A qualidade e a consistência de sua visibilidade determinam sua carreira
O que recrutadores buscam?
Experiência e Soft Skills
Por mais que os recém-chegados saibam a técnica de como fazer um bom UX/UI, já ter feito muitas vezes é outra coisa. Já ter feito para diferentes setores, empresas e equipes, é ainda outra coisa. Além disso, há quesitos muito mais difíceis de se adquirir: Soft Skills. Cada vez mais valorizadas pelo mercado, suas características pessoais são o que te diferenciam em qualquer ambiente de trabalho. Afinal, com que tipo de pessoa você gostaria de trabalhar? A somatória desses fatores (Experiência e Soft Skills) é o que define a diferença entre o Junior, Pleno e Sênior. Independente de sua posição de carreira atual, há oportunidades para todos os níveis, por isso, seja claro e direto sobre seu nível de maturidade.
Profissionalismo
Apesar da avaliação começar pelo portfólio, tenha a certeza que sua postura e comportamento são tão determinantes quanto a qualidade do seu trabalho. Essa avaliação começa no momento em que encontramos você — seja no LinkedIn, Behance, Medium, site pessoal ou mídia social. No decorrer de nosso contato, se encontramos problemas comportamentais, não há dúvidas de que você será reprovado. Erros como ausência ou atrasos a um call, participar de processos seletivos diversos ao mesmo tempo, má postura na entrevista, não cumprir sua palavra e abandonar projetos em andamento estão entre os mais comuns.
Bagagem documentada
Mesmo que não concorde, entende-se que o portfólio é a evidência de todas as suas alegações. Nos reservamos ao direito de questionar absolutamente tudo o que você mostra, para evitar a todo custo que oportunidades sejam desperdiçadas em decorrência da leitura errada sobre um profissional. Portanto, você tem 10 segundos para provar que é a pessoa ideal para a vaga. Sim, a primeira impressão é muito importante. É o momento de ter processo, ser detalhista e contar uma história convincente.
Resultados
Vemos dezenas de portfólios que começam com apresentações pessoais totalmente irrelevantes. Honestamente, não nos interessa se você gosta de Game of Thrones, se é contra o governo ou se acredita em Deus. Essas informações em nada agregarão aos seus entregáveis, que são o motivo de sua contratação. Em vez disso, apresente-se resumidamente falando de como seu trabalho impactou a equipe, a liderança, o cliente e/ou o público-alvo.
Erros básicos mais comuns
Na pele de um recrutador, você tem de 1 a 5 minutos de atenção para convencer que é a melhor opção para a oportunidade em aberto. Listo abaixo alguns erros que geram eliminação imediata:
Não ser específico no que faz
Quanto mais genérico você for, menos interessante se torna. Escolha uma especialidade e aprofunde-se, alinhando sua apresentação como um todo a essa especialidade. Para as demais habilidades, mencione-as em um texto descritivo complementar, como forma de enriquecimento de seu background.
Não ter um portfólio
Não ter trabalhos online é um erro inadmissível. Invista tempo de qualidade e monte portfólio completo, bem elaborado e bem apresentado. Ter poucos projetos não é fator impeditivo: É preferível ter 3 cases completos, do que 10 simples demais. Caso seus projetos mais relevantes sejam sigilosos, alinhar-se com o cliente e disponibilizar esses projetos com proteção por senha pode ser uma solução.
Ter um discurso desalinhado em diferentes mídias
Não seja uma pessoa no LinkedIn, outra no Behance e outra no Medium. Faça uso inteligente dessas mídias de forma complementar, colocando informações relativas às suas devidas finalidades: No LinkedIn, evidencie sua carreira e conexões. No Behance, mostre detalhadamente seu trabalho (Hard Skills). No Medium, apresente sua visão e competências humanas (Soft Skills). Não copie, em hipótese nenhuma, o texto de uma mídia para outra, pois ao fazê-lo, você elimina a necessidade de uma delas.
Não fornecer informações de contato
Ironicamente, muitas pessoas não deixam suas informações de contato. De nada adianta ser altamente qualificado, se ninguém consegue falar com você. O trabalho de busca por profissionais não é apenas baseado em indicações, mas também em buscas diretas nas plataformas mencionadas acima. Não dificulte nosso interesse em falar com você.
Principais fatores determinantes
Portfolio raso
A primeira premissa de um portfolio confiável é apresentar aprofundamento. Simplesmente mostrar as telas finais não é suficiente para avaliar a qualidade do seu trabalho. A segunda, é deixar claro qual foi o seu papel no projeto que apresenta. Como os projetos são em sua maioria coletivos, não dê a impressão de que você fez tudo sozinho. Seja direto e claro, sem rodeios. Em vias práticas:
Se você é um UX Designer – Exiba os desafios, descobertas, racionais, lógicas, jornadas, pesquisas, metodologias, e principalmente, mostre como a sua presença impactou na otimização de processos e em resultados diretos em benefícios ao usuário (como melhor engajamento) e ao negócio (como gastar menos ou vender mais).
Se você é um UI Designer – Apresente seus estudos de referências, mood de imagens, iconografia, tipografia, defesas de conceito, composição dos layouts e como eles se relacionam com a marca, e principalmente, como sua criação será convertida em componentes funcionais para as equipes de desenvolvimento.
Ser genérico
Evite esse tipo de titulo: “Sou UX/UI Designer, Diretor de Arte, Ilustrador, Front-End e Motion Designer.” Por mais que você realmente tenha todas essas competências, você está sendo contratado para atuar como UX/UI Designer. É evidente que toda experiência é agregadora — logo, trate as competências menos relevantes como habilidades complementares, um diferencial a mais que pode te destacar dos demais candidatos.
Especialidades não-equivalentes
Ser um Diretor de Arte Sênior não faz de você um UX/UI Sênior. Apesar de ambos serem vertentes do design, são bagagens, práticas, metodologias e mentalidades completamente diferentes. Seria como contratar um pediatra quando o que se busca é um cardiologista: Apesar de ambos serem médicos, são especialidades diferentes. O profissional mais procurado é aquele que é especialista em alguma disciplina, e não o que que faz 10% de tudo e 100% de nada.
Fui contratado. Yey! Mas não.
Aparentemente a parte mais difícil já foi, certo? Errado. É como diz o ditado popular: “Mais difícil que passar no vestibular é chegar à formatura.” Do primeiro dia de trabalho em diante, você continuará sendo avaliado. As pessoas estarão ávidas em não apenas ver se suas capacidades e promessas comentados são realmente verdade, mas também estarão igualmente curiosas em descobrir como você vai se comportar como pessoa. Não se engane: você pode ser desligado do projeto muito mais rápido do que foi contratado, independente se é PJ ou CLT. É sua performance que garante a estabilidade, e não o seu contrato. Dicas pós-contratação:
Comporte-se
Evite ao máximo trazer problemas humanos e comportamentais para dentro das empresas. Erros como atrasos, desrespeito à liderança e fazer questionamentos além do que lhe é cabido não serão tolerados. Em vez disso, seja o mais esforçado da equipe, ouça mais e fale menos.
Agregue ao time
Faça sua parte bem, para que outros não precisem fazê-la. Não perca prazos, pois a perda é de todos. Seja organizado, proativo, interessado, motivado e sempre disponível a ajudar.
Não desista
Uma vez em um projeto, fique até que ele termine. O prejuízo de sua saída é muito grande para quem fica, e além disso, é uma porta que se fecha para nunca mais reabrir. Faça da oportunidade a primeira de muitas.
Não divulgue sem autorização
Atente para a seriedade dessa questão. Entenda que o projeto não é seu, e que ele contém informações que podem representar vantagens comerciais a concorrentes. Se sua liderança lhe impõe NDA, submeta-se sem questionar e trabalhe nos termos colocados. Com a devida permissão, faça uso controlado.
7 dicas práticas para preservar a produtividade e foco
1. Prepare seu mindset
Proatividade, autonomia e foco são fatores determinantes pra ter bons resultados. Para que você tome controle da situação ao invés de ser refém dela, prepare sua mente para essa mudança. Converse com pessoas que já estão habituadas ao trabalho remoto, informe-se bem das melhores práticas, elimine todos os bloqueios de alinhamento com sua equipe, atualize-se da cultura da empresa e tenha muito bem definidas as suas tarefas, objetivos e entregáveis. Transforme esse momento na oportunidade de provar, para você mesmo e para outros, que é capaz de lidar com o desafio.
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2. Organize o seu dia, não a próxima tarefa
Já que estamos “livres” das 9 horas de trabalho cotidianas, podemos organizar o dia de forma diferente. Há pessoas que encontram tempo para ir ao mercado, cuidar de afazeres domésticos ou até se divertir um pouco “no meio do expediente”. Isso é perfeitamente possível, desde que a organização seja um de seus pilares de trabalho. Como trabalhamos em times, podemos encontrar lacunas de horário entre calls e produção, que envolvam outras pessoas.
Em vias práticas, organize seu dia antes que ele comece. As tarefas de terça precisam ser definidas na segunda. Dessa forma, você sempre sabe no que estará trabalhando, a que horas precisará estar disponível para outras pessoas, e principalmente, quanto tempo produtivo pode ser investido para manter a qualidade dos seus entregáveis.
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Como exemplo prático, você pode separar o seu dia em 3 blocos de horas, criando períodos definidos para tarefas definidas:
Manhãs: 3 horas
Um bom horário para ler / responder emails, fazer calls, revisar entregáveis, colher materiais necessários para a sua produção e demais pequenas tarefas que se amontoam no decorrer do dia anterior.
Tardes: 4 horas
Invista na produção. Esteja alimentado e, se necessário, desligue-se do mundo: Feche os chats, coloque o fone de ouvido e entre no seu melhor ritmo de produção, com foco e objetividade, sem interrupções.
Noites: 2 horas
Aproveite a calma da noite para finalizar o que pode ter faltado, organizar o próximo dia e também para ler e estudar, mantendo-se atualizado e bem informado. É um excelente momento também para revisitar o portfolio e sua presença digital.
Obviamente, essa é uma sugestão que você pode usar como modelo. Inverta as tarefas dos períodos e aumente ou diminua as horas de cada um, conforme o seu perfil.
3. Descubra seus picos produtivos
Algumas pessoas produzem melhor nas madrugadas. Outras, bem cedo. Há até pessoas que são máquinas de produtividade logo após o almoço, tomando proveito de um horário onde tudo à sua volta fica mais lento. Dada a sua experiência, descubra quais são os momentos onde o pico de produtividade é atingido e parta deles para sua organização, uma vez que você pode criar sua própria agenda. Ninguém sabe melhor do que você mesmo sobre o seu ritmo de trabalho.
O ponto principal é que a iniciativa tem que partir de você. Steve Jobs uma vez disse: “Não faz sentido contratar pessoas inteligentes pra sempre lhes dizer o que fazer. Contratamos essas pessoas para que nos digam o que fazer.” Logo, como seu trabalho é estratégico e não apenas produtivo, tome a frente da situação e não fique esperando alguém lhe dizer o que fazer.
4. Policie-se das distrações
Estar em casa pode ser um desafio muito maior do que imaginamos, e a recomendação é ser radical. Puxar ao extremo. Qualquer facilidade pode levar a um prejuízo de horas que não voltam mais. Se você já sabe que tem dificuldades com distrações, ou acabou de as perceber, tome uma medida imediata para eliminar esse problema antes que ele se torne ainda maior.
Veja alguns exemplos clássicos de como facilmente podemos perder o foco:
- Levantar toda hora pra ir à cozinha, em busca de um snack.
- Estar muito perto da cama.
- Ver “só um” episódio da sua série favorita na hora da pausa pro almoço.
- Usar o WhatsApp para falar com pessoas que não agreguem ao seu trabalho.
Uma dica pessoal: Mesmo antes da situação com o COVID-19, em dias que decididamente trabalho de casa, eu tomo algumas medidas que fazem minha cabeça funcionar melhor. Uma delas, e talvez a mais inusitada, é que eu preciso estar usando roupa de trabalho. Se eu estiver de bermuda, camiseta e pantufa, impressionantemente meu rendimento cai pela metade. Meu cérebro precisa entender que eu estou trabalhando, e esse é um dos gatilhos mais funcionais para mim. Não estou dizendo que você deve fazer isso — apenas encontre um gatilho que funcione para você, para a sua mente funcionar conforme o seu momento.
5. Reserve uma área específica de trabalho
Lembra daquele vídeo que viralizou, no qual um repórter está ao vivo transmitindo notícias de sua casa e de repente seus filhos entram? Isso pode acontecer com qualquer pessoa. Se não for o filho, será outra pessoa, por qualquer motivo.
Logo, o melhor a fazer é orientar as pessoas que dividem a casa com você para que não entrem no cômodo onde está trabalhando. Não apenas para evitar situações embaraçosas como a do repórter, mas também para não interromper seu processo produtivo e criativo. Além disso, ter uma área de trabalho ajuda a se manter mais organizado. Essa área, idealmente, precisa estar sempre limpa, arrumada, bem iluminada e ter apenas elementos que agreguem à sua produtividade.
6. Dê um upgrade nos equipamentos e recursos
Como estamos em maioria acostumados a trabalhar fora de casa, as empresas nos ofereciam ótimas condições de trabalho, como boa conexão à internet e um computador adequado. Se você não está bem munido com esses dois fatores básicos e determinantes para sua produtividade, apresse-se e os providencie.
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É o momento de dar um upgrade na sua máquina, providenciar um monitor maior e assinar um plano de internet com banda que suporte o seu tráfego de arquivos na nuvem. Sua experiência com esses recursos deve ser igual ou melhor do que você tinha em sua estação normal de trabalho fora de casa.
7. Não perca o contato “social”
Mesmo sem poder sair de casa, você pode interagir com pessoas. E não estou falando de ficar em chats, afinal o seu smartphone ainda pode ser usado pra falar de verdade com as pessoas. Nos momentos em que encerrar suas atividades do dia, pegue o telefone e realmente ligue para amigos e familiares. Fazendo isso, você não só evita seu próprio isolamento, como também os ajuda a lidarem com ele.