levar adiante em sua carreira, mas cases reais aceleram muito esse processo, por mais simples que sejam. Muitos UX/UI Designers treinam suas habilidades recém-adquiridas redesenhando aplicativos, sites e outros produtos digitais, o que é um excelente exercício. Mas na prática, o aprendizado adquirido sempre é inferior ao de um projeto real, por que mesmo que seja mais simples, está sendo feito pra alguém que vai efetivamente usá-lo. Pense: É melhor redesenhar o produto de uma micro-empresa decadente e ajudá-la a se reerguer, ou redesenhar o app de um grande banco que já tem uma equipe dedicada a isso?

Se você é um UX/UI Designer experiente

Nesse caso, seria um gesto maravilhoso de sua parte dedicar horas de seu tempo e experiência a projetos menores, até mesmo abonados, para empresas que aceitariam ouvir sua análise, visão estratégica e sugestões de melhorias. Se você optar por fazer tais projetos sem custo, é importante que selecione muito bem a empresa e que o projeto seja feito nos seus termos — nem todo mundo quer realmente ser ajudado. Atente a empresas que criam desculpas ou empecilhos para não pagar por seus serviços, pois serão seus piores clientes.

Para ambos os cenários, além do ganho (de experiência e/ou financeiro) na execução do projeto em si, construir um portfolio com cases como esses fariam os olhos das empresas e recrutadores brilharem. Adoraríamos avaliar trabalhos em que não houve uma demanda formal de uma empresa, mas a iniciativa de um UX/UI Designer, independente de sua maturidade, na criação e desenvolvimento de um projeto real de grande impacto. Como tudo partiria de você, seria possível contar uma história muito completa e detalhada de como tudo começou, avançou e terminou.

Conclusão

Para todos os projetos que fizer ou for parte, tenha em mente o quanto seu trabalho irá impactar o resultado da empresa. Além do prazer em trabalhar e ver seu produto nascer e se manter vivo, vê-lo dar frutos é o grande objetivo final.

 

Lide com restrições de divulgação em seu portfolio de UX/UI Designer

NDA?

É muito comum UX/UI Designers tomarem propriedade dos projetos em que atuaram, ainda que ingenuamente. Em sua essência, não está errado: De fato há o esforço intelectual, criativo e físico empenhado ao projeto, que tem seu mérito de reconhecimento a todos os participantes. Mas quando se trata do ambiente empresarial, é preciso ter a noção de que esse universo é muito maior do que nós, peças em toda a sincronia das engrenagens. Estamos condicionados a perceber apenas o nosso pequeno mundo, dentro do Design Team; Mas as empresas são compostas por diferentes departamentos e pessoas que tem seus próprios objetivos, projetos e entregáveis, assim como você. Um desses departamentos é o Jurídico, que tem por objetivo zelar pela marca e pela integridade da empresa perante o mercado, protegendo-a de toda e qualquer ameaça que possa prejudicá-la.

O que é

Nesse pensamento, o NDA é um acordo entre uma empresa e um profissional que atua sob sua supervisão de que nenhuma informação interna relativa a seus produtos e serviços (como metodologias, inovação, tecnologia, design, pesquisas, estratégias, clientes e mais) possa ser divulgada pela parte contratada (ou seja, você). Perceba que, ao citar as aplicações acima, estamos falando de praticamente todos os setores da empresa. O NDA pode ser um documento único e específico, ou uma cláusula presente em seu contrato de Prestação de Serviços independente do formato de contratação (CLT, Contractor, etc.)

A raiz: O que você fez não é seu, nem pra você

Como citamos no artigo Porque você precisa fazer a Lição de Casa, todo o seu trabalho não é para você. Foi feito para o projeto ao qual você atuou, para a empresa que acreditou em você, com pessoas que chegaram a resultados ao seu lado, e finalmente, ao usuário que vai apreciar aquele produto. Logo, entende-se que a empresa, ao te contratar, está comprando suas habilidades para o desenvolvimento de produtos que a ela pertencem. Nesse momento entra o trabalho do Setor Jurídico: Encontrar e intervir, quando necessário, em toda e qualquer ação que envolva o vazamento de seus dados sem autorização. Já deu pra perceber que estamos falando de pontos de extrema seriedade, que podem trazer consequências catastróficas para ambas as partes. Realmente não é brincadeira.

Consequências da quebra do NDA

Conforme citamos no artigo Melhore sua Presença Digital, os projetos em que você atuou contém informações que podem representar problemas enormes para a empresa que o detém. O grande erro está em você tornar públicas as informações sigilosas da empresa em questão — Ao publicar em seu portfolio, você estará fazendo exatamente isso. Listo abaixo consequências para as partes:

Para empresas — Vantagens a concorrentes

As informações usadas em projetos são baseadas nos recursos das empresas, sejam eles o resultado de pesquisas, informações de clientes ou ideias de inovação para novas features. Considerando que as maiores empresas tem concorrentes tão bons e grandes quanto elas, uma informação dessas pode abrir um segredo corporativo, fazendo com que a concorrência se baseie (ou até reproduza) esses dados para sua própria vantagem na criação ou melhoria de seus produtos. Nesse caso, todo o investimento feito pela empresa lesada entra em risco, caindo por terra a possibilidade de estar à frente ou diferenciar-se da concorrência.

Para você — Seu emprego, dinheiro, sua reputação

Lembrando que falamos que você é parte de uma enorme engrenagem, a atitude da empresa frente ao seu erro será implacável. Não se trata de nada pessoal: Ela tomaria essa ação com qualquer pessoa que infringisse os termos do NDA. A consequência direta pode variar conforme o tamanho ou a cultura da empresa: Algumas demitem sumariamente, outras impõem uma multa em dinheiro, outras acionam conexões que podem condenar sua reputação e empregabilidade por um longo período. Por isso, é de suma importância que você atente ao contrato e sua cláusulas antes de assiná-lo, analisando e compreendendo friamente suas exigências. Nós sabemos que, no momento da contratação, a euforia e o desejo de começar são tão sobrepujantes que podemos desvalorizar esse ponto, agindo por emoção.

Como resolver esse impasse

Para exemplificar os pontos citados: Certa vez, uma empresa montou time de 6 profissionais para dedicação total a um projeto para uma corporação do setor financeiro. Dado o seu início, os UX/UI Designers aprofundaram-se nas pesquisas, protótipos, testes e design visual: o caminho padrão de um projeto de sucesso. Em pouco tempo o produto já tomava corpo, tendo suas primeiras telas desenhadas. Acontece que um dos integrantes do time, ainda que ingenuamente, colocou telas que criara em seu portfolio. Em menos de 24 horas, o setor jurídico da corporação (que tem equipes que fiscalizam 24h por dia quaisquer irregularidades relativas à marca) contactou a empresa questionando a procedência das tais telas, exigindo explicações e uma atitude imediata àquela situação. A empresa contratada mal sabia do ocorrido. Resultado: O profissional teve que ser imediatamente desligado do projeto, e a empresa por muito pouco não perdeu seu contrato com a corporação. Como evitar tal fato?

A. Peça permissão

Você conhece a frase: “O não você já tem, não custa perguntar”. Idealmente, você deve estar à par de seus direitos e deveres jurídicos em um contrato que assina. Com isso, tente abrir um diálogo com sua liderança, explicando sua motivação para a divulgação do trabalho para que estabeleçam juntos uma forma que não prejudique nenhuma das partes. Transparência sempre é bem recebida e respeitada — porém, se a resposta for negativa, não insista.

B. Reescreva informações confidenciais

Ao criar o seu case você pode alterar os dados do projeto, usando nomes genéricos e números fictícios (desde que esse fato seja explicado, para que seu projeto não pareça falso). Outra forma seria conduzir a redação do case para o que especificamente você fez, sem mencionar os dados gerais de todos os outros envolvidos. Além disso, você pode também alterar cores, o logotipo da empresa e as imagens, fazendo uso de recursos mais genéricos. Por fim, você pode simplesmente cobrir as informações sensíveis, mostrando apenas o essencial para o entendimento do projeto.

C. Proteja seus cases com senha

Em muitos casos, vemos UX/UI Designers protegerem seu portfolio inteiro ou certos cases com senha. Essa é uma manobra extremamente coerente, que inclusive, gera mais interesse do avaliador — Ela mostra que você leva a sério essa questão, evidenciando sua postura madura e profissional. Perfeitamente compreensível. Nesses casos, você pode mostrar telas durante um call, ou numa entrevista ao vivo não-filmada. Mesmo assim, é recomendado que você igualmente edite ou proteja os dados do projeto.

D. Crie seus próprios projetos

Um ponto que é sempre importante frisar: Nós recrutadores não estamos atrás de telas bonitas, mas do seu racional, processos e metodologias para atingir resultados. Logo, é perfeitamente aceitável que você, por iniciativa própria, crie seus próprios projetos, afinal na essência você é um resolutor de problemas. Mas não trabalhe de graça: Em vez de aceitar trabalhar em um projeto abonado, crie sua própria demanda. Tenho certeza de que você já identificou dezenas de problemas fora do seu ambiente de trabalho, certo? Escolha um deles, vá a fundo e crie um produto que seja a resposta a ele. Adoraremos ver esse case, pode ter certeza.

Conclusão

Se sua liderança lhe impõe NDA, antes de mais nada, analise friamente (use a razão, deixando nesse momento a emoção de lado) as condições do contrato. Há acordos que são até injustos com os colaboradores. Se optar por assinar, submeta-se e não volte atrás, trabalhando sob os termos colocados. Sua ética profissional é testada nesses momentos, e anos de construção de carreira e reputação podem ser colocados em risco se as decisões corretas não forem tomadas.
Boa sorte!

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